Com Amor não se Brinca escrita por Bubees
Notas iniciais do capítulo
Iris - Tradução.
E eu desistiria da eternidade para tocá-la
Pois sei que você me sente de alguma forma
Você é o mais próximo do paraíso que eu chegarei
E eu não quero ir para casa agora
E tudo que eu sinto é este momento
E tudo que eu respiro é sua vida
Porque mais cedo ou mais tarde isso acabará
E eu não quero sentir sua falta essa noite
E eu não quero que o mundo me veja
Porque não creio que entenderiam
Quando tudo estiver destruído
Eu só quero que você saiba quem eu sou...
Letícia então se afastou sutilmente do abraço de Brian, estava se sentindo estranha por ter contado suas dores á um garoto quase estranho, mas quando estavam juntos e conversavam, ou até mesmo do jeito que brigavam, parecia que se conheciam há muito tempo.
Brian ficou ao seu lado, olhava a jovem curiosamente, pensava no quanto era madura e forte por suportar tudo aquilo, cada vez mais a jovem mostrava o quanto Brian estava errado ao pensar que ela seria como outras garotas... Brian estava se rendendo? Porém Brian não se rendia, ele balançava a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos. Brian nunca se rendia, e ele ainda iria persistir com seu jogo.
- Está demorando demais. – resmungou Letícia.
- Nem me fale. – Brian bocejou e encostou a cabeça em seus ombros.
- EI! – Letícia começou a balançar os ombros para que Brian se afastasse.
Brian deu uma leve risada.
A luz de repente pareceu mais forte e o elevador começou a subir. Letícia deu um grito de susto.
- VOLTOU A ENERGIA! – Comemorou, Brian.
O elevador automaticamente parou no 16° andar.
- Nossa, estou louca para ir tomar um banho, estou horrível...
- Ah... cala essa boca... – Brian bocejou.
- EI! NÃO ME MANDA CALAR A BOCA!
Rapidamente o outro elevador de serviço, parou no 16° andar, Letícia começou a ouvir vozes conhecidas, era seu pai, Priscila e Carmen, a madrasta.
- Oi filha! – Diego encarava a filha e Brian, que estavam ainda muito molhados. – Tomaram chuva, foi?
- Deu pra notar? – Letícia encarou o rosto de Carmen com um sorriso falso.
Brian já havia notado a pequena tensão feminina ali.
- Bom, já que vocês dois estão aí, imagino que estejam morrendo de fome...
- Fome? Olha quanta porcaria a Letícia está carregando na sacola. – Resmungou Carmen, o interrompendo.
Diego revirou os olhos, retomou as palavras.
- Syn, quer comer uma pizza conosco?
Letícia arregalou os olhos, implorando através do olhar para que Brian negasse, porém ele aceitou sem hesitar, sorridente.
- Ótimo. – Diego disse sorridente.
- Só vou tomar um banho e trocar de roupa. – Brian olhou sorridente para Letícia, lhe surpreendendo com um beijo na bochecha.
Letícia reagiu de imediato, se afastando e limpando o rosto freneticamente. Brian deu uma risada alta, e entrou em seu apartamento.
- Isso foi muito rude, Le. – Advertiu o pai.
Letícia apenas revirou os olhos, enquanto o pai abria a porta.
- Pai, tem alguma roupa da Carmen que eu possa usar? Eu não trouxe nenhuma troca de roupa, obviamente...
- Sim, pede pra ela... – Diego pegava o telefone e começava a ligar para a pizzaria.
Assim que Letícia foi ate a sala, deparou Carmen de olhos arregalados para uma poça da água em cima de seu tapete da sala, Priscila estava ao seu lado, tão surpresa quanto. O tapete fora arruinado.
- Letícia, você não fechou a janela?! – Carmen a encarou com a voz aguda.
- Ups! – Respondia Letícia com um sorriso descarado. – Desculpe, querida.
- Você arruinou meu tapete! – Carmen se aproximava da garota, irritada.
- Já pedi desculpas... Você é surda? – Letícia a encarava. – Vou pegar uma roupa sua emprestada, eu estou toda molhada.
- NÃO SE ATREVA! – A voz de Carmen começou a se alterar.
- O que foi? Meu pai disse que eu podia pegar alguma roupa sua emprestada... Tem certeza que não vai fazer a vontade dele? – Letícia encarava a mulher nos olhos, sem medo algum.
Carmen se virava para o tapete se ajoelhando, tentando secar a água.
- Você fez isso de propósito. – acusava. – DE PROPÓSITO SUA FEDELHA!
- Prova. – Letícia ainda a encarava com o rosto inflexível.
Priscila ficava boquiaberta vendo aquela discussão.
- Carmen, eu tenho certeza que a minha irmã fez isso sem querer. – Priscila se manifestou. – E outra, acabou a energia e ela estava do lado de fora da cara, não tinha como ela vir aqui fechar a janela.
- Pois é. – Letícia se afastou. – Vou pegar alguma roupa sua emprestada. – Sorridente, caminhou até o quarto de seu pai.
