Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 38
Sonhos de Syn Gates.




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No dia seguinte, Letícia abria os olhos fitando a lareira já apagada que só restava as cinzas. Por um momento seu coração disparou, como se aquelas cinzas levassem consigo todo aquele sonho da noite passada.

Sentou-se, desesperada, temendo que tudo havia sido um sonho, mas ao sentir os braços grande de Brian que a envolviam, estendeu um largo sorriso. Aquele sonho, era uma maravilhosa realidade.

Debruçou-se, inclinando a cabeça, olhando fixamente o rosto perfeito do rapaz que dormia tranquilamente, com um pequeno sorriso escondido entre os lábios avermelhados, como se fosse uma criança dormindo tranquilamente segura e coberta por amor.

Letícia se aproximou, tocando sutilmente seus lábios aos lábios do rapaz, e vagarosamente, ele abria os olhos, esboçando um largo sorriso infantil.

- Tem alguma coisa errada. – Dizia sonolento.

- O que? – Letícia o encarava preocupada, sentindo suas mãos soarem.

- Você não me acordou aos berros dessa vez. – Brian gargalhava.

- Ah! – Letícia ria sem graça, lhe dando um tapa. – Idiota.

- Ah, não me bate se não eu vou querer começar tudo de novo. – Dizia o rapaz, lhe dando uma piscadela.

- SYN! – Dizia Letícia, sem graça, sentindo suas bochechas corarem. – Se recomponha, rapaz!

- Ah, não dá... Você é perfeita demais pra mim... – O rapaz ainda sorria, colocando as mãos quentes no rosto da jovem, e a acariciando sutilmente.

Letícia fechava os olhos, sentindo aquele toque, percebendo o cheiro da terra molhada que atravessava por trás da porta, do vento que passava pelas frestas de madeira do pequeno chalé... Era tudo tão perfeito e tão íntimo. Era tudo tão Brian e Letícia.

Brian se aproximava lentamente, tocando seus lábios nos da jovem, beijando-a com tranqüilidade, aproximando novamente seus corpos, que ainda estavam quentes, como se a fogueira ainda estivesse acesa.

- Eu te amo, pequena. – Brian sussurrava.

- Para Syn, se não quem vai querer começar tudo de novo sou eu. – Letícia gargalhava, se afastando alguns centímetros do rapaz.

- Não é uma má idéia. – Dizia o rapaz.

- Para! – Letícia o repreendia, gargalhando.

Brian simplesmente a observava rir, com um sorriso bobo estampado nos lábios.

- Essa deveria ter sido a nossa primeira vez. – Dizia.

- Acho que as coisas deviam ser como foram... – A jovem respondia, fitando-o dentro dos olhos.

- Nossa! – Brian dizia surpreso. – A pessoa mais insegura do mundo me falando isso?

- Ah... – Letícia dava de ombros, se colocando de bruços, apoiando os cotovelos contra o chão, e fitando o rapaz com um olhar angelical. – Quando eu estou com você, tudo parece tão fácil... Ainda mais agora que estamos longe de todos os problemas...

- Com você é tão fácil como respirar. – Dizia o rapaz. – E sermos tão errados é o que nos torna únicos... Temos que errar pro nosso amor se tornar cada vez mais forte...

- Obrigada. – Dizia a jovem, se aproximando, tocando os lábios no centro da testa do rapaz. – Obrigada por ter tanta paciência comigo.

- Então tenta de verdade não me deixar viver sem você.

- Eu vou tentar. – A jovem sorria, olhando-o.

Brian ficou por alguns instantes observando a jovem, que o olhava com um sorriso meigo estampado nos lábios. Era óbvio que estava feliz... Era assim que ele a queria.

- Você está tão linda. – Dizia. – Assim com as costas nuas... Seus cabelos soltos, naturais, caindo sobre seu rosto, seus olhos tão verdes... Eu sou apaixonado por esses olhos... Esse sorriso engraçado que me deixa todo cativante... Sua pele, o formato dos seus lábios... Suas coxas...

- SYN!

O rapaz simplesmente gargalhava.

- Eu sou apaixonado por suas coxas.

- Como você é tarado! – Letícia debatia.

- Estou brincando. – o rapaz dizia, novamente sério. – Eu sou louco com você... Infelizmente ou felizmente, eu sou louco por você! – Brian se aproximava da jovem, passando as mãos levemente pelo ombro da moça, distribuindo beijos por todas suas costas, subindo para o ombro, o pescoço...

- Eu te amo Syn... Não me deixe mais cometer burradas. – Dizia a jovem, tentando escapar dos beijos constantes do rapaz.

- Eu não vou deixar. – Brian a agarrava, passando a ponta da língua em sua orelha.

- PARA SYN! – Letícia gargalhava, tentando escapar, até se desequilibrar e bater as costas contra o chão.

Letícia simplesmente começou a gargalhar.

- Você está bem? – Brian a acompanhava nas risadas.

- Estou sim... – A jovem lhe respondia, ainda rindo.

- Eu te amo...

