Além da compreensão escrita por AngelSPN


Capítulo 5
Capítulo V – Milagres


Notas iniciais do capítulo

Olá meus anjos sumidos... gostaria muito de saber como estou indo nesta fic. Beijos com muito carinho a todos :)



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Eddie estava certo. O FBI havia lhe seguido. Poucos dias depois de Melanie ir embora, um agente do FBI chegou com inúmeras perguntas sobre o que lhe acontecera na mansão. E como ele e sua irmã haviam sido atacados e resgatados. Eddie dava respostas evasivas e confusas.

—Garoto, sabe que se mentir para nós será enquadrado como...

—Não precisa dizer, senhor! Conheço meus direitos. E garanto ao senhor que não estou mentindo — Eddie dizia firmemente.

—Ela disse para onde iria? Ou se estava acompanhada por alguém? —o agente perguntava impaciente.

—Não senhor. Ela ficou duas noites hospedadas em minha casa. Afinal ela salvou a mim e a minha irmã... daquelas coisas do outro mundo — Eddie falava verdades e mentiras para deixar sua narrativa realista. Melanie havia partido a uns quatro dias, ele informou que ficara apenas duas noites em sua casa.

Henriksen balançou a cabeça. Aquela gente havia passado por um ataque e fantasiavam coisas de outro mundo. Uma forma talvez de não encarar a realidade da sociedade humana. Humanos são confusos. Humanos são assassinos. O mundo estava cheio de gente maluca. Isso lembrou os Winchester.

O agente apenas agradeceu e saiu. Não havia mais nada a fazer. A garota havia evaporado. Iria olhar as câmeras de segurança das ruas. Viu várias delas espalhadas pela cidade. Pegaria a garota, e a entregaria a quem pertencia. Sabia muito bem que traidores não acabavam bem. Não mesmo.

***

Melanie andava pela mata fechada. Não podia se dar ao luxo de caminhar pela cidade. Havia cartazes espalhados por todos os cantos com seu rosto. Ainda bem que tinha Thomas ao seu lado. Ele dera um jeito de fazer com que a maioria das câmeras sofresse problemas com a sintonização da imagem. Interferência resolveria boa parte de suas preocupações.

—O que foi Thomas? — ela sentiu o companheiro resmungar. Um alerta era isso que ele estava tentando avisar.

Melanie não entendeu o que ocorreu logo em seguida. Um estrondo forte e uma poeira a uns metros de onde estava emergiu. Tomando conta da mata nativa.

—Mas que droga foi essa? — Sem esperar respostas de Thomas, a jovem correu até o local — Talvez seja um portal de espectro Thomas. Se for temos que fechá-lo! Quem sabe seja o portal que procuramos? Lembra da família de Eddie? Foi atacada por alguns que saíram de algum lugar. E fique quieto se alguém também for atraído pelo estrondo. Não precisamos de curiosos nos encarando.

Melanie saiu em disparada, suas habilidades eram notáveis. Pulava galhos de árvores com leveza, corria com destreza e rapidez de um felino. Em poucos minutos travou sua corrida abruptamente.

Várias árvores tombadas formando um círculo perfeito e no centro dele a terra se mexia.

Assustada Melanie olhou para Thomas e mentalmente se conversaram. Se necessário fosse saberia o que fazer.

Como um gato a garota aproximou-se do volume de terra que se formava. E para seu espanto um gemido e uma cabeça humana saíam da terra. Como aqueles filmes de terror de zumbis.

Percebendo que era um humano. Um homem que lutava desesperadamente por ar, ela correu até ele ajudando-o a se livrar da terra que o sufocava.

Minutos depois ele estava cuspindo terra e tentando respirar.

—Q...quem...quem é você? — a jovem dizia mecanicamente incrédula, ele estava saindo de um caixão!

—Arghh..á..água!? — as palavras saíam com extrema dificuldade.

—Água? Ah...sim...claro — Melanie atirou sua mochila no chão em busca do seu cantil. E alcançou receosa ao homem a sua frente tomado por terra.

O homem tossiu. Parecia engasgado. Segundos depois passou a água pelo rosto. Livrando-se da terra grudada em seus olhos e lábios. Revelando belos olhos verdes e assustados.

—Você está bem? — certo a pergunta era idiota. É claro que não estava bem. Fora enterrado vivo!

Com esses questionamentos em mente a moça afastou-se. Se ele foi mesmo enterrado vivo... seria um serial killer que havia sido julgado pelos humanos dessa cidade? Qualquer que fosse seu crime deveria ser julgado pelas leis... Mas e se fosse uma vítima assim como ela e Thomas?

