Além da compreensão escrita por AngelSPN


Capítulo 7
Capítulo VII – O reencontro


Notas iniciais do capítulo

Que minha coragem seja maior que meu medo e que minha força seja tão grande quanto minha fé.



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A chuva fina cobria o rosto de Dean e Melanie que seguiam por uma trilha que os levou a um posto de gasolina fechado. Não foi empecilho para o loiro que sem hesitar quebrou o vidro e abriu a maçaneta da porta pelo lado de dentro.

— Parece habituado com essa situação — afirmou Melanie apontando para o vidro estilhaçado.

— Acredite moça, isso é o menor dos problemas — Dean dizia pegando avidamente uma garrafa de água e bebendo-a ligeiramente, deixando parte de a água escorrer pelos lábios.

— Vai devagar. Assim irá se afogar! — A garota não escondeu o sorriso. Afinal aquele cara conseguia ser sexy até em momentos como aquele.

Dean limpou o resto da água com a mão e um jornal chamou-lhe a atenção.

— 18 de setembro 2008? Sério? – Dean perguntou estupefato com o jornal em sua mão direita, onde havia uma pulseira nela.

—Sim — Respondeu a garota.

Melanie ficou espantada pela reação dele. Aproximou-se e colocou sua mão no ombro do rapaz, ele parecia muito abalado. Dean sentindo o contato acabou esquivando-se fazendo uma cara de dor.

—Hein, mal encostei em você — dizia a jovem arrependida e magoada.

— Perdão. É que... — Dean levantou a manga da camiseta revelando uma marca de uma mão com os cinco dedos abertos em seu ombro como uma queimadura — Mas que diabos é isso? — o loiro olhou para a própria pele.

— Você é mais estranho do que pensei. Começo a achar que deveria ter seguido meu caminho — a garota olhava para a marca e acabou falando mais alto do que imaginava — Eu sei Thomas, isso não é coisa boa.

— Thomas? Quem é Thomas? — Dean olhou ao redor, não havia ninguém além dos dois naquele lugar esquecido por Deus.

—Eu... esquece. Confundi seu nome. Bom, vamos acabar logo com isso. Esse lugar não me agrada. Vou esperá-lo lá fora.

Dizendo isso a jovem saiu. Dean ficou parado. Depois saiu do momentâneo transe e começou a pegar uns salgadinhos para a viagem.

Melanie resmungava do lado de fora.

—Thomas pare de me amolar. Quase fomos descobertos por esse cara. Eu também não sei porque estou ajudando-o, eu sei... mas parece a coisa certa a fazer. Alem do mais estamos sendo procurados lembra? Perigo? Já estamos em perigo sempre meu amigo.

Enquanto Melanie conversava com Thomas. O loiro a espiava pela janela, a garota falava e gesticulava. Com quem ela estaria conversando? Seria uma doida? Ou seria alguém enterrada até o pescoço com a atual situação dele? Fazia sentido já que ela estava lá quando ele saiu da tumba. Ele iria tirar isso a limpo agora mesmo. No entanto um zumbido começou a aumentar cada vez mais em seus ouvidos, até ficar ensurdecedor e os vidros estilhaçarem por completo atirando o jovem Winchester contra o balcão com ambas as mãos apertadas nos ouvidos.

— Dean!! — a jovem correu assustada ao vê-lo caído em meio aos cacos de vidros da janela destruída — Você está bem? Venha vamos sair daqui agora!

O loiro estava zonzo e atordoado. Aceitou sem questionar a ajuda da garota e saiu apoiado nela.

— Aquele carro, vá até ele — o loiro falou pendendo a cabeça para frente.

— Tá, ta. Mas e as chaves? — Melanie perguntou, mas sabia muito bem o que ele iria fazer.

E como ela suspeitou o rapaz entrou e fez uma direta. Sorte. O carro pegou e havia gasolina. Sem nenhuma palavra dita de nenhum dos dois, o carro saiu em disparada deixando um rastro de poeira para trás. Poucos minutos depois Dean olhou para a jovem ao seu lado e perguntou.

— Seu celular, agora temos sinal — ela franziu a testa e balançou positivamente a cabeça, tirando do bolso de trás um celular antigo.

— O que houve lá atrás? — ela estava realmente preocupada e curiosa.

O caçador estacionou o carro. Fixou seus olhos nos dela. A garota parecia não ter nada a ver com o que lhe acontecera.

— Não sei. Estou tão surpreso quanto você e seu amigo invisível — o loiro disse encontrando no olhar antes calmo e agora uma chama tremeluzente nos olhos da jovem.

— Não entendi! — Melanie desviou o olhar daqueles verdes intensos.

— Ok. Deixa pra lá. Preciso ligar para alguém — ele olhou para o celular na mão dela.

— Claro — a jovem entregou-o a ele.

Dean discou dois números e ambos estavam desligados. Tentou outro número que começou a chamar, até que alguém atendeu.

— Alô? — aquela voz era uma benção aos seus ouvidos.

— Bobby? Sou eu! — o jovem suspirou ao falar.

—Eu quem? — o velho questionava do outro lado da linha.

— Sou eu, Dean! — o loiro ouviu a linha ficar muda, seguida de um click. Tentou novamente — Hein, Bobby me escuta, eu...

—Não tem graça se me ligar de novo eu mato você — e o velho caçador desligou energicamente.

Dean ficou olhando para o aparelho. Não admirou que isso ocorresse, afinal estava morto e enterrado há quatro meses. Como poderia estar respirando? Nem ele mesmo entendia.

—Ele não acreditou em você, não é? — a voz da garota o trouxe de volta.

