Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro


Capítulo 170
Capítulo 170 - Declaração e Sentença


Notas iniciais do capítulo

Esse sem dúvidas é um momento muito especial até para mim, o autor. Então, desde que eu planejei esses momentos com cuidado, eu fiquei pensando como eles ficariam escritos. Espero que para os leitores seja um momento especial também.

Música do Momento Ralph & Isabelle: Ravenscode - My Escape



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/583124/chapter/170

Isabelle sentiu uma dor muito forte por todo o seu corpo. Mas logo depois de um tempo, essa dor passou e a tranquilidade veio. Seu corpo, antes pesado, estava bem leve. Quanto tempo fazia que estava desacordada? Havia perdido totalmente a noção de tempo.

Ela se sentiu em um lugar familiar, e isso a relaxou. A calma a ajudou a ter vontade de abrir seus olhos.

Ela se viu em seu quarto. Estava deitada em sua cama com seu cobertor favorito. Ela tentou se levantar, se sentia revigorada. Estava com seu pijama, uma blusa fina vermelha e um short rosa curto. Ela se sentou na cama e começou e conferiu no celular que dia era, e tomou um susto ao ver que havia ficado inerte por três dias seguidos! Isso a fez fitar a janela do qual passava os raios do final da tarde. Em sua cabeceira havia um prato cheio de maçãs e peras. Só então ela notou o quanto estava faminta. Ela devorou todas as frutas de uma só vez. Depois, ela tentou se lembrar do que havia acontecido exatamente, e logo, todas as memórias vieram à tona.

Ela se lembrou de tudo. Do pânico de não poder controlar o próprio corpo, de estar estrangulando Ralph, as coisas que lembrou dele, o beijo...

O beijo. Ela não havia se esquecido. Subitamente ela tocou nos próprios lábios, inerte em seus pensamentos.

Como será que ele deve estar agora?

Ela balançava as pernas de ansiedade e desabou sob a cama. Olhava para o teto sem motivo aparente. Afastava a franja ruiva de seu rosto com a mão, enquanto relembrava da cena dos dois.

Como será que ele reagiu a isso?

Ela divagava em sua mente enquanto essas perguntas ecoavam por sua cabeça. Logo, ela notou algo.

E – Espera... eu... fui eu quem o beijei, não foi?! Fui eu, não é? Ah!

A garota sentiu o rosto queimar de vergonha, ela abafou um berro disfarçado com um travesseiro, enquanto se contorcia na cama. Sua cara estava da mesma cor que seu cabelo alaranjado.

C – Como eu p – pude fazer isso?! E – E agora? O que eu faço?!

Sua mente sempre voltava para a mesma cena dos dois juntos, era como se aquilo tivesse acontecido naquele instante. Ela ainda sentia o lábio dele...

AAAAAAAHHHHHHHHH!!! Eu tenho que me acalmar!! Senão não vou... não vou conseguir encarar ninguém, mas... mas... AAAAHHHHHH!!

Ela se cobriu com o cobertor. Ela não sabia o que fazer naquele momento. Toda vez que pensava no rosto dele, ficava cada vez mais vermelha. Nem ela mesma sabia que isso podia ser possível. Ela conseguiu se acalmar um pouco e voltou a encarar o teto.

Mas... e depois que isso aconteceu?

Algo que a surpreendeu mais do que ela mesma beijando o loiro, era o que havia acontecido a seguir. Nesse momento, a visão das asas brancas de Ralph ficou em sua mente. Aquelas asas... aquilo era real?

Será que ele é um... é um... é possível?

Isabelle soltou um suspiro longo, não importava o que havia acontecido, mas sim o que estava para acontecer depois que tudo isso aconteceu...

Não posso lidar com isso, certo?

Ela teria que tomar alguma atitude quanto a tudo o que viu, mas... em relação ao que estava sentindo... era algo muito mais complicado.

Isso seria um sonho?

A garota cobriu os olhos com as costas da mão. Seu rosto ainda queimava, mas sabia o que deveria fazer, ou o que teria que fazer naquele momento.

Se é minha imaginação ou a realidade, verei por mim mesma!

