A Seleção Semideusa escrita por Liz Rider


Capítulo 39
Um Quarto Desfigurado


Notas iniciais do capítulo

Então, gente, eu sei que tô há muito tempo sem postar e que daqui a pouco é o recesso e vou ficar sem postar de novo, mas eu tenho, assim, muitas desculpas, como por exemplo as provas finais, eu ser uma vagabunda, eu não estar em casa para postar, estar sem vontade de escrever, investindo em outros projetos, etc... Mas também sei que nenhuma dessas desculpas justifica, sei como é chato ficar sem ler e sei como muito de vocês são adoráveis por continuar a ler as minhas fics mesmo eu sendo uma chata para postar. O problema é que eu não deixo caps de folga, mas vou passar a fazer isso para não mais atrasar, okay?
Acredito que o meu recesso de postagem aqui vá do dia 20 de dezembro ao dia 10 de janeiro, mas talvez eu o diminua. Pensem que vou estar adiantando alguns capítulos, okay?
Liz.



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P.O.V America

Quando cheguei ao meu quarto, ele estava uma verdadeira zona, parecia que um furacão havia passado por ali, ou que tinham deixado Gerad fora deixado sozinho lá. Sério, meu irmãozinho pequeno faz uma bagunça danada nas coisas, mesmo ele só tendo sete aninhos. Parecia pior até do que alguns semideuses do Acampamento. Meus olhos marejam um pouco e solto uma pequena risadinha nervosa com esse pensamento.

No entanto acho que nem o furacão, nem Gerad seriam tão cruéis. O colchão estava fora da cama, os vestidos estavam jogados no chão, fotos da minha família rasgadas. Não pude deixar de me questionar se Éris de fato não dera uma passadinha rápida na mansão.

Fiquei muito abalada. Não queria minhas coisas reviradas pelo inimigo, por monstros, por seres que queriam minha total destruição, muito menos que as minhas coisas fossem quebradas por eles. Além de um medo que se arrastava pelo meu estômago lenta e traiçoeiramente.

Eu e as meninas levamos um bom tempo para arrumar tudo, principalmente porque estávamos bastante cansadas. Mas conseguimos. Anne até arranjou fita adesiva para colar minhas minhas fotos, coisa que fiz chorando e me deliciando com as memórias alegres e até mesmo com as doloridas. No entanto, antes de começar a colar minhas fotos, as dispensei. Elas até reclamaram, mas fui irredutível. Elas estavam tão cansadas quanto eu e tinham o mesmo direito – ou até mais – de descansar.

Peguei uma das calças que Maxon me dera e uma blusa que encontrara no guarda roupa e as vesti. Assim me sentia mais humana, mais normal, menos amedrontada, mesmo que o medo ainda me fizesse tremer. Com meu cabelo, uma bagunça que estava parecendo um ninho de passarinho vermelho, fiz um coque simples e leve, apenas para tirar os fios do rosto e diminuir o calor, apesar de que algumas mechas insistentes continuaram caindo em meu rosto.

Montar as fotos é uma tarefa meio difícil. É como tentar montar vários quebra-cabeças diferentes que foram colocados na mesma caixa. Eu finalmente consegui montar duas quando alguém bateu na foto.

“Que seja Maxon.”, imploro em minha cabeça, “Que seja Maxon!”

Abro a porta esperando ver os lindos olhos cor de avelã de Maxon e jogar meus braços ao redor de seu pescoço, em busca de consolo, em busca de carinho.

No entanto, não é Maxon quem eu vejo em minha porta.

– Ola, queridinha.

Baixo um pouco meu olhar e me deparo com a Srta. Silvia. Ela faz um beicinho que talvez para ela seja sua forma de me oferecer conforto, mas se ela acha que isso deveria me fazer sentir melhor, ela está bem enganada.

Ela entra rapidamente e sem pedir licença e só quando já está quase na metade do quarto é que se vira e olha para mim, reparando em minhas roupas.

– Não me diga que também quer ir embora? – ela lamenta, mas parece meio entediada com isso tudo, como se as garotas desistentes fossem apenas patéticas. – Sério, aquilo não foi nada. – Silvia parece querer apagar todo aquele episódio com um gesto de suas mãos.

Eu não chamaria aquilo de nada. Será que ela não notou o meu nariz vermelho e olhos inchados de quem tinha chorado?

– Não vou embora. – respondo-lhe, suspirando. – Alguém pediu para sair?

Do jeito que as meninas pareciam determinadas a ter Maxon – ou a imortalidade, o poder, ou o que seja – eu achava pouco provável que alguma delas fosse pedir para sair, no entanto, depois do susto de ontem, algumas dúvidas – como por exemplo, se valia a pena – podem ter brotado na cabeça das meninas.

Ela dá um suspiro de decepção.

