Além da compreensão escrita por AngelSPN


Capítulo 4
Capítulo IV - Os federais




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O agente especial do FBI que estava incumbido de prender os irmãos Winchester coçava o cavanhaque pensativo olhando as inúmeras fotos espalhadas em sua mesa. Ficava horas se questionando em como sua equipe e ele mesmo puderam ser enganados por meros vagabundos, violadores de túmulos. Nem os mortos tinham paz com a mente doentia dessa família. Mas Victor Henriksen não era um cara que desistiria fácil. Teria os irmãos sob sua custódia, custasse o que custasse. Perdido em seus pensamentos Henriksen foi forçado a voltar a realidade pelos sons de batida na porta de seu escritório.

— Entre — disse secamente o homem negro afrouxando a gravata azul.

—Desculpa perturbar agente Henriksen. Mas tenho temos um problema — dizia o homem asiático de cabelos lisos pelo ombro.

— Além dos irmãos que deixamos escapar por debaixo de nosso nariz? Minha prioridade é eles. Sinto que estou próximo de achá-los, então diga logo o que quer. Que problema seria esse, agente Seigi? — Henriksen virou de costas analisando outro mapa que fizera, traçando o caminho que os irmãos haviam sido vistos.

— Senhor. O Sr. Hannsen exige sua presença imediatamente. Não adiantou o assunto apenas disse que era de extrema urgência.

— Hannsen? William Hannsen? O Procurador Geral da Justiça dos Estados Unidos? — o agente falou surpreendido.

— Sim senhor. Há um helicóptero a sua espera. As ordens são do senhor decolar imediatamente a base — dizia Seigi com ávida urgência em sua voz.

— E essa agora. Vamos. Você vem comigo — Victor Henriksen ignorou o semblante satisfeito de Seigi de poder acompanhá-lo.

Em algumas horas os agentes chegaram em Washington e foram conduzidos rapidamente a sala de Hannsen. Victor Henriksen jamais conversara pessoalmente com o procurador. As ordens sempre vinham do diretor do gabinete e sempre executara com eficiência e sigilo suas missões. Agora não imaginava porque fora chamado ás pressas e por uma autoridade suprema. Algo sério estava acontecendo. Henriksen passou pelos guardas do corredor sem problemas, mas Seigi foi impedido de passar.

—Temos ordens de deixar passar apenas o agente Henriksen — disse o homem equipado e vestido para combate.

Victor apenas assentiu com a cabeça e com passos firmes e postura ereta acompanhou o homem a sua frente até chegar em uma imensa porta adornada de dourado com a insígnia do FBI no centro dela. Com um rangido suave a porta abriu-se e logo que entrou ela se fechou rapidamente.

Ao contrário do que pensava, o lugar era confortável mas modesto. Victor sempre imaginou um lugar com quadros caríssimos, móveis sofisticados e dentre outras fantasias. No entanto, era um lugar que exalava grandiosidade e domínio devido ao ar de superioridade de um homem alto e robusto que o aguardava sentado em sua cadeira de couro com a bandeira Americana atrás de si.

Henriksen sentiu-se incomodado, não estava muito acostumado de sentir-se inferior. E pelo semblante do homem a sua frente, só confirmava uma coisa. O problema era dos grandes.

—Agente Victor Henriksen — o homem levantou-se apertando vigorosamente a mão de Victor, o mesmo retribuiu o aperto não deixando por menos.

— Senhor Hannsen — ambos se encararam olhos nos olhos.

Satisfeito com o que encontrou, Hannsen pediu que Victor sentasse.

Hannsen aparentava uns sessenta anos, porém percebia-se que mantinha atividade física constante. Dado seu porte e musculatura retraída pelo uniforme. Era careca e não possuía a barba bem feita. Seu tom de voz era forte e imponente. Bem como seu olhar penetrante e frio.

— Deve estar se perguntando porque todo esse mistério. Não é, agente Henriksen? — o homem disse analisando a fisionomia e comportamento do agente.

—Respeitosamente, acho que tem algo muito errado que voc... perdão —Henriksen realmente estava acostumado a ditar as regras.

—Temperamento forte. Gosto disso. Já li sua ficha. Conheço sua história. E suas missões muito bem sucedidas. Uma das razões de eu escolher você e sua equipe para uma nova missão. Eu sei que você e sua equipe fracassaram em prender uns irmãos malucos. No entanto, preciso de sua astúcia e genialidade. Esqueça os Winchester daqui para frente.