Ela se levantou da cama e ficou pairada em frente da porta. Ela tocou na maçaneta, mas antes de movê-la, ouviu um barulho vindo do lado de fora. Ela foi à janela e, de lá viu o loiro saindo da janela do próprio quarto, indo direto para a floresta.

Isabelle engoliu em seco, mas já havia feito sua escolha.

***

O dia havia anoitecido. A cacofonia sonora da cidade ensurdecia Suiren, que cambaleava por entre os becos. Seu cansaço era extremo a tal ponto que não detinha de força alguma para acessar ou localizar um portal para o Sheol. A General estava quase desmaiando pelo uso de sua aura. Nem mesmo sua Segunda Possessão foi párea contra aqueles anjos.

Dirtiel certamente riria da cara dela e diria que ele estava lá para cuidar de seus problemas.

Aquele folgado metido...

Mas naquele momento, estava até sentindo saudades da péssima companhia do “companheiro”. A mulher se apoiou na parede do beco onde estava. Estava totalmente ofegante, como se algo a impedisse de respirar totalmente.

Aquilo era o sentimento de angústia por não conhecer aqueles que estavam ao seu lado. Aqueles outros Generais eram apenas colegas para Suiren. Sua única devoção ali era para com Lucífer, ninguém mais.

Zack provavelmente nem se importaria com o estado em que ela estaria.

Com quem aquele ignorante se importou, afinal?

Algo deixava seu peito apertado, e isso a deixava mais desconfortável. Era algo maior e pior que uma angústia, era como se...

Eu estivesse sido abandonada por todos eles... durante todo esse tempo...

Kazan provavelmente diria: “isso não é nada lógico. Nenhum de nós somos os Generais da Morte para brincarmos de Morte por aí como amiguinhos. Já devia saber disso.”.

Quero ver você dizer isso agora, já que está morto.

Pensou Suiren, coberta de suor. Desde que a luta de Kazan havia se encerrado ela ficara com ódio dele. O suposto gênio que se auto intitulava um perfeito estrategista havia perdido para um meio humano e um General muito mais fraco. Para ela, aquilo era totalmente patético.

De repente, Suiren sentiu uma presença se aproximando à sua frente, mas não dava para distinguir nada devido ao breu do beco. Ela já havia sentido aquela presença antes. Foi o que a instruíra de bater em retirada quando estava encurralada por Ralph. Aquela pressão forte o bastante para mover rochas e causar um tremor proposital só poderia ter sido feito por alguém que ela conhecia...

— Então está aqui, General Guren... – Murmurou Suiren.

Do breu aos poucos foi se formando uma forma humana, até um homem robusto de dois metros de altura surgir dali. Ele usava um imenso manto marrom que cobria praticamente todo o seu corpo. O General tinha cabelo laranja curto e uma expressão dura. Estava há apenas alguns metros de Suiren, que mal se aguentava em pé.

— Que ótimo, agora eu posso vol... – Começou Suiren.

Mas ela foi interrompida.

— Relatório da missão. – Ordenou Guren, inexpressivo.

Suiren engoliu em seco com o fato do companheiro estar mais preocupado com a missão, mas deixou passar pelo fato deles não possuírem mais qualidades angélicas para se permitirem “trabalho em equipe”.

— Eu e Kazan conseguimos seguir com o plano de raptar os Ishins de Fogo para extrair seus poderes e injetar o sangue negro de Kazan neles, mas o plano falhou quando os anjos conseguiram... quer dizer, quando Ralph conseguiu se libertar da prisão de fogo de Kazan e ainda salvar os outros com alguma técnica especial, não sei ao certo...

— Técnica especial, hum? – Murmurou Guren. - E?

Suiren começou a tremer de frustração. Aquilo era uma humilhação com ela.

— S – Se o desgraçado do Kazan não tivesse morrido durante a batalha contra Ralph e o General Nessie, teríamos cumprido a missão...!

Essa resposta fez o rosto de Guren mudar.

Nisso, a lua que estava encoberta pelas nuvens havia saído, o que iluminou mais daquele beco sombrio. Então, Suiren avistou algo que até então não tinha percebido antes. Algo como um corpo estava encolhido em um canto da parede logo abaixo de uma escada de emergência. Quando Suiren reconheceu o corpo, ela arregalou os olhos.

