Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro


Capítulo 148
Capítulo 148 - Inferno de Gelo - Jack Origem


Notas iniciais do capítulo

YOOOOOOO!!!!!!!!!!! Hoje o capítulo chega mais cedo do que eu costumo trazer para vocês. E este é puramente caprichado! Espero que gostem e chorem ;D

Cena de Batalha: I See Stars - Running With Scissors
Trecho do Passado: Luna Haruna - Sora Wa Takaku Kaze Wa Utau

Minna! Aproveitem para comentar o que estão achando do passado dos personagens! ;D



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Ralph pousou. O ataque surpresa funcionara.

O ataque fora impulsionado onde os cidadãos congelados estavam, mas não houve nenhum acidente grave. Alguns dos que estavam presos em esquifes de gelo saíram à força pelo ataque, e agora estavam jogados no chão, que estava devastado. A névoa de gelo começou a se dissipar, e a figura do oponente iniciava a aparecer.

— É realmente frustrante... Seu esquisito. – Zack entoava, como se o ataque não fora nada. – Estou começando a entender do por que meu irmão foi ao seu time e permaneceu. – A figura dele finalmente ficou visível ao loiro, e ele viu que o oponente apenas sofrera uma contusão na testa, onde um filete de sangue descia pelo rosto. Mas não fora por isso que Ralph se surpreendeu. Os olhos de Zack estavam negros e suas pupilas amareladas. – Você ilude a quem quer que esteja por perto.

— Tsc! Primeira Possessão! – O loiro armou o Whirlwind em seu braço, mas em um instante ele foi congelado! – O quê?

Zack gargalhou.

— Com meu poder atual, congelar uma concentração de vento há quilômetros não é problema! – Ele surgiu à frente de Ralph num salto e o empurrou, enterrando sua cabeça no solo ainda congelado, fazendo o gelo trincar por todo ao redor. – Isso também se aplica a minha mobilidade num ambiente com alta umidade, é claro.

— Droga! – Pestanejou o loiro, com a dor repentina em sua cabeça.

— E há mais! – Das costas de Zack, liberou-se o gelo líquido, que foi se solidificando com o ambiente, crescendo mais e mais, logo acima da cabeça do anjo caído. – Asa Gélida Mortal! – Ele deu um salto para sair do alcance do próprio ataque. O gelo líquido antes era uma enorme concentração de água, naquele momento formaram-se estacas de gelo, que juntas formavam uma enorme asa distorcida e completamente assustadora, e ela desceu vorazmente. Ralph moveu-se rapidamente, escapando de golpes consecutivos ainda estando aturdido no chão, rolando para os lados.

— Maldito...

— É a hora da minha vingança! – Das costas de Zack, cresceram asas belamente esculpidas de gelo. Atrás dele, um enorme dragão de gelo crescia cada vez mais. – Dead Dragon of Ice! – Logo, o ambiente lotou-se de dragões de gelo, uns maiores que outros. – Hora de morrer, heroizinho! – Proferiu o anjo caído, com a mão sobre o rosto, bagunçando seu cabelo prateado.

— Tudo... É por esse poder?! – Questionou Ralph, parado enquanto as imitações de dragões de gelo vinham para o ataque. – É POR ESSE PODER QUE VOCÊ ABANDONOU O JACK?!

O enxame de feras geladas atacaram de uma vez, todas exceto o dragão gigante criado originalmente. Zack não ligou para o que Ralph dissera. O ataque levantara uma névoa gelada.

— Morra como um iludido!

— Então... – A voz de Ralph ecoou pela névoa. Não dava para localizá-lo, pois a geada ainda estava à tona. – Por tudo o que você fez a ele... EU VOU DESTRUIR ESSA ILUSÃO! – Dito isso, ele surgiu brandindo sua espada, dos olhos dele, as pupilas da Primeira Possessão de Chronos, que se exibia com as lágrimas em seus olhos. – ISTO É PELO JACK! - Logo atrás dele, os dois pássaros o acompanhavam.

— AINDA ESTÁ VIVO?! MORRA! – Zack comandou o dragão gigante a atacar o loiro, e o encontro foi de frente. Na adrenalina, Ralph emanou faíscas pelo seu braço e elas se irradiaram na espada, que em contato com a fera gelada, demonstrou sua destruição. Ralph não hesitou, e continuou a prosseguir, fatiando o monstro em sequência. Zack ficou sem reação, não soube como reagir, e o loiro se aproveitou dessa brecha.

