Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 57
Bandeira Branca.




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Meu coração de repente saltava com loucura dentro do meu peito, meus músculos ficaram tensos, e perdi a sincronia da minha respiração.

Era um milagre ocorrendo diante de meus olhos.

Cocei os olhos, temendo que aquilo tudo fosse um mero sonho, mas ela ainda me fitava com aqueles olhos esverdeados, como se esperasse que eu lhe dissesse algo.

Eu não sabia o que lhe dizer, nem ao menos o que fazer.

- Essa música era pra mim...? – Ela me olhava de modo como se estivesse emocionada, com os lábios trêmulos e falando cada palavra lentamente.

- Tudo nessa minha vida é pra você. – Deixei meus instintos me guiarem, aproximei-me daqueles lábios, segurando seu rosto com firmeza, dando-lhe o beijo mais carregado de amor possível. Aos poucos eu ia me lembrando como era o formato daqueles lábios quentes e macios, que se atritavam delicadamente contra os meus e aos poucos eu sentia a ponta de sua língua acariciando a minha, nossas respirações rapidamente ficaram instáveis.

Eu sabia que ela estava sentindo o mesmo que eu. Uma saudade louca e inquestionável. Seus lábios agora se moviam mais calmos contra os meus, e ela enroscava os dedos finos em meus cabelos, fazendo-me ficar cada vez mais próximo.

- Eu te amo! – Disse verdadeiramente, voltando a fixar seus olhos. Tive tanto medo de não vê-los mais que passei a olhá-los de outra forma. Uma forma mais intensa. – Eu não sei o que eu faria se você tivesse me abandonado.

- Sh... – Ela colocava o indicador em meus lábios. – Você nunca mais vai escapar de mim, nem que eu tenha que dar a minha vida por isso.

Eu simplesmente sorria, sentindo-me um bobo.

Pude notar que os traços de sua face se moviam normalmente como se nada a tivesse afetado. Seus olhos brilhavam reluzentes e ela continuava linda para mim.

Comecei a rir sozinho. A felicidade era tanta que mal cabia em meu peito. Queria sair gritando por ai para que Deus e o mundo me ouvissem. ELA VOLTOU! ELA VOLTOU! O sentimento era tão grande, que comecei a chorar logo ali na sua frente.

- Você está bem? – Ela sussurrava, olhando-me de forma como se estivesse preocupada.

- Você ainda pergunta? – Eu ria e secava minhas lágrimas, apesar de novas tornarem a cair. – Parece que eu estava morto e voltei a viver.

Minha pequena simplesmente me esboçava um sorriso trêmulo, porém meigo.

- Tenho que avisar os outros e chamar um médico para te examinar... Quase que eu me esqueço... Você ainda parece estar bem cansada.

Letícia simplesmente fez um sim com a cabeça.

Caminhei para fora do quarto completamente alterado. Eu teria a honra de dar a melhor notícia do ano! Não queria preocupar Clarice, Diego, e nem Priscila, mas eu me explodia de alegria, que não pude estabilizar minha respiração. Era como se eu tivesse carregado um enorme peso em minhas costas e de repente esse peso todo se dissolvesse, fazendo com que eu pudesse caminhar levemente, correr e respirar, sem cansaço, sem preocupações.

Todo aquele ar sólido que me tragava não existia mais, à medida que toda a luz radiante da minha pequena voltava a nos iluminar.

- O QUE FOI, SYN?! – Priscila me perguntava, sacudindo meus ombros.

- Chame o meu pai! – Disse trêmulo e rindo ao mesmo tempo.

- O que houve? Qual a graça?! – Clarice se aproximava de mim, com os olhos bem abertos, como se estivesse preocupada.

- A Letícia acordou, Clarice! – Comecei a gargalhar, dando aquela notícia com um enorme prazer.

- O que?! – Diego me olhava boquiaberto.

- AH! EU NÃO ACREDITO! – Priscila saltitava e comemorava, dando-me um abraço forte. – A nossa Letícia voltou, Syn.

- Eu mal posso acreditar! – Dizia Clarice com os olhos brilhantes e coberto por lágrimas. – Obrigada por tudo, Syn. – Ela então me esboçava um lindo sorriso, dando-me também um abraço do qual eu não esperava.

Retribui o abraço um tanto sem graça. Será que eu realmente merecia aquilo? Independentemente, eu estava realmente muito feliz. Agora eu podia ver o sol brilhar em minha direção, sentindo como se um vento sublime batesse em meu rosto.

