Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro


Capítulo 158
Capítulo 158 - Este Orgulho Não Morrerá Tão Facilmente


Notas iniciais do capítulo

YOOOOOOOOOOOOOO! Depois de décadas (?) enfim eu estou de volta! Quem ficou muito tempo sem ler, releia para desfrutar deste novo capítulo!
Boa leitura! ;D



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Race ofegava, assustado e nervoso. Acerca dele estava a imensa horda de demônios, que voltara a atirar contra ele, levantando uma névoa de poeira pelo ar. Só se ouvia o som dos tiros chicoteando o ar, e nenhum berro de dor. Os Raptores não entenderam, e resolveram atirar com as bazucas, irradiando o solo com imensas explosões.

Mas sem sinal do Querubim.

— Apareça, Querubim! – Ressoava um dos demônios. – Você é o nosso alvo, anjinho!

Ele em questão estava escondido atrás do que sobrara de um dos prédios, próximo aos demônios. Havia prendido sua respiração para não expelir sua aura, mas a dor dos tiros em seu corpo era imensa que ele gemia de dor. Sua mente estava confusa, e não sabia o que fazer, pois sabia que se ele havia sido atingido, os outros estavam sob ataque.

— VOCÊ ERA O NOSSO ALVO O TEMPO TODO, SEU BOSTA! – Entoou o mesmo Raptor. – VOCÊ FOI ABANDONADO PELOS SEUS COMPANHEIROS PARA VIRAR NOSSA COMIDA!

Após ouvir aquilo, os sentidos do Querubim se aguçaram. A dor, a raiva, eram apenas distrações corporais. Sendo isso, ele se acalmou, e tentou se concentrar em sua mente, ignorando a imensa dor que estava sentindo. Ele imaginou Áries, sua parceira, dizendo uma frase na conversa anterior à batalha.

Ele não pode usar seus poderes, ainda.

De todo o grupo, Áries era a única que sabia o seu segredo. Por isso, ele sabia que se ela estivesse em perigo, não mediria forças para querer ajuda-la. Não tinha nada a temer.

E naquele momento, ele estava se sentindo desta maneira.

— Não é muito, mas terei que usar um pouco da minha aura... – Expressou o anjo, liberando uma quantidade quase ínfima de aura por todo o seu corpo. Mas por ter soltado a respiração, sua aura voltara a ser detectada pelos Raptores, que descobriram sua localização.

— Achei você! – A horda de demônios miraram onde Race estava, prontos para atirar.

Áries... pessoal... me perdoem, mas terei que usar o meu poder!

Os Raptores começaram a atirar, usando submetralhadoras, bazucas e o que quer que fosse. O ataque durara cerca de dois minutos, mas não havia nenhuma reação...

— ONDE ELE ES... – A voz de um dos Raptores foi interrompida quando este e mais uns quinze deles foram decapitados todos de uma vez num intervalo de quase três segundos. O impacto da espada quase abriu uma fenda do chão.

Lá estava ele, invicto. Mesmo com tiros ao seu corpo, mantinha-se firme.

— Eu vou acabar com cada um de vocês... – Entoava, mais para si mesmo. – Ninguém aqui é páreo para mim.

— MORRA! – O resto dos Raptores ainda vivos continuaram a atirar, em longa distância do anjo. Ignorando toda e qualquer dor naquele momento, Race calculou a trajetória dos tiros, e em cerca de dois segundos (ele nem pensou), soube o que iria fazer.

— Estocada! – O Querubim criou uma forte pressão de ar usando seu cotovelo. A onda de choque levantou o que que estivesse à sua frente para cima, levantando inúmeras pedras, em cerca de 20 quilômetros. Os Raptores tiveram seus corpos destruídos pela força do golpe, que apenas encerrou desabando o topo de um prédio. O anjo bufou novamente, acalmando seus músculos.

— Droga, fiquei tempo demais sem usar minha aura... o ataque foi muito direto.

Ao menos mais de trinta haviam morrido com aquele ataque. O que intrigou os Raptores. Ele era mesmo tão forte assim? Mesmo ferido?

— ELE TEM QUE ESTAR NO SEU LIMITE! ATIREM ATÉ MATÁ-LO! – Ordenou o que supostamente seria o líder daquele pelotão demoníaco, e mais uma salva de tiros deslocaram até o anjo, que olhou de relance. Mas seu olhar, era de pura e calma raiva.

— Estocada Lateral! - Race concentrou aura em sua espada e atacou verticalmente, criando outra onda de choque que ricocheteou as balas e decapitou mais aquele pelotão de demônios. Uma imensa nuvem de poeira tomou conta do local. O anjo ofegou com mais um ataque de longa escala como aquele, e de repente expeliu sangue de sua boca. Pelo grande esforço que exercera, as feridas dos tiros em seu corpo estavam latejando, fazendo seu corpo todo sangrar, o que ainda gerou um choque mental, deixando-o tonto pela hemorragia coletiva. Ele cambaleava para andar, sua visão estava turva, mas isso não iria pará-lo!