— Comando de Ataque! – O pássaro negro desceu tão rápido como uma águia, mas foi desviado pelo anjo caído, que contra-atacou com inúmeros cristais de gelo ao loiro, que escapou montando no pássaro branco. – Comando de Suporte – Impulso! – Em um segundo, ele estava no chão, acertando um golpe lateral em Zack com êxito, mas este não hesitou em contra-atacar, ainda mais por estar furioso, e em instantaneamente invocou outro dragão de gelo, e para sua vantagem, Ralph estava perto dele, portanto não poderia escapar.

— NÃO VAI FUGIR DESSA, MALDITO LOIRO!

— EU NÃO VOU FUGIR DA MINHA DETERMINAÇÃO! – Ralph brandiu o punho contra o ataque de gelo, mas ele estava fazendo isso mais para se defender. Ele sabia que estava com problemas, poderia até escapar usando seus pássaros, mas preferiu não fugir do embate. Esse desejo, sua determinação momentânea, as emoções que estava sentindo por causa de Jack, durante aquele momento, ele pensou em tudo o que o garoto havia passado por causa do irmão. O que Jack sentia em pensar em matar alguém. Toda essa frustração, toda essa vontade de vencer, originou um fenômeno inesperado. O ataque do dragão de gelo parou por suas mandíbulas estarem congeladas por uma placa de gelo bem à sua frente, que surgiu meio que de repente.

— O QUÊ?! – Zack foi o único que disse algo. – Ele controlou...

Um instante depois, Ralph só pensou em destruir o ataque inimigo, e nisso surgiu o Destruction Whirlwind, destroçando a escultura de gelo. Zack estava à sua frente somente há alguns metros.

— ZACK! – Consecutivamente, o loiro desferiu um soco em seu rosto, que se desequilibrou pelo ataque inesperado, caindo no chão. – AINDA TEM MAIS! – Ele desceu em seu encontro, mas o anjo caído escapou, tendo ganhar distância, mas Ralph não dava trégua, ordenando seus pássaros a atacá-lo de diferentes direções incessantemente. Em um dos ataques, o pássaro negro conseguiu ferir sua perna. O anjo caído mal tinha percebido que Ralph já estava montado no pássaro branco, e este veio num impulso e desferiu golpes consecutivos em seu rosto, ainda chutou onde ele anteriormente havia acertado com a espada. Zack já estava caindo novamente, quando o loiro apareceu brandindo seu braço.

— WHIRLWIND! – O golpe teria funcionado, mas Zack se protegeu com suas asas o envolvendo. Mas o impacto do golpe o levou longe, enfim se distanciando do loiro. Ele aproveitou essa chance para criar vários projéteis de gelo, milhares como descrição. Ralph o encarava sem temor.

— Ainda quer lutar? Idiota! – O loiro concentrou sua visão plenamente em Zack, piscou cerca de três vezes antes dos ataques de gelo se aproximar bastante dele. Ele moveu-se numa velocidade surpreendente, desviando de todos os ataques e quando se aproximou de Zack, o atacou para cima, fazendo-o se aproximar dos pássaros gêmeos. – Agora é com vocês! – Os dois pássaros, atendendo às suas ordens, atacaram o anjo caído com inúmeros ataques consecutivos circulares. Zack estava com vários arranhões no corpo, ele não conseguia se mexer, mas não era obviamente o frio, era a pura tensão. E para finalizar, Ralph apareceu por trás e encravou a Vingadora Indomável em seu peito direito, acertando o pulmão, quebrando várias costelas e ainda por cima arrancando um berro de dor do oponente, sem hesitar, o loiro retraiu a espada e ainda dilacerou o ombro esquerdo de Zack, chegando até o seu peito esquerdo. O golpe fora tão forte que fizera o anjo caído ser jogado violentamente contra o chão, mas antes que isso acontecesse, ele havia parado. Não havia se estabanado como previra. Mas isso não importava mais, havia sido ferido gravemente. Aquilo não fora nada menos que um capricho do loiro. Estava quase inconsciente. Zack pensava que estava morto, mas ainda não estava. Achava que ser morto era o pior que poderia acontecer com ele.