Percebi que o Diego nos observava, distante, porém sorria. Imagino o que ele deveria estar pensando agora. Ele deveria ser um pilar de sustentação para elas... Assim como eu desejava ser. Ele havia errado tanto quanto eu. Sabia o quanto a culpa era massacrante.

Soltei-me de suas garotas, aproximando-me dele, e lhe dando um forte abraço.

Diego retribuiu meu abraço fortemente, e logo em seguida soltando-me e me esboçando um largo sorriso.

- Vamos vê-la? – Perguntei.

- Só se for agora. – Dizia Diego.

Assim que meu pai se aproximou, fomos rapidamente atrás dele, entrando no quarto.

Aquela era uma bela cena de se ver e o fim de uma guerra. O amor havia vencido e eu me tornei completamente dependente dele, assim como a família da minha pequena. Todos a abraçavam e choravam emocionados. Minha pequena também chorava, devia estar se sentindo uma verdadeira vencedora. Passou por cima da morte, e por cima de tantas outras coisas que ela mesma não imaginava.

Meu pai finalmente começou a examiná-la, e todos se aquietaram ao redor da cama, ansiosos, aguardando uma sentença.

Pude perceber as feições surpresas que meu pai emitia, enquanto a minha pequena reagia bem a cada teste que ele lhe fazia.

- Posso conversar com vocês lá fora? – Meu pai se virava para Diego e Clarice.

- Ah pai, corta essa! Fala logo! – Resmunguei.

- Estou me referindo apenas à família, Syn. – Meu pai revirava os olhos.

O encarei irritado, e mesmo assim, caminhei para o lado de fora do quarto, junto deles.

- Fala logo, pai! – Disse descaradamente.

Meu pai me encarou fazendo um não com a cabeça, mas logo deu de ombros, se conformando com a minha teimosia.

- Você não tem jeito. – Dizia ele, rindo.

- Fala doutor! – Clarice o apressava, estando desesperada.

- Isso foi um milagre! – Meu pai dizia surpreso. – Ela não apresenta uma única seqüela se quer.

- JURA?! – De repente soltei um berro, não conseguindo me conter.

- Não queria ficar dizendo isso perto do meu filho, afinal eu sei que ele é muito impulsivo e só iria aumentar o ego dele...

- Como assim? – Perguntou Diego.

- As enfermeiras reclamaram muito do barulho e o Syn não parava de ficar falando com a Letícia, nós médico acreditamos que isso cansa muito o paciente e que ele precisa juntar energias para melhorar e despertar novamente... O coma é uma coisa muito séria, há casos de pacientes que ficam anos dormindo... Mas... As conversas, as risadas, estimularam para que Letícia despertasse.

- JURA?!

- Exatamente. – meu pai sorriu para mim. – Vocês a estimularam muito, e aos poucos seus sinais vitais foram voltando... Não posso escrever isso no relatório, mas se eu pudesse, diria que ela voltou graças a todo o carinho, atenção e estimulo a que foi submetida... Já vi muitos casos parecidos, mas a recuperação completa é uma novidade! Fiquei surpreso.

- Essa é a minha Letícia! – Comemorei. – Ela gosta mesmo é de surpreender as pessoas!

- Ela vai melhorar então, Brian? – Diego perguntava, sorridente.

- Vamos fazer alguns exames para nos certificar de que não haverá mais complicações, e se tudo ocorrer bem, em breve ela volta para a casa.

Diego se aproximava de Clarice, lhe dando um abraço apertado e logo Priscila se unia a eles.

A vida nos aprontava cada uma... Eu recebi a chance que eu tanto queria. Agora eu faria a minha pequena feliz custe o que custar!

Respirei fundo, dando às costas e voltando para a minha pequena.

- Voltei, pequena. – Anunciei logo que entrei no quarto.

Ela então abria os olhos, esboçando-me um sorriso meigo e um olhar intenso que me fazia sentir o quanto ela ainda me amava. Apesar de tudo que já passamos, aqueles olhos sempre me olhavam da mesma forma.

- Vem aqui... – Dizia ela.

Rapidamente me aproximei, segurando suas mãos, e lhe dando um beijo suave nos lábios.

- O que você quer? – Perguntei sutilmente.

- Batata frita! – Ela resmungava. – Estou morrendo de fome.

- Letícia... – Comecei a rir. – Você acabou de voltar de um coma e já está querendo se entupir de besteira?