– Sim. Três até agora. E Maxon, ótimo rapaz, disse-me para liberar quem quisesse voltar para casa. Providências estão sendo tomadas neste exato momento. É tão engraçado. Parece que ele sabia que algumas garotas iriam embora. Se eu estivesse no lugar delas, pensaria duas vezes antes de sair por causa de uma bobagem como essa.

Silvia começa a circular pelo quarto observando a decoração, mas pela sua postura ela parecia estar observando alguma obra de arte no Metropolitan Museum of Art. Bobagem? Qual é o problema dessa mulher?

– Levaram alguma coisa? – ela me pergunta num tom informal.

– Não, senhora. Fizeram a maior bagunça, mas não dei por falta de nada.

– Muito bom.

Ela se aproxima de mim com um minúsculo telefone.

– É a linha mais segura da mansão. – explica. – Você precisa telefonar para sua família e dizer que está tudo bem. Não demore muito, é perigoso e eu ainda tenho várias outras garotas para ver.

Pego rapidamente o telefone de suas mãos, ligeiramente assustada, ansiosa e temerária, telefones celulares são o melhor jeito dos monstros nos encontrarem, mas, pensando bem, só estou ligando para meus pais porque, para início de conversa, eles nos atacaram, então fico mais tranquila. Eu havia pegado em celulares poucas vezes, mamãe nunca me deixou ter um, mas só depois que entrei no Acampamento é que entendi porquê.

Disco rapidamente os números do telefone lá de casa, ansiosa. Depois de tudo o que tinha acontecido, aquela oportunidade me fez sorrir. Eu irei poder ouvir a voz deles! Minha mãe atende depois de dois toques.

– Alô? – sua voz não está diferente de há dois meses atrás.

– Mãe? – pergunto, feliz.

– America! É você? Você está bem? Estávamos morrendo de preocupação. Um guarda telefonou para avisar que não conseguiríamos entrar em contato com você por alguns dias, e eu imaginei que os malditos monstros tinham conseguido entrar aí. Ficamos com tanto medo. E eu me senti tão culpada... você só entrou por minha causa.

Ela começa a chorar e naquele momento consigo perdoar completamente a nossa briga sobre minha entrada na Seleção.

– Ah, mãe, não chore. Estou segura.

Olho para Silvia. Ela está batendo impacientemente o pé no piso do meu quarto enquanto me olha aborrecida. Qual é, não deu nem um minuto ainda!

– Um momento. – digo para ela.

Ouço uma agitação do outro lado da linha.

– America?

A voz de May está normal e alegre como sempre, mas há um pequeno peso em sua voz, uma emoção, e imagino que seja a saudade, quase tão grande, talvez, quanto a que sinto por ela.

– May! Ah, May! Sinto tanto a sua falta! – digo, sentindo algumas lágrimas brotarem em meus olhos.

– America! Quanto tempo, que saudade! Que intercâmbio é esse? Quando você volta? Eu te amo, sabia? Já falei que estou com saudade? – ela diz mais rápido do que consigo processar e rio de sua euforia.

– Oh, May, acho que demorarei mais um pouquinho. – minha voz é um tanto triste, pela saudade, mas há algo nela que nem mesmo eu consigo identificar: felicidade? Malícia? Contentamento? Talvez os três juntos.

– Por que? – ela pergunta e seu tom é quase decepcionado. Meu coração se parte.

– Porque sim.

– Por que “porque sim”?

Faço uma pausa.

– Só... porque sim.

May está prestes a falar mais algumas coisas quando Silvia faz uma cara irritada e um sinal não muito educado para que eu desligue.

– Desculpe, May, tenho que desligar, outras pessoas têm que usar o telefone. Fique bem e cuide de papai, mamãe e Gerad. Eu estou bem, escrevo o mais breve que puder. Te amo. Tchau.

– Também te amo! Estou com saudades! Mande mais torta! – ela fala apressadamente e antes que ela consiga falar mais alguma coisa eu desligo. No entanto, assim que o som de término da ligação atinge meus ouvidos, sinto sua falta.

Viro-me e estendo o telefone a Silvia, que rapidamente o recolhe e caminha até a porta.

– Boa menina. – ela diz, sorrindo, quase como uma despedida e, por um instante, me sinto como uma cadelinha pequena, fofa e desprotegida. Não gosto disso.

Silvia sai antes que eu possa comentar alguma coisa.

Não sabia como as outras se sentiam, mas eu não me sentia bem.

Pulo na cama e escondo meu rosto com o travesseiro e, sem perceber, adormeço.


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Notas finais do capítulo

Oi, gente, gostaram?
Então, eu fui ver e percebi que o livro já tá acabando, só tem mais uns dois capítulos, então eu acho que o concluo até antes do recesso. Vou fazer uma "nova fic" que na verdade vai ser só a continuação, algo como A Elite - Seleção Semideusa, ou A Elite Semideusa, Algo similar. E, se tudo der certo, no último capítulo antes do recesso, eu posto também o primeiro da nova temporada e deixo o link nas notas finais.
HAPPY?