Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro


Capítulo 147
Capítulo 147 - Mariah - Origem


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, eu acrescentei mais coisas ao capítulo pois achei que ficou meia-boca o capítulo, e realmente ficou kkkkkkkkkkk

Música: Within Temptation - Let Us Burn



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As destruições das cidades mais próximas das Sete Torres Verticiais deixaram um claro ambiente devastado. Mas para os Generais da Morte, para construir aquelas torres era requerido muita energia, portanto alguns pontos das cidades não foram destruídos, tudo em prol para que eles tivessem algo para reabastecerem a energia.

Os depósitos e as usinas eram um exemplo.

As atitudes dos Generais eram consideradas reconhecíveis para serem chamados de tal. Porém, apenas alguns deles quiseram invadir a Haled. Digamos que, por motivos de “relações pessoais”, mas entre esses, somente um deles era de uma posição desconfiável. Pois de certo nunca demonstrou um interesse desses.

Mariah estacionou a moto há somente alguns metros da localização do inimigo. O local estava envolto por escombros, nada diferente das outras cidades destruídas. A ruiva caminhou nem tão devagar, nem tão depressa. Suas emoções a deixavam com muita dúvida. Ela sempre soube que não era das melhores, suas habilidades eram consideradas medianas, mas seu raciocínio em batalha a tornavam imprevisível. Nos tempos quando treinava no Primeiro Céu, sempre escutava as mesmas coisas, essas vozes ainda ecoavam pela sua mente... — Mariah! Você se descontrolou de novo!    - Mariah, precisa controlar melhor o seu poder!— Ela sempre recebeu críticas. Mas houve uma pessoa, que sempre acreditou em seu potencial, que sempre a apoiou.

Seu irmão.

— Um túmulo nada discreto. – Murmurou. Continuava a caminhar pensativa. Lembrava-se dos acontecimentos anteriores... Eu sempre estive abaixo da média, precisava que alguém ficava de olho em mim. Mas este alguém eu já tinha. Nós anjos, nascemos do nosso núcleo, vimos o mundo nascer conosco, podemos até dizer que nascemos junto com as estrelas. Quando há uma grande quantidade de energia num núcleo, uma anomalia ocorre e ele é dividido. Foi uma regra imposta por Yahweh, o Pai. Não aconteceu com muitos, era um evento raro. E eu fui um destes. Ao meu lado, estava Blaze. Somos gêmeos, mas ele sempre foi considerado o meu irmão mais velho. Ele era dotado de uma precisão sem igual à dominação de fogo, podendo mais tarde dominar o fogo azul. Foi nomeado de Blaze, a Raposa Azul. Após um evento que ocorreu na Haled séculos atrás, virou um Arconte. Enquanto eu... Sempre estive atrás. Mas não ligava para isso. Eu o amava. Era o típico sentimento de ficar satisfeita com o sucesso do irmão, e muitos não tinham isso. Considerava-me sortuda por ter alguém tão incrível sempre ao meu lado. Todo dia depois do treino ele voltava da missão e me encontrava, depois brincávamos.

— Blaze, um dia quero ter tanta sabedoria quanto você! – Disse. Estávamos deitados em um morro, olhando para as estrelas.

— Oh, é mesmo? Primeiro precisa deixar de ter tanta impaciência, então. – Ele respondeu rindo, bagunçando meu cabelo.

— Ah, não é culpa minha! Por que nascemos tão diferentes se temos o mesmo núcleo?! – Questionei.

— Não seria legal se tivéssemos nascidos iguais, Mariah. – Ele estava sereno, como sempre.— Somos especiais porque somos nós mesmos.

— Pode ser. Mas eu sou ainda mais especial por ter você! – Eu o abracei enquanto ainda estava deitado. Rimos a noite toda.

Os tempos passaram, e então, durante um treino, eu perdi novamente.

— Qual é Mariah?! Depois de tanto treino duro você continua sendo uma fraca! – Retrucou o supervisor.— Seu irmão já teria me vencido com no máximo três golpes!

— D – Desculpe. Eu sei disso. Só não estava pronta...

— Você sempre nunca está pronta. Está conformada com o sucesso do seu irmão que não melhora o suficiente.

Eu fiquei sem reação. Não soube o que responder.

Naquele mesmo dia, ainda me encontrei com meu irmão. Ele estava com os subordinados dele. Sim, ele já era um capitão.

— Hum, foi mal novamente?

— Sim... O supervisor me avisou que estou assim por que fico muito conformada com você.

Blaze fez uma cara de surpresa.

Um dos subordinados dele tornou a dizer:

— Ele está certo. A verdade é que Blaze sempre foi muito melhor que você.

— Ei, pare... – Pediu meu irmão.

— Por quê? Ela já sabe que só tem as piores partes do núcleo entre os dois! Garota, se você não existisse, ele já estaria no nível de general!

