A Seleção Semideusa escrita por Liz Rider


Capítulo 28
Minha Entrevista


Notas iniciais do capítulo

Então, gente, sentiram minha falta? U.u
VOLTEI COM TUDO NÃO VOU MAIS ATRASAR AS POSTAGENS o/ que, a propósito, de hoje em diante serão nos domingos, okay?
Beijos,
Liz.



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P.O.V America

Não dá para descrever em palavras a raiva, ansiedade, vontade de sair correndo felicidade ao ver o assustador querido Gavril bem a minha frente, esperando-me para minha entrevista. Sei que havia dito a mim mesma que seria forte, que ignoraria o nervosismo, que aquilo não era nada de mais, sentir medo de um cara que só vai fazer algumas perguntas era dramatizar demais fazer essas coisas.

Então respiro fundo, levanto-me, enquanto as outras meninas aplaudem educadamente, dou um sorriso frágil e nervoso para Marlee. E então ando até o entrevistador, concentrando-me em meus pés enquanto caminho. Quando paro em frente a Gavril e percebo que poderei ver Maxon por cima de seu ombro, isso, sincera e estranhamente, me deixa um pouco mais calma. Para mim e dá uma piscadinha assim que eu recebo o microfone.

Aperto a mão de Gavril com um sorriso educado em meu rosto e me sento à sua frente.

– America Singer. Nome interessante o seu. Há alguma história por trás dele? – ainda com um sorriso educado no rosto, Gavril pergunta.

Suspiro, me sentindo muito aliviada. De tantas perguntas que ele podia mandar, essa era fácil.

– Sim, de fato. Eu chutava muito durante a gravidez. Minha mãe disse que carregava uma lutadora na barriga e por isso me batizou com o nome do país que tanto lutou para se manter unido. É estranho, mas devo reconhecer que ela acertou: nós duas vivemos brigando.

Gavril e as meninas riem.

– Ela parece ser uma mulher bastante enérgica.

– E ela é. – dou um pequeno sorriso, lembrando-me de mamãe, a “pequena” briga que tivemos antes de eu vir para o castelo momentaneamente esquecida. – Herdei boa parte de minha teimosia dela.

– Então você é teimosa? Um pouco geniosa? – pergunta Gavril e é somente quando percebo Maxon tentando – e não conseguindo – parar de rir, ou tornar seu riso estranho menos escandaloso cobrindo pateticamente a boca com as mãos é que percebo para o onde o rumo da conversa estava indo e quão ferrada eu estava.

– Às vezes. – digo, torcendo levemente o nariz.

– Então por acaso não seria a garota que gritou com o príncipe?

Respiro fundo antes de soltar a bomba.

– Sim, fui eu. – CABUUUM! – E minha mãe deve estar infartando nesse exato momento. Se ela estiver vendo, é claro. – digo, para tentar desviar a atenção de Gavril e de Zeus, Tiquê e das meninas ou ao menos amenizar a notícia, já que sei que desviar a atenção de Gavril deve ser quase impossível.

– Faça-a contar a história toda! – grita um Maxon muito empolgado e mal se contento sentado de tanto rir para Gavril.

Tento não fazer cara feia para ele. Contar a história toda implicaria em revelar o balde de molho de tomate – que, a propósito, ele prometeu achar um culpado e não achou... –, o que certamente não daria muito certo, então decidi conveniente pular a parte do balde e em outro momento cobrar a Maxon a resolução do caso.

– Ah, qual é toda a história? – pergunta Gavril, seu rosto um misto de alegria, confusão e curiosidade, seu olhinhos brilhando com a nova fofoca.

Mesmo assim, não resisto a tentação de lançar um olhar feio para Maxon, mas ele não está olhando para mim, está levando uma bronca de Zeus, que certamente está mandando-o ser menos escandaloso.

– Senti um pouco de... hum... – Tontura? Não. Falta de ar? Sim, mas por que? Claustrofobia? BINGO! – ...Claustrofobia na primeira noite e fiquei desesperada para sair. Os guardas não me deixaram passar pelas portas. Eu estava a ponto de desmaiar nos braços de um deles quando o príncipe chegou e mandou que abrissem as portas.

– Hum... – grunhe Gavril, excitado por ser ele a “transmitir” essa notícia ao público.

– Sim, e depois o príncipe ainda me seguiu para ver se estava tudo bem comigo... Mas eu estava tão nervosa que quando ele abriu a boca eu basicamente o acusei de ser vaidoso e superficial.

Gavril gargalha ao ouvir isso. Olho para Maxon e o vejo sacudir de tanto dar risada. Mas o mais vergonhoso é que mais vergonhoso era que o rei e a rainha também estavam rindo. Não me virei para olhar as Zeus e Tiquê também estão rindo. Talvez não sejam os risos mais genuínos que já vi na vida, mas ainda assim eles não estão me incinerando ou me transformando em um golfinho. Não preciso me virar para olhar as garotas porque ouço as risadinhas de algumas. Certo. Talvez agora elas parem de me ver como uma ameaça. Eu serei apenas uma pessoa que Maxon acha divertida.

