My Girl escrita por Sophi Lessi


Capítulo 28
Capitulo 28


Notas iniciais do capítulo

me perdoem
meu celular quebrou e o capitulo todo estava salvo nele, enfim hoje peguei ele é já tratei de checar tudo e postar
de novo me perdoem mesmo
obrigada a todos que comentaram
espero que gostem



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– Realmente não rola aquele filme? - pergunto inclinada na janela de seu carro

– Não gata, estou com dor de cabeça. Fica pra próxima, certo?

– Certo - me inclino na janela novamente para beija-lo mas o som da porta batendo nos separa

– Você tem certeza Peeta? eu posso te deixar em casa se você quiser

– Não, eu preciso ir na casa de um amigo e é aqui perto, eu vou andando. Sem problemas

– Tudo bem então, nós vemos amanhã. Tchau gatinha

– Tchau - Cato da partida no carro e eu espero até que ele vire a rua para falar com Peeta - O que você está fazendo?

ele me olha, de início, surpreso mas depois relaxa

– Do que você está falando?

– Você sabe muito bem do que eu estou falando Peeta. Tudo aquilo de me conhecer e deixar Cato constrangido. O que foi aquilo?

– Agora eu não posso mais saber da vida de uma amiga de infância?

– amiga de infância? jura?

– Não negue Katniss, você pode não ter percebido mas no fundo sempre fomos amigos. Eu ia na sua casa, víamos filmes juntos e de vez em quando você até brincava comigo e com seus irmãos. Eu fazia uma piada e você ria, nós sentávamos na mesa na hora do jantar e conversávamos normalmente. Mas você simplesmente decidiu apagar tudo isso da sua mente e guardar apenas as coisas ruins.

– Aonde você quer chegar com tudo isso?

– Nós ainda somos assim Katniss e você sabe. Hoje mesmo na sorveteria quando contamos o que eu já havia feito com você. Nós nos olhamos tentando lembrar e foi tão natural, você até riu.

– É que você já fez tanta coisa ruim comigo Peeta, que eu acabo esquecendo dessas coisas.

– E você também revidava, como quando você encheu meu armário de lixo me fazendo ficar todo sujo e perder uma das provas mais importantes do ano

– Não foi tão ruim assim

– Era lixo do banheiro

tampo minha boca com a mão tentando segurar o riso

– e não pense que eu esqueci do último, na sua casa. Você aproveitou que eu fui ao banheiro e jogou bombinhas fedidas pela porta. - Rio alto e ele acaba rindo de canto - Não foi legal, seu pai me olha torto desde então. Mas você deu sorte de eu ter ido no banheiro naquele momento

penso em não contar, mas quando percebi já estou falando

– Na verdade eu coloquei laxante no seu refrigerante - Peeta arqueia as sobrancelhas e seu ato seguinte me pega totalmente de surpresa

– Genial - Ele aperta minha mão e eu sorrio. - Tá vendo, é disso que eu to falando. Eu gosto desses momentos, como no dia da festa na casa dos Collins, eu te ajudei com o colar e tudo parecia estar bem - lembro-me desse dia e lembro-me de pensar a mesma coisa, sobre eu gostar de nossos momentos pacíficos. Simplesmente parecia certo

– E depois no mesmo dia você sujou o meu vestido de suco

– Aquilo foi sem querer Katniss

– Ainda assim. Você causa as coisas Peeta, eu nunca começo nada, só revido porque acabo ficando brava

Peeta se senta no meio fio da calçada e eu imito o gesto. Ele passa a mão pela cabeça e suspira alto

– Eu sei disso, Katniss. Mas me arrependo.

O olho em duvida. Será que estava falando a verdade?

– Por favor não pense que isso é um truque e no final vou pregar uma peça em você. Você sempre pensa isso quando eu tento me aproximar e isso simplesmente me deixa puto.

Peeta observa a rua e eu o observo, ele parecia estar falando a verdade. Seu rosto estava limpo, sem olhares ou sorrisos irônicos
Olhando assim ele parecia apenas um garoto com uma mente confusa.
E talvez ele tenha sido isso o tempo inteiro, e eu só demorei a entender por estava ocupada demais achando que o odiava.

– Eu não acho. - Ele me olha - não dessa vez.

– Eu só... queria agir normalmente do seu lado, sem rivalidades ou raiva. Quer dizer, eu ainda vou te irritar um pouco, porque é isso que os amigos fazem. Eles riem juntos mas eles também confiam um no outro e é isso que eu quero Katniss, que você confie em mim.

