Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro


Capítulo 2
Capítulo 2 - Pânico no Hospital


Notas iniciais do capítulo

Ralph descobriu uma criatura azul e a levou para um hospital. Mas o agressor não dá o braço a torcer e inventa outra armação. O que Ralph vai fazer?



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– Ei! Eu fiz uma pergunta! Aonde você estava? E o que é isso?! – Ela apontou para a criatura azul irritada. Ralph nunca tinha conversado com uma garota antes, principalmente uma garota nervosa. Ele tentou acalma-la:

– Olha Belle. Eu não sei como explicar ... – Ele foi interrompido por um zumbido em sua mente. Tomou um susto, sem demonstrar. O zumbido começou a parecer uma voz. – Ei! Não fale sobre mim. Sim, eu sou a criatura. Meu nome é Gotay. E preciso da sua ajuda. Tente enrola-la para ela sair daqui. – Ralph não estava acreditando que estava conversando mentalmente com uma criatura que mal sabia o que era. Aquele estava sendo um dia muito louco para ele. E não sabia o que diferir o imaginável do real. Mas ele concordou em cooperar:

– Escute Belle, eu não sei como explicar isso, mas ... – Ele tentou pensar em qualquer coisa na sua mente. Qualquer desculpa que fosse. - ... Isto aqui é um gato que está em uma fantasia de gota de chuva e aquele cara estava tentando roubá-lo. Curioso, né? – Ralph estava olhando sem jeito para a garota, que olhava desconfiada para ele. Gotay estava constrangido. – Um gato fantasiado?! Essa é a pior desculpa já inventada. – O garoto estava suando frio, não sabia o quanto era difícil mentir pra uma garota, e ainda com alguém falando na sua mente. – Ei! Foi o que deu pra pensar, ok?!- Comentou mentalmente para Gotay.

Mas antes de Gotay responder, foi Belle que se manifestou. – Eu não acredito. – Ralph se espantou. – O que?! Ela não confia em mim?!- O garoto se sentiu mais surpreso do que magoado. O que deixou estampar na sua cara uma careta de dúvida.

– Ahá! Então era mentira! Pode me contando a verdade senão ... – Ela foi interrompida por um senhor que vestia uma jaleco de cirurgião. Que era muito mais alto que Ralph. Aparentava ter 50 anos. – Chega, Belle! Está fazendo muito barulho no hospital! – Belle se sentiu culpada e constrangida. – Desculpe, pai, mas eu ... – Ralph percebeu que as sardas da bochecha de Belle estavam vermelhas, o que lhe deixava mais atraente. – Sem “mas”. Quero que você venha comigo. – O nome do pai de Belle estava no jaleco. “Dr. Kima”. Era um dos cirurgiões mais famosos do hospital.

– C- certo. – Belle abaixou o tom de voz enquanto seu pai se distanciava, e se dirigiu novamente para o garoto. – Olha Ralph, eu acho você um garoto muito legal. E se você quer ser meu amigo, quero que me conte a verdade depois, tá? – Ela saiu da porta antes dele poder responder. Ele sentiu um alívio e um desconforto. – Hm, pelo menos ela quer ser minha amiga. – Comentou consigo mesmo.

Gotay deu uma tossida forte. Ralph virou sua tenção para ele, que não estava bem. – Gotay, você está bem? – Mas a pequena criatura não respondeu, apenas enviou mensagens telepáticas. – Sim ... Eu só ... preciso descansar. Ralph ... – Sua voz estava vacilando dentro da mente de Ralph. Ele percebera que Gotay se sentia exausto. Depois de uma longa pausa, a pequena criatura continuou. – Você ... precisa ... um ... an- anj... – Nessa última palavra, foi um chiado pequeno, que Ralph não entendeu de primeira. E após disso ele percebeu depois que Gotay estava dormindo. O garoto se sentiu na cadeira do lado da maca onde estava a pequena criatura. Ele estava tentando decifrar a mensagem. Anj. O que isso queria dizer? A única imagem que completava era... anjo.

Não muito longe dali, Kleber estava no apartamento onde o usava para espionar Ralph de perto. O apartamento era compacto. Tinha apenas a cama de solteiro, um pequeno guarda-roupa, e uma escrivaninha. Era também escuro e a única fonte de luz era da janela aberta. O sol estava forte, pois já era quase meio-dia. Seu tempo era curto. Ele se levantou da cama. – Hora de ir. – E pegou a jaqueta de couro preto que estava pendurada na cadeira em frente à escrivaninha.

Kleber desceu as escadas do apartamento e saiu em direção do hospital. – A diversão vai começar, sem dúvidas. – O apartamento não era tão longe do hospital, uns dois quarteirões, mas ele era rápido. E ainda não tinha ninguém nas ruas, estavam completamente desertas, fazendo parecer uma cidade mal-assombrada.

