Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro


Capítulo 141
Capítulo 141 - O Pedido de Jack


Notas iniciais do capítulo

Além desse ser um dos melhores capítulos que eu já escrevi, foi um que causou muitos feels ;-; SIM, FEELS PRA CARAMBA!!!!!!!!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/583124/chapter/141

Ralph acordou no dia seguinte, e rapidamente se lembrou do ocorrido. Não sabia mais o que fazer. Mas não deveria abaixar sua alta estima, pois ele lutaria de qualquer jeito, com todas as suas forças. Ele desceu e se encontrou com todos na mesa, mas ninguém disse nada, a casa inteira estava em completo silêncio, até a campainha tocar.

— Deixa que eu atendo. – O loiro se levantou da mesa e seguiu até a porta. Ao abri-la, se deparou com um carteiro segurando uma caixa.

— Entrega. – Disse o cara, estendendo a caixa.

— Ué, mas não pedimos nada do correio. – Disse Ralph desconfiado.

— É que essa entrega é especialmente para você. – Disse o carteiro com sua atitude alterada, ele imediatamente jogou a caixa para o corredor da sala de estar, e antes que Ralph pudesse pegá-lo, ele começou a correr.

— Mas que droga... – Expressou o loiro.

— Deixa que eu pego ele! – Disse Race saltando na mesma hora, em direção ao carteiro.

— O que há dentro dessa caixa? – Questionou Nesse. A caixa era de um formato médio, tendo em cerca de uns 40 centímetros. Mas antes que o anjo pudesse tocá-la, Jack interveio e com extrema rapidez segurou a caixa e a jogou para o quintal, dentro de segundos ainda no ar, a caixa se explodiu em várias fagulhas de gelo e ar frio.

— Foi por pouco... – Expressou o garoto.

 - Espera! Isso foi...

 - Uma armadilha, e Dele. – Disse Jack, com pesar.

— Acho que era para mim... – Expressou Ralph.

Race apareceu.

— Acho que aquele maldito era mais que a droga de um carteiro.

— Como assim? – Perguntou o loiro.

— Raptor. Assim que me viu, tentou me bater. Arranquei sua cabeça um segundo depois. – Relatou o Querubim.

— Ah, não precisava dizer todos os detalhes, seu cabeça de grama. – Retrucou Mariah. – Ainda é de manhã, sabia?

— Como soube que era uma bomba de gelo, Jack? – Perguntou Ralph.

— Senti a aura Dele dentro da caixa, reconheceria de qualquer lugar. – Explicou Jack. Parecia estar abatido.

— O que faremos agora, Ralph? – Perguntou Belfrior.

— Além do fato de que criaram um Vértice Gigante, parece que os Generais da Morte estão começando a agir. – Analisou o loiro. – Nesse caso, vamos agir também.

— Oh...

— É isso aí! Até que enfim um pouco de ação, pra variar! – Exaltou Race, dando pulinhos.

— Belfrior, analise quem enviou a caixa, e pesquise de que cidade se encontra. Mariah, Nesse e Gigan, comecem a investigar as cidades mais próximas, identifiquem se há Raptores e os interroguem. Áries será a Condutora de Informações, quero que contate a todos a cada hora para que enviem os seus relatórios. E quanto a mim e ao Race... Vamos fazer uma pesquisa... Vamos lá! – Todos seguiram as ordens do anjo loiro. Nesse, Mariah e Gigan saíram apressados e logo se dividiram por entre as cidades, a procura de Raptores.

— Dessa vez, nós que seremos os perseguidores! – Expressou Nesse.

— Não posso questionar que estou animado com isso. – Disse Gigan.

— Vamos quebrar alguns caras! – Exaltou-se a ruiva.

Indo para um local mais calmo na casa, Belfrior relaxava sua mente para pesquisar cada pessoa na cidade e nas outras, enquanto isso Áries mantinha-se atenta as informações que os outros relatavam em mente, e anotava tudo.

— O nosso trabalho é ainda mais complicado, portanto não se esqueça de anotar toda a informação que ganhar! – Disse Belfrior.

— Pode deixar! – Afirmou a Serafim.

Ralph e Race pesquisavam algo pela internet...

— Ora, porque todos vão fazer coisas maneiras enquanto teremos que ficar aqui?! – Relutou Race, desapontado.

— Precisamos de algo que nos ajude a nos locomover por aqui. Se sempre sairmos usando nossas asas, podemos nos cansar desnecessariamente. E ainda enfrentaremos os Generais da Morte. – Explicou Ralph, ele olhou para a tela do notebook e acho o que queria. – Isso! É disso que precisamos!

Race ficou ainda mais maravilhado.

— Agora sim estou gostando desse trabalho! Essa foi a melhor tarefa de todas!

                                                     ***

A tarde foi bem agitada. Os anjos que serviram como perseguidores voltaram somente ao pôr do sol. Belfrior teve que descansar incontáveis vezes pela exaustão que sofria por investigar inúmeras pessoas de uma vez. Áries anotou todo o relatório do pessoal, escrevendo num bloco de notas. Após o jantar, todos se reuniram da sala de estar, para relatarem as suas ações.

