Enquanto você dormia escrita por Grazy


Capítulo 2
Waking up in a different world


Notas iniciais do capítulo

Hey, olha quem voltou!
Amei os comentários e vou responder a todos só preferi postar o capitulo antes.




Ohhh I'm a mess now. In and out, in search of a sweet surrender. But this is not the end.
I'm a Mess - Ed Sheeran



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Abri os olhos lentamente e a luz fez minha cabeça doer, flashes do acidente passaram por minha cabeça, o remédio, os faróis, o carro batendo no poste e depois o outro carro vindo na minha direção e depois a escuridão, pisquei os olhos rapidamente e a dor na cabeça foi se esvaindo.

Senti meu corpo todo doer, dos fios de cabelo até as unhas do pé, tentei me movimentar mas nada acontecia, senti mexerem no braço seguida por uma picada, o simples ato de virar a cabeça para olhar a moça pareceu custar todas as minhas forças, a mulher pareceu não notar que eu acordei já que mal me olhou, tentei falar alguma coisa mas minha voz não saia.

– Sabe você devia ser alguém muito legal, sua família vem toda semana te ver e isso raro para pessoas como você – A moça falou enquanto estava de costas mexendo em alguma coisa, mas que raios ela quis dizer com pessoas com eu? E como assim toda semana? A quanto tempo estou aqui? Tentei formular essas perguntas mais minha voz não saia por mais que eu tentasse – Você tem sorte!

– Obrigada. - Minha voz saiu em um sussurro que foi suficiente para mulher derrubar oque quer que seja que ela estava mexendo e se virar pra mim assustada.

– O meu Deus! – Ela exclamou assustada – Você acordou!

A mulher saiu correndo do quarto, e eu tentei me sentar na cama para ver a porta mais minhas forças eram escassas e eu mal conseguia pensar sem minha cabeça doer, tudo que consegui fazer foi levar minha mão a um controle do lado da cama apertando o primeiro botão que fez a cama subir alguns centímetros.

– Elena? - Uma mulher morena de jaleco entrou no quarto, ela parecia surpresa mas também animada, depois de um tempo a reconheci era a Dr. Fell, a melhor médica da cidade, ela é médica da minha família desde meus 17 anos.

– Dr. Fell? - Falei depois de um tempo, cada palavra que eu dizia era como um dreno sugando minhas energias.

– Calma querida, vou fazer algumas perguntas e você me responde, pode demorar o tempo que precisar – Ela pegou um bloco e uma caneta – Como é seu nome?

– Elena Gilbert como solteira – Esperei um pouco tomando ar antes de continuar – Elena Salvatore depois que me casei.

– Você tem filhos? - Ela falou mais como uma afirmação do que uma pergunta, tomei um pouco de ar.

– Tenho um... – Minha voz falhou e pude ver a preocupação no rosto da médica provavelmente por eu ter falado “um” – Um menino e uma menina.

– Você sabe o nome deles? - Que tipo de pergunta é essa como eu não saberia o nome dos meus bebês.

– O menino é Miguel Salvatore – Ela assentiu – E a menina Isabella Salvatore, eles tem dois meses e meio.

Ela fez uma expressão que eu não gostei nada, logo depois foi até o telefone do quarto e falou algo que eu não ouvi, e então voltou para perto de mim.

– Você se lembra do que aconteceu? – Ela passou a mão por meus cabelos e eu gemi de dor assim que ela encostou – Desculpe.

– Ontem eu sai de casa para pegar remédio para meus filhos – Fiz uma pausa pegando um pouco de ar – Um motorista entrou na contramão e bateu no meu carro.

– Só isso? Depois disso mais nada? - Ela perguntou indo para a outra extremidade da cama.

– Dr. Fell isso foi ontem, não tem muito oque lembrar. - Ela deu um sorriso amarelo e voltou o olhar para meus pés.

– Mexe os dedos dos pés, Elena – Ela pediu e eu o fiz, ela sorriu e veio até meus braços pegando minha mão – Mexa os dedos das mãos.

– Desculpe, mas porque isso? - Ela não respondeu e uma equipe de enfermeiros entrou no quarto me transferindo para uma maca.

– Vamos fazer alguns exames Elena. - Sua voz pareceu distante, e eu tentei me sentar na maca e nesse momento minhas forças se acabaram e eu cai na inconsciência novamente.

(***)

Minha cabeça doía de forma devastadora, a luz que meus olhos recebiam parecia com alfinetes perfurando meu cérebro, demorei a conseguir abrir meus olhos sem que minha cabeça ameaçasse estourar.

– Como você está? - Tentei focar meu olhar na Dr. mas eu estava muito fraca até para fazer isso então continuei encaram o teto.

– Não é o meu melhor dia mas... – A Dr. Fell riu e com um pouco de esforço que custou minhas ultimas forças eu consegui encara-la – A quanto tempo estou aqui?

– Isso é bem relativo – Ela deu de ombros – Você quer saber antes de acordar ou depois que desmaiou?

