A Seleção Semideusa escrita por Liz Rider


Capítulo 13
Passeios e Joelhadas


Notas iniciais do capítulo

Pelo títulos já sabem, né?
Desculpa não ter postado antes, ainda não me acostumei a ter tão pouco tempo. Estou com alguns problemas na minha vida pessoal, além da outra fic, escola, família, etc, então eu posso demorar um pouco para postar às vezes. Não fiquem com raiva, okay?



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P.O.V America

Maxon apareceu pontualmente no meu quarto às cinco da tarde do dia seguinte.

Ele me levou ao jardim, onde andamos agora.

– Em nome das aparências, poderia, por favor, segurar meu braço? – ele pede, enquanto passamos pela frente de um grupo de selecionadas, que param de falar enquanto passamos, mas quando vamos embora – posso ver pelo canto do olho – começam se aproximam novamente e começam a fofocar freneticamente, quase dá para ouvir o leve zumbido de suas vozes.

– Sinto muito que ela não tenha chorado. – diz, após alguns segundos de um constrangedor silêncio.

– Não, não sente. – tentava deixar claro que não estava chateada em ter perdido.

– É verdade. – admite, sorrindo. – Nunca havia apostado antes. É divertido ganhar.

– Sorte de principiante. – eu sorrio para ele e ele retribui o sorriso.

– Talvez na próxima possamos apostar se ela ri.

– Acho que as reações de minha irmã a coisas da mansão não estão em questão. – digo, querendo não soar rude, porém, mentalmente fico me perguntando o que na mansão faria May se dobrar para a frente de tanto rir.

– Se você diz. – ele não parece muito contente com a minha resposta.

E o silêncio reina novamente e nenhum de nós parece muito disposto a mandá-lo para longe, dessa vez. Então simplesmente caminhamos lado a lado em silêncio, eu pensando em minha família, já com tantas saudades deles e Maxon perdido em seus próprios pensamentos.

Novamente, é ele que fala primeiro:

– Como é sua família?

– Como assim?

– Só isso mesmo. Imagino que ela seja bem diferente da minha.

Sorrio.

– É. Lá não podemos incinerar pessoas no almoço.

– Mas podem no jantar, certo? – ele diz, com falsa seriedade, sorrindo.

– Claro. – digo, revirando os olhos, porém sorrindo.

Ele sorri e eu penso que talvez, só talvez ele não seja realmente o esnobe que eu imaginei que fosse.

– Bem, para começar, eu sou a filha do meio em uma família de cinco irmãos.

– A irmã do meio de cinco! – ele exclama, parecendo surpreso.

– É... – digo, meio desanimada, não esperava que ele reagisse assim ao saber o tamanho da minha família. – Algumas famílias tem mesmo muitos filhos. Eu se pudesse teria vários.

– Sério? – ele ergue suas sobrancelhas.

– Sim.

Aquele era um sentimento muito íntimo. Eu mal o conhecia. Uma sensação de mal-estar e incerteza me ocorre, mas eu a afasto.

– Voltando à conversa: Kenna, minha irmã mais velha, está casada com um rapaz chamado James. Ele é legal... – paro, como se estivesse me esquecendo de algo. Então eu lembro: – Ah! E eles estão esperando um filho.

– Que bom! – ele fala, parecendo genuinamente feliz com isso. – Já sabem o sexo da criança?

– Infelizmente ainda não. Está muito no começo da gravidez ainda, mas menino ou menina, tenho certeza que será aceito e amado mais até do que cabe no coração deles.

Faço uma pausa e depois continuo:

– Depois vem Kota. Ele é um artista, saiu de casa cedo, sempre foi muito independente. Antigamente, éramos até ligados, mas hoje em dia mal o vejo. Ele nem sequer foi se despedir de mim quando fui ao Acampamento!

– Deve ser bem chato para sua família. – ele comenta.

– Você nem imagina o quanto. – eu respondo. – Depois de Kota venho eu.

– America Singer, minha melhor amiga. – ele completa alegremente.

– Isso. – sorrio.

Passo a mão em meu vestido. Ele é azul, feito para o fim da tarde, acetinado e de alcinhas. Continuamos a caminhar de braços dados o contato de meus braços nus com o fino tecido do terno de Maxon era levemente estranho, até porque, mesmo sem querer, dava para sentir os músculos por debaixo da roupa. Me perguntei porque malhava tanto, parecia o tipo de rapaz que passava seus dias no quarto, fazendo nada além de... nada. Talvez lendo, ou no computador, ou até mesmo jogando videogames, mas é claro que ele não deve fazer nada disso. Ele é um deus.

