Enquanto você dormia escrita por Grazy


Capítulo 17
Stay away from my children!


Notas iniciais do capítulo

Hey Cupcakes!
Como estão? Bem eu comecei a escrever e fiz dezenas de versões dele, mas como eu ainda pretendo usar a personagem da Fran eu deixei isso um pouco mais light, espero que mesmo assim vocês gostem.




Nunca espere demais, da sorte ou dos outros, no fim não há quem não decepcione você.
— Charles Bukowski



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/583222/chapter/17

– Senhor? Senhor! – A jovem moça de cabelos ruivos esticou o ticket de embarque pra mim, peguei o pequeno pedaço de papel – O senhor só precisa aguardar.

– Obrigada. – Guardei o ticket no bolso e andei até uma cafeteria ao lado da sala de embarque, pedi um café e alguns Brownies para o garçom que não demorou em trazer meu pedido, faltava exatos 30 minutos para o embarque, fiquei pensando em Elena na reunião dos gêmeos, ela deve estar feliz, bem eu poderia ter ido, mas achei que ela se sentiria bem fazendo realmente parte da vida deles, sem contar que eles estão chateados por eu não trazê-los para viagem, peguei meu celular conferindo as mensagens.

– Graças a Deus – Levantei os olhos vendo um Klaus ofegante diante de mim – Oque deu em você? Não pode só mandar um mensagem com “Segura as pontas na empresa, vou viajar volto em até três dias” e vim pro aeroporto sem explicar nada!

– Desculpa, eu não sabia que você era ciumento – Brinquei e ele revirou os olhos – Eu estou indo pra França, vou falar com a Fran, mas porque você está desse jeito?

– Eu pensei que... você fosse viajar com os gêmeos e... – Ele coçou a cabeça, claramente envergonhado.

– Pensou que eu iria levar meus filhos para longe da Elena, não é? – Ele assentiu desconfortável – Tudo bem, mas eu estou indo justamente pelo contrario, vou resolver as coisas com a Fran, garanti que ninguém saia mais machucado do que o necessário nessa historia.

– Fico feliz que queira arrumar sua vida, mas agora eu tenho que ir para a empresa – Ele olhou o relógio em seu pulso, fiz o mesmo no meu celular, apenas 5 minutos para o embarque – Como nós vamos mandar fazer os ternos? Com você longe e eu...

– O casamento é sexta, não é? – Ele assentiu – Ótimo no máximo segunda eu já volto, vou aproveitar e ver algumas coisas na nossa sede lá, em dois dias nós resolvemos os ternos, agora eu tenho que ir.

Nos despedimos rapidamente e eu fui em direção ao embarque, no exato momento em que a voz chamando para o voou ecoou no aeroporto, entrei no avião em alguns minutos depois de passar por todos os procedimentos, consegui dormir durante metade do voou que foi de aproximadamente 7 horas, almocei no avião mesmo e quando chegamos depois de fazer quase os mesmos procedimentos que em Boston, peguei o primeiro taxi e fui para o hotel, não era o mesmo que o de Fran mais já estava tarde então fui para o mais próximo.

Consegui um quarto no hotel que eu sempre vinha para Paris, era uma cidade incrível e linda, só vim umas 4 vezes, mas mesmo se ficasse anos por aqui acredito que não conseguiria conhecer todos os lugares, pedi o jantar no quarto e liguei a televisão, tomei um banho rápido e troquei de roupa o jantar chegou logo depois, peguei o telefone discando o numero da casa da Elena.

– Oi. – Reconheci imediatamente ser a voz de Bella.

– Você já está atendendo os telefonemas é mocinha? – Ela riu e chamou pelo irmão que demorou um tempo para chegar ao telefone.

– Oi papai. – Ele falou animado.

– Eu sei bebê, o papai só ligou pra dar boa noite, agora nós eu só vou jantar e dormi, e você também. – Eles resmungaram um pouco.

