A Seleção Semideusa escrita por Liz Rider


Capítulo 2
Cartas


Notas iniciais do capítulo

Hey, Sweet Naty, continue acompanhando, viu?



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P.O.V America

A resposta veio mais cedo do que eu poderia imaginar. No dia seguinte, um filho de Hermes estava me entregando uma carta com meu nome escrito bem grande no envelope com a caligrafia de minha mãe. E eu realmente não acreditei naquela carta quando a li.

Querida America,

Sinceramente, acho que essa ideia é válida, você não pode simplesmente não considerar se casar com um deus, eu certamente não me casaria com Apolo, porque seu pai é o grande amor da minha vida, mas se eu fosse solteira quando o conheci, eu acho que faria de tudo para ser sua esposa. Dê uma chance ao jovem deus.

Amor,

Mamãe.

Por que ela acha que tenho que dá uma chance para ele, outras cem meninas já estão tentando.

Respondo imediatamente e peço a Travis e Connor Stoll – que, quando não estão pregando peças em todo mundo, estão ajudando com os “Correios” do Acampamento – que entreguem o mais rápido possível minha carta para minha família. Será que papai sabe sobre isso?

Mãe,

O papai está sabendo disso? Quero dizer, desse seu plano de tentar me casar com um deus que provavelmente me trairia na primeira oportunidade? Duvido muito, meu pai nunca concordaria com isso.

Mas de qualquer modo, se eu quisesse participar dessa coisa maluca – e eu não quero, mãe –, teria que mandar uma inscrição para o Olimpo, mais exatamente para Maxon Schreave – por que um deus precisa de sobrenome? – e pelo que eu fiquei sabendo, eles – o tal do Maxon Schreave e o pessoal, servente, sei lá, dele – vão sortear 35 fichas, 17 do Acampamento Meio-Sangue, 17 do Acampamento Júpiter e uma que pode ser de ambos. As chances de eu ser escolhidas são mínimas, mãe, seja sensata.

Além do mais, eu ficaria meses, lá, anos se ele quisesse, até que ele decidisse escolher alguém ou me eliminar. 35 meninas, mãe. 35 selecionadas, 1 escolhida. Eu não teria chance nem se quisesse. Além do mais não quero ficar meses ou anos longe de vocês ou das meninas. Você sabe que isso não é justo comigo nem com elas.

America.”

Dois dias depois a resposta chega e fico realmente chateada com a insistência da minha mãe para me empurrar para um cara, não é como se eu fosse uma encalhada total sem chance de me casar, de ter um casamento normal e provavelmente sem traições, no futuro.

América,

Seja razoável você.

Não, Shalom não está sabendo disso, mas tenho certeza que seu pai, Apolo, concordaria totalmente com essa ideia.

E se você realmente acha que não tem chance, por quê não se inscreve? Quem não sabe Tiquê não está ao seu lado? E se você entrar nessa Seleção e não gostar, é só pedir para sair, sei que ele não deve ser opor.

Você ainda teria as cartas se entrasse, filha. E falando nisso, você deveria escrever para Nicoletta e Georgia.

Magda.

Posso sentir a raiva dela ao ler a carta e essa raiva me contagia e me faz escrever uma carta para lá de atravessada para ela como reposta no calor do momento.

Mãe,

Pelo amor de Zeus! Dá para parar de agir como uma cafetã e agir como minha mãe? Pode pelo menos fingir que se importa comigo?

E Apolo não é meu pai. Meu pai é Shalom Singer, que me criou, que sempre esteve lá. A opinião de Apolo pouco me importa, ele nunca esteve lá quando precisei, por que eu ligaria para ele? Afinal, não é minha culpa se você traiu o MEU PAI no meio do casamento de vocês e que eu nasci, eu nunca pedi para ser filha de Apolo, nem para ser semideusa, a culpa é SUA! Você não tinha o direito de trair meu pai! E muito menos me deixar nascer sabendo que eu não era sua filha e pior ainda, encobrir minhas origens por 13 anos, TREZE ANOS, mãe!

Quem traiu papai foi você, não eu, para eu ter que ficar pagando por seus erros.