Mas definitivamente, não era. Havia algo muito pior.

Ele abriu os olhos. Ralph estava à sua frente, com sua mão pressionando seu pescoço, mas não estava fazendo nada. O anjo caído sentiu algo dormente e olhou para baixo, arregalando seus olhos.

Suas pernas estavam congeladas, e o gelo tornava a subir cada vez mais.

— O que... O que está... Acontecendo...? – Balbuciava. Havia perdido muito sangue.

— Jack me contou de tudo o que aconteceu a ele no passado. – Explicou o loiro. – E me pediu para que eu o matasse, mas não pude fazer isso. – Ele estava tremendo. – Não posso matar ninguém só porque está lutando contra mim, a menos que esteja ferindo pessoas que amo.

— Jack... – Murmurou Zack, ainda em transe.

— Então, eu pensei em outra forma de te deter. – O loiro cerrou os olhos. – De uma vez.

— Não... – O anjo caído parecia como se tivesse despertado. – Isso não... Como...

— Usarei a mesma técnica que usou contra ele. – Disse Ralph.

— Como conseguiu usar o Gelo Temporal?! – Exaltou o anjo caído. – Achei que isso fosse... Impossível!

O bloco de gelo que se formava entre ele continuou a crescer. Ralph soltou o seu pescoço, e após segundos Zack estava preso no esquife.

— Eu não o matarei. Isso quem deve escolher é Jack. – O loiro deu ás costas ao anjo caído, que nada podia fazer. – Comece a se arrepender do que você fez.

— NÃAAO!!!!! – Zack estava paralisado por causa do golpe, que realmente fazia isso com qualquer um que ficasse preso. Todas as funções do seu corpo foram “desligadas”, a única coisa viva era a sua mente, que para toda a eternidade se lembraria dos tempos em que estava junto ao seu irmão.

Ralph desfez a Possessão e caminhou para a saída. O gelo do ambiente começou a se desfazer, portanto logo as pessoas se libertariam e estariam seguras. Seu trabalho ali estava terminado.

Longe dali...

Jack sentiu um arrepio. Belfrior estava quase chegando ao local da torre. Race repousava e Áries, sobre o peito dele também dormia. Gigan olhava pela janela sem dizer nada. Diante de toda aquela calmaria, as memórias antigas do garoto voltaram á tona.

***

Jack brincava no salão principal sozinho. O salão em si era largo. O piso era totalmente cristalino e liso. As paredes eram feitas de cristal azulado, e compridas. Mas o esplendor estava no teto, cheio de estalagmites que formavam lustres diferentes. Lascas de cristal condecoravam aqui e ali nos arredores, e de frente à entrada ficava o famoso trono do Líder. Jack nunca o tinha visto antes, mas sabia que ele era importante. Não demorou muito até que soube que sua mãe aparecesse.

— Filho, não pode brincar aqui. – Alertou a mãe. – Sabe que entrar por aquela porta é perigoso. – O que ela estava se referindo era que, na lateral do salão, havia uma porta que conduzia ao porão do castelo, mais precisamente, onde Gletchen se encontrava. Somente os representantes poderiam entrar um destes era o pai de Jack. Naquela distância, o garoto só se encontrava há três pilares da porta, mas não negou a preocupação da mãe. Ela era bela, tinha um rosto jovem, cabelos loiros tão claros. Gostava de sempre vestir branco e detinha uma sabedoria incrível, diferente do marido, que sempre se submeteu às ações do Líder, o que nem sempre poderiam ser boas. Seus filhos, porém, adquiriram seus cabelos branco-prateados, mas pouco importava.

Zack treinava longe dali, fora do castelo. Estava somente com calças de couro, se exercitando no duro e gélido ambiente. Naquela região as tempestades de neve eram constantes, por isso a maioria dos residentes sempre ficava dentro do castelo, mas para os anjos de gelo, aquilo não era nada.

Mãe e filho voltaram ao dormitório, onde sempre dormiam. Jack adorava dormir com os pais, mesmo já tendo seis anos. Ele percebeu que sua mãe estava tensa.

— Mamãe, o que foi?

— Ah, filho. Você é tão criança para entender...

— Não sou não! Eu era criança um ano atrás! Sou um guerreiro! – Jack brandiu o braço estendendo uma espada invisível. A mãe soltou uma risada.