— E então? Como foram? – Perguntou o loiro.

— Nós procuramos e investigamos vários Raptores que encontramos em seis cidades. – Relatou Nesse, os outros dois concordaram.

— Sua conclusão?

— Havia vários Raptores, ainda creio que haja mais por aqui, mas devem estar em grupo, por isso seria mais difícil investigar a fundo. – Explicou Nesse.

— Beleza. Belfrior, como foi?

— Investiguei todas as agências de correio por entre as nove cidades espalhadas por aqui... E só houve uma entre elas que havia a mesma embalagem que a que recebemos. Acredito que quem enviou a bomba esteja na ala dos depósitos.

— Então, só falta pesquisar as possíveis cidades que tenham áreas de depósitos para estoque... – Expressou Ralph.

Jack não conseguiu dizer nada.

— Áries, você é a última.

— Sim, capitão. De todos os raptores que foram investigados e destruídos, há grandes chances de vierem de outras duas cidades.

— Como assim? – Disse Mariah.

— Se os Generais da Morte estão por trás do Vértice, então há uma grande chance de terem sido eles que trouxeram os Raptores para cá, com a tentativa de nos confundir. – Explicou a Serafim.

— Boa Áries! – Disse Ralph. – Estamos chegando perto!

— O – Obrigada. – Ela ficou agradecida.

— Então, basicamente há três cidades em que os Raptores tenham vindo do Inferno. – Simplificou Race. – E agora?

— Nos resta pesquisar essas três cidades e verificar quem são e que tipo de pessoas dos Generais da Morte está por aqui. – Explicou Ralph.

— Você está certo. Porque não são todos que estão por aqui. – Disse Fred. Ele surgira naquela hora.

— Como você tem certeza? – Perguntou Mariah.

— Se há ocorrências em três diferentes cidades, significa que obviamente há três Generais da Morte por aqui, não é? Ao todo, são sete Generais.

— Sete... – Expressou o loiro.

— Como pode ter tanta certeza?! E se eles trabalharem em duplas?! – Questionou a ruiva.

— Pode pensar nessa maneira, mas só irá quebrar a cabeça. Eles estão no mesmo barco, mas gostam de agir sozinhos.

— Eu também acho. – Expressou Nesse. – Eu concordo com o Fred.

— Nesse...

— Está certo. Sabemos que são três Generais. Fred, você parece conhecer cada um deles, poderia reconhecê-los só obtendo informações?

— Sim. Posso fazer isso. – Respondeu o irmão.

— Ótimo. A reunião termina aqui. – Disse o loiro. – Logo nós teremos uma surpresa.

— Surpresa? – Perguntaram quase todos.

— Sim. Algo que Race e eu pesquisamos e poderá nos ajudar a nos locomover!

— Esperem e verão, crianças. - Disse Race sentindo-se orgulhoso.

                                                    ***

Todos passaram a semana inteira investigando as três cidades e quem seria os possíveis Generais que estavam na Haled. Fred quebrou muito a cabeça para reconhecer as informações. Quando finalmente reconheceu um deles, ele achou melhor falar somente para Jack.

— Jack, eu reconheci um dos Generais.

— E – E então? – Perguntou Jack, ansioso e desesperado. – É ele?

— Não há dúvidas. – Fred vagava seus olhos nas informações em suas mãos. – Tenho absoluta certeza de que é seu irmão.

Fred deixou Jack sozinho. E o garoto não parava de tremer.

Quando a semana passou e veio o final de semana, Fred já havia reconhecido todos os Generais. Com essa notícia, que veio de manhã, todos se reuniram na sala.

— E então? Quais são os Generais da Morte?! – Questionou a ruiva, ansiosa.

— Acalme-se Mariah! – Relutou Nesse. – Eu também estou nervoso!

— Bem, demorou uma semana para suspeitar, questionar e afirmar os dados. Hoje eu tenho objetiva certeza de que sei quais são os Generais da Morte. – Ele tossiu. – Bem, em uma das cidades, teve casos de incêndio e falta de energia, isso supondo que seja na mesma data em que os Raptores apareceram, tenho certeza de que é Toru, o General do Trovão.

Mariah ficou chocada e começou a tremer, não disse mais nada. Nesse a fitou preocupado.

— Em relação à outra cidade... – Fred coçou a cabeça. – Tive dificuldade para descobrir a razão de tantas chuvas fortes, e teve casos fora do normal. Mas aparentemente começou a ocorrer casos de névoas fortes e perigosas, que começaram a rodear a cidade inteira, também pesquisei que há vários casos de pessoas intoxicadas ao inalar a névoa. E, a única pessoa que imagino que seja... É Dirtiel, o General do Ácido.

Dessa vez, Nesse começou a ranger seus dentes.

— Não há nada diferente do que houve na vez passada. – Expressou Ralph, fitando seus dois amigos. – Mas não há nada que podemos fazer além de lutar. Precisamos salvar essas pessoas! Sei que alguns estão preocupados e até nervosos, mas temos que colocar nosso dever em primeiro lugar!

