Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro


Capítulo 120
Capítulo 120 - Tripulação Octo-Land


Notas iniciais do capítulo

E continuemos aos capitulos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/583124/chapter/120

Como o orbe de chamas estava apontando na direção em que o rio Styx seguia, ele aceitara a carona do barco de Ortobeu. Os tripulantes pareciam ser mal-humorados e malvados, mas depois de algum tempo, Ralph se acostumara com a aparência deles, e já não sentia mais medo algum.

– E então, garoto. – Dissera Ortobeu, puxando assunto. – O que o traz a esse pandemônio? Você não me parece ser um anjo caído também.

– Ah, bem... Estou à procura de alguém.

– Entendo. Parece que alguém foi enganado e agora está a mercê de Lucífer.

– Lucífer? Você quer dizer, Lucífer mesmo?

– É claro! Não há outro Lucífer além do próprio Lucífer! – Retrucara o capitão. Logo ele dera outra gargalhada. – Você é hilário, garoto.

– Então, há outros casos como esse?

– Se há. Está vendo todos esses caras aqui? Todos sofreram do mesmo destino.

Conforme prosseguiam pelo rio Styx, alguns demônios começaram a aparecer na margem do rio, e como isso preocupava o loiro, ele entrara na cabine do capitão junto de Ortobeu.

– Nunca vi tantos demônios juntos... – Comentou.

– Esses infelizes são guardas que ficam de olho em cada barco que passa pelo Styx. Se houver qualquer coisa suspeita, eles atacam.

– E o que vocês levam?

– Ora, garoto. Eu já não havia dito que o Styx viaja por dimensões? Nós velejamos nele, e trazemos o que for de interessante aos demônios. É muito melhor do que ser caçado por ai.

– Caçado? Como assim?

Ortobeu se sentara na sua cadeira.

– Antes, e até mesmo agora, os demônios nunca foram simpáticos com os anjos caídos. Para falar a verdade, eles não são amigáveis nem com eles mesmos. As coisas ficaram piores de uns tempos para cá, e se não arrumarmos algo para fazer, somos caçados e mortos.

Ralph pensava com ele mesmo. Se lembrara do que Kimeron havia dito sobre as “verdadeiras formas” dos anjos caídos. Mesmo tendo parte demoníaca, ainda são considerados ameaças. Por isso se renderam a serem assassinos.

– Eu não sou mesmo um anjo caído. Sou um anjo comum. Estou aqui para salvar... Uma pessoa que pode ser importante.

– Bem... Você foi esperto em vir sozinho. Aquelas pestes sentem cheiro de anjos à distância. E esse manto parece que esconde a sua aura.

– Como vocês se tornaram anjos caídos?

– Vejo que é bastante curioso. Eu lhe contarei tudo o que queira saber, mas antes, eu gostaria de perguntar se demorará muito para seu amigo ficar encrencado.

– Ué, por quê?

– Simples: O tempo aqui passa mais devagar do que no tempo real. Podemos dizer que o seu amigo possa ter somente horas de vida, até minutos.

– O quê?! E – Eu não sabia disso! Ele está prestes a ser executado então!

– Executado? Hum... Talvez ele esteja na Câmara de Tortura, é uma possibilidade. Geralmente os anjos caídos são levados para lá.

– Tem certeza? Acha que estamos longe de chegar, então?

– Pelo contrário, meu jovem. Não iremos demorar muito, por isso não se preocupe.

Ralph ficou aliviado, e despencara numa cadeira.

– Aproveite a viagem. Enquanto isso, eu lhe direi tudo sobre os anjos caídos. – Ortobeu pegara um cachimbo, a fumaça se exalava pelo ar. – Tudo começou com Lucífer. Ele conquistou seguidores para seus propósitos.

– O que ele queria?

– Aquele cara desejava um mundo mais justo aos anjos. Porque os humanos tinham o direito de morrer, e nós, não. Esse ideal conquistou muitos anjos, chegando a ser um terço do céu. Com isso, Lucífer criou uma rebelião contra Miguel, mas... Foi um massacre. Nós, um terço do céu caiu com Lucífer e ganhamos essas formas demoníacas, e deixamos de caçar demônios, sendo nós as caças. – O capitão soltara um suspiro forte, exalando fumaça da boca.

– E agora? Ainda seguem a Lucífer?

– Alguns, sim. Por não se arrependerem do que fizeram. Mas a maioria como nós, tentamos nos afastar o máximo possível. Pensamos em até fugir para outra dimensão, mas com certeza iriam atrás de nós e nos caçariam.

– Vocês não pensam em querer... Lutar?

– Não. Somos fracos, Lucífer não é alguém que pode ser vencido com facilidade. Enfrentar esse bichos do Styx já é um porre. Lucífer é o pior dos demônios.

Ralph ficara pensando no que Lucífer queria com tudo aquilo. Porque enfrentar, lutar e arriscar os outros resultaria para ele? Se ele queria uma revolução, não deveria ter feito daquele jeito.

– Eu... Eu quero mudar isso. Não quero mais que vocês sofram. Os anjos caídos já aprenderam o que fizeram. É o que eu acho. – Expressou o loiro, sincero.

Ortobeu dera mais uma gargalhada.

– Gostei de você, garoto! Só alguém como você teria compaixão de nós... Ás vezes é bom ajudar alguém perdido no caminho afinal.

Ralph dera um sorriso, enquanto fitava o orbe de chamas, esquentando na parte onde seu dedo do meio e o indicador estavam à reta da frente prosseguia.

***

– Anda, levanta. – Ordenara um dos guardas demônio. Fred se levantara da cela ainda acorrentado nos pulsos e tornozelos, seguia pelo corredor mal iluminado andando devagar por causa das correntes, a hora da sua execução se aproximava. Ele estava sem expressão alguma, somente à espera do que lhe reservava. Calculando, restava somente 20 minutos para sua execução.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!