– Mas está tão cedo, papai. – Bella falou, olhei para o relógio e considerando o fuso horário realmente era bem mais cedo lá.

– Tudo bem, mas é pra dormir quando sua mãe mandar. – Mandei sentando na pequena mesa de jantar, pegando a comida.

– Nós vamos, sabe a peça? Nós já vamos ensaiar, papai. – Eles começaram a falar sobre a peça e eu deixei o celular no viva-voz enquanto jantava.

– Com quem vocês estão conversando? – A voz distante da Elena se fez presente – Oi, quem é?

– Vou dar três dicas: olhos azuis, tenho relação genética com eles e...

– Damon – Ela me interrompeu – Era só ter dito “oi”, conheço sua voz.

– Fico feliz, pode me contar como está foi a reunião? – Ela falou alguma coisa com os gêmeos.

– Acho melhor deixar isso pra amanhã, eles não querem perder nem um segundo da sua voz. – Um barulho e o telefone voltou para os gêmeos, conversamos por mais um tempo e quando eu terminei de jantar tive que desligar.

– Obedeçam a mãe de vocês e durmam bem, o papai ama vocês. – Eles suspiraram antes de responder.

– Também te amamos.

Guardei o celular no criado-mudo e me deitei, o clima frio me fez me enrolar em três lençóis, esperei o sono chegar, oque não demorou muito já que realmente eu estava exausto pela viajem, ficar sentado por tanto tempo acaba com você, assim que consegui esvaziar minha mente consegui dormir.

–––

Acordei com meu celular tocando, me sentei na cama assustado pegando o celular rapidamente, deslizei o dedo na tela atendendo a chamada.

– Alo? – A voz um pouco assustada de Elena me fez despertar – Damon?

– Aconteceu alguma coisa? – Perguntei um pouco preocupado.

– Não só que... eles acordaram de um pesadelo e não param de chorar e me pediram pra ligar pra você, desculpe se te incomodei. – Ela parecia um pouco envergonhada.

– Tudo bem, pode dar o telefone pra eles? – Um ruído longo e depois o chorinho deles foi ouvido – EI, não chorem meu bebês, foi só um sonho ruim.

– Mas... papai, eu... não... quero... mais... dormi... – Bella soluçava.

– Vai dormi sim, princesa, a mamãe está do lado de vocês, e o papai pode não estar ai, mas está pensando em vocês, então vocês não vão ter mais pesadelos, tudo bem? – O barulhinho foi parando aos poucos, ouvi a voz de Elena falando algo pra eles por um tempo, mas não distingui oque.

– Nossa... – Elena voltou a falar – Eles voltarão a dormir... será que um dia, eles... vão ser assim comigo?

– Tenho certeza, eles ainda estão se acostumando com você, quando o fizerem tenho certeza que eles vão ficar tão confortáveis quanto ficam comigo. – Ela riu um pouco, eu amava o som da risada dela.

– Obrigado, você já falou com... ela? – Levei um tempo para conseguir entender, quem era essa ela.

– Ainda não, a viajem foi longa e eu preferi dormir no hotel próximo do aeroporto, amanhã eu vou lá no hotel dela. – Ela fez um barulho com a boca que eu não soube oque significava.

– Então eu vou desligar, boa noite. – Ela falou um pouco mais baixo.

– Boa noite. – Deliguei o celular e o coloquei novamente no criado-mudo, voltei para debaixo da cobertas e dormi tão rápido quanto a primeira vez.

***

Acordei algumas horas depois, o Sol já tinha nascido porem o frio ainda permanecia, tomei mais um banho, dessa vez bem mais demorado, coloquei uma roupa bem quente, desci até a recepção do hotel e fiz o meu check-out, fui a minha cafeteria favorita e tomei um café da manhã delicioso, apesar de não falar francês eu me virava para conversar o necessário com as pessoas.

– Quelque chose d'autre monsieur? – Uma jovem perguntou com um pequeno bloco nas mãos.

– Non, seul le compte, se il vous plaît. – Ela assentiu com um rápido sorriso.

