A Seleção Semideusa escrita por Liz Rider


Capítulo 23
Seção de Fotos


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas, estou aqui. Não sei o que falar, mas acho que ainda não dei o link dessa fanfic no Wattpad, se dei, ignorem porque eu sou esquecida, se não dei, ignorem a frase anterior ;)
Mas tá aqui:
http://www.wattpad.com/118638786-a-sele%C3%A7%C3%A3o-semideusa-cap%C3%ADtulo-1-a-sele%C3%A7%C3%A3o
Lá é o mesmo nome e minha conta também é a mesma, mas sem espaço.
Kisses e bom capítulo :*



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P.O.V America

É somente no dia seguinte que as meninas se esquecem um pouco do meu suposto terceiro segundo encontro com o príncipe e lembram-se do concurso de talentos. Imaginei que eu poderia tocar violino. Não é algo muito especial ou inusitado, mas é algo lindo na minha opinião e o que eu faço melhor.

Estou no Salão das Selecionadas tentando escolher que música tocar, que roupa vestir e onde encontrar um violino apropriado para ensaiar e me apresentar – apesar de eu achar que é só conversar com Annabeth – quando as portas do Salão são abertas e algumas pessoas entram com câmeras luzes e essas coisas, Annabeth entra logo depois, parecendo irritada.

– Eu já disse que não será aqui! – Annabeth grita pelo que parece ser a quarta ou quinta vez.

– E onde será, então, senhorita TPM? – pergunta um rapaz bastante afeminado.

Senhora. – diz Percy, na porta, cortante. – Vocês não podem ir para aí. Aí só mulheres podem entrar.

– Pois é. – diz Annabeth, parecendo satisfeita. – Vocês têm que ir para o Salão de Festas.

– Está bem. Onde é essa droga de Salão de Festas? – pergunta o Moço Afeminado, enquanto caminha até Annabeth e nós só observamos tudo, pasmas.

– Que nome brega! – ouço alguém do grupinho cochichar alto demais.

– Pois é. – alguém concorda e começo a pensar que é, afinal, proposital o tom alto de suas vozes, já que o barulho no Salão não passa de um leve burburinho.

– Vamos, garotas, para o Salão de Festas. – diz Percy e percebo que ele ainda está meio abalado pela saída repentina e não tão digna de sua irmã romana.

E nós seguimos eles. Quando chegamos ao Salão, esperamos mais uns 10 minutos para que Maxon chegue, todo afobado, o que me leva a crer que ele também não estava sabendo daquilo. Enquanto os dez minutos se passavam, nós fingíamos não ver o pessoal que havia chegado nos medindo e julgando.

Algumas horas depois, ainda estamos no Salão. Maxon e Natalie estão tirando fotos juntos, com sorrisos enormes e plásticos, imagino eu, e os fotógrafos parecem estar bem mais alegres com isso.

– Natalie, abaixe o queixo só um pouquinho. Isso. – diz o Moço Afeminado, Roger, tirando outra foto, preenchendo o Salão de luz.

– Acho que é o bastante. Quem é a próxima? – diz.

Celeste se aproxima. Um grupo de criadas do palácio permanece em volta dela até o fotógrafo aprontar a câmera. Natalie, ainda ao lado de Maxon, diz algo e faz uma pose charmosa. Ele responde discretamente e ela sai de perto dele com um enorme sorriso.

Nos explicaram assim que Maxon chegou que as fotos eram um pedido de Zeus para divertir o público, o que só deixara a Maxon e Annabeth mais irritados, eles pareciam já estarem cheios das intervenções. Mas as meninas achavam que não era só isso, elas diziam que aquelas fotos eram para ver quais garotas ficavam bem ao lado de Maxon.

Então aqui estamos nós, enfileiradas, todas com um vestido creme de manguinhas e cintura baixa, e uma echarpe vermelha nos ombros – que colocamos, acredite se quiser, nos 10 minutos entre a nossa chegada ao Salão e a de Maxon –, tirando fotos com ele. Todas sairiam na mesma revista, acho que de Afrodite, se não me engano, e a equipe de edição ia escolher suas preferidas. E era o que me incomoda desde o começo: a ideia de que Maxon só está em busca de um rosto bonito. Agora que o conheço, sei que não é verdade, mas me irrita saber que as pessoas o veem assim.

Dou um suspiro de descontentamento. Algumas garotas circulam pelo Salão mascando chiclete e conversando, mas a maioria, inclusive eu, permanece de pé em volta do estúdio que fora montado. Um grande tapete dourado – que lembra os panos que meu pai usa em casa para evitar respingos de tinta no chão e, sim, meu pai pinta, – cobre a parede de alto a baixo. Um sofá pequeno está posicionado em um dos lados, enquanto um pilar fica no outro. No meio, a mistura dos símbolos de Tiquê e Zeus, que dava àquela bobeira um ar sério. Observamos cada uma das Selecionadas desfilar por aquele espaço e ser fotografada. Muitas das presentes murmuram sobre o que aprovam e desaprovam no desempenho da concorrente ou sobre o que farão na sua vez. Eu, porém, me mantive calada.

Celeste caminha em direção a Maxon com uma luz nos olhos, e o príncipe sorri com sua chegada. Assim que para ao lado dele, Celeste sussurra algo em seu ouvido. Seja o que for, Maxon se inclina para trás de tanto rir e balança a cabeça em aprovação ao segredinho dos dois. Como alguém pode se dar tão bem com alguém como eu e com alguém como ela – uma piriguete – ao mesmo tempo?

