White Is The New Black escrita por Vitor Matheus, Chery Melo


Capítulo 5
As Pessoas São Imprevisíveis


Notas iniciais do capítulo

No princípio, a Terra era sem forma e vazia. Eis que surge... ATUALIZAÇÃO DESSA FIC!
Prometemos ser rápidos? Sim. Cumprimos? Nem tanto. Do capítulo 3 para o 4 houve um grande tempo, mas aqui até que conseguimos agilizar, não é mesmo? Espero que nos perdoem novamente... e na próxima semana teremos atualização de WITNB no mesmo dia em que o último episódio de Glee será exibido nos EUA. Chorem :'(

Sobre o capítulo: tanto eu como a Chery o escrevemos. Ela fez a primeira parte, e eu a segunda. O que temos para hoje? Despedidas de hospital, Finchel - num teor 300 vezes mais romântico - Santana e seus sambas feat. Rory Flanagan em mais uma participação especial! Deu pra desmaiar aí? OK, boa leitura ;)



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Finalmente, finalmente...” Era só o que Finn conseguia pensar, finalmente estava saindo daquele hospital. Não que tivesse passado meses e meses ali, mas só de pensar que agora não precisaria dormir e passar o dia ali – apenas fazer visitas ao hospital para seu tratamento – já deixava o grandão feliz.

— Tem certeza que vai ficar bem? — Dra. Grey perguntou ao rapaz.

— Pode ficar tranquila, doutora, eu vou ficar com a minha prima. — Finn respondeu com um sorriso de canto.

Depois do jeito que Meredith o havia defendido de seus próprios pais, se afeiçoou a mulher de uma maneira, parecia que a doutora era como sua madrinha e que se conheciam há muito tempo.

— Eu estou tranquila, só vou sentir falta de ver você zanzando pelos corredores do hospital com uma voluntária que carrega um violão nas costas... — Meredith disse, fazendo o grandão corar, sim, eu... Quer dizer, ele, corou de novo.

— Eu gosto dela, ela me deixa... feliz — O moreno disse e a mulher sorriu.

— Percebi, ela é uma garota incrível... merece ter aquele sorriso no rosto quando está com você. Depois de tudo que passou, com certeza merece... — Falou a médica, e Finn ficou confuso.

— O que ela passou? — Perguntou, curioso como sempre sou... Quer dizer, curioso como sempre é.

— Nada... — Respondeu ela, parecendo perceber que falou demais. — Bem, seus amigos do hospital estão te esperando pra se despedir — Continuou e o rapaz jurou ter visto algumas lágrimas nos olhos da doutora.

— Pode falar que vai sentir falta desse cara aqui! — Quase gritou, sorridente e apontando pra si mesmo. Mer gargalhou.

— Pode ter certeza que sim. Agora vamos, colega. — Respondeu ainda rindo e ele a acompanhou.

Saíram do quarto e seguiram para a recepção do hospital, onde todos estavam.

— Até que enfim! Achei que tinha trazido sua casa pro hospital, por isso a demora. — Santana, que também estava lá, disse nada delicada.

— A culpa foi minha, Santana. Estava conversando com seu primo. — A médica disse e a latina sorriu. E foi naquela hora que percebi que as duas estavam tramando algo... Quer dizer, que o Finn percebeu.

— Cara, vou sentir sua falta — Dr. O'Malley disse abraçando Finn, que se assustou, pois foi... bem do nada.

— George, ele vai estar aqui diariamente pro tratamento, pare de drama. — Meredith retrucou.

— Mas não vai dormir aqui, ele era uma companhia legal durante os plantões — Respondeu, se afastando do maior. A enfermeira Tina se aproximou e abraçou Finn, tinham virado amigos durante o tempo que o paciente ficou lá. A asiática tinha até começado a corar menos, assim que se afastaram, Rachel se aproximou timidamente.

— Vou sentir sua falta. — A baixinha falou, meio triste, e ele a abraçou.

— Vou te ver todo dia, não vai dar nem tempo de você sentir falta... — Disse e ela soltou uma leve risada, os dois se afastaram e o grandão viu que as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto da baixinha. — Não chora, Rach... — Falou meio desesperado, não queria que ela chorasse por ele.

— Tudo bem, mas é que você se tornou alguém... muito importante pra mim. — Ela respondeu e foi a vez do grandão se emocionar.

— Você também se tornou importante pra mim. — E voltaram a se abraçar.

— Vocês são muito fofos, mas temos que ir, Finn. — Santana disse e os dois se afastaram. Finn deu um beijo na testa da garota e foi até Meredith, lhe abraçou e sussurrou em sua orelha:

“Se precisar de ajuda pra te defender, sabe que pode me chamar.”

O rapaz se afastou com um sorriso no rosto e foi até a prima, começaram a caminhar até a saída do hospital. Finn deu uma breve olhada para trás a tempo de ver Rachel sair correndo dali e Meredith a seguir preocupada, claro que decidiu não ir atrás, achava melhor não piorar as coisas.

