A Seleção Semideusa escrita por Liz Rider


Capítulo 14
Joelhadas e Consequências


Notas iniciais do capítulo

Bem... eu sei que está um pouco pequeno. Eu sei que eu demorei para postar, mas... que tal uma postagem semanal? Tipo na sexta ou sábado? Quero me respondam, viu?
E, ah, Upgrade, obrigada pela recomendação! Amei, muito fofa! Thanks.



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P.O.V America

Oh. Meus. Deuses. Estou ferrada...

Mesmo sabendo disso, não quero retroceder, não vou ser o brinquedinho de ninguém. Nem mesmo de um deus.

Ele berra e leva suas mãos às pernas, cambaleando, enquanto eu me afasto lentamente.

– Por que diabos você fez isso? – ele berra, ainda com as mãos na perna.

– Se você encostar um dedo em mim, eu faço pior!

– O quê? – o rapaz parece chocado.

– Se você ousar encos...

– Não, sua louca! Eu ouvi quando você falou. – ele faz uma pausa e seu rosto assume uma careta de dor antes dele continuar: – Mas o que você quis dizer com isso?

Coro. Oh Deuses! Não acredito que pensei que ele... Que vergonha!

Alguns guardas vieram correndo em nossa direção, alarmados, mas Maxon, parecendo muitíssimo envergonhado e dolorido, os dispensa com um gesto de sua mão.

O silêncio reina por mais alguns minutos. A pior parte da dor já havia passado, e agora ele me observava, sentado na grama.

– O que você achou que eu queria? – ele pergunta.

Abaixo a cabeça e coro ferozmente, envergonhada. Isso só parece deixar Maxon mais curioso. E irritado.

– America, o que você achou que eu queria? – ele parecia irritado, com raiva e ofendido. Não tirava sua razão, mas mantenho a cabeça baixa.

Aparentemente, ele adivinha meus pensamentos podres.

– Em público? Por Zeus! Você pensou que... Deuses, America, eu sou um cavalheiro! – ele diz, indignado.

E tudo aquilo é tão inusitado, chocante e engraçado que eu rio. Oh Deuses, isso soou tão gay!

– Por que você está rindo? – ele parece mais irritado ainda.

– Desculpe. – digo, tentando parar de rir e só conseguindo alguns momentos depois.

– Por que você aceitou me ajudar se me considera tão baixo? – questiona.

Todo humor e cor somem de meu rosto.

Eu não consigo encará-lo. Não sei como explicá-lo que fora induzida a me preparar para um monstro pelo FDP do irmão dele; que a escuridão e a privacidade tinham me deixado insegura; que só havia ficado a sós com um único garoto; e que este havia partido meu coração.

– Você jantará em seu quarto hoje. Cuido disso amanhã de manhã.

Espero no jardim até ter certeza de que todas as outras já estão na sala de jantar. Em seguida, circulo várias vezes pelo corredor antes de entrar no quarto.

Anne, Mary e Lucy estão uma ao lado da outra quando entro, não tenho coragem de contar que não passara todo aquele tempo
com Maxon.

Meu jantar já havia sido servido na mesa perto da sacada. Eu estou com tanta fome que consigo parar de pensar em como tinha sido ridícula. Mas não era por causa de minha longa ausência que elas estavam inquietas, há uma caixa enorme na minha cama, implorando para ser aberta.

– Podemos ver? – pede Lucy.

– Lucy! Que falta de educação! – reprova Anne.

– Deixaram aqui assim que a senhorita saiu. Desde então, estamos curiosas! – exclama Mary.

– Mary! Tenha modos! – Anne briga novamente.

– Não se preocupem, meninas. Não tenho segredos.

Quando me enxotarem amanhã de manhã, eu explicarei tudo a elas.

Dou um sorriso amarelo e começo a desfazer o laço grande e vermelho da caixa. Dentro há três calças. Uma de linho, outra mais formal, de tecido macio, e um jeans maravilhoso.

Sobre elas, há um cartão com uma águia carregando uma cornucópia no bico. Deve ser uma junção dos “brasões” de seus pais.

Você me pede coisas tão simples que sou incapaz de negá-las.

