Tudo o que ele se lembrava, era a explosão, a luz, a poeira, e...

Ralph se levantou da cama num pulo, suando frio. Demorou um pouco para perceber que estava no seu próprio quarto. A janela mostrava que o dia estava amanhecendo, provavelmente era oito da manhã. Ele não perdeu tempo, se levantou, e saiu correndo em direção a sala de estar para ver onde estavam todos, que lógico, estavam reunidos na sala, um pouco surpresos ao vê-lo ativo tão cedo.

– Que bom que já acordou. – Expressou Mariah, contente. Junto dela, todos estavam sentados nos dois sofás da sala de estar, inclusive a mãe dele. – Bom dia.

– Que susto você nos deu. – Disse Nesse.

– O quê? Como? Por quê? – Murmurara o loiro. – O que aconteceu?!

– Ué. Você não lembra? – Perguntou Jack.

– Não se lembra de ter espancado o Slam até a morte? – Disse a ruiva, demonstrando um golpe no ar.

– Eu... Não me lembro de nada disso... – Expressou, com a mão na nuca, fazendo esforço para tentar se lembrar de alguma coisa, mas nada surgiu na sua mente. – Tudo o que me lembro é da explosão.

– Bem, precisamos falar uma coisa bem séria com você... – Comentou Nesse, sério.

– Hum? – O loiro estava confuso.

***

– O quê?! Isso é sério?! – Expressou Ralph, chocado. – E – Eu sou o Avatar?!

– É o que parece. – Disse Nesse. Ele, o loiro e Mariah estavam conversando em particular, no quarto de Ralph, mas não era algo que todos já não sabiam. – Seus olhos brilhavam como a luz do Amanhecer.

– Pois é. Duas esferas de luz no seu rosto. – Mariah cobria seus olhos com as mãos, numa posição engraçada.

– Não acredito... Então, as suspeitas de Gabriel eram verdadeiras... – Expressou Ralph, assustado.

– Acha que os inimigos já sabiam disso?

– Não sei. E isso é mais um motivo para eu ir atrás de Fred. Precisamos de respostas.

– Olha... Agora eu concordo plenamente em você. – Expressou o anjo das águas.

– Eu também. Vamos partir o quanto antes em busca do Familiar. – Disse Mariah, decidida. – Vou chamar o Gotay.

Depois que a ruiva saiu do quarto, Ralph não se segurou em perguntar.

– Ei, a Isabelle está bem?

– Ah, está sim. Ela nem sabe o que aconteceu. – Respondeu o anjo da água.

– Oh, bem, menos mal. – Murmurou-se.

Ele estava preocupado com ela, mas não era hora para pensar naquilo. Ele precisava resolver aquele assunto o quanto antes. Ele precisava de respostas, e Fred era o único que poderia ajudá-lo.

Mariah ressurgiu com o pequeno.

– E então? Já vamos?

– Sim. – Respondeu o loiro. As coisas já estavam arrumadas novamente para a partida. Ao saírem do esconderijo, eles se desmaterializaram e liberaram suas asas. Ralph carregou o pequeno Gotay nos braços, e juntos voaram em direção a Minas Gerais, onde o Familiar conhecido estava localizado. Cruzando cidades rapidamente, que no plano etéreo, pareciam imagens distorcidas. Como o caminho era mais longo, tiveram que fazer inúmeras paradas, mas o incrível era que Ralph estava muito bem disposto. Mesmo após uma luta feroz que quase poderia ter sido morto, além de ter descarregado toda aquela quantidade de aura para reorganizar a cidade. Era um feito totalmente desgastante.

Após retomarem o rumo depois de terem dormido em mais um estabelecimento, já estavam chegando no local proposto por Gotay, que por sinal era uma área afastada das cidades, com uma vegetação muito densa, tanto que as árvores eram tão juntas que mais pareciam um pasto de grama visto por cima.

– Ei, então o Familiar não está na área das cidades? – Perguntou o loiro ao pequeno.

– Não. Há uma chácara por entre essa vegetação toda. Eu senti sua energia vindo dali...

– Que saco. Vamos ter que ficar de observação então... – Expressou Ralph.

– Isso se ele não for hostil. – Interveio Mariah. – Porque assim que pisarmos os pés lá, ele irá sentir nossa presença.

– Vamos tentar ser os mais cuidadosos possível. – Disse Nesse.

Logo iremos nos encontrar o Familiar... Pensava Ralph, ansioso, mas preocupado. Mas eu tenho um mau pressentimento sobre isso... Não sei por quê.