– Você disse que sentia atração por mim e por mais que nós dois tentássemos esquecer isso, vai continuar lá. Nós ainda lembramos

– Eu não tentei esquecer - ele passa as mais pelos cabelos novamente

– Não dá Peeta, simplesmente. Se desde o início você tivesse sido legal comigo quem sabe agora eu gostaria de você também. Porém não foi isso que aconteceu e agora eu estou namorando com seu amigo, não tem como mudar tudo agora.

Peeta me olha, seu olhar era triste e isso acaba me entristecendo também.

– Com o tempo isso vai passar. Eu não sou o tipo de garota que você gosta, com o tempo vai perceber isso. Mas ate lá, quem sabe, nós possamos ser amigos

– Fala serio? - pergunta e eu balanço a cabeça

– Sem brigas, pegadinha de mal gosto e essas coisas. Quem sabe de certo, e com o tempo nós viremos grandes amigos - Peeta arqueia uma sobrancelha e eu rio - tudo bem, apenas amigos na melhor das hipóteses.

– Obrigada por não ter dado um chilique e mandado eu ir cuidar da minha vida

– De nada. Agora vai lá no seu amigo que eu preciso entrar

– Não tem amigo nenhum. Eu inventei pra poder ter essa conversa com você sem deixar o Cato constrangido porque eu a conheço mais do que ele

– Eu vou conversar com ele sobre isso mas por favor Peeta, tenta fazer aquilo o mínimo possível. Nós ainda não conhecemos tudo sobre o outro entende?

– Entendo. Obrigada por me entender Katniss - Peeta me dá um beijo na bochecha e eu sinto um desconforto no estômago. Ele pega sua mochila e se levanta - se cuida, te vejo amanhã

Dou um pequeno aceno e o vejo ir embora. Quando Peeta some de vista eu passo a mão em minha bochecha e é como se eu ainda sentisse seu pequeno beijo.

Pego minha mochila e entro em casa
Finnick, Gale e Annie estavam sentados no sofá. Na tv passava um filme que eu reconheceria de longe

– Não acredito que vocês estão assistindo Footlose sem mim?

– Oi Kat - diz Annie e eu sorrio

– Você demorou - diz Finnick olhando para a televisão - estava com o namorado?

– Você está com ciúme? - pergunto com um certo deboche e ele força o maxilar

– Não. Estou apenas perguntando

dou risada. Finnick sempre foi ciumento comigo, por eu ser a caçula - mesmo com a pouca diferença de idade - mas nunca teve que se preocupar porque nenhum garoto vinha falar comigo. Bom, pelo menos até agora

– Eu pensei que você e Cato fossem amigos

– Eu não estou com ciúmes - insiste ainda sem olhar para mim e eu desisto.

Vou para a cozinha tomar um copo d'Água e encontro meus pais sentados na mesa. Minha mãe lia um jornal. Ela usava roupas claras e sérias como sempre. Comia uma maçã vermelha como sangue que cotrastava com sua pele pálida
Meu pai tomava um xícara de café. Sua mente parecia longe

– Olá Katniss - diz. De repente sinto vontade de abraçá-la, coisa que a tempo não fazia, mas logo tiro essa ideia de minha cabeça

– Oi mãe, oi pai

– Oi querida, Como foi o colégio hoje?

– Normal. - respondo apenas. Pego um copo o encho com água.

– Por que demorou? - Minha mãe questiona. Encosto-me na pia e dou um longo gole antes de respondê-la

– Detenção

– Estava com Cato?

– Sim, ele tem me acompanhado todos os dias.

– Ele tem te tratado bem Katniss? - Meu pai questiona sério e eu sorrio frente à sua preocupação. Eu não o julgo, deixar sua filha namorar com um garoto que você mal conhece não é fácil.

– Sim pai, ele é ótimo

– Não se preocupe Charlie, ele é um bom garoto. - minha mãe se levanta e caminha em direção à sala - convide-o para jantar aqui hoje, Katniss. - dizendo isso minha mãe deixa a cozinha.

– O que você acha?

– É uma boa ideia - ele se levanta e deixa a xícara na pia

– O que você vai fazer agora? - pergunto querendo passar um pouco de tempo com meu pai

– Tenho que ir a editora trabalhar. Não vou chegar a tempo de fazer a janta e você sabe como sua mãe é cozinhando então peça pizza, está bem?

– Sim - digo um pouco triste por não poder ficar mais tempo com meu pai. Ele me dá um beijo na testa e diz que me ama. Ele tinha um cheiro que me deixava nostálgica, misturado com um aroma de café. Eu sorrio e digo que é recíproco enquanto o observo ir embora.