— K - Kazan? O – O que o corpo dele está fazendo aqui? Já era para ter sido desintegrado faz tempo!

Guren estava com sua expressão dura.

— Deveria saber que estou controlando o tempo de desintegração do corpo dele.

— Por qual razão? – Exclamou Suiren. Em seguida apontou para o corpo. – Ele agora não passa de um monte de lixo! O plano dele foi uma falha total!   

Guren retesou suas sombracelhas.

— Por que está me fazendo ver isso? Não está vendo que eu que tentei fazer a parte do plano dar certo? Por que eu estou sendo reprimida por isso? E por que logo alguém como o Kazan? Nenhum de nós se conhece para saber tanto do outro além do nome e dos poderes! Nós somos anjos caídos, somos demônios, e não é um tolo como Kazan que...!

Tudo durou apenas um segundo.

— Considere-se dispensada, “colega”. – Disse Guren, passando casualmente por ela após dividi-la ao meio numa fração de segundos. Suiren não viu nada além de seu abdômen ser esquartejado e de ver seu sangue se espalhando pelo chão.

— P – Por quê?...

Guren não a respondeu, nem ao menos olhou para trás.

— Esse é o fim. – Disse o General ao corpo de Kazan. Ele caminhou em direção à entrada do beco, com olhos ferozes. – Antigo companheiro.

O corpo de Kazan se desintegrou com o vento no mesmo instante.

Guren observava o movimento da cidade no topo de um prédio em silêncio, sua mente parecia estar envolta de pensamentos, mas não dava para saber pela sua inexpressão.

— As coisas estão andando, não é? – Disse a voz de uma presença que surgira naquele instante. Era um ser negro com uma forma distorcida. – Ao menos uma parte do plano Dele foi cumprida.

Era Pressark. Um dos Generais da Morte.

Mas ali também havia outra presença, que havia surgido tão sorrateiramente quanto Pressark. Era uma menina de vestido magenta com babados e detalhes pretos. Ela escondia o rosto com um guarda-chuva de mesma cor.

— Mal posso esperar para começar a matar também... – Disse a garota, mostrando sua face ingênua. Seus cabelos loiros em forma de Chanel balançavam com o vento.

— Está na hora de agir. – Disse Guren, com uma expressão séria.

***

A noite era um mar de estrelas. Era uma das poucas vezes que Ralph via uma noite tão linda quanto aquela. Ele havia despertado não fazia muito tempo, mas não aguentara ficar preso dentro do quarto. Não diante de tudo o que aconteceu e, pelo o que ele fez.

A brisa gelada balançava seu cabelo em forma de estrela. Ele estava diante do precipício que dava para um deslizamento e no fim do vale tinha um imenso lago. Estava aproveitando a noite, fitando a paisagem. Se fosse em outra ocasião, estaria feliz por estar em um local tão bonito.

Ele sabia bem o que se tratava em quebrar as regras dos anjos. Porém, foi algo que nem mesmo ele sabia dizer como aconteceu. Apesar de tudo, ele não tentaria explicar nada. Apenas encararia o que estava por vir. De certa forma, não sabia como encarar Isabelle. Não se sentia preparado para tentar começar uma conversa com ela agora, e tinha a impressão que não teria como fazer isso. O loiro decidira não dizer uma palavra sequer para com ela, senão acabaria dizendo coisas demais. Naquele momento, seu coração estava pensando no que iria encarar. Isabelle era muito importante em sua vida, e não queria que ela se magoasse com ele com o que poderia acontecer.

Nisso, ele ouviu algo se aproximando.

Por entre as copas e arbustos, estava uma garota de longos cabelos ruivos soltos apenas de pijama. O loiro a olhou com ternura, mas não disse nada.

Isabelle não sabia o que dizer também, a julgar como ela estava, poderia parecer algo presunçoso. Mas queria falar com Ralph, não importasse como. Reuniu toda sua coragem, e por fim disse:

— Pode me mostrar mais uma vez?