– Os dois.

– Acho que essa conversa deva ficar entre você e a sua mãe. - Não entendi oque ela tentou dizer mas ouvi a porta se abrir e logo depois minha mãe apareceu na frente da médica.

– O meu Deus! – Minha mãe falou no mesmo tom que a enfermeira quando me viu – Minha filha! - Ela me abraçou e o simples toque dela em minha pele fez com que um dor excruciante corresse por todo meu corpo.

– Mãe... – Foi tudo que consegui dizer, já que ela me apertava e a dor mal me permitia pensar - Está doendo.

– Desculpe minha filha – Ela me soltou e aos poucos a dor foi passando – Senti tanto sua falta.

– Vou deixá-las a sós. - A Dr. Fell falou depois de levantar a cama a uma altura na qual eu pudesse olhar para minha mãe sem maior dificuldade.

Porem assim que ela saiu eu abaixei o olhar para meu corpo, e entendi o porque que quando alguém me toca eu sinto tanta dor, meu corpo estava magro, minha pele estava branca e meus ossos estavam se sobressaindo, eu estava definhando.

– Mãe a quanto tempo estou aqui? – Perguntei um pouco assustada, ela focou o olhar em todos os lugares do quarto menos em mim – Mãe, quanto tempo?

– É complicado querida, quanto tempo você acha que passou? - Ela usou seu tom de “vou te enganar mas fica tranquila é pro seu bem”.

– Nada disso , me fala logo – Falei sem paciência e minha cabeça doeu – Por favor mãe.

– Bem querida...

Ela foi interrompida por meu pai e meu irmão que entraram no quarto, eles tinham a mesma expressão de todos que me viram desde que eu acordei, porem ninguém me diz o porque de toda essa surpresa, porque raios eu ainda estaria dormindo depois de um acidente que aconteceu ontem.

– O Meu Deus – Jeremy falou, e eu sinceramente não estava nem mais um pouco surpresa com essa reação de todas as pessoas – Você acordou!

– Não Jer eu ainda estou dormindo – Ironizei – Quanto tempo mãe?

– 5 anos meu amor. - Ela finalmente respondeu e se eu estivesse em pé com certeza cairia, mas tudo a minha volta sumiu no estante em que ela disse 5 anos.

Não é possível, ontem a noite eu sai de casa dizendo que amava meu marido e na volta um carro bateu contra o meu, isso não pode fazer 5 anos!

“Isso explicaria o porque de você parecer tão magra, e não ter nenhum machucado” Uma parte da minha cabeça ponderou a hipótese. Mas se isso é verdade, oque aconteceu com meus filhos? E meu marido? Porque diabos Damon não esta aqui? Cadê meus bebês?

– Querida? – Ouvi a voz da minha mãe no fundo da minha cabeça mas não foi o suficiente para os pensamentos da minha cabeça se dissiparem, só consegui focar em alguma coisa quando bipes descontrolados começaram a tocar do meu lado – Elena?

– Como assim? - Deixei que lagrimas rolassem por meu rosto, só o pensamento de que tudo pode dar tão errado fez meu coração acelerar que não passou despercebido para a maquina de monitoramento cardíaco ao meu lado.

– Querida você precisa se acalmar. - Meu pai se manifestou segurando minha mão.

– Me acalmar? Cadê meus filhos? O Damon? – Eles se entreolharam de modo que só me abalou mais – Eles estão bem, não estão?

– Estão ótimos princesa. - Meu pai falou acariciando as costas da minha mão, oque além de me causar dor física, causava também emocional, meu pai não é carinhoso... nunca, só quando coisas terríveis aconteciam.

– Filha descanse – Minha mãe passou a mão por meus cabelos tentando me acalmar mas as lagrimas praticamente se jogavam pra fora, minha visão estava turva e um medico ou enfermeiro não pude distinguir , entrou no quarto parecia assustado olhando para a maquina que monitora meus batimentos – Faça algo para ela se acalmar.

– Eu não posso – O homem olhava para minha mãe que parecia querer pular no pescoço dele – Não sem a médica.

– De um calmante para ela – A Dr. Fell disse entrando no quarto – Nada que apague ela, só para acalmar.

– Sim Doutora. - O homem pegou alguma coisa sobre a mesa e pegou uma seringa colocando no soro que estava ligado a minha veia.

Continuei chorando por alguns minutos, a sensação de desespero não me abandonou em nenhum momento, a dor também não era como se alguém espancasse meu cérebro e finalmente o calmante fez efeito e eu senti muito cansaço e sono então me deixei cair sobre o colchão nada confortável no qual eu me encontrava.

– Oque quer saber? – Meu irmão perguntou se sentando ao meu lado na cama recebendo um olhar duro da médica que apontou para uma placa na porta na qual dizia “Visitantes não podem se sentar na cama”, ele só deu de ombros – Pode perguntar, vou te contar tudo.