- É sério, Syn... – Ela me fazia um bico. – Eu estou com fome.

- Não acredito que você possa comer essas coisas.- Disse sério.

- Syn, por favor, eu estou me sentindo tonta e meu corpo todo está formigando.

- Ah, pequena, mas isso é normal, você voltou de um coma... – Acariciei seus cabelos, lhe esboçando um sorriso. – Não ia querer já acordar toda saltitante, né?

Ela me dava uma risada frágil, e ficou depois apenas me olhando.

Queria tanto saber o que ela pensava enquanto me olhava pausadamente... E eu não me cansava de fitar fixamente aqueles olhos verdes... Aqueles olhos são a minha esperança. Únicos como o meu amor.

- O que foi? – Ela me encarava com curiosidade.

- Nada... Só estou admirando seus olhos... Tive medo de não os ver mais. – Respondi, aproximando meus lábios nos dela, tocando-os sutilmente logo em seguida.

- Achou mesmo que eu fosse te deixar?

- Bem lá no fundo, não... – Lhe estendi um sorriso. – Mas eu sentia muito sua falta.

- Muita coisa agora vai mudar, Syn.

- Como assim?

- Eu vou lutar pela nossa felicidade, nem que eu morra por isso. – Ela sorria, mostrando-se completamente certa do que dizia. – Sofri muito mais tentando fugir de você... – Ela respirava fundo, olhando-me de modo profundo. – Não existe sentimento maior e mais intenso do que eu sinto por você... Era terrível te ouvir e não poder abrir os olhos... – De repente uma lágrima caía de seus olhos. – Mas por um lado era bom saber que você não sairia de perto de mim... Eu queria voltar para você, queria retribuir o que você estava fazendo por mim... Eu não queria te deixar, meu amor... – Ela sorria, secando uma das lágrimas. – Você faz parte de mim, Syn... Eu não poderia partir.

- Minha pequena... Não chora... – Sequei suas lágrimas rapidamente, lhe dando forte abraço. – Já acabou... Vamos chorar agora só de tanto rir. Eu sempre vou estar aqui... Com você, por você... Por nós dois. – Lhe dei um beijo sutil nos lábios e logo tornei a olhá-la. – Eu te amo, sua anã de jardim.

- Eu te amo muito mais, garanhão. – Letícia me esboçou um sorriso, e logo começou a rir.- AAAH QUE FOME...

- Vou pedir para a enfer...

- NÃO! – Ela me interrompia, dando-me um frágil tapa no braço. – Ela não vai me trazer batata fritas, mas você vai... – Ela me sorria descaradamente, como se quisesse me convencer.

- PEQUENA! – Comecei a gargalhar. – Eu não vou te dar fritura, caramba!

- Ah Syn... – Ela fazia um bico, me puxando para um abraço.

- Tentando me comprar? – Perguntei.

- Consegui?

- NÃO! – Comecei a gargalhar. – Olha, prometo que assim que você sair do hospital, a primeira coisa que a gente vai fazer, vai ser comprar batata frita e comer com sorvete.

- Agora você está querendo me comprar?

- Consegui?

- Conseguiu, vai... – Ela dava de ombros.

- Descanse um pouco agora, está bem? Vou ligar para nossos amigos para contar a novidade e pedir para trazerem algo para você comer. – Inclinei o corpo, beijando-lhe os lábios.

Saí do quarto e rapidamente Clarice, Diego e Priscila foram vê-la.

Assim que avisei Mariana, Bianca, João, James, Caio, Ivan e Fernando, a festa foi enorme. Vieram para o hospital novamente, e conversamos com a nossa pequena, rimos alto, cantamos, levamos bronca, fomos novamente expulsos e Letícia estava feliz. Era tudo o que me importava.

Letícia ainda teve que ficar mais alguns dias internada fazendo exames, porém dia após dia ela nos mostrava que não fazia mesmo sentindo algum que ela continuasse ali.

Até que finalmente, meu pai lhe deu alta. Só teria de vir ao hospital três vezes por semana pelo menos para fazer fisioterapia no braço e na perna.

Eu tinha prazer em acompanhá-la em todas as sessões.

Nas primeiras sessões eu já aprendi milhares de palavrões novos que nunca tinha ouvido na vida, mas aos poucos Letícia foi se acostumando com os exercícios e novamente, mostrando melhoras significativas.