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Havia quinze balas alojadas em seu corpo. Mesmo assim, ele ainda podia se mexer. Com esforço, conseguiu achar uma moto ainda inteira, e a usou para se locomover mais rápido, e seguiu em direção onde seus amigos estavam, na entrada da cidade. Race podia sentir o gosto de sangue descer em sua garganta, e ainda suava frio pelo choque dos conflitos.

Mas ainda não havia encerrado.

O que o Querubim não havia previsto, era que estava realmente encurralado. Inúmeras hordas estavam barrando sua passagem. A distância dele e destas hordas era de aproximadamente 50 quilômetros para cada direção.

— H – Há tantos... Q – Quantas centenas são?

— Nosso General prometeu uma equipe de anjos. – Um deles começou a falar. – Você irá cair primeiro, Querubim.

Race tremia pelo medo, angústia e dor que sentia. Estava preocupado com Áries, queria vê-la a qualquer custo..., mas, de que adiantava ele se preocupar tanto se não estava inteiramente concentrado na batalha? Seria sim pedir muito, mas, estava se esquecendo de uma coisa muito importante.

Seu orgulho.

— Como sou idiota... – Murmurara. – S – Se eu os impedir aqui, não poderão chegar até Áries. – Ele levantou seu olhar para os demônios. – Não importa quantos venham, se forem demônios, eu tenho o dever de mata-los!

— MATEM-NO! – Entoou o Raptor, e após suas palavras, imensos tiros foram lançados contra o Querubim, que tentou desviá-los manobrando a moto, mas foi impossível pela imensa quantidade.

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Devido ao campo minado, o anjo acabou despencando da moto. Agora, ele estava muito mais ferido do que antes. Seu ombro esquerdo estava deslocado. Felizmente, nenhuma bala havia acertado seu coração, porém, seu peito direito fora atingido, assim como o resto do torso, costas, membros superiores e inferiores, a dor o deixava sem respiração, fazendo seu coração bater várias vezes mais rápido.

DANE-SE O QUE ACONTEÇA COMIGO, LUTAREI COM TODAS AS MINHAS FORÇAS!

O Querubim liberou o tanto de aura que realmente podia expelir, e com toda a força de vontade que tinha, moveu seu ombro de volta para o lugar, ignorando a dor máxima que sentia. Apesar disso, uma poça de sangue formava-se abaixo dele pelo abdômen. Sua cabeça latejava de tontura e calor. Reunindo toda força que tinha, gritou com todas as suas forças:

— EU NÃO PERDEREI AQUI! EU SOU O MAIS FORTE, MEU ORGULHO NÃO MORRERÁ PARA FRACOS COMO VOCÊS!! – Sua voz ecoou por todo o local, fazendo os Raptores se silenciarem durante alguns minutos. – Mas... vocês por outro lado... – Apesar de toda sua dor, ele os olhou com seus olhos surpreendentemente calmos e intimidantes. – Vão morrer por mim, o herói que vai salvar o dia.

Naquele momento, o ápice de tudo o que os Raptores estavam sentindo é de serem subestimados de todas as formas. O incrível é que com poucas palavras, sentiam como se estivessem perdendo!

— MATEM! MATEM! MATEM! MATEM! – O Raptor em questão pegou uma bazuca perto dele e atirava sem pensar. – MATEM ESSE ANJO METIDO!

Diante da provocação aceita, o anjo sorriu com determinação, e também avançou.

— MANDA VER!

***

Ralph encarava a onda de calor e fogo criada por Kazan, que tentava impedi-lo de alcançar o cume da torre de transmissão. Devido ao Escudo, Ralph não sentia o imenso calor, ainda mais com o Controle Atmosférico ativo, mas em questão de minutos, essa situação havia mudado.

O loiro logo sentiu a onda de calor irradiar seu corpo, como se estivesse perto de uma explosão. E notou que o Escudo criado por Áries estava oscilando, significando que seu controle mental não estava realmente centrado.

Droga... parece que aconteceu alguma coisa...

Por causa disso, notou que sua moto começava a derreter por causa do forte calor presente, daqui a alguns minutos, ela poderia explodir. O loiro estava encurralado, e sem conseguir força o bastante, estava sendo empurrado pela onda de fogo. Naquele momento, ele tinha que saber a situação atual. Por isso, se comunicou com Áries telepaticamente.

Áries, o que houve? O que está acontecendo?

C – Capitão, B – Belfrior foi gravemente ferido por um humano!

O QUÊ?

Ralph ficou chocado. Diante do pensamento de Áries, sabia que ela estava assustada. E se Belfrior estava ferido, quer dizer que Race também estava em perigo.

Mas por ora, ele deveria tentar orientar seus companheiros.

Um humano? Como assim?

Há uma horda de humanos agindo como zumbis ao nosso redor! Gigan e Jack estão lutando contra eles. Não sei se posso manter o Escudo por muito tempo!

Não se preocupe. Desfaça-o! Concentre-se em ajudar os outros!

M – Mas, capitão...

Eu vou sair dessa e salvar a Mariah, custe o que custar!— O pensamento de Ralph expressou confiança e determinação. O que de certa forma acalmou a Serafim.