— O Líder irá retornar hoje. Imagino que seu pai e Zack fiquem eufóricos... – Murmurou. Ao que tudo indicava, não era uma afirmação boa.

— É por que o Zack falhou no teste? – Jack perguntou inocentemente, sua mãe não teve como negar.

— Seu irmão se tornou igual seu pai, Jack. Seja diferente. Escolha o seu próprio caminho para não se agarrar a uma crença amarga.

Jack somente sorriu largamente. Não entendeu muito bem o que sua mãe queria dizer. Naquela tarde, o Líder retornara, e com isso os residentes comemoraram, para logo depois vir um enorme sermão. Todos ficaram de frente à ele, que estava de pé à frente do trono. Começou o seu discurso:

— Nós somos poderosos. Temos o poder. Para isso, temos que mostrar a nossa força á qualquer um que se oponha a nós! Devemos dominar Gletchen, de uma vez por todas! Pelo visto não conseguimos de primeira, mas aqui há muitas pessoas, portanto, deem sua coragem e seu espírito! Neste mundo, os fracos não podem sobreviver! E aqui neste castelo, os fracos não podem residir!

Os homens gritaram em uníssono. Jack estava acompanhado de sua mãe, e Zack estava um pouco á frente deles. Houve a movimentação das pessoas, mas ele pôde ver que o seu irmão estava tremendo.

Os dias de calmaria voltaram. Jack não tinha mais visto seu irmão, por ele ter pedido para realizar missões. Ele Havia feito um amigo, um pequeno macaco das neves, que Havia surgido de repente e decidira ficar. O garoto ficava perseguindo o animal, até que ele, para se esconder, entrara na porta lateral, onde era proibido a entrada.

— Essa não! – O garoto se apressou para resgatar o bichinho. O porão era escuro, mas tinha a iluminação dos cristais, que estranhamente cintilavam, num clareio fosco-azul. Ele avistou o animal lá embaixo, depois das escadarias, vencendo as escadas, ele finalmente capturou o pequeno. – Seu fujão! Não pode entrar aqui, senão... – O garoto se interrompeu quando escutou uma forte bufada. Jack se arrepiou com o que viu bem à sua frente. Um enorme dragão com pele de diamante estava atrás de uma grande grade. Ele pensou em gritar, mas viu que a fera não estava querendo intimidar.

— ESTÁ COM MEDO DE MIM, CRIANÇA? – Perguntou a fera, calmamente.

— E – Eu devo ter medo? – Questionou Jack, mais curioso do que assustado. – Por que você está aqui?

— EU FUI PRESO PELOS HUMANOS QUE VOCÊ CONVIVE. – Explicou o dragão.

— Você tem nome?

— GLETSCHER. SOU O DRAGÃO DIAMANTINO, O REI DAS NEVASCAS. – Proferiu.

Jack estava com os olhos brilhando. Estava maravilhado por ver uma criatura tão grande de perto. O dragão estendeu sua enorme unha e tocou no garoto, fazendo-o cócegas. Jack se agarrou e foi levantado, rindo logo em seguida. Porém, lembrou-se que logo sua mãe se preocuparia, e resolveu voltar.

— Ah. – Ele virou-se para  o Dragão. – Eu posso vir vê-lo novamente?

— O QUE O FEZ VIR ATÉ AQUI CRIANÇA? – Murmurou o Dragão. – FOI SUA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA. QUANDO QUISER VOLTAR E CONVERSAR, ESTAREI AQUI.

O garoto retribuiu a resposta com um sorriso e voltou para cima.

Ele aprendeu a usar o gelo, criando uma escultura pequena do dragão que conhecera. Ele estava novamente brincando sozinho no grande salão, quando avistou que o seu irmão estava de volta. Ele foi correndo para onde Zack estava.

— Mano! Olha só o que eu fiz! – Ele mostrou seu brinquedo. Zack encarou a escultura de dragão. Ele a pegou e a esmigalhou por entre os dedos. Bufou e saiu do salão. Jack estava com lágrimas nos olhos, mas se conteve a chorar. Desde então, ele passou a ficar bastante tempo do dia conversando com Gletscher, que o ensinou a ler e escrever. Então, algo veio à mente de Jack.