Alguns minutos depois ela voltou com a conta, paguei e fui embora, na minha mala só tinha o estritamente necessário, algumas roupas, o carregador do celular, o passaporte, documentos, produtos de higiene e uma foto dos gêmeos, nada mais.

Peguei o primeiro táxi e passei o endereço do hotel aonde Fran estava, era um pouco longe e tinha certo congestionamento, demorei 45 minutos para chegar lá, paguei e dispensei o táxi entrando no hotel, era grande e elegante, demais pro meu gosto, muitas coisas sem utilidade, como o enorme lustre de cristal no centro, que ironicamente eles nunca acendem, andei até a recepção, aonde um homem vestido em um terno impecável estava parado.

– Comment puis-je vous aider, monsieur? – Ele me olhou como se procurasse saber se eu era rico, pareceu gostar de mim provavelmente por eu estar bem vestido. (Tradução: Como posso ajuda-lo senhor?)

– Mon nom est Damon Salvatore, aimerait prendre la parole à l'invité Francesca Bordini.– Ele pegou o telefone ligando provavelmente para o quarto depois pegou um caderno. ( Tradução: Meu nome é Damon Salvatore, gostaria de falar com a hospede Francesca Bordini.)

– Elle boit du café dans le restaurant de l'hôtel. – Ele apontou para um restaurante, agradeci caminhando até lá. (Tradução: Ela está tomando café no restaurante do hotel.)

Caminhei lentamente até o restaurante, passei por um homem que estava parado na entrada ele não disse nada quando passei por ele, vi Fran sentada em uma das mesas, a ultima no canto esquerdo, um homem estava sentado diante dela, ele segurava sua mão amorosamente e ela ria, andei até eles parando ao lado da mesa, Fran se assustou me olhando.

– Qui est-ce, mon amour? – Ele perguntou para ela que se levantou rapidamente me puxando pelo braço.

– Un ami, je vais lui parler et je serai de retour, chère. – Ela falou enquanto ainda me puxava restaurante a fora até o elevador.

– Quem é ele? – Questionei enquanto ela passava a mão nos cabelos nervosa, ela não respondeu até que o elevador abriu ela me puxou novamente até um dos quartos e se jogou no sofá – Quem é ele?

– Um amigo, ele não fala nossa língua, por isso não te cumprimentou. – Ela tentou se explicar, dei uma risada seca e ela me encarou.

– Ele pode até não falar nossa língua, mas eu entendo a dele, ele te chamou de “amor”. –Ela suspirou se levantando.

– Não é...

– Nada disso do que eu estou pensando? Por favor, não diga isso. – Ela assentiu mordendo o lábio inferior e se levantou.

– Você quer a verdade? – Assenti – Ok, ele é meu namorado, feliz?

– Nem um pouco, que historia é essa? Oque você está dizendo? – Aumentei a voz, sentindo minha cabeça ficar confusa.

– Quer que eu seja mais clara? Acho que não dá, ele é o meu namorado, só isso. – A olhei incrédulo tentando intender.

– Isso não é assim? Seu namorado? Mas nós...

– Estávamos juntos? Realmente? Não, você nunca superou a Elena, sempre que eu sugeria um divorcio você fugia, você jamais seria totalmente meu, nunca iriamos nos casar Damon, queria que eu vivesse assim? – Ela andou até mim tentando segurar meu rosto, me afastei saindo de perto dela.

– Você estava vivendo assim, porque ago... a quanto tempo? – Tentei me manter calmo, mais era impossível.

– A quase um ano. – Peguei um copo que estava em cima de uma mesa e o joguei na parede tentando extravasar a raiva oque não ajudou em nada.

– Eu deixei você perto dos meus filhos, eu deixei você entrar na minha vida, eu deixei você ficar na minha família, como você pode me trair? Eu não quero nunca mais te ver... – Peguei a mala que já estava no chão.