C – Certo!

O loiro pôde sentir o Escudo se desfazendo ao seu entorno. Antes que ele desaparecesse por completo, já sabia o que fazer.

***

— MORRAM DE UMA VEZ! PORCARIA DE ENCOSTOS! – Race saltou com tudo, ignorando os tiros que vinham em sua direção, e esmurrou diretamente contra o solo, que se fez uma fenda colossal perante sua aura liberada. Não somente isso, criou um tremor temporário, que abalou as construções ainda remanescentes. O impacto havia literalmente arremessado os demônios para cima, e com a propulsão de sua força, o Querubim saltou e com vários golpes com a espada, desmembrou todos os demônios dali. Na direção leste mais tiros vieram enquanto ele ainda estava no ar, o que o deixou um pouco vulnerável. Porém, dali conseguiu olhar de relance a encosta da montanha que ficava na entrada da cidade.

Race tinha que mandar algum sinal de que estava ali. Seus membros já estavam doloridos devido a tanto esforço e pelas feridas adquiridas.

— Droga... é bom vocês se mexerem, braços idiotas! – Seus braços tremiam pela fraqueza interna e dor, mas a determinação do anjo era o que os fazia se mexer, somente isso.

— Socos Selvagens: Série de Cinco Socos! – Sem largar a espada, e usando o braço esquerdo, e ainda mais estando no ar, ele mirou na área leste onde estava sendo atacado, e criou cinco pressões no ar consecutivamente, que criou furos em um dos prédios na área leste, que desabou sobre os Raptores.

— Próximo! – Expressou o Querubim, com um sorriso desajeitado de cansaço.

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Mas ao finalmente pousar sobre o solo, notou que uma nuvem estranha se movia na direção da encosta da montanha rapidamente. Aquilo poderia ser um fenômeno natural, mas Race sabia que não era.

— Tsc! Não vou conseguir dispersá-la desta distância. – Retrucou. – Vou ter que avançar mais e criar uma apresentação ao meu estilo para chamar a atenção dos outros...

O Querubim não perdeu tempo e avançou, montado na moto.

***

Alguns minutos antes...

Na encosta da montanha, Gigan e Jack imobilizavam os humanos zumbis, sendo cada vez mais cercados por eles. Parecia não ter fim.

— O que faremos? Race deve estar gravemente ferido! – Expressou Gigan, esmurrando a cara de um deles.

— Não sei. Estamos com vários problemas aqui, também. – Disse Jack, congelando uns quatro deles de uma vez. – Como está o Belfrior, Áries?

— Nada bem. Criei uma bolha psíquica dentro da ferida para tentar parar a hemorragia, mas parece que ele desmaiou por causa da pressão.

— Droga. – Jack suava frio. Não sabia o que fazer. E agora, aqueles dois estavam por conta própria. – A única coisa que podemos fazer é tentar sairmos daqui.

— Sim. – Concordou o Querubim. – Temos que nos juntar à linha de frente!

Haviam conseguido imobilizar todos os humanos zumbis. Ambos ofegaram pelo esforço e susto. Devido a isso, Jack pôde olhar para cima e tão somente por este motivo pôde perceber o que estava vindo.

Havia uma nuvem escura de forma peculiar acima deles. Porém, não havia mais nenhuma por entre o céu. Já estava se aproximando do meio dia, por isso, não deveria haver nenhuma naquele dia ensolarado.

Por isso, a reação não fora do garoto. Sem qualquer aviso, a nuvem liberou espinhos de água na direção deles. E naquela fração de segundo, Gigan saltou na frente para proteger a todos. Apesar dos espinhos ou lanças serem de água, parecia que eram constituídos por ferro, pois deixaram o corpo do Querubim cheio de furos, sua hemorragia foi instantânea.

— Gigan! – Berrou o garoto, indo ajudar o companheiro, quando ouviu uma voz desconhecida.

— Não imaginei que um Querubim pudesse reagir tão rápido a um ataque vindo da natureza. – Era a voz de uma mulher, que vinha de dentro da nuvem. Ou melhor, ela era a nuvem.

— Um inimigo! – Jack recuou com o companheiro ferido. – Áries, cuida dele!

Mas o que o garoto notou era que, o tempo realmente estava muito quente, agora porque seria devido ás bolas de fogo que arrasaram o solo e espalharam calor por toda a região, inclusive ali. O gelo do anjo não seria o suficiente para parar os humanos congelados, que já estavam se libertando. E agora, somente ele poderia proteger a todos ali.

Vou protegê-los... custe o que custar!

— TOLO! – A mulher lançou mais uma salva dos seus espinhos de água. – Estes espinhos são tão duros quanto aço!

Porém, eles foram parados por uma grossa parede feita de gelo, comprometendo a pressão corporal de Jack, que já sofria pela grande quantidade de calor. Ele cambaleou e quase caiu, mas se levantou novamente.

— Você não irá matá-los. – Ele a olhou com olhos frios, intimidando-a com sua personalidade. – Eu ainda estou aqui.

— Mas que garotinho persistente...


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