Henriksen sentiu-se afrontado. Tirariam esse caso dele por causa de uma falha? Agora que estava prestes a encontrar os malditos irmãos? Não poderia ficar calado, mesmo que fosse seu superior, defenderia seu orgulho.

—Senhor, esse caso é importante para mim. Jamais falhei em minha missão. Tenho pistas sólidas do paradeiro deles e...

—Pistas sólidas? Dos dois irmãos? —dizia Hannsen sorrindo.

Victor remexeu-se na cadeira. Havia algo errado, muito errado. O homem estava rindo de sua cara.

“ Malditos superiores!”

—Não entenda errado agente. Mas você está muito equivocado se acha que prenderá os dois irmãos — aquela certeza na voz de Hannsen era perturbadora.

—Senhor? Acha que não tenho competência o suficiente para prender essa ralé? —Victor levantou-se com o cenho franzido.

—Sente-se agente! Não dei permissão para levantar-se. Trabalha para mim e para o governo, aprecio atitudes fortes, mas limites existem — a voz preencheu o recinto e Victor sentou-se engolindo o orgulho ferido.

Hannsen saiu em direção a uma enorme vidraça. Colocou o polegar direito em um lugar estratégico e parte da vidraça deslocou-se para frente em forma de gaveta. O homem tirou uns papeis e voltou a sentar-se.

—Agente Victor Henriksen, não há como você prender os dois irmãos. Já que um deles Dean Winchester está morto — Hannsen atirou o envelope para Henriksen.

— Morto? — Victor não acreditou. Mas não tinha como duvidar das informações sigilosas contidas nos documentos.

—Porque a surpresa? Criminosos morrem cedo. É só esperar que acabam em uma cova. Então esqueça o caso. Certamente o irmão mais novo, Sam Winchester terá o mesmo fim — Victor devolveu o envelope.

Havia uma foto de Sam Winchester enterrando o irmão em uma cova simples. Era uma foto profissional, de longa distância. Mas não havia dúvidas. Dean Winchester estava a sete palmas da terra.

—Obrigado por comunicar a mim e minha equipe, senhor! —Henriksen estava puto da cara. Os federais sabiam e o deixaram quebrar cabeça por quanto tempo?

—Bom. Eles não me interessavam. E nem seu caso. Para sua informação esse rapaz morreu já faz uns quatro meses. Mas vamos ao que realmente interessa agente Henriksen — e mais uma vez os olhares se sustentaram.

—Tem minha atenção, senhor! —Victor realmente estava curioso com a nova missão.

— Ótimo. Não preciso de mais falhas nessa missão. Temos um desertor. E sabe que desertores são uma ameaça para nós e o governo. Infelizmente essa pessoa é dotada de um poder incomum além de todas as nossas táticas de autodefesa, que aprendeu em nossa academia.

— Poder incomum? — Victor pareceu ficar confuso com a afirmação de Hannsen.

—Seu nome é Melanie Swan. Ela foi recrutada desde pequena pela companhia. Precisamos dela, viva. Há detalhes que não posso te revelar. Por proteção a você e sua equipe.

“Proteção a mim e minha equipe...sei!”

Henriksen ficou calado por alguns minutos. Apenas absorvendo cada detalhe da narrativa maluca de seu superior.

—Ela já acabou com treze dos meu melhores homens e suas equipes. É perigosa, está na pele de uma garota de dezoito anos, mas com experiência de veteranos. Você só me verá novamente se tiver êxito e sua missão. Caso contrário será destituído do cargo. Compreendeu agente Victor Henriksen? —Hansen levantou-se. A conversa havia terminado.

—Foi muito claro, senhor! —Henriksen levantou-se e bateu continência e deu-lhe as costas sendo acompanhado até a saída pelo federal que o trouxera.

—Lembre-se agente Henrikesen, essa garota é mais esperta do que pensas. Seja mais astuto que ela. Tome cuidado com suas habilidades anormal para um ser humano comum. Ignore meu aviso e será dizimado por ela. Assim como os demais falharam.

Victor parou e depois continuou andando pelo longo tapete marrom sem olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

Um big beijo para aqueles que continuam lendo, e se comentarem deixarão alguém muito feliz :)