Priscila rapidamente seguiu a irmã.
- VOCÊ É LOUCA!
- Olha, Pri, realmente não fiz de propósito, te juro, mas eu confesso que adorei ver a cara dela com aquele tapete ridículo todo destruído! – Letícia começou a revirar o armário da madrasta.
- Bom, se você tivesse feito de propósito me diria, mas toma cuidado com o que você faz, o pai gosta muito dela, pelo visto. – Priscila bufou alto. – Se ele perceber que você anda sacaneando ela é possível que ele a defenda e brigue com a gente.
- Está bem... – Letícia revirou os olhos. – Só para mostrar como é possível eu ser amigável uma vez na vida, vou pegar esse vestido branco que ela não usa faz tempo... Assim ela não reclama muito.
- Obrigada. – Priscila abraçou a irmã. – Posso te fazer uma pergunta?
- O que foi?
- O que aconteceu com você e aquele garoto ein? Syn?
- Ficamos presos no elevador...
- AH É?! - Priscila se empolgava animada. – VOCÊS DOIS SOZINHO NO ELEVADOR?! QUE LINDOOOOO!
- Cala a boca. – Letícia franzia o cenho. – Não tem nada de lindo nisso...
- Até que vocês ficam bonitinhos juntos... Vai, você não pode negar que ele é um gato.
- Ai Pri, vai ver se eu estou pastando com a Carmen, vai. – Letícia deu uma gargalhada, expulsando a irmã sutilmente do quarto, e fechando a porta para poder se trocar.
Letícia deixou as roupas secando, e vestiu o tal vestido branco, era de alcinhas finas e um pequeno decote, o vestido ficara um pouco curto, mas estava com muito calor, o vestido se desenhava em seu corpo, e se mantinha um pouco mais solto da cintura até um pouco acima do joelho. A jovem também secou os cabelos e retocou o lápis de olho, pegou um dos chicletes que estavam um pouco úmidos e começou a mascar.
- LEEEE! – Priscila batia na porta.
- Oi?
- Seu amigo chegou...
Letícia abriu a porta.
- Que ami... SYNYSTER?! – Brian estava logo atrás de sua irmã.
Brian ficou boquiaberto ao ver o traje que Letícia estava usando, nunca pensou que a veria vestida daquela forma.
- Você está...
- ESPERA! – Letícia fechou a porta imediatamente, interrompendo o rapaz.
Priscila abriu a porta logo em seguida, entrando no quarto e fechando a porta novamente.
- O que você pensa que está fazendo? – perguntou.
- Eu preciso trocar de roupa... Eu pensei que ele tinha aceitado só pra me irritar...
- Para! Você está maravilhosa assim... Ele vai babar.
- EU NÃO QUERO QUE ELE BABE EM NADA! – berrou, Letícia.
- Para de ser escandalosa, ele está do outro lado da porta, sabia? Relaxa, para de ser tonta, vem... – Priscila começou a arrastar Letícia para fora do quarto.
Caminharam até a sala onde estava os instrumentos, e Brian estava impressionando Diego com um pequeno solo de guitarra.
- Você toca muito bem. – Diego o via tocar maravilhado. – Está vendo, Le?
- Estou. – Letícia respondia em um tom monótono.
Brian se virou para Letícia e se aproximou ainda sentando no banco, olhou-a nos olhos e começou a tocar Iris do Goo Goo Dolls.
“And I'd give up forever to touch you
Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now”
Letícia adorava aquela música, sorriu e começou a cantar junto com Brian.
“And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
Cause sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight
And I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am ”
A voz de Letícia transparecia doce ao decorrer da música em uma afinação perfeita, Brian apenas ficou tocando a guitarra sutilmente, olhando-a cantar, assim que a jovem percebeu, parou de cantar.
- Continua. – Disse Brian, impressionado.
Letícia fez que não com a cabeça e começou a rir.
Carmen revirou os olhos e se retirou da sala, resmungando algumas palavras que não foram possíveis decifrar. O interfone tocou, a pizza havia chego.
- Você canta muito bem. – Brian a elogiava enquanto eles andavam até a sala de jantar.
- Que nada, eu só cantei por que gostava da música...
Priscila, Letícia e Brian colocaram a mesa, se sentaram e começaram a jogar conversa fora tranquilamente até finalmente começarem a jantar.
Era estranho para Letícia estar ali, jantando com um rapaz que acabara de conhecer, com seu pai, sua irmã e a tosca da madrasta. Ele havia se aproximado tão rápido que de certa forma era intrigante, principalmente seu modo de agir que a irritava profundamente, mas de certa forma, eles se davam bem.
- Brian não é? – Dizia Carmen, e Letícia a encarava. – Letícia está SEMPRE falando de você. – Carmen encarou a jovem com um sorriso sínico.
- Mesmo? – Brian olhou desconfiado.
- Mas é claro! Eu acho que ela gosta de você.
Letícia ficou boquiaberta.
- Mesmo? – Brian encarava Letícia com um sorriso vitorioso.
