Capitulo lX

Corrigir os trabalhos e provas era até que fácil, o problema era ter que conviver com aquele silêncio mortal. O que me deixava levemente desconfortada.

Já estávamos a algumas horas naquela sala, e ninguém falava nada, Eu já estava terminando de corrigir as última provas quando o celular da Sasuke tocou. Ele atendeu sem ao menos ver quem se tratava.

– Alo. – Falou serio como sempre. – Ah, Oie Karin. – Eu não queria ouvir a conversa, mas era a mesma voz da última vez que ele foi embora mais cedo. – Você sabe muito bem que eu não entendo nada de decoração. – Uma pausa. – Você sabe que eu não gosto de cores muito fortes. – Mais uma pausa. – Eu não posso sair agora. – Ele olhou para mim. – Estou na escola. – Ele revirou os olhos. E pude ouvir os gritos histéricos dela. – Eu estou corrigindo provas, e você sabe que eu não consigo corrigi-las em casa. – Ele suspirou e baixo a cabeça. – Está bem Karin eu vou estar em casa daqui a 1 hora no máximo, ai eu te ajudo a escolher a decoração da casa, mesmo eu achando que isso é obrigação da decoradora. – ouvi mais alguns gritos. – Estarei em casa daqui a uma hora. – Mais uma pausa. – Também te amo.

Aquela última frase não sei porque fez com que eu sentisse uma pontada no meu coração, me causando um desconforto. Não entendi o porquê, mas mesmo assim me deu vontade de sair correndo daquela sala.

Ele bateu o celular com demasiada força na mesa me assustando fazendo eu voltar a realidade. Ele voltou a corrigir as provas. E eu queria sair daquela sala o quanto antes.

– Sasuke eu posso ir embora? – Ele me olhou de maneira fria. Me fazendo encolher no meu lugar.

– E posso saber o porquê? – Ele falou se levantando fazendo com que ele ficasse mais intimidador e assustador. Me fazendo encolher mais no meu lugar.

– é q-que já passamos m-muito tempo aqui, eu ainda tenho que ir para casa e segunda vou começa a ajudar o Sasori a estudar e ...

– Logico. – Deu uma risada sínica. – O Sasori.

– O que tem o Sasori? – Não estava entendendo nada.

– Você acha que eu não vi a troca de olhares entre vocês? – Oi? Ele estava falando nada com nada.

– Troca de olhares? Você deve estar imaginando coisas. – Falei já levantando e já indo embora. Mas ele segurou meu braço. – Você pode me soltar?

– Não. Você quer mesmo que eu reprove na minha matéria? – Ele estava me ameaçando o que fez com que eu ficasse com mais raiva do que eu já estava.

– Pode me reprovar, me expulsar da escola. Mas que seja por um bom motivo não pelo seu surto de raiva por ter brigado com a sua esposa.

– Noiva. – Ele olhava bem fundo dos meus olhos. Me trazendo para perto dele. – Minha noiva.

– Noiva, esposa. Tanto faz, não me venha jogar o seu estresse para mim. – Puxei o meu braço, ele não apertava com muita força, mas não conseguia me soltar, ao contrário ele me trazia para mais perto dele. – Da para me soltar?

– Me fale o que você vê naquele Sasori. – Perguntou frio e a cada palavra nossos corpo iam chegando mais perto.

– Não entendo o que você está falando. – Seu cheiro já estava me deixando embriagada.

– Como não? – Agora já estávamos praticamente colados, e eu não estava mais pensando direito. – Ele ficou flertando com você, e você dando bola para ele.

– Você que me colocou para dar aulas para ele, não tenho problemas se ele é muito educado e galanteador. – Nossas bocas nessa hora já estavam a centímetros de distância. Seus olhos não saiam dos meus. Com a mão livre ele tirou o óculos do meu rosto.

– Seus olhos são lindos. – Antes que eu falasse algo, ou reagisse ele terminou com a distância entre nossas bocas.

O beijo era urgente e terno ao mesmo tempo, não havia nada na minha cabeça, todos os problemas e as pessoas sumiram, nem o fato de ele ser meu “professor” pareceu me encodar naquele momento, eu apenas queria sentir os seus lábios junto aos meus.