Ralph a fitou uma vez mais e virou o rosto para a paisagem novamente. Nisso, como um véu sendo puxado, dois pares de asas cintilantes como prata surgiram nas costas do loiro. Isabelle o observou contemplada e se aproximou cautelosamente. Seus olhos brilhavam mais do que as asas.

Ralph se sentou à beira do precipício e estendeu as asas. Apoiou seus braços nos joelhos e continuou a observar a paisagem em silêncio com olhos pesarosos. Isabelle se aproximou e se encostou de costas a ele, se apoiando em suas asas. Era como se ela estivesse em um travesseiro gigante, as asas eram leves e fofas.

— Suas asas... são tão lindas... – Murmurou Isabelle, encostada sob as asas. – São macias e graciosas... - Aos poucos, seu corpo se desvanecia, o sono estava chegando. – Você... você é um, não é? Obrigada por me... me salvar...

Isabelle adormeceu.

Ralph a ergueu em seus braços e a levou de volta pelo mesmo caminho que veio. Estava com suas asas, mas preferiu caminhar. Por todo o percurso, não deixou de ver o rosto gracioso de Isabelle enquanto dormia. Quando chegou à clareira, ele deu um sorriso ao vê-la pela luz do luar. Ele sobrevoou sorrateiramente até a janela do quarto dela, que ainda estava aberta. Com cuidado, Ralph a colocou na cama e a cobriu com o cobertor, só então notou que uma de suas penas repousava na mão dela, que a segurava como um bichinho de pelúcia. O quarto estava quieto, exceto pelo esvoaçar da cortina pela brisa e a respiração baixa de Isabelle enquanto dormia.

O loiro se preparou para sair pela janela, até que parou no meio do caminho e a olhou de volta.

Há muito tempo que ele queria dizer aquelas palavras, e diante daquele momento silencioso, proferiu num tom calmo:

— Isabelle, eu te amo.

A garota pareceu sorrir enquanto dormia após essas palavras serem ditas.

***

O dia amanheceu. Era uma manhã sem muitas nuvens no céu. Os pássaros cantavam por entre os canteiros. Belfrior e Áries estavam lendo na varanda. Mariah recebia outra dose da água curativa de Nessie, que estava sentindo que a cada dia a ruiva estava melhorando. Jack fazia alguns alongamentos para tentar se recuperar do golpe que recebeu no abdômen, o tiro de plasma que o atravessou. O ferimento era pequeno, mas fatal. Estava demorando para sarar. Gigan estava praticamente recuperado, levantava alguns pesos mesmo com o corpo com algumas ataduras.

Era uma manhã normal, o momento do pós-batalha era sempre assim. Melissa colocava algumas roupas no varal, e Mariah e Nessie agora a ajudavam. Algumas risadas aqui e ali condecoravam o dia. Mas todos sabiam que podia não ser bem assim. De um momento para outro, uma pressão hostil atingiu a todos. O mal pressentimento vinha da outra parte da casa, quanto todos foram para lá, viram Ralph fitando para dois guardas de armaduras reluzentes com asas.

O – Os guardas! Mas... não pensei que viriam em tão pouco tempo...

Questionava Belfrior, chocado.

Só que Áries estava preocupada com algo a mais. Um dos guardas estava com Race nas costas, só que ele ainda estava desacordado.

— Ei! O que pensa que está fazendo?! Ele ainda não pode se mover!

— Foi decidido que a Assembleia deverá conter esses dois Querubins. Gigan, Punho de Aço, você virá junto.

Gigan engoliu em seco, mas não teve como recusar a ordem.

O Guarda fitou o loiro com indiferença.

— Rafael, Vento Divino. Você deverá vir conosco para a Assembleia.

— Porém, senhor Guarda, meu companheiro não está em condições de participar da Assembleia... – Interveio Gigan, preocupado.

— Não se preocupe com isso. – Assegurou o Guarda. – Lá teremos atendimento para ele. Será mais rápido que se cure em um dos Sete Céus com a assistência correta.

— C – Como assim? Lá onde? – Perguntou Ralph, atônito.

— Estou falando de uma das fortalezas mais poderosas de todos os Sete Céus, o Castelo da Luz, lar dos Querubins. Sua sentença será no Quarto Céu, Acheron.

Ralph arregalou os olhos.