- Claro que não, Synyster, olha só para a cara da minha querida madrasta, muito pé de galinha e completamente enrugada e sem graça, ela não deve estar batendo muito bem da cabeça coitadinha... é a idade...
- LETÍCIA! – advertiu o pai.
- Já deve estar com o pé na cova. – completou Letícia.
- LETÍCIA! – Advertiu o pai mais uma vez. – Me desculpe por isso, Syn... A Letícia é meio...
- Meio o que pai? Sua esposa inventa coisas e eu sou obrigada a fingir que está tudo bem? – Letícia ergueu uma das sobrancelhas e encarou a mulher.
Diego olhou para Carmen com advertência, e a mulher voltou sua atenção para o pedaço de pizza.
- Não precisava ter falado daquele jeito... – Disse Brian, nos ouvidos de Letícia.
- Ah, não enche o saco. – Resmungou Letícia.
- Você é sempre assim tão irritante? – Reclamou, Brian.
Uma onda de discussão entre Letícia e Brian rodeou a mesa.
- Irritante é você, olha pra essa sua cara de peixe morto!
- Peixe morto? Saiba que muitas garotas queriam esse peixe morto aqui...
- Engraçado por que eu nunca te vi com ninguém. – Letícia gargalhou. – Babaca... Gay...
- Eu não sou gay, estou muito longe disso. – Debateu, Brian.
- Até parece, você até que leva jeito pra uma bichona eletrocutada!
- Por que eletrocutada?
- Por que você é um pouco afetadinho, não é?
- EU NÃO SOU AFETADINHO, VOCÊ QUE ME IRRITA!
- Você que é um irritante...
Conforme Letícia e Brian discutiam, os outros que estavam à mesa continuaram comendo como se fosse a coisa mais normal do mundo, aqueles dois discutindo feio duas completas crianças.
- EU TIRO NOTAS MELHORES QUE A SUA! – Dizia, Letícia.
- GRANDE COISA, SUA NERD! EU SOU MUITO MAIS SOCIÁVEL E LEGAL COM AS PESSOAS, VOCÊ DEVIA APRENDER.
- SUA BOCA ESTÁ SUJA!
- E A SUA ENTÃO?! – Brian parou por um minuto. – Está mesmo?
- Está... – Letícia começou a rir, pegou um guardanapo e limpou os lábios de Brian.
Brian lhe deu um sorriso meigo.
- Obrigado.
- Aleluia! – Disse Priscila. – Já estava quase mandando vocês irem se foder!
- Não fale essas coisas na mesa. – Resmungou, Carmen.
Priscila apenas a encarou, e virou o rosto.
O jantar continuou, agora todos conversavam juntos sobre música, cinema, e etc... Brian pode conhecer ainda mais os gostos de Letícia, e quanto mais a conhecia, mais intrigante ela aparentava para ele.
- Pessoal, me desculpem, mas eu preciso ir. – Disse Brian, interrompendo a conversa sobre seriados.
- Ah já? Por quê? – perguntou Priscila.
- Meus pais logo vão chegar e amanhã tem aula... Me desculpe. – Brian dizia educadamente.
- Tudo bem então... – Respondeu Diego, se virando para Letícia. – Acompanhe-o até a porta.
- Por que eu? – resmungou, afinal, Letícia não queria se colocar de pé mais uma vez com aquele vestido.
Diego a advertiu com o olhar.
- Desculpe, eu vou. – Letícia entendeu que não estava sendo nenhum pouco agradável.
Brian se levantou e puxou a cadeira para Letícia, a vontade da jovem era de dar risada com tamanho cavalheirismo.
- Você finge bem... – Dizia a jovem enquanto o acompanhava até a porta.
- Como assim?
- Essa sua educação, esse cavalheirismo todo... – Brian mal prestava atenção no que a jovem falava, suas pernas estavam mais atrativas do que suas palavras. – Você não parece o tipo de garoto assim...
- Ah... – Brian dizia, olhando-a sem nem ao menos disfarçar.
- QUER PARAR COM ISSO?! – Disse a jovem irritada, percebendo o modo de agir de Brian.
- Desculpe. – Brian deu um sorriso. – Gostei de jantar com você, mesmo você sendo uma chata implicante e insuportável, mas foi legal.
- Obrigada, Syn. – respondeu a jovem.
- Gostei do Syn, mas eu não gostei do bichona eletrocutada.
Letícia apenas riu.
- Eu te provo amanhã o contrário, pode ter certeza disso. – O jovem a encarou e abriu a porta.
- Como você é idiota...
- Espere para ver o idiota aqui então... - Brian se aproximou sutilmente da moça, e seus lábios se aproximavam de suas bochechas. Letícia já estava preparada para receber um beijo no rosto, quando ele se afastou. - Esqueci, você não gosta disso. - Brian deu um aperto de mão e a puxou para seu peito, para participar de um abraço masculino, combinado com um tapinha nas costas.
Letícia apenas o olhava irritada, esperando que ele entrasse no apartamento.
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Obrigadaaa pelos reviews To muito feliz que estejam gostando \o/
Mandem mais... Mandem maiis