— De..Dean — a voz saiu rouca e quase inaudível, mas o suficiente para tirar a moça do mundo interno de perguntas que estava prestes a fazer.

— Como!? — mesmo esforçando-se não conseguiu saber ou entender o que ele acabara de balbuciar.

— Meu nome... Dean Winchester — o loiro ergueu-se, com o ar voltando a entrar em seus pulmões começou a se restabelecer.

—Ah, sim. Me chamo Melanie. C... como você foi parar... enfim, o que aconteceu aqui? — ela dizia girando o corpo olhando as inúmeras árvores caídas e secas.

— Sei tanto quanto você. Eu... vai parecer louco...mas...

— Mais insano que isso? — a jovem apontou mostrando como o lugar inteiro estava destruído — Pode acreditar, a estranha aqui era eu. Agora não sei mais.

Melanie sorria ao dizer isso. Ironicamente aquele rapaz parecia ser diferente dos demais que já encontrara em sua jornada. É claro que era diferente, até hoje ela nunca vira alguém sair do caixão.

—Bom. Eu estava morto e agora... não sei mais. Você é médium? Um espírito? — Dean perguntava seriamente.

—Não! — a jovem disse sorrindo — Você deve ter tido um daqueles ataques em que os médicos te dão como morto e dá nisso — ela falou erguendo os braços na direção de Dean.

Dean Winchester sabia muito bem que estava no inferno, sendo torturado. Não, agora estava torturando almas. Aquela lembrança o fez cair de joelhos e sentir como se estivesse exatamente lá, com Alasteir. Dean contorceu-se colocando ambas as mãos em sua cabeça.

—Hey, hey...hey. Temos que te levar para um hospital. Você tem que ser hospitalizado. E essa agora! — Melanie sabia que se entrasse na cidade iria ser pega pelo FBI. Só que ela não podia deixar o rapaz sozinho naquela situação. Era evidente que estava mal.

—NÃO! — aquele não fora alto demais.

Melanie afastou a mão do ombro do caçador. Tinha algo mais do que errado nessa história. Ela podia sentir isso.

— Desculpa. Não queria assustá-la. É só que... você não entenderia. Tem um celular? Meu irmão. Ele é o único que pode me ajudar — aquele par de olhos verdes brilhantes eram irresistíveis. Melanie tentou disfarçar como ele era capaz de deixá-la desconfortável com suas emoções.

—Claro. Tenho. Sinal aqui não vai ter... droga, você é procurado pela polícia? Matou alguém? — não tinha como deixar de perguntar. Afinal, caras bonitos também são psicopatas!

—Não vou mentir para você Melanie. Sou procurado pelo FBI e toda a polícia do estado ou seja lá qual for. Mas acredite, sou inocente! Embora todo culpado diga isso... mas... é complicado.

—Merda! Eu sabia! Cara é o seguinte, você liga para seu irmão. Ele vem e eu caio fora, ok? Já tenho os meus problemas, não preciso de mais nada para aumentá-los — a garota falou aproximando-se dele e ajudando-o a sair de perto daquela cova.

— Combinado — disse o jovem aceitando a ajuda da garota.

—Sério, você parece que saiu do inferno! — Melanie dizia olhando para a cova ao lado.

—Pode acreditar que sim. Pode acreditar — o loiro também olhou para a cova antes de seguir a trilha para fora daquele pedaço de lugar destruído. Em sua cabeça ficava remoendo como estava vivo e na terra novamente. Seria uma brincadeira dos demônios? Deixá-lo sentir-se vivo para depois torturá-lo novamente? Ou estaria apenas sonhando? Sonho ou não iria descobrir. Talvez milagres aconteçam de verdade. Mas com ele? Não. Dean Winchester não acreditava em milagres, não quando era para ele.

Sua vida inteira lidou com monstros, demônios, coisas que podia ver, sentir e matar. E as boas coisas... Deixou de lembrar-se delas e acreditar quando sua mãe foi queimada viva no teto do quarto de seu irmão. Perdeu totalmente a fé quando seu pai lhe disse em seu ouvido para salvar seu irmão, caso não conseguisse teria que matá-lo. Matar Sammy a quem ele protegeu sua vida inteira. Mostraria que estavam errados. Sam era do bem e não um monstro. E com o pensamento de reencontrar o irmão continuou caminhando com dificuldade, mas amparado pela jovem Melanie, deixando para trás aquele lugar carregado por uma atmosfera de energias estranhas.


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Notas finais do capítulo

Enfim temos nosso amado Dean de volta para fora do azeite quente e dentro de mais incríveis aventuras. E a pobre Melanie se enrascando cada vez mais...