Tiquê é a mãe dele. E se ela estivesse do meu lado, você pararia de me encher o saco!

America.”

Entreguei aquela carta com gotas de minhas lágrimas de raiva para Connor – ou Travis, não sei – assim que a assinei. Mas no momento que entrei de novo no meu chalé me arrependi.

A resposta veio de noite:

America,

Se quer saber, eu me arrependo de ter me envolvido com Apolo. Não tanto por ter engravidado, mas por ter engravidado de você, que nem para se inscrever em uma droga de Seleção que você nem vai entrar por ser tão egoísta, você serve.

Não precisava ser um gênio para saber o quanto de ódio ela depositou naquela carta. Eu não sabia ao certo se aquelas palavras eram palavras que estavam entaladas em sua garganta e ela não tinha coragem de falar ou se eram palavras que ela havia invetado no calor do momento, mas, sinceramente, pouco me importava. Eu estava profundamente magoada.

Escrevi as cartas de Georgia e Nicoletta naquela mesma noite, com a intenção de que aquelas cartas escritas para pessoas que eu gostava tanto, me acalmassem. Também escrevi para Kenna e para papai e May.

Nicoletta,

Ai, amiga, faz menos de um mês que estou longe de você e da Georgia, mas estou com tanta saudade! Alguma novidade aí? Você anda se encontrando com o pessoal do colégio? Não faça outra melhor amiga na minha ausência, viu?

Antes que você pergunte, já que você não vai ter a chance de perguntar porque isso é uma carta, não tem nenhum gatinho interessante da nossa idade aqui no acampamento, ou melhor, nenhum que me dê bola.

Sem dúvida aqui tem alguns que você certamente ficaria/namoraria/casaria e teria filhos, é uma pena que você não pode vir, sinto tanto a sua falta.

Tenho que ir, ainda tenho que escrever para May e meu pai, para Kenna e para Georgia.

Beijo no coração,

Meri.”

Depois começo a escrever para Georgia.

Georgia,

Quantas saudades, loira! Eu ainda não acredito que você realmente passou água oxigenada no seu cabelo, isso é muita falta de amor para com a sua cabeleira, sabia, muita gente invejaria ter um cabelo como o seu, e eu acho as morenas bem mais bonitas que as loiras e até que as ruivas, já que a maioria de nós é cheia de sarda na cara, apesar de eu ter conseguido me safar, já que eu sou top! *Risos* Mais e ai, como vai o August? Ele ainda não tentou nada, tentou? Não deixe de me contar tudo, viu?

Beijos,

Ainda não acreditando que seus cabelos estão loiros,

America.”

Depois escrevo para Kenna e percebo que já estou mais calma, minhas mão já não tremem mais quando escrevo. Não sei exatamente o que falar para minha irmã, mas ela exigiu que eu escrevesse para ela.

Kenna,

Como você vai irmãzinha grandona? Como é estar grávida? Não que eu esteja ansiosa para engravidar, é responsabilidade demais para minhas pequenas mãozinhas, mas como é a sensação de ter alguém habitando sua barriga? Ele/ela já chuta? Não, né? É pequeno demais! Não vejo a hora de dar um beijo nessa sua barriga que provavelmente deve estar do tamanha de uma bola de basquete quando eu for vê-la, mas de qualquer modo...

Não vejo a hora de reencontrá-la.

Te amo, Ken.

Ames.”

E agora é a vez de papai e May, não quero que minha mãe leia, essa carta não é para ela. Já estou mais calma, mas só de pensar em nossa discussão por carta meu sangue esquenta.

Estou pegando um novo papel para a última carta, depois de selar a carta de Kenna quando alguém aparece. Acho que deve ser algum de meus irmãos, mas não é nenhum deles, na verdade o chalé de Apolo está vazio, a não ser pelo próprio Apolo.

Ele não pode aparecer aqui, deuses só aparecem para seus filhos quando quando algo muito importante está acontecendo e eu duvido que Gaia tenha despertado ou que os gigantes tenham renascido para vingar sua mãe ou Cronos tenha voltado ou qualquer uma dessas coisas.

