Enquanto você dormia escrita por Grazy


Capítulo 27
New Reality


Notas iniciais do capítulo

Hello, it's me.
Bom, eu acabei demorando um pouco (bem mais) que o previsto, mas dessa vez a culpa foi do universo que resolveu quebrar meu computador e me deixar sem ter como postar.
Mas dei meu jeito e aqui estou, vou tentar não demorar com o próximo, e eu tive umas ideias muito legais para história e que vou tentar colocar em pratica nos próximos capítulos.

"A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes"
— Rita Mae Brown



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Abri meus olhos com certa dificuldade, minha cabeça ainda estava um pouco confusa e levei um tempo até conseguir focar minha visão no teto branco, senti meu estômago revirar ao perceber que novamente eu estou em um maldito hospital.

Me sentei na cama e notei alguns hematomas no meu joelho, usava minhas roupas normais, mas uma agulha presa ao meu braço injetava soro em mim.

Tudo que aconteceu antes do meu colapso era um borrão, conseguia me lembrar da minha filha, seus olhos assustados me olhando, conseguia me lembrar dos corredores brancos do hospital e de falar com Paola, nada mais.

— Elena, que bom que esta acordada. — levei um pequeno susto assim que a porta foi aberta e a Dra. Fell entrou no quarto, uma garota de aparência bem jovem a seguia radiante. — Você se sente bem? Alguma dor de cabeça ou tontura?

— Não, eu estou bem. — ela assentiu.

— Essa é a Alycia, ela é estudante de medicina e veio me acompanhar por um dia, espero que não seja um incomodo para você. — neguei rapidamente encarando a menina, ela tinha profundos olhos verdes e um cabelo loiro esvoaçante, o sorriso em seu rosto não sumiu um segundo. — Certo, você se alimentou mal, dormiu mal e estava um pouco desidratada, tudo isso somado ao stress fez com que você acabasse desmaiando, mas não vai precisar ficar internada.

Ela veio até mim retirando a agulha do meu braço e me ajudando a levantar.

— Posso ver minha filha agora? — Dra. Fell sorriu e assentiu.

— Eu vou leva-la agora mesmo, você quer...

— Dra. Fell precisam de você na emergência, é urgente. — uma enfermeira falou entrando rapidamente na sala.

— Certo, traga uma cadeira de rodas para a Elena, — ela deu ordem para a enfermeira e se virou para a garota, — Alycia preciso que você leve ela até o quarto 1243, na ala pediátrica e depois vá me encontrar na emergência, e Elena você sabe que eu te adoro, mas tente não acabar aqui de novo. — ela me deu um abraço rápido e saiu correndo, assim que ela sumiu a enfermeira apareceu com a cadeira de rodas.

— Vamos? — Alycia falou me ajudando a sentar na cadeira. — A Dra. Fell nunca me mostrou onde fica a ala pediátrica então talvez eu demore um pouco para achar.

— Segundo andar, eu te ajudo a chegar lá.

— Certo. — fomos em silêncio até o elevador, assim que paramos para esperar que ele passasse pelos três andares restantes abaixo de nós notei como a menina parecia nervosa.

— Você está bem?

— Sim, é só que... você é Elena Salvatore certo? — assenti. — A garota do coma?

— Essa mesma, o que você quer saber? Sobre minha quase morte ou meu marido traidor? — falei rapidamente e só  depois percebi o quão rude aquilo soou. — Desculpe é que normalmente é só isso que perguntam.

— Na verdade eu só queria dizer que eu sou uma grande fã. — franzi a testa confusa e a menina deu uma risada alta batendo na testa como se tivesse dito um absurdo. — Isso deve ter soado completamente sem nexo pra você, certo?

— Um pouco... é bastante. — fui sincera e garota deu um sorriso simpático.

— Estávamos estudando seu caso mês passado, na faculdade, nosso professor é um neurocirurgião que ficou completamente apaixonado pelo seu caso, ele nos trouxe artigos, relatórios médicos, alguns outros pacientes como comparação e o jeito que você acordou, com tão poucas sequelas é simplesmente incrível. — ela parecia completamente entusiasmada, como se lembrasse de cada minuto estudando um monte de papéis sobre mim e isso fosse a sua melhor memória da vida.