Ele pediu passagem com a língua e eu prontamente concedi, minha mão livre foi no seu cabelo onde eu puxava, ele soltou minha outra mão apertou minha cintura e foi me fazendo andar para trás, acabei batendo as costas na parede, nos afastamos um pouco para pegar mais ar e voltamos a nos beijar, suas mãos entravam na minha camiseta, apertando minha cintura, fazendo com que ela levantasse um pouco, com as duas mão livres eu circulei meus braços em seu pescoço o trazendo para mais perto. Como éramos meros mortais precisávamos de ar, nos afastamos um pouco e ele terminou puxando com os dentes o meu lábio inferior. Me tirando um suspiro.

Fiquei de olhos fechados por um tempo até normalizar minha respiração, assim que eu abri vi que ele permaneci com os olhos fechados, ambos estavam ofegantes, foi ai que o aconteceu o choque de realidade, tirei meus braços de volta do seu pescoço e me afastei, foi ai que ele abriu os olhos. Ele me encarou, me soltou e saiu de perto de mim, virando de costas para mim. Eu ainda tentava normalizar minha respiração quando ele falou.

– Pode ir.

Não disse nada, apenas peguei minhas coisas e sai da sala dos professores correndo, aquele beijo ainda rondava minha cabeça, quando cheguei no estacionamento fiquei esperando até que eu me acalmasse para voltar para casa. Assim que eu me senti melhor eu fui para casa correndo, devo ter pego uma ou duas multas até chegar em casa.

Após abrir a porta da sala me deparei com a Ino e a Hinata na sala conversando e rindo enquanto comiam pipoca.

A Hinata foi a primeira a me ver.

– Oie Saky... – Quando ela olhou bem para minha cara. – Você está bem Sakura? Você está pálida.

Ela levantou indo rapidamente até onde eu estava me levando para o sofá. Ino saiu correndo cozinha adentro e me trouxe agua.

– Tome isso é agua com açúcar você irá se sentir melhor. – Peguei e tomei um gole de agua. Eu fui me acalmando aos poucos, quando estava mais calma as perguntas começara.

– Você está melhor Saky? - Hinata como sempre gentil perguntou.

– Eu estou bem sim meninas, obrigada. – Respondi tentando sorrir.

– Agora que você já está melhor você pode nos falar o que aconteceu para você chegar naquele estado aqui? – Ino já era mais direta, e eu já havia percebido isso. – Parecia que tinha visto um fantasma.

Respirei fundo, eu ia contar para elas, pois eu ia surtar se não contasse a ninguém, eu confiava muito nas duas, mesmo eu conhecendo a Ino a poucos dias. Respirei fundo e tomei mias um gole de agua.

– Eu beijei o Sasuke. – Despejei de uma vez. Olhei para as duas e as expressões eram as mesmas. Com os olhos arregalados e a boca aberta.

– Vo-você beijou o Senhor Uchiha? – Ino perguntou e eu assenti com a cabeça.

– Seu professor de literatura? – Hinata dessa vez quem perguntou e mais uma vez eu confirmei com a cabeça.

Depois disso eu contei tudo para elas, desde que eu cheguei na escola, da abordagem do Gaara, onde a Ino arregalou os olhos sem acreditar, e perguntou se eu tinha certeza, eu mostrei meu pulsos para ela e ela abaixou a cabeça se desculpando.

Disse que ela não tinha culpa, mas mesmo assim ela disse que eu só trazia problemas para ela depois de eu disse que não causava. Mas percebi que ela não se convenceu. Contei Do Sasori que chegou e que eu ia dar aula extras para ele, da ligação da nossa pequena discussão até o beijo.

– Nossa. – As duas disseram.

– Só foi eu faltar na escola e tudo isso acontece, não vou mais faltar. – Falou fazendo um bico, tanto eu quanto rimos da cara que ela fez.

Resolvemos fazer uma festa do pijama na sala mesmo, para que todas descasassem um pouco e se descontraísse. Fizemos brigadeiro, pipoca, salgadinho e levamos refrigerantes para a sala, colocamos os colchoes um do lado do outro na sala e ficamos assistindo filmes melosos até de madrugada, onde mais nenhuma de nos aguentou e acabamos dormindo.