[…]

— Vamos lá Finn, ânimo! Você estava animado quando soube que ia sair do hospital, agora está pra baixo... — Santie disse enquanto dirigia em direção à sua casa, Finn ia deixar algumas coisas lá, pra no dia seguinte, depois de começar o tratamento, ir para a faculdade.

— É que, sei lá... me despedir de todos eles, doeu. — Disse parecendo chateado.

– Claro, você ficou lá durante uns dias, OK, pode não parecer muito tempo, mas durante esses dias, só pude te visitar umas poucas vezes, porque estava trabalhando, eles eram sua única companhia, é normal você sentir falta. — A prima falou e ele assentiu, ainda triste. — Quer saber? Chega disso, vamos cantar — Ligou seu rádio e Finn sorriu pela primeira vez desde que tinha saído do hospital, ele e Santana cantavam aquela música juntos quando a latina ia cuidar dele.

Eu a vi hoje na recepção, um copo de vinho na mão. Eu sabia que ela encontraria uma conexão, aos seus pés estaria o homem tranquilo.”

Finn cantou a primeira parte e logo Santana se juntava a ele, os dois cantavam bem alto, todos que passavam pensavam que os dois eram loucos, as janelas estavam abertas e Finn praticamente colocou a cabeça pra fora cantando em alto e bom som.

Você não pode sempre fazer o que quer! Você não pode sempre fazer o que quer! Você não pode fazer sempre o que quer! Mas se tentar algumas vezes, verá que você faz o que precisa.”

Santana não conseguia parar de rir do primo, que no momento, estava totalmente feliz, sentia falta daqueles momentos que tinha com a prima, momentos felizes, igual como estavam tendo ali, durante o percurso até a casa da latina.

[…]

Rachel estava sentada na recepção, olhando o nada. Finn tinha ido embora no dia anterior, o vazio que tinha em seu peito... parecia que o rapaz tinha ido embora a meses.

Olhou em volta e sorriu ao ver a Dra. Grey andando lado a lado com seu marido, Meredith havia se tornado uma grande amiga durante o tempo que passou ali.

Voltou a olhar o nada, mas logo sua visão foi tampada por duas grandes mãos, sorriu largamente, sabia a quem pertencia.

— Finny! — Disse, feliz, e ele se afastou, se sentando ao seu lado.

— Eu avisei que não ia dar nem tempo de você sentir minha falta. — Falou com um sorriso de canto, ao qual ela amava.

— Sinto dizer que você fracassou nisso. — Ela disse e eu fiquei bem confuso, que dizer, ele ficou. Merda!

— Como assim? — Perguntou.

— Eu senti sua falta... — Rach falou, sorrindo triste e o rapaz também sorriu, emocionado.

— Saiba que eu também senti a sua, minha Little Rachel. — Pronunciou o apelido que tinha inventado pra garota há alguns dias, depois que as conversas começaram a ganhar certa frequência.

— Eu fico imensamente feliz de saber disso — Falou e se aproximou dando um beijo no canto da boca do rapaz, que mais uma vez corou. Merda! Por que eu tinha que corar toda hora... Quer dizer, por que ele... Ah, deixa pra lá. Primeira pessoa, mesmo.

— Eu tenho um tratamento pra começar. — Falei, tentando mudar de assunto.

— E eu tenho que cantar pra um paciente... — Ela provocou, já se levantando. Pegou seu violão e parou na minha frente. Só de saber que não poderia passar a manhã com ela, enquanto estava no tratamento, já sentia um aperto no peito.

— Ah, é verdade, você canta para os pacientes. — Disse eu, meio triste.

— Sim, o meu paciente hoje começa um tratamento um pouco difícil... o nome dele é Finn Hudson. — A garota mordeu o lábio...

E de triste, eu fui pra mega feliz.

— Ele vai adorar ter você ao seu lado, cantando, como o anjo que é — Respondi de volta e ela corou. Baixou o olhar e pegou em minha mão.

— Melhor irmos então, pois o anjo tem que cantar pro paciente! — Disse ela, rindo e a acompanhei.

Começamos a caminhar em direção à sala de tratamentos, ainda de mãos dadas.

[…]

— Santana, você não precisa entrar lá comigo.

— Ah, então as coisas ficaram tensas entre você e seu colega de quarto excessivamente afeminado e eu não preciso entrar no seu próprio quarto para apagar o incêndio que existe nessa rivalidade? Conta outra.

Já estávamos no corredor que levaria direto ao meu quarto, o qual eu dividia com Rory Flanagan até alguns dias atrás. Afinal, ninguém sabe se ele saiu de lá pra me deixar sozinho ou algo do tipo, então apenas convidei a Lopez para me conduzir até a faculdade e regularizar minha situação por ali. Nem preciso dizer que comecei a pensar que essa havia sido uma péssima ideia cinco minutos depois, certo?

— Por favor... só te peço para não ficar agressiva com o Rory. Ele pode ter sido um verdadeiro filho da puta ao não me visitar no hospital nem tentar contato algum, mas ainda é um ser humano e você ainda é propensa a ser pega por aqueles policiais outra vez por tentativa de homicídio.

