Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro


Capítulo 33
Capítulo 33 - Ralph retorna


Notas iniciais do capítulo

Descendo dos céus para se preparar pra um novo confronto!



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Enquanto retornavam para a casa de Ralph, ele quis saber mais coisas sobre Gabriel com seus companheiros (mesmo que Nesse e Mariah eram considerados seus subordinados, ele ainda os tratava como os seus amigos.). Ralph seguia na frente, como todo capitão seguia junto com seus acompanhantes.

– Então, queria saber sobre a espada que Gabriel tem presa sobre a bainha. – Ralph se lembrara de quando ele estava com Gabriel. – Ela tem algo de interesse?

– Se ela tem?! – Mariah fingia estar surpresa. – Aquela espada não é nada menos que uma das três espadas mais fortes de todos os anjos.

– Nossa! – Ralph ficou pensando o quanto Gabriel poderia ser forte além de ser um arcanjo.

– O nome dela é Flagelo de Fogo. – Explicou Nesse. – As chamas que estão sobre a folha da lâmina nunca se apagam.

– Mas Gabriel nunca a usa pra uma luta comum. – Continuou Mariah. – Seu poder está além da compreensão.

– Incrível. – Ralph engoliu em seco. Mas havia outra coisa que queria perguntar.

– Só mais uma coisa: porque Gabriel fica tanto tempo meditando?

– Ah, sei lá... – Mariah pensava em uma resposta. – Passatempo de arcanjos? – Ela falava sarcasticamente.

– Mariah! – Nesse corrigiu a amiga. – Ele sempre se mantém em harmonia, por isso ele sempre está calmo.

– Isso seria a outra coisa que eu ia falar. – Retrucou Mariah.

– Não ia, não. Nem quero pensar o que Gabriel faria conosco se ouvisse isso. – Nesse estava com remorso.

Ralph caiu na gargalhada até chegarem na casa dele.

Chegaram finalmente na casa de Ralph no meio da tarde. Ralph estava ansioso e apreensivo. Por fora parecia extremamente normal, a casa já estava fechada pois já iria escurecer. Ralph bateu na porta chamando a sua mãe.

– Mãe! Abra! – Depois de duas batidas, ele ouviu passos lá dentro.

Dona Melly apareceu de avental e, ao ver o filho, foi logo abraça-lo de alegria.

– Ralph! Que bom que está bem! – Já fazia algum tempo que alguém não o chamava pelo apelido. – Vamos, entre!

– Oba! Vai ser divertido ficar aqui por mais um tempinho. – Comemorou Mariah, deixando Nesse quase constrangido.

– Mas como você é chata. – Comentou Nesse.

– O quê? Gabriel me disse que eu tinha que ser sincera. – Mariah se fez parecer de nervosa. – Você por acaso não concorda com isso?

– Eu... Ah, deixa pra lá.

Ralph começou a rir de novo. Realmente seria bom recomeçar a vida normal, pensava Ralph. Bem, mais ou menos. Ralph parou de rir quando uma pessoa familiar se aproximou da porta ao lado de Gotay.

– Olá, Ralph.

– O quê? Você? Mas... Eu...

– Deixa disso, Ralph. – Gotay deu um pulo e Ralph o abraçou. – Ela já não tem mais medo.

Exato. Era incrível, mas toda vez que Ralph a via, ele ficava tão vermelho quanto pimentão e também ficava muito sem graça. Uma brisa apareceu e carregou os longos cabelos vermelhos- castanhos da garota. Que estava toda sorridente para Ralph. Ela o olhou de um jeito que ele quase largou o Gotay dos braços.

– É muito bom te ver de novo. – Era Isabelle.

Todos entraram para contar as novidades. Ralph estava muito confuso para saber que até Belle não se assustava com Gotay.

– Bem... Isabelle eu... – Ralph não queria ser rude em perguntar o que ela fazia ali, além do fato dele não conseguir falar com ela sem gaguejar.

– Quer perguntar o que eu estou fazendo aqui, não é? – Isabelle entendeu a “pergunta” que Ralph fizera. Ela quase se derreteu, mas para afirmar, ele assentiu com a cabeça. – Sua mãe me deixou ficar aqui por um tempo. Meu pai sumiu, e minha casa está interditada.

– Isso mesmo, Ralph. – Concluiu Dona Melly. – Espero que não se importe se ela ficar aqui por um tempo.