–Só porque você não me considera seu pai, não quer dizer que eu seja, America. E isso é muito importante, –ele diz como se lesse meus pensamentos. Eu o ignoro e tento começar a carta para o meu verdadeiro pai e minha irmã. –Não me ignore. –ele segura meu pulso.

Segundo fontes do acampamento, Apolo normalmente assumia a forma de um adolescente da minha idade, mas por algum motivo – provavelmente para parecer ser o pai que ele nunca será para mim –, Apolo aparentava ter mais ou menos a idade de seu pai, mais incrivelmente mais bonito e jovial, como aqueles velhos ricos que viviam namorando garotas com idade para ser suas filhas.

–America, sua mãe está muito triste, você não pode fazer isso com ela e querendo ou não, eu sou seu pai, você pode não ter escolhido isso, mas é assim que as coisas são. –então ele leu minha carta... mas como ele leu minha carta? Uma luzinha surge em minha cabeça.

–Como você sabe que ela está triste? Vocês andaram se encontrando? –digo, soltando violentamente meu braço de sua mão. Ele simplesmente olha para o chão. –Você não tem vergonha de sair com uma mulher casada? –lhe pergunta e ele me olha com raiva com um olhar de advertência.

–Cuidado como fala comigo, mocinha.

–Não me chame de mocinha, não fale como se fosse meu pai. Você não é, se ainda não ficou claro.

Saio do meu chalé. O insuportável dos deuses é que não se dá para fugir deles. Ele vem atrás de mim.

–É uma pena que você não queira se inscrever na Seleção de Maxon e apesar de concordar com você, que esse negócio de Seleção é uma coisa ridícula, ele ainda é super simpático, filha.

Viro-me para ele com um olhar assassino.

–Eu não sou sua filha! –berro e as pessoas que passam perto de nós me encaram, mas não parecem reconhecer Apolo, ou se reconhecem não ligam.

–Adeus, America.

–Até nunca mais, Apolo.

E assim ele desaparece.

Depois de reler pela décima vez a carta de minha mãe, decido.

Vou na Casa Grande, apesar de Quíron não concordar com essa ideia de Seleção, Zeus concorda e o Sr. D. quer agradar Zeus para que ele finalmente o libere da obrigação de cuidar de nós.

–Como vai Amanda Tinker? –pergunta o Sr. D., assistindo a um jogo na Tv da casa grande com uma Coca Diet na mão e vestido com sua horrorosa camisa de estampa de leopardo que segundo Annie ele tem desde quando ela tinha doze anos e bermuda. “Alguém tem que modernizar o guarda-roupa.”

–É America Singer, senhor. –respondo. “Amanda Tinker? Sério?”

–É, é, tanto faz.

–Onde estão os formulários para se inscrever na Seleção, Senhor?

–Você ainda vai se inscrever? Todas as meninas já se inscreveram, Amanda. –às vezes eu acho que ele erra nossos nomes de propósito. –Mas estão ali, naquela mesa. –ele aponta com a cabeça sem desgrudar o rosto da Tv.

Pego os formulários, preencho-os e mando-o junto com as cartas que escrevi e uma cópia para minha querida mãe. Parece que não sou tão inútil, mas acabo de fazer o que ela queria que eu fizesse.


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Notas finais do capítulo

Agora vou explicar umas coisas: Primeiro, por quê a mãe da America (Dona Magda) traiu seu marido. Bem, para participar dessa Seleção a Meri tinha que ser semideusa e por esse motivo ela é filha de Apolo, mas eu não queria cortar o Shalom, pois assim não teria Kenna, Kota, May e Gerad, já que eu duvido que Apolo tivesse CINCO filhos com a mesma mortal e também porque o considero uma figura muito importante e também gosto muito dele. Então, a única escolha que tive foi fazer a Magda tê-lo traído.
Segundo: A America só topa participar da Seleção por causa do dinheiro que ganharia por seus próprios trabalhos e do dinheiro que iria para sua família. Então, nesse universo paralelo, como sua família seria minimamente estável economicamente, eu tive que achar outro modo de fazê-la se inscrever e ainda por causa da mãe, mas dessa vez por raiva e não compaixão, America se inscreve.
#Bíblia
Beijinhos,
Liz.



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