O loiro sentiu seu corpo tremer, mas mesmo assim se pôs a andar na direção dos Guardas. Sabia que teria que encarar aquilo, mas... estava com medo.

— Ralph...! – Sua mãe correu até ele, mas Belfrior a deteve com um despacho mental. Ela ficaria desacordada até que ele a ordenasse que acordasse.

— Cuide da minha mãe. – Pediu Ralph, olhando para trás. – Faça-a perder essas memórias. Diga que estarei cuidando de umas coisas no Céu.

— Não pense que escapará ileso dessa, seu insolente. – Grunhiu um dos Guardas. – Tenho toda certeza de que não voltará vivo!

Ralph cerrou os dentes, mas não disse nada. Havia cerrado os punhos, mas ainda estava tremendo de medo. Não conseguia ver os rostos dos seus companheiros, principalmente de Mariah e Nessie, que tinha certeza que estavam chorando por ele.

— Também queremos ir! Temos que estar com ele! – Exclamou Mariah.

— Mariah... – Expressou Nessie.

— Mariah, conhece as regras. Em Acheron, no Castelo da Luz, somente os Querubins podem participar das Assembleias... – Disse Gigan.

— E que Assembleia é essa? – Perguntou Ralph.

— É uma audiência com os Dois Supremos. – Disse o outro Guarda. – Você será julgado pelo seu próprio Comandante, Gabriel e seu irmão mais velho, o Príncipe dos Anjos, Miguel.

Ralph congelou. Ele não sabia como reagir a aquilo.

Nesse instante, Isabelle saiu da porta da frente correndo.

— O – O que está havendo? Acordei e ouvi vocês falando aqui fora e... – Ela parou de falar ao ver os dois guardas reluzentes com asas nas costas assim como Ralph. – R - Ralph? Quem são eles?

O loiro agiu de uma forma inesperada.

— Ah, Isabelle? – Ele a fitou com um sorriso no rosto. – Não se preocupe, só tenho que resolver uma coisa. Vou voltar quando eu puder, certo?

Isabelle o fitou com olhos tensos.

Ele... está mentindo...

Ela podia ver que o loiro estava suando frio. Deveria ser um momento muito difícil para ele para esconder dela sua aflição.

— Chega de perder tempo, vamos. – Disse o Guarda. Ele segurou o ombro de Ralph, e num instante desapareceram dali.

— NÃÃO!! – Mariah estava acabada, Nessie teve que segurá-la para que ela não caísse. – Isso não pode estar acontecendo...

— O – O que houve, Mariah? – Isabelle a ajudou. – Por favor, me diga o que está acontecendo de verdade!

— É melhor não... – Disse Nessie, mas Mariah o deteve.

— Não, deixa disso. Já deu. Ela já sabe de tudo. Ninguém vai vir me matar se eu disser algo tão trivial. – Mariah respirou fundo. – O Ralph pode ser tudo, menos um mentiroso nato. – Ela começou a chorar novamente. – Ele vai ser punido gravemente por ter se mostrado como um anjo a você. Ele vai ser punido por causa de todos nós!

— P – Punido gravemente... – Isabelle fitou o céu amanhecendo. A brisa fez seus cabelos esvoaçarem. Ela ainda segurava a pena do loiro em suas mãos como um amuleto.

Ralph... você vai ficar bem, não é... ?

***

Quarto Céu, Acheron.

Castelo da Luz.

Um berro ensurdecedor de dor ecoou.

Um estrondo ressoou por entre a sala principal. Os milhares de testemunhas assistiam inquietas o que estava acontecendo.

Dois guardas seguravam Gigan com força.

— RALPH!!

A parede estava manchada de sangue, que escorria até o chão. O loiro se levantou apesar de seu estado. Sangue escorria por todo o seu corpo.

— Segure seus gritos fúteis, isso apenas começou. – Disse casualmente um Arcanjo.

Ralph o encarava sério com suas pupilas azuis.

— Já terminou? – Ele arfava com dificuldade, sua voz estava rouca. – Não posso perder meu tempo aqui... – Seu olhar transmitia sua determinação e valentia. Seu braço se envolveu de vento para um novo ataque. – Ela está me esperando!

***

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!