– N – Não, tu – tudo bem. – Ralph não parava de gaguejar. – S – Sem problemas.

Ralph subiu para o seu quarto e chamou Nesse e Mariah para deixar as suas coisas lá. Mariah entrou primeiro no quarto, lá de dentro ela avisou: - Vocês dois. Eu vou tomar um banho no banheiro do Ralph.

– Certo. – Os dois responderam e ficaram esperando ela sair do quarto.

– Hoje você tá fraco, hein. – Comentou Nesse, com um sorriso que não agradava Ralph.

– O quê?! D – Do que você tá falando? – Mas Ralph já sabia qual seria o rumo do assunto.

– Ora, Isabelle é bem bonita, sim. – Nesse falou de um jeito que Ralph não queria imaginar se Mariah estivesse ouvindo. – Mas, você sabe as regras, né?

– Regras? Ninguém me disse nada. – Confessou Ralph, sincero.

– Bom, então lá vai uma delas. – Nesse falou com desdém. – Não podemos nos relacionar com humanos ou com nós mesmos. Isso só vai atrapalhar o que você estiver fazendo na Haled ou se estiver em uma batalha.

– O quê?! Mas... – Ralph respirou fundo. – Eu não sei como te dizer, mas eu nasci da minha mãe. Então isso significa que eu sou humano também, não é?

– Eu... – Nesse ficou surpreso. Esquecera desse detalhe. – Acho que exagerei com você não foi?

– Exagerou.

– O que você exagerou? – Mariah apareceu abrindo a porta do quarto de Ralph, liberando vapor de água quente. – Posso saber?

– Esquece, Mariah. – Nesse queria fugir daquele assunto o mais rápido possível. – Só estava contando pro Ralph algumas regras.

– Ah, isso você é realmente exagerado! – Mariah deixou Nesse, como digamos, no chinelo. – Andem, deixem suas coisas lá dentro e vamos descer.

Durante a janta, Nesse e Mariah não pararam de olhar para Ralph. Ele ficava cada vez mais constrangido pelo fato de Isabelle estar sentada perto dele.

– Então, Ralph. – Isabelle cortou o silêncio. – Aonde exatamente você estava?

– Bem, eu... – Ralph queria pensar em alguma coisa, ele se lembrou rapidamente de quando estava no hospital, e não queria passar por aquilo novamente. – Eu estava...

– Viajando. – Comentaram Mariah e Dona Melly ao mesmo tempo. Ralph quase toma um susto.

– Digo, nós três estávamos viajando. – Mariah tomou a dianteira. – Ralph ficou um pouco transtornado depois de um ocorrido e quisemos esfriar a cabeça dele.

– Entendo. Sua mãe me contou que você derrubou um cara por ele ter sequestrado ela. – Isabelle falou calmamente.

– Ah, sim. – Ralph hesitou um pouco. – Eu queria respirar um pouco...

Ralph nem percebeu que a TV estava ligada e naquele momento estava no telejornal.

– Ralph, venha aqui. – Dona Melly se levantou e seguiu para a sala. – Eu preciso que você dê uma olhada nisso aqui.

Todos se aglomeraram na sala enquanto o repórter fala na televisão.

Estamos aqui em frente à abandonada fábrica de cimento, onde está uma possível quadrilha que está roubando caminhões de areia. Pesquisas informam... – Dona Melly desligou a TV e olhou para o filho.

– Entendi, mãe. – Ralph pensava alto com ele mesmo. – Então tem alguma coisa a ver com essa fábrica.

– Porque tem alguém roubando caminhões de areia? – Isabelle se questionava por não saber de nada. – Tem tanta gente louca nesse mundo...

– Eu que o diga. – Comentou Mariah. – Eu que o diga...

– Nós precisamos ir lá investigar. – Esclareceu Nesse, olhando para Ralph, que assentiu.

– Não vai ser perigoso? – Dona Melly estava preocupada.

– Não se preocupe, Melissa. Nós três vamos juntos! – Confortou Mariah, mas ao ver a cara de Gotay, ela se corrigiu. – Quer dizer nós quatro!

– Porque vocês têm que ir até lá? – Perguntou Isabelle, curiosa. – Isso não tem nada a ver com vocês.