– Vem assistir filme com a gente Katniss - Gale chama mas eu estou cansada demais

– Por mais que eu ame esse filme, hoje não vai dar. Estou morta.

subo as escadas praticamente me arrastando e quando chego ao meu quarto me jogo na cama. Mas antes de pensar em qualquer coisa minha mãe aparece em minha porta e diz as três palavras que eu mais temo.

– Nós precisamos conversar - Ela segue em direção ao seu quarto e eu vou atrás. Com meu estômago já embrulhado e minha cabeça borbulhando começo a pensar em coisas sobre as quais minha mãe iria querer conversar comigo. Será que havia descoberto que eu fiquei bebada pela primeira vez? Ou que fiquei com Peeta no banheiro? Talvez seja sobre o que aconteceu na casa de Castor. Mas como ela saberia disso?

Observo seu quarto. Era grande, do mesmo tamanho que a sala. Uma enorme cama de casal com lençóis brancos estava no meio do quarto que também tinha um enorme guarda-roupas de mogno, uma escrivaninha com um notebook, mais uma estante embutida coberta de livros e uma televisão fixada na parede. O quarto de meus pais era lindo e grande, porém eu quase nunca vinha aqui.

– Sobre o que você quer conversar? - pergunto apreensiva. Ela aponta para a cama e fala para eu me sentar enquanto senta na cadeira da escrivaninha em minha frente.

– Seu pai e eu concordamos em ter essa conversa com você, mas ele disse que não teria coragem de falar então me fez vir sozinha.

– Você está me deixando nervosa - digo secando o suor de minhas mãos na calça.

– Katniss você está entrando na adolescência e já esta namorando alguém. Tudo pra você agora é muito novo, nessa idade nosso corpo fica com muito hormônios e às vezes queremos fazer coisas que talvez não sejam apropriadas para a nossa idade

– E o que você quer dizer com isso? - pergunto mesmo sabendo aonde ela queria chegar.

– Você está com seu primeiro namorado. Tudo é muito novo para você. Eu sei que em certo momento você irá sentir um desejo dentro de você, e Cato também. Então ambos irão ter vontade de fazer sexo...

– Aí meu Deus mãe! - cubro meu rosto com as mãos, envergonhada.

– ...eu apenas quero te alertar sobre o perigo do ato. DST's e gravidez indesejadas são muito comuns em garotas da sua idade

– Mãe...- cubro minha boca com a mão. Podia sentir meu rosto pegar fogo -...Você realmente não precisa falar sobre isso comigo - Porém ela me ignora e continua falando

– Eu sei que uma hora ou outra vocês dois irão transar, isso é inevitável. Mas só quero que você fique atenta a isso. Eu sou nova demais para ser avó e tenho uma reputação a cuidar, o que aconteceria se soubessem que você está com alguma DST?

franzo o cenho

– Então para você só se trata de idade e reputação?

– É claro que não Katniss. Eu me preocupo com isso mas com você também

Levanto-me e levo minha mão a testa. Só queria sair dali o mais rápido possível.

– Eu quero que você tome cuidado. Não deixe Cato te forçar a fazer nada que você não queira fazer. Tome isso - ela abre a gaveta da cabeceira e tira algumas camisinhas. Eu arregalo o olho - eu quero que você fique protegida

– Meu Deus do céu eu não quero nem imaginar por que tem camisinha na cabeceira da sua cama

– Tome isso - ela estende a mão querendo me dar os pacotinhos mas eu não seguro - Pegue Katniss. - relutante estendo minhas mãos e seguro as camisinhas - Aí está. Use com sabedoria.

fico sem palavras. Não sabia se agradecia, se ia embora ou se já podia morrer ali mesmo, de vergonha.

– Pode ir agora - ela diz colocando óculos de grau e analisando uns papéis sua mesa.

saio do quarto o mais rápido possível. Guardo as camisinhas dentro de uma gaveta em minha penteadeira, pego minha toalha e sigo para o banheiro. Minha cabeça estava uma bagunça

É claro que eu pensava em transar com Cato. Era simplesmente inevitável. Ele tinha as próprias necessidades e eu também.
Nos éramos namorados, e uma hora iria acontecer. Sinto um frio na barriga quando começo a pensar em como seria nossa primeira vez
Será que seria romântica? algo a luz de velas, com pétalas jogadas sob a cama e essas coisas
ou iria ser quando estivéssemos na minha casa ou na dele e simplesmente rolaria, no calor do momento?
Várias perguntas rodeavam minha cabeça
será que seria bom? e se ele achasse meu corpo feio ou meus peitos pequenos? Eu tinha algumas celulites e poucas estrias, e se ele não gostasse disso?

