Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 5
Jantar.


Notas iniciais do capítulo

Iris - Tradução.

E eu desistiria da eternidade para tocá-la
Pois sei que você me sente de alguma forma
Você é o mais próximo do paraíso que eu chegarei
E eu não quero ir para casa agora

E tudo que eu sinto é este momento
E tudo que eu respiro é sua vida
Porque mais cedo ou mais tarde isso acabará
E eu não quero sentir sua falta essa noite

E eu não quero que o mundo me veja
Porque não creio que entenderiam
Quando tudo estiver destruído
Eu só quero que você saiba quem eu sou...



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Letícia então se afastou sutilmente do abraço de Brian, estava se sentindo estranha por ter contado suas dores á um garoto quase estranho, mas quando estavam juntos e conversavam, ou até mesmo do jeito que brigavam, parecia que se conheciam há muito tempo.

Brian ficou ao seu lado, olhava a jovem curiosamente, pensava no quanto era madura e forte por suportar tudo aquilo, cada vez mais a jovem mostrava o quanto Brian estava errado ao pensar que ela seria como outras garotas... Brian estava se rendendo? Porém Brian não se rendia, ele balançava a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos. Brian nunca se rendia, e ele ainda iria persistir com seu jogo.

- Está demorando demais. – resmungou Letícia.

- Nem me fale. – Brian bocejou e encostou a cabeça em seus ombros.

- EI! – Letícia começou a balançar os ombros para que Brian se afastasse.

Brian deu uma leve risada.

A luz de repente pareceu mais forte e o elevador começou a subir. Letícia deu um grito de susto.

- VOLTOU A ENERGIA! – Comemorou, Brian.

O elevador automaticamente parou no 16° andar.

- Nossa, estou louca para ir tomar um banho, estou horrível...

- Ah... cala essa boca... – Brian bocejou.

- EI! NÃO ME MANDA CALAR A BOCA!

Rapidamente o outro elevador de serviço, parou no 16° andar, Letícia começou a ouvir vozes conhecidas, era seu pai, Priscila e Carmen, a madrasta.

- Oi filha! – Diego encarava a filha e Brian, que estavam ainda muito molhados. – Tomaram chuva, foi?

- Deu pra notar? – Letícia encarou o rosto de Carmen com um sorriso falso.

Brian já havia notado a pequena tensão feminina ali.

- Bom, já que vocês dois estão aí, imagino que estejam morrendo de fome...

- Fome? Olha quanta porcaria a Letícia está carregando na sacola. – Resmungou Carmen, o interrompendo.

Diego revirou os olhos, retomou as palavras.

- Syn, quer comer uma pizza conosco?

Letícia arregalou os olhos, implorando através do olhar para que Brian negasse, porém ele aceitou sem hesitar, sorridente.

- Ótimo. – Diego disse sorridente.

- Só vou tomar um banho e trocar de roupa. – Brian olhou sorridente para Letícia, lhe surpreendendo com um beijo na bochecha.

Letícia reagiu de imediato, se afastando e limpando o rosto freneticamente. Brian deu uma risada alta, e entrou em seu apartamento.

- Isso foi muito rude, Le. – Advertiu o pai.

Letícia apenas revirou os olhos, enquanto o pai abria a porta.

- Pai, tem alguma roupa da Carmen que eu possa usar? Eu não trouxe nenhuma troca de roupa, obviamente...

- Sim, pede pra ela...  – Diego pegava o telefone e começava a ligar para a pizzaria.

Assim que Letícia foi ate a sala, deparou Carmen de olhos arregalados para uma poça da água em cima de seu tapete da sala, Priscila estava ao seu lado, tão surpresa quanto. O tapete fora arruinado.

- Letícia, você não fechou a janela?! – Carmen a encarou com a voz aguda.

- Ups! – Respondia Letícia com um sorriso descarado. – Desculpe, querida.

- Você arruinou meu tapete! – Carmen se aproximava da garota, irritada.

- Já pedi desculpas... Você é surda? – Letícia a encarava. – Vou pegar uma roupa sua emprestada, eu estou toda molhada.

- NÃO SE ATREVA! – A voz de Carmen começou a se alterar.

- O que foi? Meu pai disse que eu podia pegar alguma roupa sua emprestada... Tem certeza que não vai fazer a vontade dele? – Letícia encarava a mulher nos olhos, sem medo algum.

Carmen se virava para o tapete se ajoelhando, tentando secar a água.

- Você fez isso de propósito. – acusava. – DE PROPÓSITO SUA FEDELHA!

- Prova. – Letícia ainda a encarava com o rosto inflexível.

Priscila ficava boquiaberta vendo aquela discussão.

- Carmen, eu tenho certeza que a minha irmã fez isso sem querer. – Priscila se manifestou. – E outra, acabou a energia e ela estava do lado de fora da cara, não tinha como ela vir aqui fechar a janela.

- Pois é. – Letícia se afastou. – Vou pegar alguma roupa sua emprestada. – Sorridente, caminhou até o quarto de seu pai.

Priscila rapidamente seguiu a irmã.

