Quando o dia amanheceu, o loiro se levantara antes que Chen. Como ele já descobrira o jeito de como vencer o primeiro teste, queria treinar antes para concluir com perfeição. Depois de um tempo, o panda acordara, e o garoto já estava treinando. Mas com o que ele se surpreendera, era que Ralph estava aprendendo a dominar o desafio daquele teste, sendo que ele não soubera que fora seguido.

– C – Como? – O panda fitava o garoto, que treinava lançando rajadas de vento contra ele mesmo e as devolvia com extrema facilidade. – Já está dominando?

– Ah, bom dia. E sim! – O loiro levantou os braços numa empolgação de criança. – Eu já sei como realizar e finalizar esse teste!

– Isso é só confiança. Só pode. – Questionou o panda. – Como conseguiu aprender a fazer isso se ontem não conseguia devolver uma única rajada de vento. A menos que... – O garoto deveria ter seguido ele, só podia ser aquilo, mas como conseguira no meio daquela negritude da floresta? – Você me seguiu?

– Isso não tem importância! Vamos terminar com isso! – Ralph demonstrava ansiedade e entusiasmo. – Quero saber qual será o próximo desafio!

– Não tenha tanta confiança, seu moleque. – Alertou o panda. – Ainda não está em um campo cheio de balas de vento rodando por todos os lados. Não se superestime.

– Acho que quem está fazendo isso é você. – Respondeu o loiro, determinado. – Estou plenamente confiante de que já posso terminar esse teste!

– Então vamos ver. – Provocou o panda, se dirigindo para a mesma estátua de rosto com a boca aberta. – Prepare-se.

O loiro se preparou mudando de pose. Chen apertara o mecanismo de lança vento. Enquanto a estátua absorvia o ar, Ralph mantinha seus olhos na estátua. Ele está muito concentrado. Deduzira o panda. Será que ele realmente me seguiu e aprendeu a como passar nesse desafio?

Assim que a espera acabou, a estátua começou a lançar as rajadas de vento contra Ralph, que desviou das primeiras, mas de propósito. Chen não sabia o que ele queria fazer. O que ele estava tramando?

De repente, as outras estátuas também foram acionadas, e assim, o campo de tiros de vento iria aparecer de novo. E sendo assim, várias balas de vento surgiram atrás de Ralph, e como eram rápidas, já estavam se aproximando dele, mas antes de acertarem, ele fez um movimento suave com os braços e mudou a trajetória das rajadas de vento, fazendo com que elas acertarem as estátuas. Chen estava chocado. Ele fizera a mesma coisa que o panda na noite passada.

– Seu... Seu trapaceiro! Você me seguiu e espiou as minhas técnicas! – Berrou o panda para o loiro, enquanto ainda dominava outras rajadas de vento que se aproximavam dele.

– O quê?! Trapaceiro? – Retrucara o garoto, indignado pela ofensa. – Posso dizer que isso poderia ser uma parte do teste, seu panda burro!

– Parte... Do teste? – Chen nem escutara a ofensa do anjo.

– Fala sério. – Resmungou Ralph, ainda desviando os tiros de vento. – Eu vou acabar com isso! – Decidido, o loiro tinha uma ideia em mente. Com a concentração focada, ele ignorou o panda. Só se concentrou nas rajadas de vento, e em seus alvos: as próprias estátuas. Sim, ele iria destruir todas. Como uma dança, Ralph fez movimentos suaves direcionando as balas de vento contra as estátuas, com perfeição (e o pior era que ele mal estava vendo as estátuas). Para encerrar a “apresentação”, o loiro reuniu todas as faixas de vento que dançavam e saltitavam pelo ar e ele girou rapidamente, como um tornado, sendo rodeado pelas faixas de vento. E com incrível precisão, ele acertou todas as estátuas presentes da sala do templo de uma vez.

– Eu... Eu não acredito. – Chen estava surpreso, assustado e chocado ao mesmo tempo. – Ele passou no teste, e ainda foi melhor do que eu. Melhor do que eu poderia pensar.

Ralph parou de girar e caiu no chão. Ele começou a rir.

– Eu... Eu passei! Eu passei! – Ele comemorava berrando para o templo. – Eu passei no primeiro teste!

– Ora, ora. Pare com isso. – Retrucou o panda. Quando o loiro se levantou, Chen soltou um pigarreado para chamar a sua atenção. – Bem... Você passou nesse teste com perfeição. Parabéns.

– Obrigado! – Ralph retribuiu com um sorriso. – Tudo graças a você.

– Ahá! Eu sabia! Você me seguiu! Seu espiãozinho! – Chen fez uma pose de “Você se confessou! Eu sabia disso desde o começo!”, o que fez o loiro se questionar. Esse é com certeza um panda burro. Eu já tinha falado isso antes.

– Você trapaceou! – O panda se fez de durão. – Apesar de você ter se saído melhor do que eu.

– Qual é! Eu o segui de noite nessa floresta escura apenas seguindo a brisa do vento! Foi por puro esforço! – Retrucou o loiro, sabendo que ele não estava errado. – Você disse que antes queria que me avaliar se eu era como os outros, e eu provei que não sou, então eu queria arriscar de querer aprender com você sendo seguido.

– Mas... – Chen não poderia negar, mas o garoto estava certo. Tudo aquilo fora mérito dele. Ele realmente era especial. – Como você fez aqueles movimentos tão suaves para acertar todas as estátuas de uma vez?

– Ah... Eu sei lá. – Ralph coçou a cabeça, tentando pensar em uma resposta. – Só achei que seria legal fazer isso.

– Só... Achou... Legal?! – O panda não conseguia acreditar. Como um moleque como esse pode achar legal um treinamento desses? Ele estava todo ralado ontem, mas de algum jeito, não estava querendo quebrar tudo ou desistir, mas sim de vencer isto como puro esforço!

Chen soltou um suspiro. Ele não queria mais tentar entender aquele garoto.

– Ah, tudo bem. Você passou. Vamos prosseguir com o treinamento.

– Legal! Legal! O segundo teste! – Ralph não se segurava de exaltação. – Mal posso esperar!

– Ei, para de se exaltar. Assim você me mata de vergonha. Ande. Vamos sair daqui. – Chen apanhou a Vingadora Indomável e seguiu para a saída do templo.

– Ué. Não vai ser aqui? – Questionou o loiro.

– Não. O local do seu segundo teste será em um lugar diferente. Um desfiladeiro.

– D – Desfiladeiro?