– Em que dia estamos? Minha voz saiu embargada por conta do calmante.

– 27 de dezembro de 2014. - Minha surpresa foi imediata, 5 anos inteiros se passaram e eu fiquei deitada em uma cama? Como é possível?

– Como meus filhos estão? - Perguntei lutando para manter meus olhos abertos.

– Bem, na verdade ótimos. - Sorri com oque ele disse, apesar que começava a piscar pesadamente.

– Você tem foto deles? - Perguntei tentando ao máximo não dormir.

– Essa daqui faz uns três meses, foi a ultima vez que vi eles. - Ele pegou um celular e colocou na altura do meu rosto, duas crianças com a aparência de uns 5 anos em pé ao lado dele, os dois tinham olhos azuis o menino era idêntico ao Damon, já a menina tinha os cabelos castanhos como os meus e tive a impressão que diferente do irmão seu sorriso era mais tímido, ela também era mais baixa que o irmão.

– Meus filhos... são tão lindos – Falei e ele guardou o celular, notei a aliança de ouro na mão esquerda – Você se casou?

– É tão difícil de acreditar? – Ele perguntou incrédulo e eu assenti – Engraçada maninha, olha quem fala.

– Uma mulher muito bem casada e com dois filhos lindos. - Ele parou de sorrir e encarou a minha mãe ela fez um "não" com a cabeça e ele voltou a olhar pra mim.

– Bonnie e eu nos casamos a 3 anos – Ele parecia se controlar e mudou de assunto rapidamente – Essa é nossa filha.

– E já tem uma filha? Não perdeu tempo irmãozinho – Ele me mostrou a foto de uma bebê não parecia ter mais que dois anos, era parecida com Jer quando era bebê só que os olhos eram da Bonnie e ela era realmente uma mistura dos dois – Qual é o nome?

– Se você falar qualquer coisa eu juro que mudo o nome dela – Ele ameaçou e eu ri, já sei que meu irmão não tem jeito pra escolher nomes – Elena Sofia Gilbert.

– Elena? – Me surpreendi e ele colocou a mão no rosto como se tivesse feito algo muito errado – Que fofo Jer, você escolheu ou foi a Bonnie?

– Ela queria Sofia mas... – Ele se interrompeu e eu fiz um movimento o encorajando – Eu precisava de uma Elena perto de mim.

– Eu te abraçaria agora mas acho que não tenho forças para isso e também seria muito estranho. - Todos na sala riram e eu aproveitei para fazer a pergunta que queria sair desde que eu e Jer começamos essa conversa.

– Oque aconteceu com o Damon? – Perguntei finalmente e as risadas cessaram e meu coração voltou a palpitar fazendo os bipes da maquina recomeçarem – Ele esta bem, não é?

– Sim Elena, ele está melhor do que você imagina – Jer falou irônico e minha mãe olhou feio pra ele – Oque foi? Vocês querem contar? A vontade, eu tenho mesmo que ir pra casa.

– Oque foi Jer? - Perguntei quando ele levantou e mandou um olhar mortal para os meus pais.

– Nada! – Ele praticamente gritou e a medica fez um sinal para ele falar baixo – Maninha eu volto amanhã.

Depois de dar um beijo na minha bochecha ele saiu batendo a porta, virei a cabeça olhando para meus pais.

– Oque foi? - Perguntei e eles se entreolharam, eles tem feito muito isso.

– Acho que é melhor vocês irem, Elena já teve grandes emoções por hoje. - Dr. Fell falou e eles assentirão meu pai só fez um carinho na minha cabeça e saiu.

– Descanse – Minha mãe deu um beijo na minha bochecha – Nos vemos a amanhã.

– Não até você me falar oque o Damon tem. - Segurei seu braço com o máximo de força que eu tinha.

– Querida, descanse. - Ela se soltou com facilidade e saiu do quarto, a médica colocou alguma coisa no soro e saiu em seguida.

Parte de mim achou que Damon estava bem que era só coisa da minha cabeça e ele provavelmente estava ocupado para vir me ver, mas a outra parte que parecia extremamente mais certa também se manifestou, Damon tinha alguma coisa, afinal oque seria mais importante do que ver a sua esposa que passou 5 anos em coma? Ou trazer os filhos para ela ver?

Depois de um tempo eu percebi oque a Dr. Fell colocou no soro, um cansaço atingiu meu corpo e eu cai no sono em questão de segundos não sem antes ouvir as palavras de Jeremy ecoarem em minha mente falando “Sim Elena, ele está melhor do que você imagina”. Oque será que ele quis dizer com isso?


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Notas finais do capítulo

Ohhh eu estou uma bagunça agora. Dentro e fora, em busca de uma doce rendição.
Mas este não é o fim.
I'm a mess - Ed Sheeran


Bem meus amores sei que não aconteceu muita coisa mas ainda estamos começando. Para o próximo capitulo eu quero 5 comentários.
Bjsss e até a próxima ♥♡♥♡♥♡



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