A Seleção Semideusa escrita por Liz Rider


Capítulo 24
A Eliminada


Notas iniciais do capítulo

Oi, amados leitores - será que tem garotos nesse meio? Será que eles já comentaram e eu com a minha memória de formiga esqueci? -, queria me desculpar por não ter postado semana passada, tive que viajar às pressas e não deu para agendar nem postar no lugar que fiquei, mas para recompensá-los tentarei postar outro capítulo hoje ou amanhã.



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P.O.V America

– Ela deve ter feito algo péssimo. Péssimo mesmo. – diz Amy.

– Não foi isso que deu a entender – rebate Kriss.

Tuesday puxa o braço de Kriss antes de disparar:

– Quais foram mesmo as palavras delas? Exatamente.

Janelle, a filha de Anteros, deus do amor correspondido e vinagador do não correspondido – ou seja, já dá para imaginar a encrenca com que Maxon se meteu com o “papaizinho” da moça –, que Maxon havia convidado para um encontro hoje mais cedo na seção de fotos, havia sido mandada embora.

É crucial para nós entendermos a eliminação, porque tinha sido a primeira eliminação isolada que não fora motivada por um descumprimento de regras. Não houve uma eliminação em massa baseada na primeira impressão, tampouco um pedido para ir embora por medo. Ela tinha feito algo errado, e queremos saber o quê.

Kriss, cujo quarto fica em frente ao de Janelle, tinha visto a garota entrar e fora a última pessoa com quem ela conversara antes de ir embora. Ela dá um suspiro e repete a história pela terceira ou quarta vez:

– Ela e Maxon foram caçar, mas vocês sabiam disso – começa, gesticulando como se quisesse clarear seus pensamentos.

O encontro de Janelle é mesmo de conhecimento comum. Depois da sessão de fotos do dia anterior, Janelle fez o favor de espalhar a notícia para quem quisesse ouvir – e para que não queria também, devo admitir.

– Foi seu segundo encontro com Maxon. Ela foi a única a ter dois. – comenta Bariel, fazendo biquinho.

– Não. Não foi. – contesto baixo e vejo algumas meninas ao meu redor confirmarem com a cabeça. E por pior que parecesse, era verdade. Janelle era a única menina que tivera dois encontros coim Maxon, além de mim. Não que eu estivesse contando ou saísse por aí espalhando para todas...

Kriss prossegue:

– Ela voltou chorando. Perguntei o que tinha e ela respondeu que ia embora, que Maxon tinha mandado que voltasse para casa. Dei um abraço nela. Estava tão transtornada... Depois, perguntei o que tinha acontecido, e ela disse que não podia contar. Não entendo isso. Será que não temos autorização para falar por que fomos eliminadas? – Kriss parece meio confusa.

– Isso não estava nas regras, estava? – pergunta Tuesday, parecendo meio aflita.

– Ninguém falou nada a respeito. – aponta Amy e muitas concordam com a cabeça. – Nem mesmo a senhorita Reyna.

Reyna, até onde eu sabia, era a antiga pretora do Acampamento Júpiter, que havia ajudado Percy, Annabeth e os outros Sete, impedido que o CHB e o Acampamento Júpiter se matassem. Eu tinha muita admiração por ela, apesar de nunca tê-la visto, mas pelas histórias que me contavam, ela deveria ser simplesmente uma mulher incrível, corajosa e muito boa.

– Isso é tão injusto. – diz Bariel. – Se eles já tiraram a pessoa, por que, ainda por cima, não deixam que as outras saibam o motivo? Você já está fora mesmo, eles não podem fazer nada.

– Nada além de Zeus lhe incinerar. – digo e ela faz careta.

– Mas o que ela disse, afinal? – diz Celeste com seu tom petulante, ignorando completamente a mim e Bariel.

Kriss dá outro suspiro, parecendo exausta, apesar de todas sabermos que ela não está.

– Para eu tomar cuidado com o que falo. Depois, entrou no quarto e bateu a porta.

O salão fica alguns minutos em um silêncio reflexivo.

– Ela pode ter insultado o príncipe. – Elayna sugere.

– Bem, se esse for o motivo da saída dela, é uma injustiça. Maxon afirmou que alguém neste salão o insultou na primeira vez em que se viram – reclama Celeste.

As garotas começam a olhar em volta na tentativa de identificar a culpada, talvez com o desejo de fazer com que ela – com que eu – fosse embora também. Lanço um olhar nervoso para Marlee, e ela entra logo em ação.

– Será que ela falou do país? De política ou algo assim? Bioenergia? Petróleo? – tenta.

Bariel a olha como se fosse insana e estala a língua.

– Por favor! Imagine a chatice que estava sendo o encontro para eles começarem a falar de política... Por acaso alguém aqui chegou a conversar sobre política ou quaisquer outras dessas asneiras com Maxon?

Ninguém lhe responde.

– Claro que não. – continua Bariel. – Maxon está em busca de uma esposa, não de uma debatedora para as tardes de terça.

– Você não acha que está subestimando o príncipe? – argumenta Kriss. – Ele deve querer alguém com ideias e opiniões.

