Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro


Capítulo 159
Capítulo 159 - Persistência Determinante


Notas iniciais do capítulo

Depois de uma semana... MAIS UM CAPÍTULO O/



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Enquanto Jack encarava Suiren, nenhum dos outros ali perceberam o ataque chamativo de Race. A tentativa falha acabou custando muito ao guerreiro. Com o seu corpo cansado, ele cambaleava, só conseguindo andar para frente. No alto da torre, Kazan ainda estava abastecendo a Cascata de Fogo pela boca, e já tinha dado uns minutos, pensara que finalmente havia vencido o loiro.

Parece que ele não poderá contra-atacar em tamanha desvantagem...

Então, de repente, houve uma explosão de dentro da cascata, expelindo fumaça dela. O fenômeno repentino acabou distraindo o General durante alguns poucos segundos, e Ralph aproveitou para finalmente poder ataca-lo. Ele surgira do lado esquerdo de Kazan, enquanto este estava olhando para a direita. O loiro pôde se manter a salvo graças ao Controle Atmosférico, mas tivera que agir rápido para poder escapar antes que sua moto explodisse.

A cada segundo ele se aproximava cada vez mais de Kazan.

Droga...! Não poderei desfazer minha respiração de fogo á tempo...

— MALDITO! – Ralph invocara o Whirlwind e socara com tudo o rosto do General, empurrando-o contra o outro lado. A estratégia havia funcionado.

Mas antes que pudesse pousar na estrutura da torre, o anjo visualizou sua companheira de cabelos ruivos totalmente desacordada.

— MARIAH! – Impulsionando-se no vento, ele foi na direção da amiga, mas quando estava prestes a tocá-la, Kazan reapareceu devolvendo o soco. Mesmo desajeitado, Ralph pôde pousar em segurança no piso metálico da torre.

— Acha que será tão fácil, assim? – Retrucou o General, exibindo um sorriso confiante.

— KAZAN! – Ralph não quis nem dialogar, agira por puro impulso contra o inimigo. Ele brandiu a Vingadora Indomável e atacou consecutivamente o general, desferindo vários cortes em seu torso.

Mas Kazan continuava invicto.

— O quê?

— Proteção de Magma. – Kazan segurara a lâmina da Vingadora com seu membro ardente como lava, mas a lâmina mesmo superaquecida continuava inteira, o que exalava não era uma fumaça de carbonização.

Era algo como enxofre.

— Sabe, anjos caídos não podem tocar em armas sagradas. – Explicou Kazan, totalmente casual. Ralph tentava desprender a lâmina da espada, mas era como se ela estivesse presa em pedra. – Se não fosse por essa proteção, meu membro derreteria. Mas agora, eu irei petrificar...

— Não brinca comigo! – Ralph concentrou sua aura na espada e ela desprendeu automaticamente antes que fosse completamente presa por uma crosta de magma. O golpe o fizera se afastar um pouco, mas logo fora para cima novamente, dessa vez brandindo faíscas de seu braço.

— DESTRUCTION WHIRLWIND!

— TOLO! PUNHO DE MAGMA! – Kazan atacou ao mesmo tempo, fazendo os ataques se chocarem. Faíscas cintilantes voavam para todos os lados. Mas os ataques tinham poder em igual patamar, sendo rebatidos ao mesmo tempo.

Ralph quase ficara na encosta do piso metálico.

— Isso é uma brincadeira de criança. – Provocara o general.

Depois de tanto esforço realizado para chegar até ali, Ralph estava travado na luta contra Kazan. Nenhuma distração funcionaria. Seu estresse havia chegado ao máximo. Para tal, naquele momento ele apenas pensava em aumentar seu poder de ataque para acabar com aquele general de uma única vez.

— Não deixarei... – Envolta do loiro, uma aura negra começou a se formar aos poucos, como uma centelha. Sua cabeça, ainda cabisbaixa, tinha os cabelos espetados sendo movimentados pelo vento quente. – Que leve minha melhor amiga... mesmo que todo o meu corpo seja queimado...! Não vou deixar... que continue a ferir meus amigos!!

Ralph levantou sua cabeça, onde seus olhos mostravam os olhos sombrios de Chronos. A aura negra se formara no manto preto conhecido.

— Ah, Possessão da Besta... então, vai lutar como eu, um ser do submundo? Que ironia. – Zombou Kazan, cobrindo mais e mais seu corpo com sua Proteção de Magma.