– Muito bem, senhorita, vire-se para a câmera e sorria, por favor. – pede Roger e é prontamente atendido por Celeste.

Ela volta o rosto na direção de Maxon e põe uma das mãos no peito dele, inclinando a cabeça um pouco para a frente e abrindo um sorriso profissional. Celeste parece saber tirar vantagem da iluminação e do estúdio e passa o tempo todo empurrando o príncipe um pouco para a frente ou para trás, além de insistir várias vezes para os dois mudarem de pose. Enquanto algumas meninas aproveitaram para fazer aqueles momentos com Maxon durarem o máximo possível – especialmente aquelas que ainda não haviam tido um encontro com ele –, Celeste parece querer demonstrar o máximo de eficiência.

Em um piscar de olhos ela tinha terminado. O fotógrafo chama a próxima. Eu estava tão ocupada vendo-a deslizar os dedos pelos braços do príncipe ao sair que uma criada tem que fazer a gentileza de avisar que estão me chamando.

Faço um sinal com a cabeça e me levanto, determinada a não perder o foco. Seguro a saia do vestido e ando na direção de Maxon. Seus olhos se desviam de Celeste para mim e – talvez fosse imaginação minha, mas – pareceram ficar um pouco mais iluminados.

– Olá, minha querida. – ele cantarola.

– Nem comece. – digo, cortante, mas com um mínimo sorriso em meu rosto.

Maxon ri de mim e estende o braço.

– Um segundo, sua echarpe está torta.

– Era de esperar – comento. Aquilo era tão pesado que eu sentia que caía das minhas costas a cada passo.

– Acho que assim dá para o gasto – ele diz em tom de piada.

– Bem que eles podiam pendurar você com os lustres depois, não? – rebato, caçoando das medalhas de ouro em seu peito.

O uniforme dele, parecido com o usado pelos guardas – embora infinitamente mais elegante – também trazia ombreiras douradas e uma espada na cintura. Era um pouco ostentação demais.

– Olhem para a câmera, por favor – pede o fotógrafo.

Levanto a cabeça e vejo não apenas dois olhos, mas os de todas as Selecionadas cravados em mim. Meus nervos saem completamente do controle.

Seco as mãos úmidas de suor no vestido e solto o ar.

– Não fique nervosa. – ele sussurra para mim.

– Não gosto que as pessoas fiquem me olhando.

O príncipe me puxa para muito perto de si e passa a mão pela minha cintura. Quero me afastar, mas o braço dele está bem firme em mim.

– Apenas olhe para mim como se não aguentasse mais a minha cara – ele sugere, fazendo uma careta de mau humor. É o bastante para me fazer cair na risada.

A câmera dispara nesse exato momento e nos pega rindo.

– Viu? – Maxon pergunta, sorrindo para mim, parecendo satisfeito. – Não é tão ruim.

– Talvez. – me faço de difícil.

Continuo tensa por alguns minutos. O fotógrafo grita suas instruções e o príncipe relaxa o braço na minha cintura, depois me vira de modo que minhas costas ficassem contra seu peito.

– Excelente. – incentiva o Moço Afeminado, sorridente. – Podemos fazer umas no sofá?

Eu me sinto melhor agora que metade já tinha passado. Sento-me perto de Maxon com a melhor postura que posso produzir. Ele fica o tempo todo fazendo cócegas em mim ou me cutucando, e meu sorriso vai aumentando até explodir em uma gargalhada. Eu tenho esperança de que o fotógrafo esteja captando os momentos antes de eu fazer caretas de riso. Do contrário, será um tremendo desastre.

E de repente, Maxon olha para os lados e algo parece atrair sua atenção, depois seu olhar fica vazio e melancólico.

– Você está bem? – ele não responde. – Talvez devêssemos parar.

– Algo que se tem de aprender quando se é alguém como eu é a manter-se calmo quando ninguém mais estar ou quando nem você mesmo está. – ele dá um pequeno sorriso que logo some, como se tentasse me consolar e aperta minha mão.

Mais alguns flashes disparam.

Ele balança a cabeça, apruma-se e sorri, pondo minha mão sobre a sua.

– Agora, por favor sorria, America.

Endireito a postura e dou um sorriso tímido para os cliques do fotógrafo Roger. No meio daquelas últimas fotos, Maxon aperta minha mão, e eu faço o mesmo. Naquele momento, sinto que temos uma ligação forte e verdadeira.

– Muito obrigado. A próxima, por favor? – o Moço Afeminado repete.

Quando nos levantamos, Maxon segura novamente minha mão.

– Até mais, minha querida.

Lanço-lhe um olhar cortante e faço uma reverência falsa e debochada, que ele logo vê o deboche.

O barulho dos saltos caminhando em nossa direção me lembra de que não estamos sós, embora eu quisesse permanecer ali. Ele dá um último aperto em minha mão e me solta. Enquanto vou para meu lugar, penso em muitas coisas.

– Janelle, minha querida – Maxon diz assim que vê a próxima garota se aproximar.

Rio internamente com aquele afeto fingido e manjado. Ele baixa a voz, mas ainda assim ouço o que diz a seguir.

– Antes que eu esqueça, está livre esta tarde?

Algo faz com que meu estômago desse um nó. Parece uma crise de nervos tardia.


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Notas finais do capítulo

Mas todos sabemos que não é uma crise de nervos tardia, é ciúmes.



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