- VOCÊ É LOUCA!

- Olha, Pri, realmente não fiz de propósito, te juro, mas eu confesso que adorei ver a cara dela com aquele tapete ridículo todo destruído! – Letícia começou a revirar o armário da madrasta.

- Bom, se você tivesse feito de propósito me diria, mas toma cuidado com o que você faz, o pai gosta muito dela, pelo visto. – Priscila bufou alto. – Se ele perceber que você anda sacaneando ela é possível que ele a defenda e brigue com a gente.

- Está bem... – Letícia revirou os olhos. – Só para mostrar como é possível eu ser amigável uma vez na vida, vou pegar esse vestido branco que ela não usa faz tempo... Assim ela não reclama muito.

- Obrigada. – Priscila abraçou a irmã. – Posso te fazer uma pergunta?

- O que foi?

- O que aconteceu com você e aquele garoto ein? Syn?

- Ficamos presos no elevador...

- AH É?! - Priscila se empolgava animada. – VOCÊS DOIS SOZINHO NO ELEVADOR?! QUE LINDOOOOO!

- Cala a boca. – Letícia franzia o cenho. – Não tem nada de lindo nisso...

- Até que vocês ficam bonitinhos juntos... Vai, você não pode negar que ele é um gato.

- Ai Pri, vai ver se eu estou pastando com a Carmen, vai. – Letícia deu uma gargalhada, expulsando a irmã sutilmente do quarto, e fechando a porta para poder se trocar.

Letícia deixou as roupas secando, e vestiu o tal vestido branco, era de alcinhas finas e um pequeno decote, o vestido ficara um pouco curto, mas estava com muito calor, o vestido se desenhava em seu corpo, e se mantinha um pouco mais solto da cintura até um pouco acima do joelho. A jovem também secou os cabelos e retocou o lápis de olho, pegou um dos chicletes que estavam um pouco úmidos e começou a mascar.

- LEEEE! – Priscila batia na porta.

- Oi?

- Seu amigo chegou...

Letícia abriu a porta.

- Que ami... SYNYSTER?! – Brian estava logo atrás de sua irmã.

Brian ficou boquiaberto ao ver o traje que Letícia estava usando, nunca pensou que a veria vestida daquela forma.

- Você está...

- ESPERA! – Letícia fechou a porta imediatamente, interrompendo o rapaz.

Priscila abriu a porta logo em seguida, entrando no quarto e fechando a porta novamente.

- O que você pensa que está fazendo? – perguntou.

- Eu preciso trocar de roupa... Eu pensei que ele tinha aceitado só pra me irritar...

- Para! Você está maravilhosa assim... Ele vai babar.

- EU NÃO QUERO QUE ELE BABE EM NADA! – berrou, Letícia.

- Para de ser escandalosa, ele está do outro lado da porta, sabia? Relaxa, para de ser tonta, vem... – Priscila começou a arrastar Letícia para fora do quarto.

Caminharam até a sala onde estava os instrumentos, e Brian estava impressionando Diego com um pequeno solo de guitarra.

- Você toca muito bem. – Diego o via tocar maravilhado. – Está vendo, Le?

- Estou. – Letícia respondia em um tom monótono.

Brian se virou para Letícia e se aproximou ainda sentando no banco, olhou-a nos olhos e começou a tocar Iris do Goo Goo Dolls.

 

 

And I'd give up forever to touch you
Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now

 

 

Letícia adorava aquela música, sorriu e começou a cantar junto com Brian.

 

And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
Cause sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight

And I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am

 

A voz de Letícia transparecia doce ao decorrer da música em uma afinação perfeita, Brian apenas ficou tocando a guitarra sutilmente, olhando-a cantar, assim que a jovem percebeu, parou de cantar.

- Continua. – Disse Brian, impressionado.

Letícia fez que não com a cabeça e começou a rir.

Carmen revirou os olhos e se retirou da sala, resmungando algumas palavras que não foram possíveis decifrar. O interfone tocou, a pizza havia chego.

- Você canta muito bem. – Brian a elogiava enquanto eles andavam até a sala de jantar.

- Que nada, eu só cantei por que gostava da música...

Priscila, Letícia e Brian colocaram a mesa, se sentaram e começaram a jogar conversa fora tranquilamente até finalmente começarem a jantar.

Era estranho para Letícia estar ali, jantando com um rapaz que acabara de conhecer, com seu pai, sua irmã e a tosca da madrasta. Ele havia se aproximado tão rápido que de certa forma era intrigante, principalmente seu modo de agir que a irritava profundamente, mas de certa forma, eles se davam bem.

- Brian não é? – Dizia Carmen, e Letícia a encarava. – Letícia está SEMPRE falando de você. – Carmen encarou a jovem com um sorriso sínico.

- Mesmo? – Brian olhou desconfiado.

- Mas é claro! Eu acho que ela gosta de você.

Letícia ficou boquiaberta.

- Mesmo? – Brian encarava Letícia com um sorriso vitorioso.