— Você vai ser uma ótima médica. — falei por fim sorrindo para garota que  apenas assentiu, notei suas bochechas se tornarem mais vermelhas enquanto ela abaixava o rosto cobrindo-o com boa parte do cabelo.

Assim que o elevador chegou nós entramos e em alguns minutos estávamos no andar pediátrico, foram mais alguns minutos até Alycia encontrar o rumo do quarto, ela era uma garota engraçada, se comportava quase como uma adolescente em alguns momentos.

— Finalmente. — ela suspirou abrindo a porta do quarto, Paola estava sentada na poltrona mexendo no celular e nos olhou assim que entramos, ela sorriu e se levantou, Damon estava parado no canto do quarto com Miguel nos braços, Isabella dormia tranquilamente na cama.

— Mamãe. — Miguel balbuciou se se soltando dos braços de Damon e correndo em minha direção, finalmente Damon notou minha presença e me olhou sem qualquer dica do que se passava em sua cabeça nesse momento.

— Foi um prazer te conhecer Elena, — Alycia murmurou assim que notou o clima pesado que se instalou no ambiente. — acho que vou lá na emergência, só preciso descobrir onde fica.

— Eu levo você. — Paola falou rapidamente.

— Ah, Alycia essa é minha cunhada, Paola, e Paola, essa é Alycia, uma estudante de medicina que veio passar o dia com a Dra. Fell. — as apresentei rapidamente antes de me voltar a Damon novamente.

— Muito prazer. — Paola falou e elas trocaram um rápido aperto de mãos antes de saíram do quarto.

— Mamãe? — Bella abriu os olhos devagar e me observou. — Você está bem?

— Sim, meu amor. — me levantei da cadeira de rodas e fui até ela sentando em sua cama. — Desculpe pelo que aconteceu, okay? Eu prometo que não vai acontecer de novo.

— Tudo bem.

Em alguns minutos ela já dormia novamente, me levantei da cama e finalmente tomei coragem de falar com Damon.

— Podemos conversar? — ele apenas assentiu e começou a andar em direção a porta, olhei para Miguel que parecia alheio a tudo aquilo, brincando com o carrinho em sua mão — Filho, preciso que fique de olho na sua irmã está bem? Eu e seu papai vamos conversar um pouco lá fora e se qualquer coisa acontecer com ela preciso que você vá nos dizer, okay?

— Sim, mamãe. — ele me deu um beijo na bochecha e se sentou na poltrona com o brinquedo.

Respirei fundo antes de sair em direção ao corredor, assim que fiquei diante de Damon senti o peso do mundo no meu peito, a verdade é que eu não fazia ideia do que dizer a ele.

E não precisei dizer, antes que eu dissesse qualquer coisa os braços de Damon já estava ao redor de mim, ele me abraçava com força e eu não fui capaz de fazer nada além de abraça-lo também.

— Eu fiquei com tanto medo. — ele falou se afastando. — Medo de algo sério ter acontecido.

— Aconteceu, Damon, o que aconteceu ali dentro, — apontei para o quarto. — foi muito sério.

— Sim, eu digo você, sua saúde.

— Eu agi como uma maluca, eu bati em você, assustei meus filhos, eu não faço ideia do por que aconteceu, mas aquilo não podia ter acontecido.

— Nós vamos dar um jeito nisso, okay? Vamos garantir que não aconteça novamente. — ele deu um passo para frente e se inclinou na tentativa de tentar me beijar, mas eu me virei.

— Não sei como você não percebeu, mas o problema é justamente "nós". — sua expressão se tornou confusa. — Eu te amo, eu sempre vou te amar, e eu achei que tinha te perdoado, eu realmente achei, mas se um sonho me causou tudo aquilo, você consegue imaginar como vai ser ir pra minha casa e encontrar tudo que não é meu, encontrar fotos, vídeos, o cheiro de outra mulher em todo lugar, eu não vou conseguir.