Isabelle estava com o pai na entrada do hospital. Dr. Kima estava de saída. E Belle não gostara daquilo. – Mas, pai ... – O pai dela a interrompeu novamente. – Não quero saber, Isabelle. – Ele raramente dizia o nome e não o apelido dela, o que significava que estava nervoso. – Eu preciso sair, e eu quero que você fique no hospital. E eu não quero que você vá no quarto de Ralph, entendeu? – O tom dele era sério e direto. – Sim, pai, tudo bem. – Ela respondeu meio distraída. Mas sabia o quão ocupado o pai era, então não queria discutir. Quando ele saiu da frente do hospital, ela entrou frustrada.

– Que coisa! E eu vou ter que ficar aqui sozinha?! – Os funcionários haviam se retirado para o almoço. E não tinha ninguém na recepção. – Como ele pôde fazer isso?! – Isabelle estava estressada. Seu pai sempre era amigável com ela, mas quando o assunto era o hospital, ele virava outra pessoa. Ela estava distraída, mas depois pensou em Ralph. Depois que o conhecera, seu dia virou ao contrário. Por causa de um transtorno na escola, o diretor liberou mais cedo. Seu pai estava arisco com ela, e depois o garoto aparecera novamente com uma criatura estranha que ele dissera: “Era um gato fantasiado”. Ela não cairia nessa. Mas algo era diferente nele, como se ele a atraía, de alguma forma. Ralph era alto para os garotos de 14 anos, e o jeito como o cabelo espetado dele em forma de estrela chamava atenção ... Mas ao começar a pensar nele, algo veio em sua mente. Como o pai dela sabia o nome do Ralph se nem ela havia dito para ele? E ele havia acabado de chegar e só havia estado ali por alguns minutos.

Mas sua mente se distanciou quando de repente a energia caí. Ela tomou um susto. As portas da entrada do hospital eram automáticas e elas se fecharam sozinhas, como um mecanismo de defesa. Belle estava presa.

Ralph havia se assustado com o blecaute repentino. Ainda estava pensando sobre o que Gotay havia lhe falado. O garoto se dirigiu à porta para saber o que estava acontecendo, mas de repente, ele ouviu passos no corredor. Ralph entrou em pânico. Quem seria? Ele não podia deixar ninguém ver Gotay, mesmo ninguém ter parecido reparar nele e na pequena criatura. Será que era Belle? Era provável. Afinal, ela queria saber mais do que tudo o que era o Gotay.

O garoto se esgueirou-se pela porta. Não havia ouvido som nenhum, apenas os passos, lentamente. Ele achou melhor em pensar em algum plano, afinal, não poderia dar a mesma desculpa. Começou a raciocinar com a mente em respostas rápidas: “Olá, Belle. Agora eu não posso falar com você.”, “Eu queria que a gente pudesse falar disso outra hora, eu estou muito cansado.”. Argh! Aquelas respostas eram horríveis, Ralph tinha que admitir. Mas como estava com pressa ele simplesmente se sentiu satisfeito por pensar em alguma coisa.

O garoto abriu a porta e seguiu para o corredor.

O corredor estava mais escuro que o quarto onde Ralph estava, ele não enxergava quase nada. Mas ao longo de seus olhos se acostumavam com a escuridão, percebeu que o som dos passos havia sumido. Seguindo pelo corredor, ele conseguiu distinguir uma sombra, uma pessoa. Não sabia quem era, mas achava que era Isabelle.

Se sentiu confiante, e a chamou.

– Belle! É você? – Mas o que ouviu em resposta foi uma risada. Uma risada aguda e familiar. Um segundo depois, o loiro conseguiu perceber que havia não uma pessoa, mas duas.

– Nos encontramos, estrelinha. – Era a mesma voz que dera a risada. O garoto pôde perceber mais claramente. Era uma voz masculina, e que estava segurando algo, alguém. E ele sabia de quem era a voz.

Kleber.

– Ah, não. Você de novo?! – Ralph estava indignado, porque aquele cara estava a procura dele? Aquilo soava muito confuso. – Onde está Isabelle? – Mas ele já sabia a resposta.

– Ah, sua amiguinha? Está aqui com a minha humilde companhia. Mas acho que ela não gostou muito de mim. Bem, que seja. – O garoto odiava aquela arrogância dele, queria tirá-la a qualquer custo. – Não que isso importe. Eu te disse que iria te transformar em pó. Mas antes quero brincar com você. – No momento em que terminou de falar, Isabelle conseguiu tirar a mão dele contar a sua boca. – Ralph! Por favor me ajuda! – Ela estava desesperada, percebeu ele. Não que isso impressionasse. – Ele que cortou a luz!