— CALA A BOCA!! – Ralph brandiu a Vingadora Indomável num corte reto, onde Kazan facilmente desviou. O ataque cortou uma parte do topo da torre. Sem hesitar, o loiro atacou com o Whirlwind novamente, onde Kazan defendia consideravelmente, e ainda defendendo, também ativara sua Primeira Possessão.

— Se é assim que vai ser, terá o que quer! – Com os braços ocupando o ataque do loiro, ele o rebateu de uma vez, mostrando que havia aumentado seu poder. Ele tocou na parte que conduzia ao topo da torre, e uma onda de lava irradiou verticalmente em direção à Mariah; Segundos antes de poder acertá-la, um pássaro negro invadiu a rota de ataque. Ralph atacou com o pássaro branco num golpe cruzado, criando cortes mais profundos na Proteção de Magma.

Só que dessa vez, Kazan fizera uma careta de dor.

— Ao que parece... essa doeu, não é? – Murmurou o loiro, determinado.

***

Jack ainda persistia com sua barreira de gelo contra os espinhos aquáticos fortificados de Suiren. Mas, a barreira não iria resistir por muito mais tempo, já apresentando sinais de rachaduras.

— É inútil. Assim como posso fazer qualquer líquido se fortificar, ainda posso fazê-los se condensarem dentro de organismos. Dentro de segundos, você será decapitado. – Ameaçou a general.

Jack era um anjo do gelo. Além dos poderes árticos, a outra maior característica deles era a sua mente totalmente controlada. Sendo eles totalmente o oposto dos anjos do fogo, mesmo que sejam cabeça quentes, são mais determinados. Naquele momento, enquanto pensava em um plano, o garoto viu através da estrutura transparente de sua própria barreira de gelo, uma cortina de poeira se formando pela cidade, o que o fez lembrar de Race. E ao mesmo tempo notara que a aura do guerreiro estava diminuindo.

Só havia uma coisa a se fazer.

Controlar a situação.

— Áries... – o garoto se comunicara com a Serafim sem virar sua atenção do inimigo. – Consegue fazer dois Escudos Psiquês?

— S – Se eu ficar calma, só não ficará tão forte quanto os anteriores...

— Então se acalme, oras. – Retrucou o anjo do gelo. – Está tudo bem. Ainda podemos vencer.

— Diz isso mesmo estando na minha presença?! É muito petulante! – Esbravejara Suiren, totalmente irritada.

— Eu é que deveria dizer isso. – Continuou Jack. – Deveria saber em qual desvantagem está.

— Como?!

— Eu sou um anjo do gelo. Com esse clima quente, seria óbvio que eu esteja mais fraco, mas você resolveu o meu problema.

— Não diga asneiras, seu... – A general se interrompeu quando notou algo.

Ela não podia se mexer.

Jack dera um sorriso de satisfação.

— Você... o que fez comigo?!

— Se você está controlando uma nuvem de pura água, quer dizer que está completamente envolvida de umidade. – O garoto moveu seu braço. – Quanto mais umidade está perto de mim, mais controle dela posso ter.

Antes que a general pudesse retrucar, Jack quebrou sua própria barreira de gelo, e como ele previa, nada acontecera com ele. Acima dele, formou-se uma nuvem de ar frio.

— Tome isso! – O garoto brandiu seu poder contra ela. – Chuva de Granizo! – Da nuvem, vários estilhaços de gelo voaram contra Suiren, que presa, não poderia contra-atacar. Sua nuvem de umidade fora completamente desfeita, desaparecendo logo em seguida.

O garoto cerrara seus punhos.

— Dessa vez, eu que irei mover esse campo de batalha. – Disse, motivado.

Virara-se para a Serafim.

— Agora acalme-se. Ajude a Gigan para que ele o ajude. Eu tenho que ir.

— Para onde irá?

— Buscar a única pessoa que pode defende-la nesse momento. – Jack começara a seguir em direção à cidade. – Finalmente aquele idiota não está mais tão longe.

— Jack...

O anjo do gelo se pusera a correr, mas notara que havia uma moto pelos escombros mais próximos. Ele acabara achando incrível Ralph e Race cobrindo o perímetro de moto daquela vez na estrada que sempre pensara em fazer o mesmo.