Ela fez uma expressão de raiva porque sabia quem tinha a razão naquela história. Eu, para variar.

— Estou quase me arrependendo de ter deixado minha cidade linda e maravilhosa pra vir apenas ajudar um primo ingrato que me denunciaria às autoridades sem pensar duas vezes.

— Eu amo você também, Satã. — Ironizei, e logo estávamos em frente a tão temida porta.

— Se ele não quis saber de você nesses últimos dias, agora é o momento para perguntar tudo. — E lá vem mais um discurso desesperador de Santana Lopez. — Chegou a hora de saber se essa Coca-que-é-Fanta realmente se importa com a sua pessoa deplorável, Hudson. Você pode abraçá-lo em cinco segundos ou romper laços com ele neste mesmo tempo.

— Já pode parar, tá? Eu tenho AIDS, não significa que é uma gripe suína contagiosa.

— Estou apenas tentando te proteger, Finny. As pessoas são imprevisíveis, você nunca sabe se elas vão te parabenizar ou te julgar negativamente. Não importam os seus acertos, o mundo se importará apenas com seus erros.

Pus a mão no trinco da porta e girei-o, revelando uma cena desoladora: o próprio Rory com seu lado do quarto completamente vazio (dane-se se o corretor ortográfico apontou pleonasmo nessa expressão, eu sou Finn Hudson e falo o que quiser, como quiser) e arrumando duas ou três malas. Imediatamente, ele parou o que estava fazendo e dedicou os próximos segundos de sua vida a encarar meu rosto completamente sem ação diante do que estava acontecendo naquele instante.

Rory pediu pra trocar de quarto. Fato.

— Você não vai falar nadinha, não é mesmo? — Santie sussurrou em meu ouvido.

— Faça as honras. — Respondi no mesmo nível.

— O que faz aqui, Finn? — O irlandês perguntou, já vindo em minha direção.

Mas minha adorada prima, delicada como é, se meteu no espaço que havia entre nós sem mais nem menos.

— Fique longe do meu primo.

— Tá, o que foi que eu fiz agora?

— Ah, você sabe muito bem o que fez. — Arqueou as sobrancelhas. — Deixou de se importar com seu colega de quarto e provavelmente o único que sabe do seu segredinho sexual.

— Contou pra ela? — Ele inclinou a cabeça apenas para me ver e perguntar isso.

— Relaxe, ela não estuda aqui. E vai por mim: se essa garota quisesse que o mundo soubesse disso, ela já teria contado até para a Oprah Winfrey sem dó nem piedade. — Ergui as sobrancelhas para Rory, que ficou pasmo com meu comentário. — E sim, eu contei ou então essa nossa “pequena guerra” não faria sentido na cabeça dessa latina.

— Olha, Finn, eu realmente queria ir lá- — Ele ia começar um outro discurso quando alguém – e com “alguém” eu quero dizer “uma escandalosa Santana Lopez” - o interrompeu.

— Então por que diabos você não foi? Custava perder vinte ou trinta minutos da sua vida para visitar a única pessoa que te apoiou no momento da sua revelação chocante que sinceramente não choca ninguém? — Ela disparou, apontando para os lados como se isso ajudasse em alguma coisa.

— Santie, se acalma... — Tentei passar os braços em volta dela, antes que uma voadora rolasse ali. Infelizmente, ela é mais forte que eu e não permitiu isso.

— Não vou me acalmar! Já basta a família toda praticamente ignorar a sua existência!

Tanto eu como o irlandês ali ficamos paralisados com o que a latina acabara de falar. Eu não sabia disso. Claro que eu não sabia, eles nunca me diriam: “Hey, Finn, já que você tem AIDS, não vamos mais falar com você e se possível, ignoraremos a sua existência.” É óbvio que eles nunca fariam isso porque são conservadores demais para tal.

— E não é só isso. — Rory se pronunciou. — Alguns dos nossos colegas estão me persuadindo a ficar longe de você. Acham que é contagioso ou... acham que você é gay.

— MAS EU NÃO SOU, PORRA! — Explodi de indignação. — Nos anos 80 até podia ser, mas agora... em que século essas pessoas todas acham que vivem? — Continuei, sem dar brechas para a pronunciação dos dois. — É até melhor... eu já não estava gostando da faculdade, mesmo...

— Vira essa boca pra lá, Finkenstein! — A Lopez deu – literalmente – um tapa na minha cara. — Você não vai dar a eles o que tanto querem. Não vai desistir agora.

— Concor- — Rory foi interrompido. De novo.

— Deixa essa boca fechada porque você também tá com culpa no cartório.


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Notas finais do capítulo

Santana, sua linda, já pode sambar mais vezes! E esse Rory amedrontado, o que dizer? FINCHEL, CARAMBA *O* Médicos e suas frases de efeito. E a Santie não fica atrás, quem quiser pegar aquela filosofia dela no meio do capítulo, coloquem os créditos. Hahaha :D

Curtiram? Vontade de comentar tá grande? Eu e a Chery M. esperamos vocês aqui, tá certo? Certo. E dia 20 (pra acabar com nossos sentimentos!), capítulo 6!



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