Aquela correria toda de ter que ficar indo ao hospital era estressante demais para ela, principalmente por que ela se sentia cansada com facilidade e tomava remédios muito fortes para dor.

Meu papel era não deixá-la desanimar e deixar que ela me socasse sempre que ficava irritada com os exercícios ou sentia muita dor.

Nisso tudo, era divertido ver como as pessoas nos olhavam admirados devido a nossa história e por termos enfrentado o maior obstáculo da vida que o homem tanto tenta retardar.

- Você melhorou muito, Letícia! – Dizia Madalena, a fisioterapeuta da minha pequena. – E não sente mais tanta dor.

- É... Já até diminuíram significativamente a quantidade de remédios. – Disse.

- Ah, é mesmo? Que bom... – Madalena sorria. – Vamos marcar as consultas agora uma vez por mês só pra certificar que você melhorou totalmente.

- SÉRIO?! – Letícia gritava, sorridente. – JÁ ESTAVA NA HORA! Não leve para o lado pessoal, por favor...

- Que isso, eu sei que não deve ter sido fácil para você... Ainda bem que o Syn não saiu do seu lado. – Madalena sorria.

- É verdade... – Letícia concordava sorridente, aproximando-se de mim, e passando seus braços pela minha cintura.

- Cuidem-se! E não esqueçam de me convidar para o casamento.

Letícia começou a gargalhar.

- Ainda é muito cedo pra isso, mas é claro que eu vou te chamar. – Letícia se soltava de mim, se aproximando de Madalena e lhe dando um abraço. – Obrigada por tudo.

- Essa melhora é mérito seu, Letícia. – Madalena sorria, retribuindo o abraço.

- Tchau Madalena, a gente se fala. – Disse, aproximando-me da porta, abrindo-a e esperando Letícia terminar de se despedir.

Letícia rapidamente se uniu a mim, entrelaçamos nossos dedos e finalmente saíamos do hospital, indo até a garagem.

- AI, finalmente estou livre desse hospital! – Dizia Letícia, caminhando comigo até o carro.

- E você melhorou bastante. – Disse, analisando as finas cicatrizes prateadas em seu braço.

- Pena que não vou poder mais abusar dos saltos altos, a menos que eu queira ter dores na perna. – Ela fazia um bico, entrando no carro, e colocando o cinto logo em seguida.

Sentei-me em meu lugar, lhe dando um leve sorriso, e com cautela, peguei seu braço, dando sutis beijos nas cicatrizes, podendo notar que a minha pequena fechava os olhos e esboçava um sorriso ainda maior conforme meus lábios tocavam suas cicatrizes.

- Eu gosto de você pequenininha. – Disse. – Ainda assim, você parece ser extremamente grandiosa para mim.

- Por quê? – Ela me encarava com um sorriso debochado. – Pra poder ficar apoiando os cotovelos por cima da minha cabeça, seu idiota?

- Não, boba! – Comecei a gargalhar. – É que assim você sempre vai poder ouvir meu coração batendo contra seus ouvidos, e toda vez que eu te abraçar você vai saber... Eu sempre estarei aqui por nós dois. – Eu segurava suas mãos, dizendo cada palavra com tranqüilidade, olhando para dentro de seus olhos. – Posso te falar uma coisa?

- O que? – Ela mordia o lábio, olhando-me com curiosidade.

Senti de repente minhas bochechas esquentarem e minhas mãos suarem. Abaixei a cabeça segurando um riso sem graça, até finalmente criar coragem.

- Não se assuste. – Adverti, e ela me olhou séria. – Como hoje você está feliz e mais calma, acho que é o momento certo de você saber que eu te quero pro resto da minha vida.

Letícia de repente me estendeu um sorriso, puxando-me bruscamente pela gola da camisa. Eu não esperava por isso.

- Assustar é o caramba, seu idiota. – Letícia me encarava dentro dos olhos, e umedecia os lábios. – Eu que quero ficar com você o resto da vida.

Fiquei surpreso com aquela atitude, e vi que Letícia realmente havia aprendido com os seus erros. Não havia momento melhor para eu selar mais uma vez, aquele antigo compromisso de que bastou apenas um olhar.

- O que foi? – Ela me perguntava, notando a maneira pela qual eu a olhava.

Simplesmente lhe esbocei um sorriso no canto dos lábios, não sentindo necessidade de lhe dizer muitas palavras. Apenas coloquei as mãos por dentro da gola da camisa, puxando um cordão prateado, abrindo o feixe com cuidado para que as alianças não caíssem.