– E ele a perdoou? – Gavril quis saber, um pouco mais sério. Tive de me segurar para não revirar os olhos “É óbvio, não? Se eu ainda estou aqui...”

– Por mais incrível que isso pareça. – apenas digo, no entanto, dando de ombros.

– Bem, agora que os dois fizeram as pazes, que tipo de atividade têm feito juntos? – e eu estava novamente sendo entrevistada, no verdadeiro sentido da palavra.

– Geralmente andamos pelo jardim. Ele sabe que gosto de passear ao ar livre. E nós também conversamos.

Minha resposta parecia patética diante do que as outras garotas falaram. Cinema, caçadas, passeios a cavalo: tudo muito impressionante se comparado à minha história. Mas é então que entendo o porquê de Maxon ter passado toda a semana anterior emendando um encontro com o outro. Elas precisavam ter o que contar para Gavril. Eu ainda estranho um pouco que ele não tenha comentado nada comigo, mas pelo menos agora sei o motivo de sua distância.

– Parece muito relaxante. Você diria que o jardim é sua parte favorita da Mansão?

– Talvez. – eu digo com um enorme sorriso nos lábios, outra coisa que eu também adorava na Mansão vindo a minha mente. – Mas a comida é divina, então...

Gavril ri novamente.

– Você é a única Filha de Apolo na competição, certo? Acha que isso diminui as suas chances de ser a nova “Princesa do Olimpo”?

– Não! – a palavra escapa da minha boca antes que eu sequer processe a pergunta direito.

– Nossa! Quanta convicção! – diz Gavril, sorrindo, novamente parecendo se divertir com a minha situação. – Então você acha que vai vencer? – ele prossegue com um sorriso maligno no rosto. Esse cara bem que poderia ser filho de Afrodite por seus laços tão estreitos com a fofoca, mas definitivamente não poderia, por sua aparência.

– Não, não. – respondo depois de pensar um pouco. Esse cara quer me pegar, mas não vai. – Não é isso. Não me julgo melhor do que qualquer uma dessas meninas hoje aqui presentes. É só que... eu só não acho que Maxon faria algo do tipo, julgaria uma menina apenas por sua árvore genealógica.

Há uma exclamação de surpresa coletiva e eu me pergunto: “O que eu fiz agora?” Repito minhas palavras mentalmente, tentando encontrar o erro. Eu demoro a percebê-lo: havia chamado Maxon de... bem, Maxon. Não era realmente uma regra oficial, era mais como um acordo silencioso, até porque Maxon não era realmente um príncipe, mas bem que Annabeth havia nos instruído para tratá-lo assim. Oh, merda. Ele me pegou. Uma coisa era tratar Maxon por Maxon com as outras garotas, na segurança do Salão das Selecionadas e outra bem diferente era tratá-lo por Maxon ao vivo, em plena Tv Hefesto, onde – certamente – todos estavam assistindo.

Olho sutilmente para Maxon para ver se ele está irritado comigo, no entanto, ele tem um sorriso calmo nos lábios. Ele pode não estar bravo – graças a Zeus! –, mas eu continuo extremamente envergonhada: meu rosto está ainda mais vermelho que meus cabelos, pude ver em um dos monitores.

– Ah, parece que você realmente ficou íntima do príncipe. Diga-me, o que você acha de Maxon? – Ah esse filho de Dionísio!

Há várias respostas que posso lhe dar. Eu posso caçoar de sua risada ou falar do apelido carinhoso pelo qual ele quer ser chamado pela esposa. Me parece ser o único jeito de salvar toda essa situação e voltar à confortável comédia. Mas ao levantar os olhos para tecer meus comentários, deparo com o rosto do príncipe.

Ele realmente quer uma resposta. Uma resposta séria.

E eu não posso tirar sarro dele, não quando tenho a chance de dizer o que realmente penso agora que é meu amigo. Simplesmente não posso fazer piada com a pessoa que me salvara de ter que ficar em casa enfrentando uma desilusão amorosa; com a pessoa que enviava caixas de doce para minha família; que corria até mim preocupado com minha saúde quando eu o chamava.

Um mês antes, eu tinha olhado para a TV e visto uma pessoa distante, rígida e entediante; uma pessoa que, eu pensava, ninguém poderia amar. E, embora ele não se pareça nem um pouco com a pessoa que eu amo amava, ele é mais do que digno de passar a vida ao lado de alguém que o ame.

– Maxon Schreave é a síntese de todas as coisas boas. Será um marido fenomenal. Ele deixa garotas que deveriam usar vestido saírem por aí com calça jeans e não se zanga quando alguém que não o conhece o julga de uma maneira completamente errada.

Olho bem nos olhos de Gavril, que sorri. Tá, talvez ele não seja tão mal..,. Atrás dele, Maxon parece intrigado. Continuo:

– Quem se casar com ele será uma mulher de sorte. E não importa o que me acontecer, será sempre uma honra tê-lo conhecido.

Vejo Maxon engolir em seco minhas palavras, impressionado. Baixo os olhos.

– America Singer, muito obrigado – conclui Gavril, estendendo a mão. – A próxima é Tallulah Bell.


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Notas finais do capítulo

E essa entrevista, hein, gente?



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