—É. Como poderia, se nem eu mesmo entendo! — Dean entregou o celular, ligou o carro e voltou a olhar para a garota — Onde posso deixar você? Já fez muito por mim, não quero envolvê-la em meus problemas. Como você mesma disse, você já tem o suficiente.

Melanie suspirou, parecia em dúvida consigo mesma.

— É. Mas não vou deixá-lo sozinho. Não é natural o que presenciei e, algo me diz que vamos precisar um do outro. Então até lá, vou ficar com você.

Dean não esperava por essa atitude da garota. Era incrível saber que a jovem parecia ser tão determinada e corajosa ao lado de um completo estranho que saiu da terra.

— Obrigado — apenas agradeceu. E acelerou. Em poucas horas estavam em um ferro velho batendo na porta de uma casa que um dia deveria ter sido um lar.

Dean insistiu batendo na porta. Até que o velho de barba e boné desbotado abriu-a boquiaberto encarando incrédulo o rapaz a sua frente.

— Surpreso? — Dean disse respirando ainda mais forte pela emoção.

— Eu... eu não — o velho recuou e quando Dean dá alguns passos para dentro da casa, Bobby o ataca com uma faca de prata.

Dean se esquiva, gira o corpo livrando-se do golpe, mas é atingido por um soco no rosto.

— Bobby sou eu! — grita o loiro esfregando o maxilar.

— É nada – diz o homem de boné e camisa quadriculada avançando com a faca em punho.

— Wow...wow... pera aí! – Dean coloca uma cadeira o separando dos ataques do velho caçador — Seu nome é Robert Steve Singer...virou caçador depois que sua mulher foi possuída, você é a coisa mais perto que eu tenho de um pai. Bobby... sou eu!!

Singer estava furioso e confuso, ainda com a faca na mão abaixou-a aproximando-se cambaleante para perto do loiro esbaforido. O velho colocou a mão no ombro de Dean, ambos meio que sorriram, no entanto Bobby não estava convencido e desferiu um golpe com a faca.

— Não! — Gritou Dean empurrando o caçador para outro lado.

— Então é um metamorfo! – Gritou Bobby perdendo a faca para o loiro.

—Olha... se eu fosse um deles eu faria isso, com a faca de prata? — Dean empurrou a manga da camisa e cortou o braço com a faca, seu sangue escorreu imediatamente.

— Dean!? — disse o caçador apavorado com a constatação.

— É o que estou tentando dizer — momentos de conflitos internos e logo um abraço caloroso e cheio de emoção veio urgente e feroz.

— É bom ver você rapaz — havia um brilho de emoção nos olhos do velho caçador.

— É você também — dizia Dean segurando o ombro de Bobby.

— Mas... como você escapou?

—Eu não sei — Dean virou-se deixando a faca em cima da mesa — Eu só sei que acordei em um caixão de pinho... — ao virar-se para frente sentiu um jato de água sobre sua face. Piscou algumas vezes e cuspiu o que havia entrado pela sua boca e nariz — E também não sou demônio, valeu?

— Foi mal, não dá para descuidar — Bobby falava com a garrafa de água benta na mão. Só então percebeu a garota parada na porta, olhando toda a cena que se desenrolou.

— Quem é ela? — Bobby franziu o cenho.

— Ah, sim. Essa é Melanie. Ela foi testemunha de que saí de sete palmos de terra.

— Prazer, senhor Robert. — a jovem estendeu a mão e sentiu o aperto firme do velho caçador.

—Prazer. Agradeço por acompanhar esse cabeça dura — o trio sorriu por alguns instantes.

— Bobby, onde está Sam? Os telefones dele estão desligados.

O caçador sentou em sua cadeira. Serviu três copos de whisky e ofereceu aos dois.

—Bem. Depois que você... depois que enterramos você... as coisas têm estado difíceis para nós. Seu irmão ficou fechado, não se abria comigo e um dia simplesmente sumiu. Sem deixar rastros.

—Qual é Bobby. Eu te pedi para não deixar o garoto sozinho! — Dean engoliu o liquido e deixou o copo na mesa, chamando-lhe a atenção das inúmeras garrafas vazias — Deu para beber todas Bobby? — o loiro indicou as garrafas sobre a mesa.

—Como eu disse. Não foram dias fáceis — Bobby encarou o loiro melancolicamente.

— Entendo... hã. Mas afinal, porque não me queimaram? — Dean virou-se e deu um meio sorriso para a garota que a tudo analisava estupefata.

— Bom, eu queria. Salgar, queimar o de sempre. Mas seu irmão disse que você precisaria de um corpo, quando... voltasse — Bobby revelou seu receio nas ultimas palavras.

— Mas que droga Bobby! É claro que ele fez algo para me trazer de volta, e não foi coisa boa. Precisava ver como estava o local de onde saí. Era algo poderoso! Um verdadeiro caos.

— Você acha que... ele fez um pacto? — Bobby retirou o boné passando a mão trêmula pelos poucos cabelos.

— Sem dúvida. Vou rastreá-lo. Temos que saber no que ele se meteu — Dean pegou o telefone e o notebook e começou a discar.

—Tentei achá-lo Dean. Não vai ser fácil...

—Tá brincando? Conheço aquele garoto. Sei muito bem como encontrá-lo.

Dean conversou algo pelo telefone com a telefonista e logo em seguida estava com um endereço em mãos. Sorrindo ele disse;

—Adivinhe só. Sam está próximo de onde fui desencavado. Vamos, fica a poucas horas daqui.


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Notas finais do capítulo

Então como estou indo? Um beijo para todos.