- Claro que não, Synyster, olha só para a cara da minha querida madrasta, muito pé de galinha e completamente enrugada e sem graça, ela não deve estar batendo muito bem da cabeça coitadinha... é a idade...

- LETÍCIA! – advertiu o pai.

- Já deve estar com o pé na cova. – completou Letícia.

- LETÍCIA! – Advertiu o pai mais uma vez. – Me desculpe por isso, Syn... A Letícia é meio...

- Meio o que pai? Sua esposa inventa coisas e eu sou obrigada a fingir que está tudo bem? – Letícia ergueu uma das sobrancelhas e encarou a mulher.

Diego olhou para Carmen com advertência, e a mulher voltou sua atenção para o pedaço de pizza.

- Não precisava ter falado daquele jeito... – Disse Brian, nos ouvidos de Letícia.

- Ah, não enche o saco. – Resmungou Letícia.

- Você é sempre assim tão irritante? – Reclamou, Brian.

Uma onda de discussão entre Letícia e Brian rodeou a mesa.

- Irritante é você, olha pra essa sua cara de peixe morto!

- Peixe morto? Saiba que muitas garotas queriam esse peixe morto aqui...

- Engraçado por que eu nunca te vi com ninguém. – Letícia gargalhou. – Babaca... Gay...

- Eu não sou gay, estou muito longe disso. – Debateu, Brian.

- Até parece, você até que leva jeito pra uma bichona eletrocutada!

- Por que eletrocutada?

- Por que você é um pouco afetadinho, não é?

- EU NÃO SOU AFETADINHO, VOCÊ QUE ME IRRITA!

- Você que é um irritante...

Conforme Letícia e Brian discutiam, os outros que estavam à mesa continuaram comendo como se fosse a coisa mais normal do mundo, aqueles dois discutindo feio duas completas crianças.

- EU TIRO NOTAS MELHORES QUE A SUA! – Dizia, Letícia.

- GRANDE COISA, SUA NERD! EU SOU MUITO MAIS SOCIÁVEL E LEGAL COM AS PESSOAS, VOCÊ DEVIA APRENDER.

- SUA BOCA ESTÁ SUJA!

- E A SUA ENTÃO?! – Brian parou por um minuto. – Está mesmo?

- Está... – Letícia começou a rir, pegou um guardanapo e limpou os lábios de Brian.

Brian lhe deu um sorriso meigo.

- Obrigado.

- Aleluia! – Disse Priscila. – Já estava quase mandando vocês irem se foder!

- Não fale essas coisas na mesa. – Resmungou, Carmen.

Priscila apenas a encarou, e virou o rosto.

O jantar continuou, agora todos conversavam juntos sobre música, cinema, e etc... Brian pode conhecer ainda mais os gostos de Letícia, e quanto mais a conhecia, mais intrigante ela aparentava para ele.

- Pessoal, me desculpem, mas eu preciso ir. – Disse Brian, interrompendo a conversa sobre seriados.

- Ah já? Por quê? – perguntou Priscila.

- Meus pais logo vão chegar e amanhã tem aula... Me desculpe. – Brian dizia educadamente.

- Tudo bem então... – Respondeu Diego, se virando para Letícia. – Acompanhe-o até a porta.

- Por que eu? – resmungou, afinal, Letícia não queria se colocar de pé mais uma vez com aquele vestido.

Diego a advertiu com o olhar.

- Desculpe, eu vou. – Letícia entendeu que não estava sendo nenhum pouco agradável.

Brian se levantou e puxou a cadeira para Letícia, a vontade da jovem era de dar risada com tamanho cavalheirismo.

- Você finge bem... – Dizia a jovem enquanto o acompanhava até a porta.

- Como assim?

- Essa sua educação, esse cavalheirismo todo... – Brian mal prestava atenção no que a jovem falava, suas pernas estavam mais atrativas do que suas palavras. – Você não parece o tipo de garoto assim...

- Ah... – Brian dizia, olhando-a sem nem ao menos disfarçar.

- QUER PARAR COM ISSO?! – Disse a jovem irritada, percebendo o modo de agir de Brian.

- Desculpe. – Brian deu um sorriso. – Gostei de jantar com você, mesmo você sendo uma chata implicante e insuportável, mas foi legal.

- Obrigada, Syn. – respondeu a jovem.

- Gostei do Syn, mas eu não gostei do bichona eletrocutada.

Letícia apenas riu.

- Eu te provo amanhã o contrário, pode ter certeza disso. – O jovem a encarou e abriu a porta.

- Como você é idiota...

- Espere para ver o idiota aqui então... - Brian se aproximou sutilmente da moça, e seus lábios se aproximavam de suas bochechas. Letícia já estava preparada para receber um beijo no rosto, quando ele se afastou. - Esqueci, você não gosta disso. - Brian deu um aperto de mão e a puxou para seu peito, para participar de um abraço masculino, combinado com um tapinha nas costas.

Letícia apenas o olhava irritada, esperando que ele entrasse no apartamento.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigadaaa pelos reviews To muito feliz que estejam gostando \o/

Mandem mais... Mandem maiis