— Mas nós podemos tentar, mudamos de casa, de estado, de país, onde vamos estar não importa, o que importa é estarmos juntos, você sabe disso, nós podemos...

— Isso está me deixando louca, Damon. — gritei o interrompendo.

— Então é isso? Você tem um sonho, da uma surtada e então decide desistir sem nem tentar? — ele gritou de volta.

— Nós já tentamos, Damon, eu estou tentando desde o inicio, desde que eu acordei nesse mesmo maldito hospital, desde que eu descobri que a sua vida tinha seguido em frente, eu venho tentando desde sempre, e você sabe qual é a definição de insanidade? É exatamente essa, é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes, e isso está me deixando insana! — seus olhos se abaixaram e eu me senti mal, mas ao mesmo tempo aliviada. — Eu te amo, e sempre vou te amar, mas minha filha olhou pra mim com medo, eu agi como uma louca e ela ficou com medo de mim, e eu vou morrer antes de deixar isso acontecer de novo.

— Sr. e Sra. Salvatore. — uma médica loira se aproximou de nós com um sorriso cauteloso. — Eu sei que vocês têm muito assuntos pra conversar, mas nesse momento existem vários pequenos humanos doente nesses quartos, então se puderem falar um pouco mais baixo, eu agradeceria muito.

— Tudo bem, eu acho que ela já acabou. — Damon se pronunciou encarando apenas a mulher. — Nós... nós acabamos.

A mulher fez uma expressão confusa e então se afastou, Damon continuou a me encarar.

— Eu quero ser sua amiga, eu realmente quero, eu te a...

— Para de dizer que me ama, desde que você acordou eu venho tentando também Elena, tentando olhar para você sem me sentir um desperdício de espaço, sem sentir a culpa de ter vivido, eu poderia passar o resto da minha vida implorando pelo seu perdão, mas eu nunca conseguiria, não é? — apenas abaixei a cabeça e ele suspirou levando a mão ao rosto. — Esse é nosso ponto final certo?

— Ponto final? — perguntei confusa.

— Stefan havia me dito que nós precisávamos de um, que nós vivíamos na eterna reticências do "e se...", ele estava certo, esse é o nosso ponto final, certo?

— Eu... — minha garganta se fechou por um segundo. — acho que sim.

— Só preciso que me responda uma coisa, uma única pergunta que não sai da minha cabeça de jeito nenhum. — assenti esperando sua próxima frase. — Nós já tivemos alguma chance? Por um mísero momento você esqueceu toda nossa história e nos deu uma chance?

— Sim, ali dentro, — apontei para o quarto. — por um momento enquanto a gente se beijava eu esqueci de tudo, mas infelizmente não podemos viver desses momentos apenas.

— Vocês estão bem? — Paola se aproximou de nós tocando meu ombro e eu me virei rapidamente olhando para ela que tomava um café, Alycia ainda estava do seu lado também com um copo na mão.

— Sim. — esperei que Damon respondesse o mesmo, mas ele apenas passou por mim se chocando contra meu ombro. — Você deveria ir atrás dele.

— Eu... — ela olhou para Alycia que assentiu. — vou lá e volto para te levar na emergência, certo?

— Pode ir, eu espero. — Paola saiu correndo atrás de Damon e Alycia olhava para o fim do corredor,  eu me permiti finalmente chorar,  as lágrimas queimavam meu rosto e tudo em mim doía. — Eles são irmãos?

— O que?

— Oh meu Deus, você está chorando. — ela se abaixou e colocou uma mão sobre meu ombro. — É sua cabeça? Esta doendo?

— Não, eu acho que acabei de terminar meu casamento.

As palavras saíram rasgando minha garganta e eu finalmente percebi que aquela era minha realidade agora.

 


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Notas finais do capítulo

Pra quem esperava Delena nesse capitulo eu sinto muito, na verdade, antes dessa pausa esse era o plano, mas ai eu reli a fanfic inteira e decidi mexer umas peças por que algumas coisas me incomodaram.
Até a próxima cupcakes.



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