— E o terceiro? Você não nos disse o terceiro. – Lembrou Race.

— Por um pedido especial, não vou revelar o terceiro. – Respondeu Fred.

— Porque não?

— Eu já disse a alguém quem é o terceiro. Não precisa se preocupar. – Na mesma hora, todos escutaram um barulho no lado de fora.

— O que deve ser nessa hora da manhã? – Perguntou Belfrior.

— Nossa encomenda. – Disse Ralph, com um sorriso determinado. – Venham ver!

Todos saíram, exceto Mariah e Nesse, que foram para os seus respectivos quartos.

Dois caminhões estavam em frente à casa. Um dos caminhoneiros saiu do veículo e pediu para o loiro assinar um papel, logo após descarregaram a encomenda, o que, lógico surpreendeu a todos.

— I – Isso é... – Expressou Belfrior.

— Não acredito! – Disse Áries.

— Sim! Podem apostar! – Disse Ralph. A frente deles estava quatro belas motos negras, todas do mesmo modelo, além de um carro azul.

— Isso parece...

— Pois é! Parece que viramos uma gangue! – Exaltou-se Race.

— Uma gangue? E como ela vai se chamar? – Disse Belfrior, rindo.

— Eu já dei um nome. – Disse o loiro. – Angels Heart!

— Uou! Gostei do nome! – Expressou Áries.

— Belfrior, espero que saiba dirigir. – Ralph jogou a chave do carro para o Serafim. – Amanhã iremos invadir essas cidades e destruir esses Generais!

— Quem vai pilotar as motos? – Perguntou Gigan.

 - Bem...

— O capitão, eu, Nesse e a ruiva esquentada! – Race interrompeu o loiro. – EU VOU PILOTAR UMA MOTO CARA! UMA MOTO!

— Isso quer dizer que o resto irá de carro. – Disse Gigan.

— Sim. Eu irei junto com vocês. Vamos pesquisar o centro desse Vértice, precisamos destruir o que quer que tenha criado esse Vértice. – Explicou Ralph.

— Entendo. Amanhã será um dia agitado... – Expressou Belfrior.

                                                   ***

A tarde veio, e com ela os preparativos finais para o dia seguinte. Ralph arrumou o Manto Negro de Fred. Com ele, seria difícil percebê-lo, o que poderia ajudar muito. Deixou o Manto sobre o sofá. A luz do pôr do sol irradiava pela sala de estar. O loiro percebeu que não estava sozinho na sala, ao se virar para a escada, lá estava Jack.

— O meu irmão... O meu irmão está aqui... – Expressou o garoto.

— Sim. Eu soube, acho que somente nós dois sabemos disso. – Disse o loiro. – Jack não sei se é uma boa ideia, mas estava pensando em depois que nós fossemos investigar o centro do Vértice, você poderia ir sozinho ir enfrentar o seu irmão. Eu não irei impedi-lo...

Jack estava com a cabeça cabisbaixa.

— Jack, o que foi?

— Eu... Tenho um pedido a fazer a você Ralph. – Disse o garoto.

— Um... Pedido?

— Você sabe... Que eu passei décadas pensando na minha vingança... – Jack se recordava de memórias distantes. – Mas, depois do que aconteceu há pouco tempo atrás... Eu...

— Você está se referindo sobre a luta dos Anjos Caídos?

Jack concordou com a cabeça.

— Eu matei uma pessoa, Ralph. – Jack mostrou os seus olhos em puro desespero. – Antes, eu era frio com qualquer coisa, mas... Depois daquilo... Eu simplesmente fiquei sem chão...

— Você... – Ralph não conseguiu completar a frase, mas reuniu forças. -... Não estava errado Jack...

— Não diga isso! – Jack levantou sua voz.

Ralph o fitou.

— Isso quer dizer...

— Eu... Não quero matar mais ninguém! Eu não vou conseguir matá-lo! – Jack respirava pesado. – Por isso, eu quero... Que você faça isso para mim! Eu quero que você mate o meu irmão!

Ralph ficou tão chocado que não pôde falar nada.

— E – Eu não tenho mais ninguém a quem confiar... Você é o único que sabe que... E sentiu a mesma dor que senti... Então... – Ele ainda estava com a cabeça cabisbaixa. Ralph se aproximou devagar e pousou sua mão na cabeça do garoto.

— Jack... Você por acaso... Já salvou alguém?

O garoto ficou surpreso.

— Sei o que está sentindo. – Ralph falou com calma. – Não é do feitio de um anjo matar alguém. Eu não sabia disso um tempo atrás... E matei um cara.

Jack engoliu em seco.

— Mas sabe... Eu fiz isso para proteger alguém importante para mim. Por isso, esse caminho pode acabar sendo inevitável. Em escolher o caminho mais rápido ou o mais difícil de salvar alguém... – Ralph sorriu. – Está tudo bem. Eu o farei. Acalme seu coração, Jack. Quando você salvar uma pessoa, vai entender o que quero dizer.

Jack não conseguiu dizer nada, e se pôs a chorar com a mão de Ralph sobre sua cabeça e o loiro sorrindo sinceramente sobre o seu rosto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!