— Gletscher, por que as pessoas querem fazer aquele ritual em você?

— QUER MESMO SABER DISSO? – Perguntou o Dragão.

— Sim. – O garoto estava determinado. – Meu irmão fez esse ritual e mudou completamente. Acho que foi por que ele falhou no teste.

— PROVAVELMENTE. ESSE RITUAL É PARA QUE EU ME TORNE UM COM O HUMANO QUE O REALIZAR. É COMO SE ELE SE TORNASSE MEU HOSPEDEIRO.

— Um hospedeiro... – Expressou o garoto.

— DISSERAM QUE É A ÚNICA MANEIRA DE SAIR DAQUI.

— Mas o que há de diferente em ficar assim a se submeter a esse ritual? Você não estará livre de verdade. – Disse Jack.

— JACK, VOCÊ É UMA CRIANÇA MUITO ESPERTA. EU LHE DIGO QUE REALMENTE NÃO HÁ DIFERENÇA, SE AGORA EU TENHO ALGUÉM A QUEM SEMPRE CONVERSAR, ENTÃO NÃO PRECISA MAIS DESTE RITUAL. POR QUE VOCÊ ESTÁ AQUI.

— Acho o mesmo. – Concordou. – Mas sabe... – Ele entrou na cela e deitou-se na pata do Dragão. – Eu queria ser o seu hospedeiro para poder te tirar daqui... – Ele bocejou e depois, dormiu. Gletchen, ao olhar para ele, viu que a aura de Jack era pura e muito cintilante.

— ACHO QUE... VOCÊ TEM POTENCIAL, CRIANÇA... – Ele tocou sua unha no peito do garoto, e uma luz os contornou, fazendo brilhar todo o porão. Zack foi o único que viu a luz do salão, e foi ver o que tinha acontecido, quando ele desceu as escadas e encarou a cela, viu que somente Jack estava lá, dormindo profundamente.

— Não... Não pode ser... Você... – Seu rosto estava à pura fúria. Ele voltou para cima sem dizer mais nada.

*

Jack despertou e esfregou os olhos. Quando seus olhos se acostumaram á escuridão, percebeu que Gletchen não estava lá.

— Gletscher? Cadê você?! – Ele berrou, gritou para todos os seus lados, mas nada. Ele ficou assustado e resolveu voltar para o salão e pedir ajuda. Subiu as escadas, e abriu a porta.

Ele ficou ainda mais horrorizado.

O salão estava encoberto de sangue. Todos os residentes estavam mortos. Corpos se encontravam a todos os lados, alguns, estavam tão mutilados que mal davam para serem reconhecidos. E entre eles, estava o corpo do seu pai, com a garganta perfurada por cristais de gelo. O garoto soltou um berro e tentou se acalmar. Logo se lembrou de sua mãe. E nisso ele saiu correndo, atravessando o salão e entrando nos dormitórios, onde mais corpos se encontravam, e com os olhos em lágrimas, tentava encontrar sua mãe, e torcendo para que ela estivesse bem. Até que, ele a viu.

Seus olhos arregalaram.

Ela não estava ferida, mas seu corpo estava num esquife de gelo. Ela dormia profundamente. Como se nada estivesse acontecendo.

— Mamãe! – Ele correu para o esquife e bateu constantemente no cristal. – Mamãe! Acorde! Não é hora para ficar dormindo! Por favor, eu não quero ficar sozinho!

— Ela não vai acordar. – Uma voz conhecida ecoou, fazendo Jack se virar e avistar o irmão. – Nunca mais.

— E – Ela está morta? – Foi tudo o que ele conseguiu pensar. Diante do momento, ele percebeu o que estava acontecendo ali. – F – Foi você, irmão?!

— Incrível como um esquife pode conservar bem uma pessoa. Nem imaginei que uma técnica como essa foi criada. – Exibia-se Zack.

— F – Faça-a acordar, irmão. – Pediu Jack, assustado.

— Acho que você não entendeu Jack. – Zack arregalou seus olhos para Jack. Um segundo depois, lanças de gelo foram lançadas contra o garoto, que se desviou por instinto, e não hesitou em correr, tropeçando em tudo o que vinha pela frente, correndo o mais rápido que pudia, voltou para o salão, e seguiu para a entrada, onde pensava que estaria á salvo, mas de repente, foi pressionado com tudo contra o chão. Zack agarrara sua cabeça.