Letícia me olhava boquiaberta, mas com traços de sorrisos entre seus lábios.

- Você ainda usa isso? – Ela perguntava.

- Mas é claro. – Disse. – Espero que não precise mais usá-las aqui no...

- Sh. – Ela colocava o dedo indicador em meus lábios. – Você já fez isso tantas vezes...

- O que? – Perguntei segurando um riso.

Como eu já esperava, ela retirou as alianças do cordão, fitando-me com um sorriso envergonhado.

- Brian Elwin Haner Júnior... – Letícia segurava minha mão direita, dando um beijo na ponta de cada dedo. Arrepiei-me. – Quer namorar comigo, de novo? – Percebi que ela segurava um riso.

Eu também queria rir.

Letícia então estendeu a aliança, aproximando-a de meu dedo anelar.

- Só se for agora... – Respondi, gargalhando ao ver Letícia colocar a aliança em meu dedo.

Ela me esboçou o sorriso mais lindo do mundo, enquanto eu apanhava a aliança menor, colocando-a em seu dedo.

- Eu sou louco por você, anã. – Disse, beijando seus lábios.

Letícia suspirava, dando-me um abraço apertado.

- Syn... – Ela sussurrava em meus ouvidos, provocando arrepios em minha pele. – Não tem ninguém no seu apartamento agora, né? – Ela ainda sussurrava, dando uma leve mordida na minha orelha.

Afastei-me alguns centímetros, olhando-a boquiaberto. Eu sabia exatamente o que ela queria dizer. Apesar de eu tê-la que levar para a casa, eu sentia tanta falta dela que obviamente não poderia recusar a uma escapadinha.

Ela me olhava, mordendo os lábios e acariciando meus cabelos, esperando por uma resposta.

- Não tem ninguém. – Confirmei. – Vamos para lá então? – Lhe esbocei um sorriso no canto dos lábios, sentindo meu coração saltar dentro de meu peito.

- Só se for agora. – Ela me dizia, tornando a se sentar no banco normalmente, mas com um sorriso descarado estampado nos lábios.

Liguei o carro, extremamente ansioso. Precisava passar em uma farmácia antes.

Chegando lá, não quis perder tempo, desci imediatamente comprando preservativos, fazendo uma breve ligação para a casa de Clarice, avisando que levaria Letícia depois e não tendo problemas lá estava eu de novo dentro do carro, olhando os lábios da minha pequena se moverem... Ela falava e falava, mas confesso que não conseguia prestar muita atenção, eu estava ansioso demais. Queria ter tido tempo para ter lhe preparado algo, mas não queria esperar mais.

- ... Coitada da Madalena, eu queria tanto enchê-la de porrada no começo. – Ela ainda resmungava.

- Fica quietinha agora. – Disse, estacionando o carro na garagem do condomínio.

- Você nem estava me ouvindo, né? – Letícia perguntava, dando uma leve risada.

- Depois do que você falou, fica um pouco difícil. – Eu abria a porta para que ela saísse, e caminhávamos abraçados um ao lado do outro para o hall.

- Oras, eu não falei nada demais... – Ela ria, enquanto eu a abraçava por trás, retirando seus cabelos do pescoço, distribuindo-lhe beijos na nuca.

Letícia fechava os olhos, sentindo meus lábios tocarem delicadamente em sua nuca.

- Você não precisa se esforçar para me deixar louco. – Disse sussurrando em seus ouvidos, empurrando-a para dentro do elevador, lhe atacando com beijos.

- Como você é apressado. – Ela sussurrava em meus ouvidos, agarrando meus cabelos.

- Eu sinto sua falta, pequena... – Disse, sussurrando.

- Nem me fale.

Assim que o elevador parou no décimo sexto andar, Letícia me empurrava para a fora, fazendo minhas costas baterem contra a parede.

- Você também está bem faminta. – Disse, esboçando-lhe um sorriso no canto dos lábios, sabendo que a deixaria ainda mais louca.

Ela sorria de forma maldosa, arranhando meu peito levemente, agarrando minha cintura.

Disparei uma risada alta ao senti-la ali tão forte e tão viva. Agarrei sua cintura, beijando seus lábios intensamente, sentindo um grande calor a medida que nossos lábios se atritavam um contra o outro. Eu colocava as mãos por dentro de sua roupa, sentindo suas costas aveludadas e macias, cravei levemente minhas unhas em suas costas, puxando-a para ainda mais perto de mim, enquanto os dentes gentis de Letícia puxavam meus lábios me fazendo querer começar tudo ali mesmo.