— Droga... acho que não tem jeito... – Este, já montado na moto, ligou-a e se preparara. - Hora de mudar esse jogo. -  Ele apertara forte no acelerador, onde a moto cantou pneus, fazendo-o gritar de susto e exaltação. Como estava andando rápido demais, tomava cuidado para não parar por destroços, seguia em direção à cortina de poeira que se estendia à alguns metros.

***

Race, mesmo cansado, havia conseguido guardar alguma reserva de energia de sua aura. Agora, não poderia mais depender de meios normais para vencer e se manter vivo. As hordas demoníacas agora estavam todas em seu encalço. Aquele seria uma bela maneira de morrer, afinal, se ele os matasse de uma vez, seria reconhecido como um anjo de pura honra.

— Hora de detonar... – Murmurou o Querubim, com as palavras em meio ao sangue. Sua visão já estava embaçada pela enorme hemorragia coletiva.

— Já terminou, Querubim? – Mais um líder demoníaco ressoava. – HORA DE MORRER, MAL VEJO A HORA DE RECOLHER SEUS RESTOS!

— Seu nojento, fica quieto! – Retrucou o Querubim.

Ele suspirou com calma, e a isso, não escutou mais nada. Sua atenção fora totalmente centrada em concentrar energia. Os Raptores atiraram novamente. Ali contavam, enfim, o resto dos encarregados para dar cabo ao Querubim. Porém, a quantidade deles não era ínfima. Haviam ao todo mais de duzentos demônios reunidos. Se aquela fosse uma luta de espadas, Race provavelmente venceria sem muito esforço, mas aquela era uma situação deveras diferente.

Race levantara a cabeça. Sua postura era séria. De fato, ele estava sério. Suas pupilas, que eram castanhas, agora estavam de um amarelo tão cintilante que brilhavam, demonstrando sua aura interior. Ele segurou firme sua espada, e naquela fração de segundos, em meio à poeira e pólvora, sem ouvir nada, apenas concentrando sua aura, Race havia achado um momento de calma em meio à batalha, o que o acalmou, de alguma forma.

No segundo depois, ataques violentos invisíveis afrontaram os Raptores em tão dada velocidade, que por ela uma cratera fora formada pela pressão da seriedade de Race. Seus punhos estavam pesados. Finalmente havia se acostumado com seu poder interior, mesmo sem poder usá-lo. A cada golpe com a espada, ele esquartejava cinco de uma vez. Sua espada, de tão tingida com a vontade do parceiro, não se manchava de sangue. Era sua principal característica.

Desculpe, mesmo que não tenha um nome, ainda continua ajudando esse parceiro inútil...

 - AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH!! – Brandindo o punho esquerdo, Race atacou o outro lado recheado de inimigos. – SOCO SELVAGEM: SÉRIE DE CINCO SOCOS!! – Ao mesmo que ele atacara, os Raptores atiraram todos de uma vez, com tiros e explosões de bazuca. As pressões consecutivas causadas por Race impediram os ataques incessantes dos demônios, levando metade deles à morte.

Mas havia pelo menos mais de cem demônios em pé.

Antes que eles atirassem, Race brandiu a espada num corte direto. O ataque fizera uma enorme e profunda fenda, que abrira canos de esgoto da cidade pelo grau de magnitude. Aquilo tinha levado mais uns trinta, porém o resto aproveitaram a brecha.

— MORRA ANJO!! A TERRA É DOS DEMÔNIOS!! – Esbravejaram os Raptores, atirando com tudo contra Race ainda no ar, porém, o tempo de reação do anjo foi muito lento.

Race tomara os ataques, mesmo conseguindo desviar.

Aquele poderia ser seu último suspiro.

56/50

— AGORA EXPLODA!! – Os atiradores de bazuca atacaram. Acertando o alvo de uma só vez. As explosões consecutivas ressoaram por todo campo de batalha.

Mas o que era esperado não aconteceu, que era o alvo cair.

Race não caiu.

Em meio ao meio da pólvora lançada, Race estava parado ao mesmo lugar, com suas asas à sua frente, que tomaram o ataque, deixando-as feridas e ensanguentadas. Não que isso importasse o guerreiro.

— Por Gabriel... – Entoou o anjo. Ele saiu da nuvem de fumaça, ganhou altitude, e concentrou suas últimas forças no punho direito. Havia passado a espada para o punho esquerdo.

— O que ele vai fazer? – Exclamou um deles.