– E depois?

– Depois vem May, a mocinha que me traiu e não chorou. – finjo estar emburrada e ele sorri. – Ainda não acredito que ela não chorou!

– Mas... – ele começa.

– Eu sei. Estou brincando, Maxon. Relaxe.

– Depois dela vem Gerad, o caçula de apenas sete aninhos. Ele adora jogar bola e estudar insetos e é um fofo. Bom, são eles.

– E os seus pais?

– E os seus pais? – rebato.

– Ora, você já conhece meus pais.

– Não. Não mesmo. Só conheço a figura Zeus e Tiquê. Na verdade, nem conheço muito bem Tiquê, não se ofenda, por favor, mas ela nunca foi uma deusa muito lembrada, falada, etc... Isso não é algo ruim, só...

– Eu entendo. – ele me corta. – Minha mãe não tem... como é que se fala mesmo? Glamour. Minha mãe não tem tanto glamour quanto outros deuses. – ele faz uma pequena pausa. – Como Apolo.

Olho-o levemente irritada. Se ele está sugerindo o meu suposto pai, ele não deveria tê-lo feito. Não me lembro de tê-lo dito sobre meu pai, mas se eu tivesse dito, provavelmente teria deixado claro que eu não me orgulhava muito de meu pai divino. Tampouco do relacionamento dele com minha mãe.

– O que foi? – pergunta, provavelmente percebendo minha cara de poucos amigos.

– Como você sabe que sou filha dele? – pergunto a primeira pergunta que vem em minha mente, apesar de me arrepender logo depois. Eu preenchi uma ficha com isso para poder estar aqui e ele é o motivo por eu estar aqui, é óbvio que ele sabe.

– A maioria das garotas me disse de quem era filha. As poucas que não disseram, tive que me informar. Você é filha de Apolo. Ou é pelo menos o que escreveu na ficha... Estou errado? – ele parece levemente preocupado.

– Não. Ele é meu pai. Infelizmente. – murmuro, meio a contragosto.

– Por que “infelizmente”? – ele parece realmente curioso, agora.

– Bem, para eu ser... “concebida”, minha mãe teve que... trair meu pai.

– Oh. – ele solta, provavelmente sem querer. Não entendo seu choque, ele também é fruto de uma traição. – Desculpe. Sei como se sente, apesar de Hera nunca ter sido uma boa madrasta.

– Pois meu pai foi um pai maravilhoso e ainda não me conformo em não ser filha dele. Minha mãe não tinha o direito de traí-lo. Minha mãe não tinha o direito de fazê-lo sofrer. Minha mãe não tinha o direito de me ter feito não ser filha dele. – e sem perceber, algumas lágrimas rolam por minha bochechas.

Maxon parece bastante desconfortável. Talvez sejam minhas lágrimas ou meu desabafo íntimo demais para um “primeiro encontro”, devo estar assustando ele.

– Desculpe. – digo, enquanto limpo meu rosto. – Você está bem? –lhe pergunto quanto ao meu choro.

Você está bem? – ele replica.

“Não”, desejo dizer, porém...

– Você fica confuso confuso com choros de mulheres e eu com caminhadas ao lado de deuses. – digo, tentando fazer graça.

Maxon ri e continuamos a andar por alguns minutos. Caminhávamos para oeste, para onde eu gostaria de ter ido na primeira noite. O sol se punha, apesar de ainda ser cedo. Parecíamos estar realmente sozinhos, longe da mansão e dos ouvidos atentos das outras selecionadas.

– Por que eu a deixo confusa? – ele me pergunta.

– Seu caráter, suas intenções. Não sei realmente o que pensar dessa nossa pequena voltinha.

– Acho que você já deve ter percebido que eu não sou o tipo de homem que se esconde. Vou dizer exatamente o que eu quero de você.

Ele parou de andar e me encarou. Estávamos bem próximos. Ele deu um passo na minha direção.

Parei de respirar. Aquela era a situação que eu mais temia. Depois da inconveniente recomendação do Sr. D., havia ficado bastante receosa quanto ao príncipe...

Ele deu outro passo na minha direção e minha perna agiu por um impulso. Sim. Eu acabo de dar uma joelhada na coxa de Sua Alteza Real Olimpiana. Com força.

Seria mandada embora. Ou pior, incinerada viva.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
P.S.: Ainda estou esperando recomendações. Quero ver muitos comentários e não deixem de acompanhar.



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