– Damon não finja que se importa tanto assim, a Elena é mais importante pra você do que jamais fui, e jamais serei, tudo que eu fiz foi seguir minha vida, só não queria perder as crianças. – Como eu queria que ela não fosse uma mulher, para poder extravasar minha raiva.

– Eu achava que você fosse valer a pena, mas não... – As lagrimas nos meus olhos começaram a arder, mas eu não derramaria nem uma única por ela – Nunca mais chega perto da minha família, você é doente, você não só me traiu, você ficou comigo pelos meus filhos, fez com que eu fizesse minha mulher me odiar, me convenceu que eu deveria seguir em frente sem a Elena, eu acreditei em você, Deus como eu fui tão idiota? Eu acreditei em você, porque? Como você conseguiu isso?

– Não foi difícil, você estava machucado e implorando por alivio, para se libertar, eu só fiz isso, te mostrei um jeito. – Ela falou normalmente, segurei seu braço com força.

– Nunca mais chegue perto de mim, da Elena, ou dos meus filhos, se eu voltar a te ver, não respondo pelos meus atos, eu estou sentindo tanto nojo. – Peguei a mala me virando em direção a porta.

– Eu quero me despedir... dos gêmeos, quero pegar minhas coisas, me despedir das pessoas. – Ela murmurou começando a soluçar, me virei forjando um sorriso amistoso.

– É claro, as pessoas te odeiam, os gêmeos não vão sentir sua falta, e suas coisas? Tudo naquela casa foi comprado com meu dinheiro, então eu vou tacar fogo em cada roupa, cada perfume seu, cada coisa que você escolheu para aquela casa, e... é engraçado que antes de vir você tenha pedido para eu não te decepcionar, porque você não só me decepcionou, você me quebrou. – Sai pela porta batendo a mesma com força, entrei naquele maldito elevador que pareceu levar anos para finalmente abrir no térreo.

Andei a passos largos para o lado de fora, nenhum táxi passava, e comecei a andar em direção ao aeroporto a pé mesmo, não queria passar nem mais um segundo aqui, quando o primeiro taxi passou eu dei sinal e corri pra dentro, tentei parar de pensar, mas sempre que eu fechava os olhos pensava como seria se ela não tivesse aparecido na minha vida, eu teria me virado, com certeza, oque me trouxe de volta foi o toque do meu celular.

– Alô? – Tentei manter a voz calma, não acho que tenha funcionado.

– Damon? Você está bem? – A voz de Elena pareceu ficar preocupada.

– Eu estou voltando, será que você pode pedir para o Klaus ou o Stefan me buscar no aeroporto? Meu carro está em casa. – Ela murmurou um “espera” mas não foi pra mim, provavelmente para as crianças.

– Tudo bem, mais oque aconteceu? Você está bem? – Sorri assim que o taxi parou diante do aeroporto.

– Prefiro contar pessoalmente. – Entrei no aeroporto, indo até a agencia.

– Ok. – Ela desligou o telefone e entrei na agencia.

Adiantei minha volta para o primeiro voou, uma desistência me conseguiu um lugar no voou que sairia em 20 minutos, fiquei sentado na sala de embarque até que fizeram a chamada para o meu voou, tentei dormir, mas não consegui, dormir seria bom demais, eu deveria ficar me remoendo por dentro, e me perguntando o porque de eu conseguir ser tão idiota? E tão cego? Céus, eu fui a pessoa mais retardada que já pisou no planeta terra, e jamais conseguirei reparar meu erro, essa certeza é oque acaba comigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente to de fic nova, já vi alguns de vocês por lá mais para quem ainda não viu esse é o link:
http://fanfiction.com.br/historia/602835/Broken_Promisses/

Espero vocês lá, e pra quem já acompanha o segundo capitulo sai esse final de semana.
Pessoas queridas, calma que eu ainda vou derrubar muitos forninhos com Delena daqui a pouco, mas agora vamos nos concentrar em o Damon tentando reparar seu erro.
Beijos e até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Enquanto você dormia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.