— Acha que vai escapar?! – Zack ria arrogantemente. – Irmãozinho tolo.

— Pare Zack! – O garoto chorava, tendo escapar. Ele foi levantado contra a sua vontade e levou um soco na cara. Ficando horrorizado com a violência do irmão. – P – Por quê?

— Você roubou tudo de mim. – Encarou o irmão. – Agora, é a hora da tortura!

Zack invocou mais lanças de gelo e lançou contra Jack, que estava caído e não podia desviar, ele estendeu suas mãos para se defender, e do nada, uma parede de gelo formou-se, protegendo-o.

— E – Eu fiz isso?!

— É provável que Gletscher o esteja protegendo. Mas não por muito tempo. – Zack quebrou a parede de gelo e bateu em Jack, bateu, bateu e bateu. Mesmo apanhando, o garoto não queria revidar, só chorava. – Não vai revidar seu idiota?! – Provocava.

— Pare Zack... – Choramingava Jack. – Eu não quero... – Ele berrou de dor quando seu pé foi atravessado por um cristal de gelo vindo de baixo.

— Que irritante. Não quero ouvir palavras de um covarde. – Zack o encarava como se fosse seu superior.

— C – Covarde? – Questionou Jack, ainda em prantos. Berrou ainda mais. Seu braço foi perfurado. Ele não conseguia se mexer. Zack agarrou sua cabeça e o aproximou.

— Sim. Você é um covarde que não sabe lutar. Por isso que irá morrer! – O momento da tortura começou. Jack foi perfurado nos membros, inclusive nas mãos e tórax e abdômen, exceto o coração, por estacas de gelo que surgiam de todas as direções. Zack modificara todo o ambiente por isso. E ainda sofria dos golpes de Zack, que depois de tanto o bater, o levantou pela cabeça segurando seu rosto coberto de sangue. Todo o seu corpo estava gravemente ferido. Jack estava praticamente sem consciência. Zack estava sorrindo. – Logo que eu te matar, eu matarei Gletscher por não se tornar minha fonte de poder! EU PROCURAREI UM DRAGÃO MELHOR QUE ELE!

— Só por isso... – Jack gemia. – Que os matou... Você quer matá-lo... Eu não posso...

— Não há NADA que você possa fazer! – Zack pressionou sua mão ainda mais forte contra o rosto de Jack. – NADA!

— AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!! – Jack berrou  inconscientemente, ergueu seu braço e agarrou o braço do irmão com força, fazendo-o soltar. O garoto se afastou e berrou novamente. – EU... EU NÃO VOU DEIXAR QUE MATE O GLETSCHER!!!!!!!!! – Sua aura irrompeu, as pupilas em seus olhos haviam sumido. A enorme quantidade de poder que emanava dele rachava o chão, as paredes e o teto. Jack não estava mais são, era o seu próprio instinto falando por ele.

— Q – Que poder! – Zack era afastado por causa da força do poder. – Mas ainda não pode me derrotar! – Ele também irrompeu sua aura, materializando um golem de uma coruja, tendo no máximo uns três metros de tamanho. Jack rugiu como um dragão. Sua aura manifestou a fúria do dragão. E os dois atacaram. Criando um forte estrondo, abalando a estrutura do castelo, fazendo-o ruir. Os escombros caíam por todos os lados. Todos os aposentos foram destruídos. Apesar de tudo ter desabado, a mãe dele estava intacta. O esquife de gelo era indestrutível. O embate havia terminado. A fumaça levantada pelo impacto se dissipara, e revelara o vencedor.

Zack.

Ele estava agarrando Jack pelo pescoço. Então, ele começou a congelar seu corpo.

— Essa técnica se chama Gelo Temporal. Ele mantém a pessoa com o corpo inconsciente com apenas a mente funcionando. Com isso você vai viver por muito tempo, isso não é bom, irmãozinho?! – Zack o encarava com os seus olhos na Primeira Possessão. – Até que esse gelo descongele, pense em como irá me matar, irmão tolo. – Ele prendeu o irmão no esquife de gelo, igual a sua mãe. E se dirigiu à saída. – Se bem que... Você nunca me derrotará! Adeus, covarde!

Jack permaneceu no Gelo Temporal por três séculos.


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