Além da compreensão escrita por AngelSPN


Capítulo 8
Capítulo VIII - A barreira




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Os três entraram no carro de Bobby, uma música melancólica começou a tocar e Bobby apenas deu de ombros ao olhar questionador do loiro.

— Meu carro, minhas regras — não se aguentou o velho.

Melanie sorriu. Sentia o afeto e carinho que emanava dos dois. Estranhamente sentiu inveja, há muito tempo não sentia esse sentimento de carinho de alguém. Abraçou-se tentando aquecer-se um pouco, a temperatura estava caindo conforme se distanciavam e alguns quilômetros depois Melanie sentiu o carro diminuindo a velocidade.

— Malditos federais — bradou Bobby ao ver a fila de veículos que se acumulava na rodovia.

— Ainda bem que não estamos com o impala, tantas coisas atrás da minha “garota” iriam nos render muitas complicações — Dean falou passando a mão pelo cabelo.

— Vocês vão passar por eles? — Melanie não estava gostando do que estava prestes a acontecer.

— Algum problema com os federais, garota? — Bobby sentiu o cheiro de encrenca no ar.

Melanie estava encurralada, não sabia como responder de forma que não revelasse sua fuga. Dean sentiu a dificuldade da garota.

— Bobby, esse carango ainda possui aquele compartimento? — Dean perguntou olhando para os carros que começavam a andar.

— Sim. Melanie, é isso? — A garota afirmou com a cabeça — ao seu lado esquerdo tem uma alavanca, puxe-a três vezes rapidamente. O estofado levantará revelando uma entrada suficiente o bastante para você entrar. Quando estiver lá dentro nos diga. É escuro e fedorento, mas vai te livrar dos federais. Está disposta? — Bobby olhou-a pelo retrovisor. O barulho do mecanismo sendo acionado foi a resposta da garota e com destreza a jovem apenas disse:

— Podem fechar!

E assim chegou a vez do carro ser parado. Bobby e Dean mostraram suas identificações falsas. Não poderiam correr o risco de serem identificados como violadores de túmulos e falsificadores de cartões e até assassinato. Caso ainda a ficha de Dean Winchester corresse por aí.

— O que houve camarada? — Perguntou Bobby ao federal.

— Estamos atrás dessa jovem — o tira mostrou a foto de Melanie — vocês a viram?

— O que ela fez? Tantas viaturas para uma garotinha? — Dean falou ironicamente, coisa que não agradou muito o federal.

— Esse rosto de anjo é um disfarce. Ela é um verdadeiro monstro. É acusada de matar boa parte da minha equipe e do pessoal da delegacia ao sul daqui. Então, vocês a viram? — Voltou a perguntar o federal.

— Sr. Wallace, certo? — Bobby viu a credencial do homem — Não lembro desse rosto, certo que eu lembraria. Espero que vocês tenham sorte em capturar esse demônio.

— Obrigado senhor Gene Vicent — O federal entregou o documento a Bobby — Temos que vistoriar o veículo. Tudo bem?

— Claro.

Dean e Bobby ficaram parados. Sabiam que o policial não iria encontrar o compartimento. Mas o coração de Melanie estava em disparada. Depois de alguns minutos aproximou-se outro federal corpulento de barba falhada, com dois cachorros arrastando-o.

Melanie agora sentiu que o esconderijo iria por água baixo, certo que os cachorros iriam revelar seu paradeiro. Mas para sua surpresa não foi o que aconteceu.

— Tudo limpo aqui Wallace — o homem gritou levando os cães para o próximo veículo, onde os cães estavam enlouquecidos.

— Ok, Lonzaga — senhores tenham uma boa viagem — disse o federal já gesticulando para outro companheiro que se aproximava — Senhor Henriksen! Acho que os cães encontraram algo no Mercedes vermelho!

Bobby apenas deu a partida. Dean colocou o boné de Bobby, era muito azar dá de cara com Victor Henriksen, e não teve dúvidas ao avistá-lo correndo em direção do veículo vermelho. Logo atrás a zoeira, os palavrões e pelo retrovisor Dean percebeu que se tratava de drogas e a fúria de Henriksen ao descobrir que não era o que procurava.

— Essa foi por pouco — Dean devolveu o boné surrado ao velho caçador.

— Amigo seu esse tal de Heriksen? — Bobby ajustou o boné na cabeça.

— Sim. Encrenca da pesada. Um verdadeiro “perdigueiro”. Eu e Sammy cruzamos algumas vezes no caminho dele. E na última vez saímos com as roupas deles.

— Deve ter ficado uma fera — disse o caçador mais velho sorrindo.

— Certamente. Aguenta aí Melanie, mais alguns quilômetros e poderá sair —disse Dean batendo no assento.

Não demorou muito para que a garota saísse tossindo e toda despenteada. O Winchester apenas sorriu da situação.

— O quê? — Melanie tinha os olhos saindo faíscas ao ver o sorriso irônico do loiro.

— Nada não. Mas fico imaginando você desse jeito acabando com metade de uma delegacia recheada de federais. Isso é sério? Uma serial killer dos poderosos? — Dean sorria, mas manteve a pergunta.

Melanie baixou o olhar. Estava cansada. Cansada de fugir. Cansada de se esconder. Cansada de ficar sozinha.

— Deixa a garota em paz Dean. Quando ela quiser desembuchar o que lhe aconteceu nos contará. Afinal todos temos nossos segredinhos.

Melanie sorriu ao ver o movimento dos lábios do loiro tentar pensar em alguma resposta. Mas a resposta não veio e o típico passar dos dedos sobre o cabelo espetado o tornara ainda mais sensual e irresistivelmente sedutor.

— Chega de tentar achar algum argumento, Dean. Concentre-se em como seu irmão irá encarar a sua atual situação. Direto do inferno para a frigideira — disse Bobby friccionando as mãos na direção.

Nesse instante haviam chegado ao local indicado. E Dean bateu três vezes na porta, até ela ser aberta.


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