— CALA A BOCA! – Foi a primeira vez que vi Blaze se irritar. Eu fiquei assustada. Os subordinados foram embora, mas a atmosfera continuava a mesma.

— Mariah...

— Ele... Está certo... – Eu não pude evitar chorar.— Sou apenas um estorvo... Um mero estorvo...

— Mariah... Você me odeia? – Ele fez um sorriso, mas estava desesperado.

— Não! Eu não o odeio! Você é quem devia me odiar! – Elevei minha voz. Comecei a soluçar. Estava aflita.— Você não merece alguém como eu!

Ele me abraçou no mesmo instante.

— Mariah, eu soube que, para os humanos, um irmão invejar o outro é normal... Sei que você me ama tanto quanto eu, mas há momentos que, você pode desejar ser melhor do que eu.

— Mas...

— Eu quero que você seja reconhecida por suas próprias habilidades, Mariah. Quero que faça amigos, e eles confiem em você, não por ser minha irmã, mas por ser quem você é. Uma guerreira fiel, sincera e muita cabeça dura. – Ele também estava chorando, mas estava sorrindo. O mesmo sorriso de quando eu o vi pela primeira vez quando nascemos.

— Tá bom... Eu vou... Eu vou ser melhor do que você! – Berrei com todas as minhas forças, enxugando as lágrimas do meu rosto.

Depois daquele dia, meu irmão teve outra missão na Haled e demorou bastante para voltar. Enquanto isso, eu treinei muito mais duro como nunca treinei. Derrotei meu supervisor, quer dizer, quase queimei sua cara, mas ele me aprovou. Desenvolvi minhas próprias técnicas, mas em segredo, queria poder mostrá-las ao meu irmão. Logo, eu soube que ele havia retornado, e corri ao centro do Primeiro Céu para me encontrar com ele. Conversei com os guardas que estavam por ali, e me disseram que ele estava em uma das torres de vigia, a noite já estava caindo, e então...

Aquilo aconteceu.

Uma explosão de fogo ocorreu numa das torres de vigia, e esta era logo onde meu irmão estava. Não pensei duas vezes e comecei a correr antes que qualquer um para a torre. Meu peito batia muito rápido. Pode-se entrar na torre usando as asas, mas para não atrapalhar o andamento dos vigias, há uma entrada abaixo e uma escadaria para acessar o andar. Adentrei e subi a pequena escadaria correndo, quando venci a escadaria, o que eu mais temia aconteceu.

Meu irmão estava morto logo à minha frente. O andar da torre estava completamente destruído, com pequenas chamas se alimentando aqui e ali e á frente dele... Estava Tora, coberto de sangue de costas, olhando para mim.

Naquela época, eu ainda não sabia o significado de “melhores amigos”. Mas Tora era assim para o meu irmão. Ele era o seu melhor amigo.

Então... Por quê?

Mariah chegou ao que era uma das cabines de energia da cidade. O local parecia um depósito. As bobinas ao seu redor estavam todas estalando, absorvendo energia, significava que ainda estavam funcionando. A ruiva abriu o portão e entrou.

De dentro, o lugar parecia ainda maior. O espaço era grande, e havia buracos na parede que recebiam luz de fora, iluminando o recinto. À frente dela, estava Tora, o General. Ele que fazia as bobinas funcionarem, ou seja, estava localizando e absorvendo energia, provavelmente por ter esgotado suas energias. De costas, ele notou a presença dela, e virou-se para encará-la.

Os olhos de Mariah ficaram centrados neles, até que começaram a tremer de fúria. Nenhum deles disse nada. Até...

— Os humanos possuem gostos incomuns. Mas até mesmo nós acabamos nos viciando com suas loucuras. – Expressou Tora. – Eu, por exemplo, adoro um Rock Clássico.

— Não perguntei nada do que você gosta assassino. – Retrucou a ruiva, aparentemente calma e séria.

— É mesmo. Encontramos-nos no esgoto naquele dia...

Mariah não respondeu.

—... Espero que saiba que me enfrentar não é uma boa opção. – Alertou o General. – Fui tolerante com você naquele dia por causa do meu parceiro.

Ela rangia os dentes.

— Vá embora antes que eu a mate. – Tora entoou mais seriamente, apontando para a saída como se saldasse uma banda. – Vá embora.

De súbito, ele não notou que estava envolto em um círculo de chamas. E a fitou de volta surpreso.

— Não o deixarei escapar! – Ameaçou Mariah, ignorando tudo o que ele dissera. Em sua mente apenas via uma coisa... – EU TEREI A MINHA VINGANÇA!

Eu o conhecia de alguns encontros com meu irmão. Tora era bem tímido. Quase não falava. Meu irmão é que sempre o descontraía. Para mim, era difícil de saber o que Tora estava pensando.

— Não, Blaze. Eu não posso ser o seu substituto. – Era Tora que falava em uma das conversas. Eu estava junto em quase todos os seus encontros. – Eu... Eu não tenho senso de liderança...