De manhã cedo acordamos todas juntas, mesmo sendo sábado acordamos cedo arrumamos a bagunça da sala. Durante o café da manhã Ino disse que iria voltar a morar com o seu pai. Eu e a Hina a convencemos de morar com a gente por um tempo, e até definitivamente se ela quisesse, pois havia mais um quarto naquele apartamento, mas que nós não usamos, só para guarda bagunças. Depois de tanta insistência ela concordou em morar com a gente, mas ela iria nos ajudar com as contas. Ela disse que naquele dia mesmo iria procurar um emprego, pois seu rosto já estava bem melhor.

Como eu consegui um atestado para que a Ino ficasse até semana que vem sem ir à escola, ela ia usar essa semana para arrumar suas coisas no novo quarto, eu disse que iria ajuda-la e como a “chefe” da Hinata estava de férias ela não iria trabalhar hoje, desse jeito nos todas íamos ajudar na arrumação do cantinho da Ino.

...

Fomos tirar toda a bagunça do quarto o que tomou boa parte da manhã, Até que não havia muita bagunça, mas a quantidade de pó era grande o que causava vários espirros e risos de todas.

Já tínhamos tirado todo o pó do quarto e só agora percebi que havia uma cama de casal e um closet menor do que o meu. Quando me mudei deixei esse quarto para as bagunças mesmo.

– Bom parece que terminamos, mas acho que depois poderíamos pintar. – Hinata falou. Sentada no chão perto da porta.

– Nunca achei que esse quarto que esse quarto ia dar tanto trabalho. – Disse, eu estava deitada no chão.

– Bom eu vou procurar um lugar para trabalhar. – Ino já disse já do lado da porta.

– Ino, você sabe que não precisa trabalhar. Você pode ficar aqui e....

– Sakura, já conversamos sobre isso, eu vou ajuda-las com as despesas.

Suspirei ela não ia mudar de ideia mesmo.

– Você quer ajudar? Ok, mas só com a comida, e a agua. – Ela já ia argumentar, mas eu fui mais rápida. – é isso e ponto, não quero brigas ok?

Ino sorriu e se jogou em mim. Todas rimos.

– Você é meu anjo da guarda sabia? Não podia pedir mais nada, você me parece uma amiga tão fiel. Obrigada por estar fazendo tudo isso para mim. – Seus olhos estavam cheio de lagrimas. Ela olhou para a Hinata agora. – As duas.

A Hinata pulou em cima de nós ai que as risadas foram maiores e mais fortes. Depois da nossa bagunça a Ino foi tomar banho e pegou uma roupa minha emprestada, mais dessa vez eu e a Hinata convencemos de usar uma roupa mais “apropriada”, pois ela parecia um moleque, com aquele monte de roupa.

Ino tinha uma cabelo enorme e macio ela fez um rabo de cavalo e deixar a franja solta, mas com o cabelo alinhado.

Ela terminou foi se trocar, assim que ela saiu ficamos muda, não tínhamos mudado muito, apenas escolhemos outras roupas mais bonitas, ela usava uma calça jeans de lavagem clara, uma blusa de tricô beje, um sapatilha preta, e uma bolsa de lado rasa clara. O que valorizava suas pernas, mas desfaçava seu busto. E usava no rosto seus inseparáveis óculos.

– G-gente ta tão feio assim? Faz tempo que não uso roupas assim e....

Não deixamos ela terminar e a levamos ela até o espelho de corpo inteiro que tinha no meu quarto.

– Meu Deus. – Ela levou as mãos a boca. – Eu estou...

– Linda. – Falei. – Você está linda. – Ela virou com os olhos cheios de lagrima.

– E-eu retiro que disse Sakura. Você não é meu anjo da guarda. – Ela olhou para mim e para a HIna. – Vocês são minhas Fadas Madrinhas.

Nós nos abraçamos, depois levamos a Ino até a porta.

– Obrigada mais uma vez.

– Que isso Ino, bom de o melhor de você. – Hina falou, ela colocou a mão no bolço tirou um papel do bolço e deu para a Ino. – Bom não é muita coisa, mas tem um restaurante perto do meu emprego que precisa de uma recepcionista. Você poderia tentar ir lá. Não é muito longe daqui, uns 10 minutos andando.

Ino pegou o papel leu o endereço e nos abraçou.

– Obrigada meninas.

Ela pegou a cópia da chave que havia dado para ela e saiu pela porta.