– Não acho que seja isso. – Ralph fitou os dois colegas, que se entreolharam, nervosos, eles não podiam deixar Isabelle saber daquilo.

Não estou entendendo. – Isabelle não dava o braço a torcer, e não daria mesmo depois de ver a cara dos outros se entreolhando, como que se estivessem escondendo alguma coisa. – O que vocês estão escondendo?

– Escondendo? Nada! – Ralph até ficou surpreso com ele mesmo por ele não ter gaguejado. – É que eu tenho um assunto a tratar lá com eles, nada demais.

– São os sequestradores? Devemos chamar a... – Isabelle foi interrompida por Mariah.

– A polícia? Ah, por favor. – Ralph e Nesse olharam nervosos para ela, que os ignorou. – Eles só vão atrapalhar, garota! Nunca viu seriados?

Isabelle ficou calada. Ralph ficou tão envergonhado que colocou as mãos na cara para não mostrar a vermelhidão que estava na sua cara.

– Acho que já chega! – Ralph agarrou o braço de Mariah e Nesse o seguiu para a direção no seu quarto. – Vamos dormir! Estou cansado da viagem!

– B – Boa noite. – Agora era Isabelle que gaguejava.

– Que foi, Ralph? Eu não disse nada demais! – Mariah se questionava com Ralph.

– Deixa de ser exaltada! Ela é humana, entendeu?

– Estranho você dizer isso. – Nesse comentou olhando na cara de Ralph. – É sério.

– Eu sei. – Ralph esfregou a cara com as mãos. Ele agora era o capitão daqueles dois. Ele precisava pensar em alguma coisa rápido para Isabelle não descobrir nada.

– Amanhã iremos cedo investigar a fábrica. – Ralph olhou sério para os dois. – Nesse, vá chamar o Gotay, precisamos dele aqui para o plano dar certo.

– Certo. – Nesse saiu pra fora do quarto e logo reapareceu com a pequena criatura azul.

– O que foi, Ralph? – Gotay perguntava curioso.

– Nós temos um plano. – Ralph fitou Gotay. – É isso o que foi.

Na manhã seguinte, os quatro saíram da casa bem cedo. E seguiram sorrateiramente até a fábrica. Ao chegarem lá, o portão central da fábrica estava completamente lacrado com a faixa amarela de polícia dizendo INTERDITADO – NÃO ENTRE. Os quatro logo sacaram que não poderiam entrar por ali.

– Ei, já sei! Gotay, você ainda se lembra da passagem do beco? – Ralph se lembrara que quando foram enfrentar Kleber eles entraram por uma estreita, mas discreta passagem em um beco na lateral da fábrica.

– Sim! Eu me lembro!

– Passagem? Você é realmente expert por aqui. – Elogiou Mariah. – Geralmente, se fosse comigo, eu incendiaria isso tudo para poder entrar.

– Mariah! – Retrucou Nesse. – Você está ficando louca?

– Nunca me chame de louca. – Esclareceu Mariah. – E não. Só estava brincando.

– Vamos parar de conversa e entrar logo de uma vez? – Ralph adorava mais do que ninguém as discussões daqueles dois. Mas naquela hora a coisa era séria.

Os quatro adentraram a fábrica pela passagem estreita do beco. De súbito, estava um pouco escuro, mas a brecha da passagem mostrou o que, supostamente havia lá dentro. Ralph tomou um grande susto.

Quatro diabretes estavam no que diria serem vigias daquela passagem e pareciam estar escondendo alguma coisa.

– O que são essas coisas? – Ralph estava chocado ao ver aqueles demônios, eram quase distorcidos, cheios de feridas pelo corpo, algumas em carne viva, cheios de pus. Nos seus rostos seus olhos vermelhos cintilavam no escuro. Além deles estarem fedendo a carne podre.

– Droga! São raptores! – Nesse assumiu posição de batalha. – São demônios que atuam na Haled procurando anjos!

– Pra quê?!

– Melhor não querer saber. – Mariah concluiu a conversa e olhou com nojo para os raptores. - Mas se eles procuravam anjos, eles acharam!

– Intrusos! Intrusos! – Falavam os raptores, sedentos. – Peguem eles!

– Mas nem a pau! – Ralph não iria se deixar ser pego por demônios tão feios e repugnantes quanto aqueles. Assumiu posição de batalha.


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Notas finais do capítulo

Agr se liguem nos proximos capitulos!