Ralph e Chen sobrevoaram a base das rebeliões de Gabriel. Dali de cima, o loiro pôde ver um pouco mais de como era o Primeiro Céu. Era realmente um lugar de tirar o fôlego. Aonde eles estavam, era o pico de uma fileira de vulcões, e deles, saía trechos de fumaça e enxofre. Um pouco mais a frente, tinha uma cadeia de desfiladeiros, que se estendia por uma vasta região, que tudo aquilo parecia ser um deserto de desfiladeiros.

Enquanto sobrevoavam a cadeia de vulcões, Ralph percebeu que na direção na qual estavam indo o cenário era mais derivado. Por incrível por pareça, depois das fileiras de vulcões, havia inúmeros lagos com água cristalina, e enormes poços. Ali, a grama era escura e molhada. À esquerda, picos de pedras enormes decoravam o céu como arranha-céus. No outro lado havia uma enorme ravina, o que havia ali dentro ninguém sabia por ser tão escuro. E o loiro percebeu que os dois estavam indo para uma floresta.

– Puxa! Que lugar! É como ver partes do mundo em um só local!

– Pois é. Esse é o Primeiro Céu, o Tártaro. Este é o lar dos Ishins. – Explicou Chen. – Já sabe para onde estamos indo?

– Para aquela floresta ali na frente? – Deduziu o loiro.

– Exato. Será ali nosso local de treinamento. – Disse o panda.

– Porque aqui se chama Tártaro? – Perguntou o loiro, curioso. – Se bem me lembro, esse nome significa...

– O Primeiro Céu é conhecido pelas inúmeras fileiras de vulcões. Aquela fileira em que passamos é só uma de milhares.

– Nossa. Nem imagino o que seria na Terra se tantos vulcões estivessem juntos.

– Devia ver como é o espetáculo deles explodindo todos juntos... – Comentou Chen, um pouco distraído. – É uma beleza de se ver!

O loiro soltou uma risada.

– E aquela cadeia de desfiladeiros? – Ralph perguntou de novo. Mas aquilo não parecia incomodar Chen. – Mais para frente parece ser um deserto...

– Isso é só o ponto de vista. – Expressou o panda. – Na verdade é um labirinto de abismos e precipícios. Ali é um lugar perigoso que se estende por todo o Local da Terra.

Os dois finalmente haviam pousado na floresta.

– Bom, vamos andando. – Disse o panda. – Quanto antes começarmos, melhor.

Ralph deu uma boa olhada na floresta ao seu redor. As árvores eram enormes, pré-históricas, com picos de ramos de folhas que pareciam tocar o céu. Havia também flores e frutos exóticos que o loiro nunca vira. E a floresta transmitia uma sensação tranquila e relaxante.

– Bom, acredito que você irá perguntar que floresta é essa. – Precipitou o panda. – Esta, é a Floresta dos Sonhos.

– Floresta dos Sonhos?

– Isso. Se você for muito descuidado, vai se perder muito fácil por aqui.

– Mas então, é uma floresta comum...

– Não. Não foi isso o que eu quis dizer. Se perder, me refiro de desaparecer por completo.

– O quê? Como assim?

– Que cabeção. Veja essas árvores. São muito antigas. Nasceram antes da criação de Adão e Eva. E continuam aqui até hoje.

– Uau. Eu percebi que são diferentes.

– Mas essa floresta tem um encantamento que prende os inimigos. Ela pode ser bonita, mas é perigosa.

– Mas como ela funciona? Digo, esse encantamento?

– Podemos dizer para quem é muito burro para pensar em alguma coisa boa. – Disse o panda, o comentário fez o loiro rir. – Um exemplo disso são os demônios.

– Entendi. É como uma defesa natural contra seres demoníacos. – Expressou o garoto, olhando ao seu redor. – Como isso é bonito.

– Nossa. Agora até eu fiquei sem palavras. – Murmurou o panda. Surpreso com as palavras daquele garoto. Como ele podia ser tão expressivo e sincero com todo mundo?

Os dois caminharam pela floresta até chegarem em um templo. Ele parecia ser muito velho, várias raízes se prendiam sobre a construção.

– Chegamos. – Disse Chen, subindo os velhos degraus de pedra do templo. – Este é um antigo Templo de Anjos do Vento.

– Percebi. – Ralph deu uma olhada no interior no templo. Mesmo estando quase tudo rachado e escuro pelo pouco contato da luz do sol com a floresta, ainda dava para perceber que o chão era feito de puro mármore. Os pilares que sustentavam o templo tinham formatos em espirais, onde grandes pedras em forma de cilindro ficavam no centro de cada pilar, o salão era vasto. E em cada parede, havia estátuas de rostos, como máscaras, todas com as bocas abertas. – O que são essas estátuas?

– Não são estátuas. – Explicou o panda. – São mecanismos que lançam rajadas de vento contra os inimigos. É por essa razão que estamos aqui.

– Como assim?

– Se não entendeu até agora, então eu vou te resumir. – Disse Chen. – Vamos começar um treino com a sua aura para você dominar a sua espada.