Celeste joga a cabeça para trás e ri, antes de prosseguir:

– Maxon pode muito bem se virar sozinho, ser um deus sozinho. Nasceu para isso. Além disso, tem todas as regalias que vêm com o dom para ajudá-lo. Por que ia querer alguém para lhe dizer o que fazer? Se eu fosse você, começaria a aprender como manter a boca fechada. Pelo menos até que ele se case com você.

Bariel foi para o lado de Celeste e cruzou os braços.

– O que não vai acontecer.

– Exatamente. – assente Celeste com um sorriso maldoso. – Por que ele ia se importar com uma filha de Hefesto meia boca quando se pode ter uma linda e charmosa filha de Afrodite?

– E essa seria você? – pergunto ironicamente, erguendo uma sobrancelha, enquanto Tuesday quase grita ao mesmo tempo:

– Maxon não se importa com isso.

E Celeste diz:

– Olha, a garota que não sabe calar a boca.

Enquanto Bariel diz:

– Tem certeza, Tues? – ironiza.

E Celeste continua:

– Agora, olhe como fale comigo e se enxergue, garota, porque eu sou infinitamente mais bonita que você com esses cabelos cor de salsicha – sorri maldosamente e meu rosto pega fogo de raiva.

Odeio quando a pessoas fazem comentários sobre a cor do meu cabelo. Acho que ela percebeu isso. Cerro os punhos pensando se vale a pena dar uma boa bofetada na cara dela que fará o tapa d'água de Anna parecer carinho, mas ela não valeria o esforço de sair dali.

– Você é um inseto que vou esmagar com a... – ela continua, mas é interrompida pela moça que acho que se chama Silvia.

– Correio, meninas! Correio! – diz, irrompendo pelas portas do Salão das Selecionadas e desfazendo a tensão no ar.

Todas paramos, ansiosas para pôr as mãos nas novidades que Silvia trazia. Faz quase duas semanas que estamos no palácio, e tirando a vez em que recebemos notícias de nossas famílias, no segundo dia, é nosso primeiro contato real com elas.

– Vejamos – diz Silvia, revirando as pilhas de cartas sem ter a menor ideia da briga que estava para acontecer segundos antes dela entrar no Salão. – Senhorita Tiny? – e então procura Tiny com os olhos para lhe dar sua carta.

Tiny levantou-se de seu lugar e alisou o vestido, antes de ir até Silvia e pegar sua carta. A mulher prossegue:

– Senhorita Elizabeth? Senhorita America?

Quase corro até ela e tomo – não muito delicada ou educadamente – a carta de sua mão,ávida por informações de casa. Com a carta em mãos, fui me sentar em um lugar para poder ler finalmente as notícias de minha família.

May era uma fofa alegre como sempre, um verdadeiro amor, e me sentia mal por não lhe contar o que estava fazendo, se ela descobrisse, seu coração se partiria, ela ficaria realmente magoada se descobrisse que na verdade eu era uma semideusa, que eu não era filha de papai! Que todos escondemos isso dela durante toda sua vida. Não que seja minha culpa.

Ela fala que sente falta de minha cantoria pela casa e fico triste, na mansão eu realmente deixara de cantar... Diz que mamãe não quer mais ficar cantando e que a casa está com uma sensação de vazia sem mim e fico em dúvida se fico feliz por sentirem minha falta ou triste por terem que conviver com ela, assim como eu tenho que conviver com a deles.

Mamãe perguntava o que eu estava fazendo e me felicitava por não ter saído ainda. Quanto orgulho, confiança e fé em mim, mãe... Papai perguntava como eu estava, se o “deus lá” não tinha feito nada indecente e tal, se eu não queria voltar para casa, que torcia por mim e que estava com saudades.

Decidi voltar para o quarto e ensaiar a minha apresentação do Show de Talentos lá. Me despedi das meninas e saí do Salão com o violino em mãos. Ao chegar no quarto, fico perambulando em círculos, pensando nas coisas.

Quero saber o que diabos está acontecendo, o que aconteceu de verdade com Janelle. Além de estar curiosa para saber se Maxon tinha mais um encontro esta noite. Queria muito mesmo vê-lo.

Minha mente começa a girar em busca de uma maneira de falar com ele. É quando me deparo com o papel em minhas mãos.

A segunda página da carta de May está quase toda em branco. Rasgo um pedaço dela enquanto perambulo pelo quarto. Pego uma caneta no criado-mudo e escrevo simplesmente, sem nem me dar ao trabalho de assinar, ele saberá que sou eu:

Vossa Alteza,

Mão na orelha. Assim que puder.”


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Notas finais do capítulo

Então, gente, vocês estão ansiosos para o Show de Talentos tanto quanto eu ou a America? Bem... eu tinha a ideia de ser uma música no violino e somente nele, mas só achei músicas com acompanhamento no YouTube e queria que a música que ela tocasse tivesse a ver com o vídeo para vocês terem alguma ideia do que ela está cantando. Se tiverem alguma ideia, avisem, okay? Pfvr.



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