Mas, por mim, use apenas aos sábados.

Obrigado por sua companhia.

De seu amigo,

Maxon.”

Fico tocada. Pena que eu acabo de acabar com essa amizade...

Vou dormir pensando nisso, com remorso e triste por tudo isso acabar tão cedo, bem que eu poderia ficar mais cedo e realmente ajudar Maxon com sua escolha. Adormeço chocada com o quanto me apeguei a esse lugar e a seus habitantes nesses três dias.

Quando minhas criadas vieram me acordar, eu não sabia muito bem onde estava. Na minha cabeça, já havia ido para casa, mas não, elas estavam me chamando para me arrumar para o café da manhã. Fiquei confusa no começo, mas depois entendi que Maxon estava usando de sua generosidade, me deixando tomar o café da manhã antes de me enxotar.

Já estávamos no meio do jantar quando Kriss juntou coragem e perguntou sobre meu encontro de ontem com o príncipe.

– Como foi? – ela incentiva discretamente, mas percebo que todas estão olhando pelo canto do olho para nós, comendo vagarosamente ou simplesmente não comendo, com toda sua atenção voltada para nós.

Estou pensando em uma palavra que descreva nosso passeio sem que deixe minimamente clara quão desastrosa ela foi.

– Indescritível. – é uma palavra.

Elas se entreolham, como se avaliando quão “avançada” está minha relação com Maxon.

– Como ele se comportou? – pergunta Tiny, uma filha de Favônio, fazendo a pergunta que todas querem fazer, mas não têm coragem. Elas querem detalhes.

– Hm... – procuro a melhor combinação – vaga – de palavras. – Bem diferente de como eu imaginava.

– Você está fazendo isso de propósito? – Zoe, uma filha de Ares, pergunta, bastante irritada. – Por que se faz, é muita ruindade

– Não. – contesto, negando com a cabeça, sem jeito. Não quero ter que explicar a elas que dei uma joelhada na coxa do príncipe. – Não, – repito – nem um pouco. É que... – eu paro por alguns segundos. Qual é o problema, America? Você vai sair mesmo! – É... – eu ia realmente dizer, mas sou interrompida por um grande barulho que vem do corredor.

Estranho logo de cara os gritos. Nessa minha breve estadia na Mansão, tudo tinha sido muito silêncio, calmo, harmonioso, muito diferente do Acampamento e da minha casa, devo admitir, mas é tão estranho, mesmo assim.

Mas o barulho alto de passos de vários pares de pés ecoa pelo corredor ultrapassa as portas fechadas. Que logo são abertas. Dezenas de guardas – mais do que eu imaginava que havia na Mansão – adentram na Sala de Jantar. Vários talheres caem na mesa e em pratos. Parecia uma música.

Mas não era.

Era uma cacofonia. Estava tudo no mais imenso caos.

Esperava que a qualquer momento a personificação de Éris adentrasse o local, rindo e berrando, mas no lugar dela, foi um dos guardas que gritou.

– Para o fundo do salão, senhoritas!

Nós, confusas e obedientes, fomos rapidamente para o fundo da sala, para perto da mesa onde Maxon, Annabeth e Percy ficavam. Maxon, Percy e vários guardas rapidamente se moveram para as enormes janelas que cobriam todo um lado da sala de jantar e começaram a baixar persianas que não serviam apenas para que o sol não adentrasse no local – o que deixaria Apolo muito ofendido. Elas eram de metal, grandes, grossas e rangiam bastante enquanto os homens se esforçavam para baixá-las.

Elas eram como um escudo. Elas nos protegeriam do que quer tenha causado aquela enorme comoção e ao perceber isso, apresso-me para ajudar. Annabeth e algumas das selecionadas também ajudaram.

Antes que a sala estivesse fechada, as portas foram lacradas e vários guardas se enfileiraram em frente delas. Um deles deu um passo à frente e anunciou:

– Eles invadiram a propriedade, Alteza, mas conseguimos impedir o avanço deles.

– Entendido, Markson. – Maxon diz.

E então eu entendo. Os monstros invadiram.


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Notas finais do capítulo

Quero mais comentários, viu? ;)