Empurrei-a contra a porta do apartamento, revirando os bolsos e tentando encontrar as chaves, porém, Letícia não me dava trégua, pendurando-se em meu pescoço, e mordiscando minha orelha, provocando arrepios ainda mais intensos. Com muito esforço, finalmente consegui abrir a porta e finalmente entramos, ainda nos atacando em beijos. Ela era uma deusa que me tragava com seu brilho e todo o seu carinho.

Continuei deixando-me ser arrastado pelo corredor, até que finalmente chegamos ao nosso quarto e impiedosamente ela me jogava contra a nossa própria cama, sorria para mim e me fitava com seus olhos famintos.

Joguei-me na cama, olhando fixamente para ela.

Minha pequena ainda me olhava, enquanto caminhava até o rádio, e aumentava a música, deixando-a bem alta.

Eu conhecia aquela batida, era “Cherry Pie”.

Minha pequena parecia ainda mais grandiosa, conforme seus quadris se moviam e ela dançava para mim. Eu não via vestígios de medo em sua face. Ela estava certa do que fazia, não tinha medo de se ferir, não tinha medo de se entregar inteiramente à mim... Ela mudou tanto...

Sentia meu coração acelerar ainda mais, e ela se aproximava de mim, passando as mãos pelo meu corpo, tornando a se afastar e dançar. Ela estava me deixando completamente louco, estava boquiaberto olhando para aquelas suas formas tão definidas, seus cabelos quentes esvoaçarem, enquanto ela removia sua camisa e arremessava para mim.

Eu pegava sua veste, sentindo o intenso perfume doce contido nele. Sentia tanta falta daquele perfume.

Ela vestia um sutiã preto, que lhe deixava magnífica, e então ela se virava de costas, removendo lentamente a calça.

Letícia ainda me olhava, com parte da franja levemente caída em seus olhos, deixando-a mais sexy possível. Meu coração estava acelerado, podia senti-lo batendo contra meu peito.

Minha pequena ia se aproximando de mim novamente, enquanto eu apanhava o controle do rádio, desligando a música.

Puxei Letícia pela cintura, fazendo-a cair sobre a cama.

Ela ria, e me abraçava.

Ela estava extremamente linda com aquela lengerie toda preta, com sutis rendas que lhe dava um ar de mistério e a deixava completamente sensual misturando-se com o vermelho vivo de seus cabelos e os olhos tão verdes.

Eu a beijava loucamente, podendo ouvir sua respiração ofegante. Era o único som que se emitia dali. Nossas respirações ofegantes, os estalos dos nossos beijos e os lençóis se atritando contra nosso corpo.

Colocava-me por cima dela, enquanto com cautela eu removia as últimas peças, e ela beijava meus ombros e passava a mão sutilmente pelo meu corpo.

- Syn... – Ela sussurrava em meus ouvidos, liberando um leve gemido logo em seguida, arranhando as minhas costas.

Aquilo tudo era perfeito... Letícia era perfeita! E eu a queria mais e mais... Vivíamos intensamente cada segundo daquele mesmo instante. Nada poderia me tirar dela.

Eu sentia seu corpo nu movendo-se sobre o meu, e eu sabia que não havia nada a temer.

De repente, ouvi meu celular tocando. Assustei, erguendo-me rapidamente, sentindo algo pesado sobre meu peito. Era a minha pequena.

- Atende logo isso. – Ela resmungou de repente, abraçando-me com mais força.

- Desculpa, minha pequena. – Lhe dei um beijo no topo da cabeça, peguei o celular, encarando o visor. – Xi, é a Pamela.

Então Letícia ergueu a cabeça, olhando-me com aqueles lindos olhos verdes.

- Me dá isso aqui. – Dizia, arrancando o celular de minhas mãos.

Apesar de tudo, eu ainda temia um pouco. Pra que diabos Pamela resolveu me ligar logo agora?

Não iria deixar que mais nada destruísse a nossa felicidade. Muito menos as manipulações de Pamela.

Estava na hora de eu dar a minha surpresinha a ela.


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Notas finais do capítulo

Aee pessoal. *-* Acabo de postar o antipenúltimo capítulo da fic. T_T


Espero que gostem e aguardo os reviews. *o*

beeejos (: