20 de setembro de 2009

Terminei de ninar Miguel e o coloquei no berço dele, dei alguns passos pra traz olhando Isabella dormindo tranquilamente no berço dela, depois de quase 2 horas consegui fazer ambos dormirem, sai na ponta dos pés fechando lentamente a porta.

– Eles dormiram? - Damon perguntou assim que eu entrei no nosso quarto me jogando na cama.

– Sim, depois de três trocas de frauda e duas amamentações eles pegaram no sono. - Estava exausta, nunca imaginei que ter gêmeos seria tão complicado.

– Bom mamãe, se prepare só tende a piorar. - Ele brincou se sentando na cama atrás de mim e fazendo uma massagem em meus ombros.

– Então se prepare papai, porque quando eles acordarem é sua vez. - Ele fez uma careta saindo de perto de mim e indo até a estante de livros do quarto.

– Você viu meu álbum de fotos dos gêmeos? Tenho que colocar essas fotos. - Ele me mostrou duas fotos deles chorando, os dois vermelhinhos.

– Você sabe que quando eles crescerem vão querer se livrar de todas essas fotos. - Ele revirou os olhos e continuou procurando.

– Ai eu vou ser o pai chato e velho que vai falar pra eles “Seu velho pai precisa das lembranças de vocês em fotos por que minha memória já esta falhando” – Ele brincou sorrindo, como eu amo quando ele sorri – Acho que esta no quarto deles.

– Nem pensar! – Pulei da cama e o impedi de sair do quarto – Levei 2 horas pra fazê-los dormir nem em sonho você vai acordar eles, ninguém entra naquele quarto.

– Está brincando comigo? - Ele perguntou indignado.

– Não duvide da força de uma mãe exausta. - Abri meus braços colocando um em cada extremidade da porta impedindo sua passagem.

– Então vá você. - Ele fez seus olhinhos pidões que em dias normais eu iria ceder mas não hoje.

– Ninguém entra naquele quarto Damon! Meus bebês precisam dormir e a mãe deles também. - Fiz um bico e ele assentiu me dando um selinho rápido.

– A mãe deles está com sono é? - Ele perguntou colocando as mãos na minha cintura.

– Sim, muito sono. - Coloquei a mão em volta do seu pescoço.

– Então ela pode dormir, enquanto eu pego o álbum. - Ele me soltou e passou pela porta indo em direção ao quarto dos gêmeos.

– Damon por favor! - Pedi e ele fez sinal para eu falar baixo.

– Vai acorda-los , fala baixo querida.

Ele abriu a porta devagar e acendeu a luz, foi a passos leves até a mesinha que tinha as coisinha deles, pegou o álbum e veio lentamente até mim.

– Pronto? - Perguntei quando ele chegou até mim.

– É só apagar a luz. - Ele deu de ombros, passou o braço em direção a Interruptor assim que apagou a luz deixou o álbum cair no chão.

E dois pequenos anjos começarão a chorar descontroladamente, Damon fez uma carinha de “Ops”, pegou o álbum e tentou sair de fininho, segurei sua blusa pela gola.

– Nem pense nisso – O puxei para perto levando para dentro do quarto – Você fez a bagunça agora arruma.

– Como? - Ele perguntou me olhando beirando o desespero.

– Eu é que sei? – Dei de ombros igual ele tinha feito antes – Se vira, eu vou dormir.

– Mas...

– Boa sorte. - Sai do quarto das crianças que faziam um barulho ensurdecedor, fechei a porta e fui até meu quarto me jogando na cama e colocando um travesseiro para proteger cada um dos meus ouvidos.

Fechei meus olhos por 2 minutos e logo pude ouvir os choros das crianças e os apelos de Damon pedindo para que eles se acalmassem, tentei dormir mas eu não consegui parar de pensar e ouvir os choros e gritos.

– Elena, me ajuda! - Ouvi o grito de Damon e me levantei rapidamente e corri em direção ao quarto dos bebês.

– Oque foi Damon? - Perguntei assustada vendo ele segurando os dois bebês um em cada braço.

– Não é fome, e não é frauda, oque eu faço? - Peguei Miguel do seu braço e comecei a nina-lo.

– Eu não sei, fica aqui vou ligar pra minha mãe. - Coloquei Miguel no berço e corri até o telefone discando o numero da minha mãe.

– Oi querida. - Minha mãe falou assim que atendeu.

– Mamãe, Miguel e Isabella não param de chorar! Não é frauda e nem fome – Falei quase em desespero e minha mãe riu.

– Do que você esta rindo mamãe?

– Querida os bebês não choram só por frauda ou fome, talvez seja cólica – Ela continuou rindo e meu coração se apertava enquanto eu ouvia meus filhos chorando – Você ou o Damon podem vir aqui? Eu tenho um remédio que ajuda.

– Claro mãe, eu já vou. Desliguei rapidamente o telefone, minha mãe não morava longe, não muito mais que um quilometro de distância.

– Aonde você vai? - Damon perguntou assim que eu entrei no quarto das crianças que estavam vermelhas de tanto chorar.

– Pegar um remédio para as crianças na casa da minha mãe – Procurei no bolso dele as chaves do carro – Volto em 10 minutos.

– Esta bem, mas oque eu faço até lá? - Dei um beijo na cabeça de cada um dos meus anjinhos, e depois um selinho em Damon.

– Não sei, só não deixa eles ficarem muito vermelhos por favor – Ele assentiu colocando Miguel no berço e pegando a Isa – Eu te amo.

– Eu também te amo. - Sai de casa rapidamente entrando no carro.

Levei uns 10 minutos até chegar na casa da minha mãe, já que pra chegar lá eu só tinha que passar por uma estrada e por uma ponte, e de noite não tinha nenhum carro na rua.

– Oi mãe. - Falei assim que entrei na casa, minha mãe estava sentada no sofá com Jeremy meu irmão mais novo e Bonnie a namorada dele e também uma de minhas melhores amigas.

– Oi meu amor. - Ela falou levantando e me dando um abraço.

– Fala maninha. - Jeremy me cumprimentou se esticando no sofá.

– Fala maninho, como está? - Perguntei só por educação já que estava com muita pressa.

– Na verdade eu estou ótimo, lembra da...

– Desculpa Jer, mas eu realmente não estou nem um pouco interessada na sua vida agora, tenho dois bebês chorando desesperados – Ele me mostrou a língua – Que maduro Jer, como você aguenta Bonnie?

– Nem eu sei. - Ela deu de ombros e ele a olhou surpreso.

– Como é? - Jeremy falou e ela só deu de ombros.

– O código da amizade me diz para ficar sempre do lado da minha melhor amiga. - Comecei a rir e Jeremy ficou sem ação.

– Como é? Mas você...

– Por mais que eu ache essa briga fofa eu tenho que atrapalhar, lembra duas crianças chorando quase morrendo dor, sabe nada de mais. - Jer mostrou a língua novamente e dessa vez eu fiz o mesmo.

– Nem acredito que uma já é mãe e outro está no caminho – Minha mãe falou e Bonnie ficou envergonhada – Bem, aqui está o remédio.

– Quantas gotas? - Perguntei ao ver que o remédio era liquido.

– Duas pra cada um, se você achar que é muita dor, de uma terceira. - Concordei com a cabeça.

– Obrigada mãe, não sei oque seria de mim e dos meus filhos sem você. - A abracei com força.

– Você seria uma péssima mãe e levariam as crianças – Jeremy falou em tom sarcástico – Brincadeira maninha.

– Quando você tiver filhos eu vou descontar tudo isso. - Ele só deu de ombros.

– Vai minha filha, seus filhos estão te esperando. - Minha mãe falou em um tom amoroso.

– Tchau mamãe – Dei um beijo na sua bochecha – Tchau Bonnie, Tchau namorado chato da minha melhor amiga.

– Tchau Lena. - Bonnie falou com seu tom meigo de sempre.

– Tchau mãe dos sobrinhos mais lindo do mundo. - Jeremy falou sorrindo.

Sai da casa e entrei no carro novamente, por alguma razão tinha mais carros que o normal, peguei um outro atalho já que meus bebês precisavam do remédio o mais rápido possível, era uma estrada de terra que cortava caminho.

– Esse remédio é mesmo para crianças? - Perguntei a mim mesma olhando para caixinha do remédio.

Assim que voltei o olhar pra estrada vi dois faróis acesos no máximo vindo em minha direção, virei o volante para esquerda e o carro derrapou, voltei o volante para direita e o carro bateu contra um poste, tudo foi muito rápido tudo que vi foi o outro carro vindo na minha direção e depois tudo ficou preto, na total e completa escuridão.