sento-me no box com a água do chuveiro caindo em minha cabeça
Bem dramático hein?!
mas eu gostava, me fazia esquecer de tudo. Minha mente ficava limpa e é como se todos os meus problemas se dissipassem. Pena que apenas por alguns minutos.
termino meu banho e paro para analisar meu rosto no espelho
meu cafelos pingavam na toalha presa em meu torso. Minha raiz já estava ficando escura novamente. Meu cabelo crescia rápido.
Minhas bochechas estavam rosa devido à quentura da água e minha pele parecia fresca. Sem nenhum resquício de espinhas ou cravos e eu só tenho a agradecer por isso.
Puxei a família de minha mãe, ela me contará que não tinha espinhas na adolescência e minhas tias também. Amém genética
observo meus olhos cinzas. Sem cor. Como os da minha mãe também. Nós realmente éramos bem parecidas. Felizmente, apenas de aparência

mando uma mensagem para Cashmere chamando-a para vir pra cá e ela prontamente responde que em alguns minutos chega

coloco uma roupa qualquer e penteio meu cabelo. Minha franjinha não estava mais tão franjinha assim e eu já podia jogá-la de lado, mas não aguentava mais essa cor no meu cabelo. Queria meus cachos escuros novamente mas isso iria demorar um pouco. Talvez se eu pintasse de castanho escuro ficaria bom. A ideia fica rodando em minha cabeça até que ouço batidas na porta. Era Cashmere.

– Oi Kat - ela diz sorrindo e eu sorrio também. - e aí como foi o "encontro triplo do amor"? - pergunta rindo e eu reviro os olhos.

– Foi bem ruim em alguns momentos.

– O que aconteceu? - questiona sentando em minha cama

– Peeta, como sempre - faço uma careta mas depois me arrependo, pois lembro de nossa conversa a pouco e de como eu prometi ser mais legal com ele. - ele ficava falando das minhas coisas preferidas, querendo mostrar que me conhecia mais do que ele

– Ele está realmente empenhado em fazer você gostar dele, hein?!

– Não depois da conversa que tivemos quando Cato foi embora. Eu espero.

– Que conversa?

Suspiro

– Ele me fez notar que eu não o odiava. E que no fundo sempre fomos amigos.

Cashmere levanta uma das sobrancelhas e eu sorrio

– Eu só tinha implicância com ele, entende? Já somos crescidos e essa coisa precisa parar. - sento-me ao seu lado na cama e faço 'perninha de índio'

– Então agora vocês são amigos?

– Basicamente, lá no fundo.

– Você sabe que não vai demorar muito pra essa amizade virar amor.

– Nem começa Cashmere

– É sério - ela se apoia nos cotovelos e me olha brincalhona.

– Ele não gosta realmente de mim. Só quer "me pegar" - faço as aspas com a mão.

– Isso você vai ter de notar sozinha. O fato é que eu já notei. Vocês têm uma conexão forte, dá pra sentir

automaticamente levo minha mão a bochecha lembrando do pequeno beijo que Peeta me deu.

– O que foi? - questiona. Eu penso em contar, mas ela ficaria com isso na cabeça e ficaria me enchendo pelo resto da vida. Mas nossa amizade é sincera então eu tinha que ser sincera com ela.

– Peeta me deu um beijo - ela arqueia as sobrancelhas e começa a abrir um sorriso que logo morre quando eu completo a frase - na bochecha.

– Idai?

– Dai que eu me senti muito estranha depois, de um jeito bom, eu acho.

– O que você quer dizer com isso?

levo minhas mãos ao rosto antes de falar algo que era surpreendente até para mim admitir.

– Talvez eu tenha me sentido mais mexida com esse simples beijo em minha bochecha do que com qualquer beijo que Cato já tenho me dado.

Cashmere arqueia as sobrancelhas e eu enfio minha cara no travesseiro. Deus! nós que eu estou pensando?

– Isso é sério

– Eu não quero fazer disso grande coisa, Cash. Eu realmente gosto de Cato

– Eu torço muito para que você e Peeta darem certo - faço um careta mas ela ignora - mesmo gostando de Cato, mas você precisa ser honesta consigo mesma. Não fique negando seus sentimentos por Peeta apenas por uma rixa antiga entende? E se você perceber que realmente sente algo por ele, não guarde isso é continue com Cato, pois seria desonesto. Você sabe disso.

– Sim, eu sei.

Tento não pensar muito sobre isso agora, e deixo para refletir antes de dormir. Não queria estragar meu dia com Cash e não queria simplesmente perder minha cabeça em sua frente.


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Notas finais do capítulo

o que acharam??
comentem
xoxo



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