Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro


Capítulo 163
Capítulo 163 - Eu Quero Viver!!


Notas iniciais do capítulo

OOOOOHHHH!!! E venho para lhes trazer mais um capítulo deveras emocionante! Demorou, mas veio para ficar no coração! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/583124/chapter/163

Os dois anjos sobrevoaram o recinto da cidade destruída.

Só havia uma direção para onde eles estavam indo.

O pássaro branco que Ralph havia invocado havia chego lá primeiro, e conseguinte se dispersara. Mariah encarava os anjos da Legião de Miguel com extremo choque e surpresa.

— E – Ele até mesmo os pegou... eu era somente um de seus alvos...

As mechas ruivas de seu cabelo caíram de seus ombros, ela não podia deixar de acreditar, mas aquilo era desumano demais.

Só ela sabia o que aqueles anjos haviam passado, o que tinham sofrido pelas injeções de sangue demoníaco e tudo mais. Foi um sofrimento que ela própria sabia que nunca esqueceria.

Mas havia algo que a fazia se contorcer muito mais do que tudo que havia passado.

Ela segurou seu rosto, com o pensamento de que Nessie ficaria para sempre magoada com ela. Aquilo era apenas um sentimento, uma suposição, mas doía deveras demais do que todas as pontadas de dor que a ruiva sentia por todo o seu corpo.

Após as palavras que ele a dera, Mariah estava aflita e aliviada ao mesmo tempo.

E enfim, o momento chegara.

Os dois anjos pousaram à frente dela. Ambos ofegavam pelo esforço dado para conseguir subjugar Kazan. Ralph suava bastante por ter ficado exposto àquela prisão de fogo, enquanto Nessie estava ainda com alguns arranhões, já quase todos recuperados pela cura do seu Golem. As asas dos dois balançavam teimosamente, mostrando nervosismo, era até confuso ver como um humano reagia a uma situação se tivesse asas.

Mariah não abrira sua boca, apenas os fitava. Os outros dois faziam o mesmo. Esse silêncio perdurara durante alguns instantes.

Ralph olhou de relance para Nessie, e notou que ele estava frustrado.

Mas foi raro ver Nessie sendo tão orgulhoso para não expressar o que estava sentindo.

Mariah não se aguentava de curiosidade.

O que Ralph vai me falar? O que Nessie fará depois? O que eles farão?

O loiro soltou um suspiro.

Após isso, ele começou a caminhar até a direção de Mariah, o que a fazia ficar ainda mais nervosa.

Logo, ela não pôde prever o soco de Ralph direto em sua cabeça. O golpe foi tão forte que a fez cambalear no chão com tudo. Ela começou a gemer pela dor que sentira, pressionando suas mãos contra sua cabeça.

Nessie estava impressionado. Completamente surpreso.

Ralph ofegara um pouco, mas depois reuniu ar para poder falar.

— Por que não lutou?!

Isso fizera Mariah arregalar os olhos.

Nessie ficou perplexo. Ele estava tentando pensar no que o loiro ia falar, mas...

— Ralph, eu não acho que...

— Cala a boca! – Ralph se aproximou de Mariah e agarrou o colarinho de sua camisa. – Me diz! Por que não lutou?! Por que não tentou fugir?!

A ruiva estava tremendo.

—...o-o que...

— Hã?

— ... O QUE VOCÊ SABE DO QUE ACONTECEU?!... – Mariah devolveu a agressão anterior com uma cabeçada, que fez com que Ralph a largasse.

— Sua...! – Ralph se levantou nervoso, e desferiu outro soco, desta vez no rosto dela, o que a fez ser jogada novamente no chão, e consequentemente, cuspir sangue.

— Ralph, pare! – Nessie já o estava segurando pelos braços. – Ela está fraca para isso!

— E isso importa?! O que eu realmente quero saber... É POR QUE VOCÊ NÃO LUTOU POR SUA VIDA?!

Mariah se levantava com dificuldade, já pronta para devolver a ofensa, quando...

Ralph começara a soluçar.

Lágrimas caiam de seu rosto, e os soluços eram constantes.

— E – Eu estava... tão preocupado com você! C- Como eu queria poder ter impedido que ele fizesse aquelas coisas com você...!

Nessie o largara, após ver que o loiro já havia se acalmado.

Ralph apenas caiu de joelhos, e se encolheu, como se estivesse se curvando.

— D- Desculpe... DESCULPE! EU NÃO PUDE TE AJUDAR! – Ele chorava tanto que suas palavras vacilavam. – EU NÃO ESTAVA LÁ PARA TE AJUDAR!

Mariah perdera suas palavras, perdera todo o ressentimento, perdera toda a angústia... o que mais ela havia perdido em seu coração? O que a tinha feito ficar tão aturdida?

O que a estava prendendo?

O que a impedia de se aproximar de Ralph e abraçá-lo, dizendo: “Desculpe! Eu não pude escapar do inimigo! ”?

Ela abaixou sua cabeça.

— V... você não está... bravo comigo...?

Ralph bateu o punho contra o chão.

— O QUE É QUE VOCÊ ME FEZ PARA QUE EU FICASSE BRAVO COM VOCÊ?! – O rosto do loiro mostrava suas lágrimas. Ele havia se levantado para que ela visse sua expressão, visse o que ele estava sentindo.

Foi então que Mariah pôde compreender.

Ralph estava triste por não ter estado lá para ajudá-la. Como um amigo. Havia o que dizer mais do que isso?!

A ruiva olhou para Nessie, e percebeu que com ele era a mesma coisa.

Ralph ainda estava chorando.

— QUE SACO! POR QUE FOI QUE EU ORDENEI UM PLANO DESSES?!

Aquilo poderia continuar o dia todo.

Por isso, Mariah enfim soltou sua voz.

— P – Pare de ser banal, Ralph!

O loiro arregalou seus olhos, parando de chorar durante aquele momento, e prestou atenção em Mariah.

Ela pousara sua mão contra seu peito.

— Como subordinada, eu falhei por ser descuidada em minha parte na missão! E... como amiga, eu falhei por não relutar ou tentar chamá-los. – A fala dela saiu firme, mas ela estava tremendo completamente, se segurando para não desabar em choro naquele momento.

— Já podemos parar de falar da missão... – Murmurou Nessie.

— Tem razão. Eu já entendi. – Ralph enxugou suas lágrimas com o braço. – Eu compreendi completamente os dois!

Mariah soltou um suspiro, e olhou para o céu. De algum modo, tudo estava calmo, que nem parecia que estavam lutando contra um General da Morte. Uma brisa movia os cabelos vermelhos como fogo da ruiva, enquanto ela enxergava aqueles dois com seus olhos cansados, já a postos para lacrimejarem.

Aquela calmaria fez com que ela cedesse, ainda muito mais do que de costume.

— D – desculpem-me...

Os dois voltaram a atenção a ela.

— D – Desculpem-me...! E -Eu... – A garganta dela voltou a ficar seca novamente, mas isso não a impediu de berrar. – EU SÓ NÃO QUERO MAIS VIVER ASSIM!!

Nenhum dos dois a respondera.

— E – Eu só tive o meu irmão durante toda a minha vida...! – Ela agora não pararia mais de chorar. – E – Ele se foi sem que eu pudesse fazer nada...! Ele é quem deveria estar vivo, não eu! Eu sou apenas metade de seu núcleo, nada mais!

Não sou nada mais que metade de um poder...!

Os berros da ruiva ecoaram por todo o recinto. Nada, nem ninguém a impediu de transmitir suas palavras.

— EU NÃO QUERO MAIS VIVER PENSANDO DESSE JEITO!! – Mariah agora recuperava o fôlego para falar.

— Acha mesmo que você não deveria ter nascido?

Aquela era a voz de Ralph.

Nessie dera dois passos à frente.

— Acha que eu me tornaria próximo do seu irmão como fico com você? Por favor, isso nunca aconteceria!

Mariah se relutava em querer acompanhá-los, mas...

— Não... eu não sou, ninguém...

— VOCÊ É VOCÊ MESMA, NÃO É? – Nessie ecoara sua voz, ainda tão fluentemente forte quanto a de Ralph. Suas lágrimas eram muito aparentes. – Você é a minha parceira! E não é a de mais ninguém! DE MAIS NINGUÉM, ENTENDEU?!

Os olhos esverdeados da ruiva não saiam da visão de Nessie.

— E o tempo que passamos como companheiros? Não valeram de nada?! Eu te considero muito mais do que como uma “ninguém”!

Mariah cobrira o rosto com suas mãos, sem motivo aparente.

O loiro segurara o ombro de Nessie.

— Vamos. Não podemos demorar muito. Ainda temos um inimigo para vencer.

Nessie secou as lágrimas de seu rosto, e concordara com o capitão.

Ralph estava de costas, mas mesmo assim, ainda se pôs a falar.

— Lembra-se de quando eu não tinha ninguém, e então, vocês dois vieram até a mim, e desde então, são os melhores amigos que talvez eu nunca tivesse? Eu vivo como um excluído da sociedade, então, se você se sente da mesma forma, então somos iguais.

Mariah aos poucos descobria as mãos do rosto.

— Por isso, não tem problema em viver assim...! – Mesmo nervoso neste momento, Ralph ainda se pôs a sorrir.

— ... então, eu p – posso viver...

Duas mãos pousaram em sua cabeça, e a acariciaram. Os dois anjos estavam olhando para frente, mas eles sabiam da presença dela ali, e também sabiam do que ela precisava.

Ela não completara a frase, mas suas lágrimas não paravam de cair.

Não...! Eu não posso dizer isso!

Ela não poderia pedir uma permissão. Aquilo não estava certo.

Isso foi algo que uma vez seu irmão havia lhe dito antes.

Mariah... um dia você terá amigos que irá confiar e que também confiaram em você. Só resta que você sabia de uma coisa...

— Mariah... – Os dois disseram em uníssono. – O que você quer?

Ela segurara os lábios, mas não hesitou. Ela tirara as duas mãos e gentilmente as segurava em seus braços.

— EU QUERO VIVER!! – Através dos seus berros de pura emoção, seu rosto mais sincero havia surgido, completamente enrubescido. – EU QUERO VIVER COM TODOS VOCÊS!!

De relance, podia-se ver dois sorrisos completamente determinados.

Ralph bateu seu punho contra sua mão.

— Você a ouviu, certo, Nessie? – O loiro sorria fervorosamente.

— Ouvi sim, depois dessa, não podemos mais fazê-la chorar! – Nessie estava logo atrás, igualmente determinado.

Os dois anjos tomaram impulso e alcançaram os céus com suas asas, enquanto Mariah enxugava suas lágrimas.

— Fala sério... se empolgar tanto para brigar por causa de uma garota... – A ruiva murmurava para si mesma, com um sorriso de puro alívio. – Seus idiotas...

Ela olhava para os céus, ansiosa... não. Confiante de que eles retornariam para novamente lhe dar mais broncas, como amigos protetores que são.

***

Havia apenas um inimigo agora: Kazan.

Mesmo após Ralph ter sido salvo, alguma coisa poderia ser alterada?

Isso se dá pelo nome de Poder?

Não. Pois não é somente do poder que uma batalha possa ser ganha ou submissa. Há algo que determina se esta força é cortada pela raiz ou brota como um orvalho antes do primeiro raiar de sol.

Confiança.

Quem não tem confiança em um obstáculo à sua frente pode se chamar de invencível? Claro que não.

Foi o questionamento que Ralph teve naquele momento. Ele ficara tão exaltado que poderia vencer a qualquer um, porém, não com somente seu poder, e sim com a parceria de Nessie, que era o que mais o entendia. Eles haviam enfrentado muita coisa, e isso os tornara melhores amigos. O senso dos dois era algo inexplicável em palavras, eles apenas sentiam o que fazer, e como fazer, sem nem precisarem falar um ao outro.

Era essa a relação de melhores amigos. Um laço inquebrável que ninguém de fora poderia romper de forma alguma.

Os dois tocaram seus punhos enquanto ainda estavam voando, representando que sabiam o que o outro estava pensando.

Kazan estava ficando uma pilha de nervos. Ficara perplexo com as habilidades daqueles dois anjos, que atacaram em conjunto em uma situação totalmente desfavorável. Enquanto ficava contemplando seu braço decepado, ele analisara seus danos e formulara várias estratégias para tentar subjugar o contra-ataque latente dos seus inimigos, mas sua frustração era tamanha, que seu sangue fervia de pura fúria.

Fumaça expelia de seu corpo, como a emissão de gases de um vulcão ativo. E logo, seu braço ferido parou com a hemorragia, assim como o traço da fumaça ia se esvaindo. Aquilo era o mesmo para seu Golem gigante, que também havia perdido o braço direito pelo Goiem de Nessie.

Ambos poderiam continuar lutando, mesmo com as suas perdas recentes. Kazan notou um traço de aura vindo à sua direção, e percebeu que era Ralph e Nessie voltando, mais determinados do que nunca, com olhares ferozes apontados para o General.

Kazan retribuiu o olhar à altura.

Eles estavam em uma distância de aproximadamente 100 metros.

Os anjos ficaram um tempo em silêncio, até que o loiro se pôs a falar.

— Dessa vez, vamos lutar com tudo o que temos. – Ele brandiu seu braço na direção do oponente. – Até o fim. Mesmo que precisemos morrer para te vencer!

— Acha que algo como isso pode salvar um condenado do puro inferno? – Kazan o encarava com o rosto empinado. – Todos podem ter o direito de viver, mas só os tolos vivem tendo esse direito. Os fortes e inteligentes vivem por eles mesmos, isso é a maneira mais maneira de se viver com glória!

— Um ser como você que nem anjo é mais não tem qualquer senso de te intitular como maioral! – Nessie exerceu sua presença. – Suas premissas o levaram para onde está agora!

No segundo seguinte, a aura dos três brandiram, ondas de poder que eram hostis a qualquer coisa que se aproximasse. Ninguém hesitou em atacar.

Os olhos ferozes de Ralph previram quando Kazan ordenara ao seu Golem que atacasse com a única mão que lhe restara, e instintivamente desviara, sem levar seus olhos à outra direção que não fosse para o inimigo à sua frente.

O loiro estendeu seu braço afrente.

A fim de querer libertar alguém do puro inferno... eu vou lutar!

Com movimentos rápidos como o vento, Ralph em segundos estava ao alcance de Kazan, que no instante seguinte começaram a trocar socos e golpes, num ritmo violento e veloz, ainda no tempo em que o Golem Infernal estava atacando. Nessie invocara novamente o seu e o acertara diretamente no rosto.

Mas a fúria dos dois estavam em seu auge.

— AAAAAAAHHHHHHHHH!!! – Nessie saltara da sua própria invocação para atacar diretamente, envolvendo seus pés com água. Da boca do Golem de lava expeliu um gás que parecia enxofre, para retardar os movimentos do anjo, mas a velocidade de Nessie era deveras maior para que ele pudesse desviar do gás mortal, flexionando-se por entre os membros do monstro, tudo em uma questão de segundos, para contornar o alcance do ataque e acertar o queixo do gigante com um poderoso Waterfall.

Uma explosão de névoa ocorreu em seguida, para se misturar com o gás ácido e criar uma forte neblina passageira. Mas isso não impediu para que o Golem do anjo das águas viesse de imediato para desferir um certeiro golpe na face do monstro, fazendo-o recuar para trás, totalmente aturdido.

Kazan estava realmente em desvantagem por estar com somente um braço, pois a cada ataque, Ralph o fitava com seus olhos azuis, totalmente aguçados como um falcão, prestes a subjugar o inimigo e tê-lo como presa. O loiro desferia pequenos golpes que geravam danos consideráveis, tudo para analisar as condições do inimigo, já que o corpo de Kazan era praticamente um vulcão ambulante.

As protuberâncias de seu corpo expelem fogo que reduzem o dano dos ataques... meus ataques de vento não são o bastante para fazer este fogo se reduzir...!

Ralph então se lembrou rapidamente de quando conseguira cortar o braço de Kazan, e notara que com o poder da Possessão, ganhava a força necessária para quebrar as fortes ligações flamejantes no corpo do General, já que seria usado poder demoníaco.

Só o fato de ter usado a lâmina da Vingadora Indomável, já serviu para cortar o braço, já que é poder sagrado. Se não combinar meus poderes com ela, não terá sentido algum!

O loiro fitara sua arma companheira, que detinha de arranhões por toda a folha. Ela o havia acompanhado durante várias batalhas, e pensar que ele havia sido tão negligente na luta anterior o fazia repensar todas as suas ações. Ele não cometeria o mesmo erro duas vezes.

O General tentou atacá-lo com um soco de fogo, mas Ralph desviou por milímetros de distância. Não, ele havia repelido o ataque com o manto do Controle Atmosférico.

Ele acionou sua assistência corporal!

Pensara o General, frustrado.

Não irei deixá-lo me acertar um golpe qualquer! Não importa como, vou acertá-lo com tudo o que tenho!

Durante aquele momento, Ralph desaparecera na visão de Kazan. E ressurgiu instantaneamente desferindo um poderoso soco em seu rosto, fazendo-o se desequilibrar, e isso possibilitou para que o loiro realizasse uma de suas técnicas mais rápidas.

— TORNADO ATMOSFÉRICO! – O punho do loiro se envolveu com vento para então atacar com imensos ataques contra Kazan, que o contornavam como um tornado, ferindo-o por todo seu corpo, que mesmo com sua Proteção de Magma, fizera o General se contorcer de dor, até receber um Destruction Whirlwind no tórax com toda a força que Ralph podia exercer naquele momento. Aquilo fez com que Kazan fosse arremessado somente há alguns metros, expelindo sangue de sua boca descontroladamente.

Mas o General usara suas asas demoníacas para deter o empurro violento. Apesar de ter expelido muito sangue, este não pareceu ter se ferido consideravelmente. Kazan limpara o sangue de sua boca com as costas da mão. Abaixo, em seu tórax, algo que parecia ser casca caíam.

Ralph estava ofegante, com o braço direito tremendo por ter usado suas faíscas, mas também por ter tido queimaduras por quase todo o membro. A pele da mão direita estava apenas com um pouco de fuligem por ter sido protegida pela energia exercida das faíscas vermelhas, mas fora um choque e tanto. Enquanto segurava o braço sofrido com o ataque, o loiro notara algo desesperador.

— Nem mesmo... o Destruction Whirlwind... é o bastante...

Em questão, a casca que caía do tórax de Kazan era a camada gerada por sua Segunda Possessão, que o protegia de praticamente qualquer coisa. O golpe elétrico apenas tirara migalhas de toda a área atacada.

— Entendeu, agora? – Expressou Kazan, com um olhar desafiante. – Nenhum de seus golpes vai me ferir totalmente.

O loiro cerrara o punho direito.

— Isso é o que veremos!

Suas asas se esticaram e ele fez algo que Kazan não planejara: partira para cima.

— TOLO! – Kazan descarregara uma onda de fogo contra o loiro, mas ele simplesmente a desfez com um poderoso corte de vento vindo da Vingadora Indomável. Em meio ás chamas dispersadas, o General pôde vislumbrar dos olhos demoníacos referentes à Primeira Possessão de Ralph. Seu manto negro se formava gradativamente.

— Pretende fazer a mesma coisa de antes! Que simplório! – Kazan atacara novamente, mas o loiro foi mais rápido e logo estava ao lado direito do General, que se encontrava em desvantagem pelo braço decepado. O General pretendia fazer algo por ter movido seu antebraço e fazê-lo se inchar, mas de repente, uma onda de energia luminosa chama a atenção do loiro, que vinha da boca do Golem de lava.

Essa não!

— ATAQUE! – Ordenara Kazan, esbravejando o quanto podia. A onda de energia se transformou em uma bola de luz totalmente sobrecarregada, que saltou da boca do monstro direto para Ralph, que não teve escolha a não ser abandonar seu ataque e desviar do golpe. Uma explosão ocorreu no céu, separando os dois combatentes em vários metros. Ralph não pôde visualizar a localização do inimigo pela enorme emissão de luz.

Já Kazan, este se encontrava numa longitude semelhante a 10 metros acima do loiro. Com um olhar totalmente arrogante perante os anjos, como se soubesse cada movimento que fariam e como seria realizado.

O loiro ainda se recuperava do iminente golpe luminoso, e por isso, o Golem de lava viera atrás dele, brandindo sua mão esquerda gigante para com o anjo loiro, que foi salvo graças a Nessie, numa ágil evasiva, como se patinasse no ar. Logo depois, o Golem de Nessie voltara a atacar novamente a Caveira Gigante, fazendo-a recuar e se afastar dos dois.

— Você está bem? – Perguntara Nessie para o capitão.

— Estou, eu só... – Ralph não completou a frase. Após recuperar totalmente a visão, visualizara centenas de pontos vermelhos surgindo no céu. Imensas bolas de fogo similares a estrelas estavam pairadas ao redor de Kazan.

— Dancem por suas vidas! – Sem um comando direto, as imensas bolas de fogo desceram em velocidade sem igual, o que apenas instigou-os.

— Acerte-nos se puder! – Ralph novamente concentrou vento ao seu corpo, e desapareceu ali, para reaparecer metros à frente cortando uma bola de fogo ao meio com a Vingadora Indomável. Nessie percorria os ataques flamejantes deslizando pelo ar com o acúmulo de água em seus pés, facilitando sua flexibilidade. Os dois anjos se esquivavam da chuva de fogo com tanta velocidade que parecia como se realizavam os padrões de um jogo arcade, prontos para enfrentar o vilão final.

— Não nos subestime! – Nessie abriu suas asas, que delas vários torpedos feito de água saltaram, batendo violentamente contra os golpes de fogo, criando explosões de vapor constantes, impossibilitando qualquer visão do inimigo de qualquer lado. Kazan estava apenas os cansando, mas não notou a tempo que isso somente os atiçara. No meio de todo aquele vapor, um redemoinho se formou, aumentando cada vez mais, crescendo na direção do General, que no mesmo instante, não pôde se defender do soco duplo infligido em seu rosto, cada um carregado de pura raiva que os dois sentiam, com as seguintes palavras:

— ISSO É PELA MARIAH!!

O golpe, sem poder nenhum aparente, foi o bastante para atordoar um pouco os sentidos de Kazan, que foi arremessado há vários metros, e com esse bloqueio em seus pensamentos, só pôde pensar em uma coisa.

EU VOU MATÁ-LOS!!

— Não importa os meios... EU VOU MATÁ-LOS!! – Kazan novamente concentrara energia ao seu redor, mas para um ataque totalmente surreal. Seu antebraço direito novamente se inchou, e a energia foi acumulada... nele mesmo! O General, mesmo com o braço decepado, o estava usando como apoio para criar uma imensa esfera de energia, que deveras emitia muito mais poder que qualquer outra coisa já criada.

Aquilo era um golpe suicida. Não, um golpe totalmente desesperado.

Após terem sido movidos pela emoção da batalha, Ralph e Nessie ficaram instáveis em pleno ar, por isso, não estavam preparados para encarar um golpe daqueles.

— Javelin... – Kazan descarregara aquele monte de energia num raio que cobriria facilmente a cidade inteira. Não importava se aquele golpe poderia ser desviado, por que tinha a mesma capacidade de uma bomba nuclear. - ... SUPERNOVA!!

O flash passou diante dos olhos dos anjos e uma imensa explosão aconteceu com proporções absurdas.

Mas, de repente, uma placa de gelo gigante se formou no meio do ataque, e houve ainda o som de estilhaços se partindo.

Tudo ocorreu em apenas dois minutos.

E Ralph demorara quase isso para entender o que havia ocorrido.

— Sério, essa corrida toda me fez cansar de verdade. – Soou a voz de um garoto, que expelia ar gélido de sua boca. Ao redor dele, havia várias placas de gelo, que se conduziam em forma crescente até a altura onde a bomba de Kazan explodira, há vários metros do chão. – Finalmente os alcancei.

O loiro ficara surpreso, que exibia um imenso sorriso.

— Jack!

Kazan ofegava por ter usado tanto poder, mas agora, ele estava quase perdendo o fôlego pelo o que estava acontecendo naquele exato momento.

— Como... COMO ESSE ANJO DO GELO VEIO PARAR AQUI?! – Ele subitamente olhara para trás, como se fosse encontrar o responsável por aquilo. – Maldita seja, Suiren. Deixou ele escapar...!

— Ei, é melhor olhar para cá. – Jack chamara a atenção do General. Suas mãos começaram a ficar gélidas como placas de gelo. O garoto o fitava com olhos desafiadores. – Por que é a minha vez de entrar nesta batalha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!