— Não diga isso. Você é a pessoa em quem mais confio. – Meu irmão pousou sua mão no ombro dele. – Preciso do meu imediato para comandar aqueles desorganizados.

— Tem que haver alguém do grupo que seja melhor do que eu...

— Tora. Você é forte. – Blaze estava sério. – Você sabe ser incrível quando quer. É o que eu mais admiro. Você é o meu melhor amigo, tenha mais confiança!

Depois de mais alguns encontros, Tora sumiu, e isso logo depois que meu irmão recebeu sua última missão. Naquela época... Eu não me toquei nisso, pois estava concentrada no meu treinamento.

Naquela hora, ao ver meu irmão morto, não pude pensar em muita coisa. Corri até meu irmão, e ele já estava inconsciente, sua aura já não estava mais lá. Tudo o que eu pude perguntar à Tora foi:

— P – Por quê?!

— Foi necessário. – Foi tudo o que ele disse. Logo depois, minha raiva tomou o controle.

— Eu o matarei, então! – Mariah incandesceu seus braços com chamas.

— Você não tem poder o bastante para me vencer! – Tora brandiu seu braço ao alto com o aceno do Rock. – YAAAAAHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!!! – Segundos depois ele apareceu próximo á ela mirando em sua garganta, a posição da sua mão, o aceno do Rock, foi concentrada energia elétrica, e as pontas do dedo indicador e mindinho pareciam navalhas, mas em vez de encontrar a garganta da ruiva, o General foi acertado por uma parede de chamas. Ela surgiu rapidamente das chamas do círculo de fogo pela esquerda e no ato do salto com uma das mãos ela invocou uma grande bola de fogo, lançando-a de imediato e surpreendendo Tora. O orbe de fogo engoliu-se nas chamas com tudo. Mas Tora escapara da emboscada, pois há somente alguns passos ele estava ileso, envolto por eletricidade. Aquela era a extrema agilidade dos anjos dos raios. Eles eram super velozes. Sem nem pensar duas vezes a ruiva invocou outra bola de fogo com a outra mão e lançou-a novamente contra ele, que para contra-atacar jogou uma rajada elétrica do envoltório que manejava com um simples movimento do braço. O orbe de fogo se espalhou pelo ar com a onda de choque. Após uns momentos de silêncio, Tora percebeu que Mariah estava tentando pensar em algum plano.

— Parece que você ficou mais forte...

— Cale a boca! – Ela partiu para cima, intimidando com seus braços em chamas, mas Tora não se sentia abalado.

— Não vai conseguir me ferir enquanto uso minha Capa Relâmpago. – Disse Tora, enquanto desviava dos golpes raivosos da ruiva. – Eu, por outro lado... – Nem terminou a frase por desferir uma joelhada no abdômen dela, deixando-a sem ar, e jogando-a para cima. Com sua rápida agilidade, ele a alcançou em poucos instantes, a passou, e a lançou de volta ao chão com um soco em seu rosto, e antes que ela encostasse-se ao solo, ele a atacou com golpes incisivos que a lançavam para todos os lados.

— Intercepto Relâmpago! – Desbravou Tora, encerrando seu golpe múltiplo com uma voadora em umas das pernas de Mariah, quebrando nada menos que o seu fêmur. Mariah capotou no solo berrando agonizantemente por causa da perna, que mal se mexia. A ferida expelia uma poça de sangue aonde ela estava.

— Foi assim que se sentiu... Quando o matou?! – Ela retrucou, tentando ignorar a dor. Não daria o braço a torcer. – Não pense que acabou!

— Você não pode mais se esquivar dos meus ataques rápidos. – Disse o General. – Está praticamente à beira da morte, ou já se esqueceu que com as Torres o tecido da realidade está fino?

Os olhos da ruiva apresentavam fúria e cansaço.

— Você irá morrer de corpo e espírito se continuar, garota. – Repreendeu o General. Ela não podia ver os olhos deles pelos óculos escuros, mas sabia que ele a olhava com superioridade. – Desista.

Ela suspirou.

— Sabe de uma coisa? Quando estamos tão a risca assim da morte, há uma vantagem nisso. – Ela sorria arrogantemente.

— Farei com que se cala para sempre! – Ele saltou. Em poucos segundos alcançaria a ruiva, mas... Ele caiu na armadilha.

— COMETAS EM COLISÃO! – Berrou a ruiva, e do círculo de fogo que ela havia criado anteriormente, as chamas aumentaram e levantaram em conjunto, formando vários cometas caindo em direção à Tora de uma vez. Para Mariah aquilo não era um problema para ela, pois eram as suas chamas, mas para Tora, aquilo não tinha uma rota de escape, primeiro por que ele estava cercado pelo círculo de chamas, e os cometas não o atacavam em apenas um lugar, mas de vários. Precisamente todo o local envolto pelo círculo de fogo foi atacado, como um campo minado. Após as labaredas uma cortina de fumaça tomou conta do local.


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