– Ora, sua tagarela. Sabia que ser dedo-duro é muito feio? – Sua calma o irritava, e sentia em querer poder enforca-lo, se não estivesse tão assustado, mal conseguia se mexer. – Agora cale a boca. – E prendeu a boca de Isabelle novamente com a sua mão com mais força. – Essa é a minha deixa, Ralph. É bom que entre nessa brincadeira. – E Kleber saiu correndo até a porta automática com Isabelle aos berros. – Por favor! Alguém me ajuda!

Kleber atravessou a porta automática, que era de vidro, espalhando cacos de vidro por todo lugar. O garoto mal conseguiu acompanhar e seguiu atrás segundos depois. Ao se aproximar da porta estilhaçada, deu um longo pulo, evitando os cacos, e seguiu para a escadaria na entrada do hospital.

Mas não havia ninguém lá. As ruas estavam vazias, parecia uma cidade fantasma. Kleber e Isabelle haviam sumido e Ralph estava tenso. Era muita coisa pra aguentar em um dia só. Havia feito uma amiga, fora ameaçado por um estranho, e agora um sequestro. Ele sentiu o pânico percorrendo todo o seu corpo, sem saber no que pensar no que fazer, olhando para as ruas vazias.

Mas de repente, ele escutou um barulho, não soube o que era, mas o som começou a ser familiar, parecendo uma ... sirene! Se Ralph estivesse calmo, ele acharia aquilo ótimo, pois poderia pedir para ser levado para casa. Mas sua atenção não era com ele, e sim com Gotay. Com certeza os policiais iriam perceber as portas do hospital estilhaçadas, e iriam investigar. Ele precisava tirar Gotay dali.

Ao avistar a viatura na esquina, o garoto correu para dentro do hospital. Seguiu direto para o quarto onde ele estava com Gotay. Deslizou pelo corredor até chegar a porta.

– Gotay, precisamos sair daqui! – Mas a preocupação em acordar a criatura azul se esvaiu quando o viu acordado de pé encima da maca.

– Eu já acordei, Ralph. – Gotay não apresentava reação nenhuma. Se Ralph não estivesse tão apressado, teria ficado surpreso ao ver Gotay falar. Depois de uns segundos para o garoto recuperar o fôlego, a energia volta, como que por acaso.

A televisão que estava instalada começa a chiar, e o garoto percebeu que era alguma gravação. Depois de alguns segundos chiando, uma imagem de uma pessoa, quando o garoto percebeu quem era, ele tomou um susto.

Kleber.

Ele sentiu raiva dele novamente, e quis destruir aquela televisão. Mas achou melhor escutar a gravação até o final.

Olá, Ralph. Eu estou aqui com a sua namoradinha. Isto é um sequestro e não quero dinheiro, e sim que você se entregue. Venha até esta fábrica de cimento abandonada. Ah, e venha sozinho. Tem até as 13:00h da tarde para se entregar aqui, e é bom aparecer. Se não aparecer, bem ... Não será nada bom a sua amiga, aqui! – Kleber soltou a sua risada irritante, e a gravação terminou.

Houve um grande silêncio na sala. Gotay fitou os olhos de Ralph. Ele achava que o garoto ficaria com medo, que entraria em pânico. Mas não, ele estava muito nervoso, a ponto de explodir. Ele queria pôr um fim naquilo, ele precisava.

Isabelle estava berrando, esperando que alguém pudesse salvá-la, mas nada. Ela não sabia como havia chegado ali, e pensou estar em algum local abandonado, e estava. O local era sujo, coberto de poeira, e estava cheio de materiais de construção. Inclusive, ela estava presa e amarrada por uma enorme viga de aço. E estava bem presa. A sua frente, sem prestar atenção nela, estava um homem alto, careca, todo vestido de preto.

– Seu monstro! Meu pai vai vir atrás de você e vai te pegar, eu mesmo poderia quebrar a sua cara se não estivesse presa! – Desafiou Isabelle sem medo para o sequestrador, que deu uma breve risada.

– Ui, vai me bater? Estou impressionado. Geralmente, as pirralhas da sua idade esperneariam até morrer. – Deu uma breve pausa, ainda continuando a sua ironia. – E vai chamar o seu pai? Pois eu acho que você vai gostar da surpresa.

Antes de Isabelle responder, ouviu passos em meio à escuridão. Alguém estava vindo. Quando a pessoa se aproximou o bastante para Isabelle reconhecer, ela congelou. Era um homem com cabelos grisalhos, vestia um jaleco de cirurgião e era conhecido por ela, mas que conhecido.

Era o seu pai, Dr. Kima. - O que está acontecendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Obrigado minna por lerem o meu capitulo. espero que comentem, porfavor!!!! até a próxima!!!