Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro


Capítulo 122
Capítulo 122 - Conto e Desejo


Notas iniciais do capítulo

Yoo! Vamos a continuação da saga ;D



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Ralph subira a bordo do barco. Não sabia o que Ortobeu queria lhe dizer, mas sabia que deveria ser algo sobre Buck. Atravessando o convés, onde os outros tripulantes se encontravam fazendo os seus deveres. Seus passos criavam rangidos na madeira velha do transporte. Abrira a porta do aposento do capitão, que se encontrava sentado numa cadeira também velha, que rangia sempre que Ortobeu se mexia.

– O que quer falar comigo? – Perguntara, enquanto se sentava numa das cadeiras à frente do capitão, que fumava um cachimbo. Quando se sentara ereto, a cadeira rangera mais.

– Garoto. Eu sei que você pode vencê-lo. Todos aqui se sentem culpados pelos atos cometidos do passado. Nossos corações estão petrificados de tristeza. Por isso que muitos devem sentir inveja sua por ser tão ingênuo. Sua sinceridade tocou a todos nesse navio.

– Entendo. Mas... O que eu devo fazer?

– Eu vou te contar uma história. – Inclinou-se, e sua cadeira rangeu novamente. – Talvez quem saiba depois dela você saiba o que tem que fazer.

Ele estava apressado, mas achara que não seria mal ouvir algo que pudesse te ajudar. Ajeitando na cadeira, se pôs a ouvir o que Ortobeu tinha a dizer.

– Muito bem... – Inspirara lentamente. – Isso aconteceu há muito tempo. Muitos anjos poderiam andar pela Haled em suas missões de reconhecimento. E algumas eram por tempo indeterminado, por isso, muitos de nós aproveitava esse tempo para descansar e aprender sobre os humanos. Buck era um desses. Apaixonara-se pelo mar e isso o tornou um marinheiro. Comprara um cargueiro. E vivia calmamente. Mas o que ele não sabia, era que houvera algo que iria se apaixonar mais do que o mar. Certo dia, enquanto preparava suas redes resistentes usando seu próprio poder, ele encarara uma bela mulher, da qual se apaixonara a primeira vista. Logo os dois começaram a sair juntos. Até que um dia ele a convidara para dar uma volta no seu cargueiro, pois o dia estava muito bonito e caloroso. O problema é que depois aconteceu a tragédia. Uma maldita tempestade aconteceu do nada, e destruíra o cargueiro, afundando-o sem piedade. Buck sobreviveu porque ele era um anjo, mas a mulher não sobreviveu. Desesperado, ele a queria de volta. Porém, ele sabia que entrar no Paraíso Eterno, o Terceiro Céu, era proibido aos anjos. E só lhe restara uma escolha. Fora até aqui, o Sheol, e pedira a Lucífer a alma dela, porque ele achara que o ex- arcanjo poderia fazer algo a respeito. Lucífer então, dizendo que sabia o que fazer, pedira algo em troca. Buck, sem ter nada para dar, oferecera a si mesmo para obedecer as ordens que a Estrela da Manhã quisera. Com o acordo feito, porém, veio a desgraça. Porque Lucífer mentira, e logo após isso veio a Rebelião, Miguel o punira e a todos os anjos que o seguiam, jogando-os todos para cá, até Buck. Com isso, ele perdera a mulher que amava, e sua própria dignidade.

O silêncio padeceu sobre a sala.

– É – É isso?! É por isso que ele está aqui?! – Manifestara o loiro, inconformado.

– Sim, garoto. É uma história muito infeliz, devo dizer. Alguns aqui tiveram histórias piores. E essa é a realidade. O objetivo de Lucífer naquela época era reunir seguidores, prometendo promessas nulas.

– Lucífer... – Ralph cerrara os punhos. – Porque ele foi assim? Que tanto ele quer que arruinara a vida de tantos anjos?! Eu... Eu quero mudar isso, Ortobeu. Quero mesmo.

– Bom... Acho que o que vocês, anjos, puderem vencer lá encima que possa deter essa guerra, já deve ser o suficiente.

Ralph não dissera nada. Apenas se virara e saíra da sala. Iria confrontar Buck novamente. Pulara do barco, ficando próximo à caverna, gritara pelo seu nome.

Buck aparecera.

– Você não se cansa? Quer logo morrer de vez?

– Sinto muito. Mas isso não vai acontecer. Preciso te contar uma coisa.

– Cale-se! Quem você pensa que é para tentar saber o que querer falar comigo?! Vamos lutar! – Raízes brotaram da terra e se envolveram nos braços dele, não somente ali, mas por todo o terreno.

Dessa vez, Ralph queria usar seu poder.

Imediatamente, ele surgira atrás de Buck, que mal pudera prever o seu ataque, sendo empurrado contra o chão. As raízes atacaram de imediato contra o loiro, mas ele sumira novamente, e reaparecera no ar, esmurrando o peito de Buck com tudo. Ele se afastara, pensando no que o oponente iria fazer, que por sua vez, repetiu o mesmo ataque da Rede de Pesca, criando uma enorme rede feita com cipós.

– Hora de tirar essas ervas - daninhas... – Murmurara o loiro, agindo rapidamente e velozmente, desviando do golpe abrasador da Rede de Pesca, ele prepara o seu Whirlwind. Buck resolveu se envolver com suas raízes para se proteger, afinal, ataques de vento eram fortes contra ele. Com a evasiva perfeita, Ralph desviara dos Cipós Carnívoros que se encontravam por todo o terreno, e agiam por conta própria. Ele atacou a defesa de Buck com tudo com o Whirlwind. E num instante, a defesa de planta fora devastada. Buck ficara vulnerável.

– Não tenho interesse em matar ninguém. Se quisesse, já teria feito.

– Então... Por quê?!

– Eu sou ingênuo demais para fazer isso. Só ataco pra valer se realmente alguém precisa de mim.

– Então, você é mesmo um...

– Não só eu, mas todos os anjos caídos daqui. Vocês podem ter perdido sua dignidade, mas não seu espírito. Por dentro, vocês ainda são anjos.

– E – Eu perdi tudo o que tinha... E você ainda me vem com essa...

– Não estou inventando. Lucífer é realmente alguém muito ruim. E eu quero mudar isso. Vim até aqui por que preciso salvar alguém. Sua vida ainda não acabou Buck.

Ele olhava para o loiro com lágrimas nos olhos.

– Então... O que eu posso fazer?

– Siga o seu outro amor. Você é apaixonado pelo mar, não é? Volte a ser um marinheiro.

Buck abaixara sua cabeça, em seguida limpara os olhos com as mãos. Depois, encara novamente o loiro.

– Está bem. Eu... Eu vou liberar a passagem para vocês.

– Muito obrigado!

Com um movimento de braço, a enorme trepadeira que barrava o caminho fora para dentro do rio Styx.

– Ótimo! Agora dá para passarmos! – Berrara Ortobeu.

– Garoto... Obrigado.

Ralph apertou sua mão, e se juntara no barco. A viagem prosseguira. Mas algo permanecera na mente dele. Lucífer... Por quê? Porque há um Arcanjo tão ruim assim? Espero achar uma resposta logo. Porque um Arcanjo queria formar uma rebelião contra os próprios anjos?!


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