— AAAAAAAHHHHHHHHHHHHH!! – Race desceu como um raio, brandindo seu punho com toda sua força. – DESCIDA ATÔMICA!! – O golpe direto criou um abalo sísmico por toda a cidade. A cratera formada tomava ¾ da cidade no total. Com o peso do golpe, Race acabara quebrando os ossos do braço direito, como seu último recurso. Ele estava no meio daquela cratera, ajoelhado. Não fazia qualquer ruído, nem ao menos gemia de dor.

— Tenho... que ir... até os outros... – Ele se levantou como se nada tivesse acontecido. Havia sido parecido com o combate contra Fred. O Querubim se movia inconscientemente, só depois acabava desmaiando. Havia treinado muito para evitar que aquilo acontecesse, mesmo que fosse inevitável, ele não iria desmaiar até o último minuto. Ele contornou a cratera gigante com suas asas, mas pelo enorme cansaço, assim que pousara, elas se recolheram, e Race sentiu como um choque os ferimentos delas, que antes não havia sentido pela adrenalina. E começou a caminhar, mancando e arrastando a espada no chão por não ter mais forças, porém, mesmo assim, não a largava, nem por nada que acontecesse. Seu braço direito, que estava quebrado, estava sangrando muito.

Enquanto estava consciente, seu sentido de audição havia retornado.

Com isso, ele ouviu um zumbido vindo ao longe.

O Querubim não conseguia descobrir o que era que estava vindo de primeira, mas notou que era alguma coisa usando um acelerador.

— Um... acelerador...

Momentos depois, conseguiu visualizar o que estava vindo apesar da visão embaçada e cansada. Era uma moto.

Uma moto?

Quem seria?

— Finalmente te achei...! – Era a voz de alguém conhecido. Aparentava ser alguém jovem. Era...

— Jack...? – Race levantara a cabeça cheia de feridas.

— RACE! VOLTE! AGORA! – Jack não conseguia parar a moto, e gritava exaustado. Ele logo iria bater no Querubim, mas de alguma forma viera pelo lado esquerdo do anjo ferido, que com extrema rapidez trocou a espada para o braço ruim, e com o braço bom parara a moto assim que a pegara pelo seu guidão. Jack voara pelo bloqueio brusco, mas pousara ao realizar uma acrobacia.

— Eu assumo daqui. Agora vá! Rápido! – Fitara o anjo do gelo para o companheiro.

Race, ainda confuso, sorriu em resposta.

— Ela está te esperando. Vê se consegue acalmá-la. – Jack não esperou pela resposta. Nem ao menos olhara para trás. Liberou suas asas de gelo, que eram puros cristais, e foi adiante.

— Certo. Eu irei. – O anjo montou na moto, e pisou no acelerador. – Te devo uma, parceiro!

Jack logo encontrou inimigos remanescentes, que provavelmente seriam reforços. Ele não hesitou e invocou inúmeros estilhaços de cristais contra esses Raptores, que nada puseram fazer para vencer a quantidade, sucumbindo em seguida.

— Vão se arrepender por terem ferido um dos meus companheiros! – Entoou Jack, localizando os próximos demônios, e atacando novamente. Enquanto seguia em direção à torre.

***

Kazan estava perplexo. O loiro havia conseguido bloquear seus dois ataques de uma vez, e ainda conseguira feri-lo. O general não poderia estar mais perturbado que naquela hora. Ralph manobrou seu corpo e pousou novamente. Ao lado dele, seu pássaro branco ressoava.

— Entendo... então este é o seu poder demoníaco... – Murmurara o general.

— Demoníaco ou não, eu usarei este poder para vencê-lo! – Disse o loiro, encarando o inimigo com os olhos possuídos. – Eu não vou te perdoar pelo que fez!

Com um comando, Ralph ordenara que o pássaro branco atacasse, e Kazan fora obrigado a se defender. Aproveitando isso, com uma piscadela, inúmeros cortes foram feitos em Kazan, que ficou ainda mais surpreso. Ainda, o loiro ordenou que o pássaro negro também atacasse pela retaguarda do general.

— Acabou para você!

— Acho que não! – Sem se mover, um manto de fogo rotatório se formou ao entorno de Kazan, protegendo-o dos dois pássaros. Ambos voltaram para o lado de Ralph, que estava transtornado.

— Droga...

— Como pode ter acabado se nós estamos apenas começando? – Debochou Kazan, com uma visão onipotente.


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