- Ai meu Deus...

- Pode me chamar de Syn...

- NÃO IDIOTA! O HORÁRIO!

- Você não perde essa mania de gritar comigo depois que a gente...

- SYN! JÁ ERA PRA GENTE ESTAR MARCANDO PRESENÇA NO ESPAÇO PRINCIPAL! – Letícia o interrompia, apontando pro relógio.

- AI MEU DEUS!

- Pode me chamar de Letícia. – A jovem debatia, revirando os olhos.

- Engraçadinha. – O rapaz se levantava. – Isso é culpa sua, ficou aí me distraindo!

- SYN, VOCÊ PODIA PELO MENOS VESTIR UMA ROUPA ANTES DE SE LEVANTAR! – Dizia a jovem, fechando os olhos.

- Por quê? Você já viu tudo mesmo. – O rapaz gargalhava.

Letícia simplesmente sentia seu rosto corar, baixava a cabeça e começava a vestir a roupa rapidamente.

- VAMOS SYN! – Dizia a jovem, já pronta.

- CALMA! Eu não vou com o cabelo assim. – O rapaz resmungava.

- Syn, quem devia estar se preocupando com isso sou EU! Para de ser gay!

- Se você me chamar de gay mais uma vez, eu vou te agarrar, e aí você vai ver o que é gay! – O rapaz gritava do banheiro.

- Amor! É sério, nós já estamos atrasados.

- Meu cabelo está legal? – Brian sorria, fazendo uma pose, e passando a língua pelos lábios.

- Está ótimo, vamos! – Dizia a jovem, abrindo a porta do chalé.

- Ah, você nem olhou direito. – Brian fazia um bico, seguindo a jovem.

Os dois caminhavam pelo campo do local, a terra estava muito molhada e escorregadia, e apesar de estarem atrasados, não podiam correr, a menos que quisessem levar um baita tombo e se sujarem de lama.

- Ah, eu to com pressa! – Letícia resmungava.

- O James vai me matar!

- Ah meu Deus! Se eles nos virem chegar juntos, vão desconfiar!

- E daí? – O rapaz dava de ombros. – Tem mais é que saber.

Letícia simplesmente lhe esboçava um sorriso, satisfeita.

- AH, TO COM PRESSA! – A jovem tornava a resmungar, começando a correr por entre o chão lamacento.

- Letícia, não corre, se não a gente vai... CAIR! – De repente, os dois escorregavam, rolando o pequeno barranco escorregadio.

- AAAAAH! – A jovem berrava, irritada. – Olha só pra mim, parece que eu nadei num pântano! Preciso ir me trocar.

- Ah não! – Brian a encarava. – Eu sempre te aviso das coisas e você não me ouve... Agora a gente vai assim. – Dizia o rapaz, tirando a lama que estava em seus olhos.

- Mas amor... – Letícia fazia um biquinho.

- Não vem me comprar agora. – Dizia Brian pegando-a pelas mãos. – Vamos.

Letícia retirou o excesso de lama que estava por entre suas roupas e tornou a andar acompanhada por Brian.

Já que estava sujos não ligavam de correr e tropeças mais algumas vezes, até finalmente chegar no palco principal.

Estava muito mais cheio do que o outro evento, havia muito mais pessoas de estilos diferentes vagando por lá, todos pareciam muito animados e a mesa do júri já estava quase completa.

- Temos que achar os outros, vem. – Brian ajeitava sua guitarra nas costas e tornava a arrastar Letícia.

- Podia pelo menos uma torneira pra eu lavar o rosto. – Letícia resmungava.

- Depois eu que sou gay. – Brian zombava gargalhando.

- Ah, para! – Letícia dava um leve soco no braço do rapaz.

- CHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEGA VOCÊS DOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOIS! – De repente, James aparecia correndo, dando um salto ao longe, e se jogando para cima de Brian. – Vocês só brigam seus idiotas e ainda chegaram atrasados!

Brian simplesmente franzia o cenho sem entender aquela atitude desesperada do amigo.

- Do que você está falando? – Perguntava.

- Vocês só ficam aí se matando, eu quem vou matar vocês dois! – Dizia James, aos berros.

- Cara, para, você está em cima de mim, berrando e todos estão nos olhando.

- James, sai de cima do Brian. – Dizia Letícia, tentando soltá-los.

- SAI! ECA! O BRIAN TA SUJO DE LAMA! – James dava por si, se erguendo. – Vocês não tomam banho, não? Além de me matarem é claro.

- James! Ninguém aqui está se matando. – Dizia Letícia revirando os olhos.

- Não mesmo... – Brian tentava se recompuser se erguendo do chão. – É a última coisa que eu quero agora... – O rapaz fitava Letícia, lhe estendendo um sorriso.

- Como é que é? – Caio perguntava confuso.

Brian olhava para Letícia como se estivesse prestes a aprontar algo. Aproximou-se da jovem, puxando-a contra seu peito pela cintura, beijando-lhe.

- OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOH! – Diziam James, Caio e Ivan em coro.

- Syn, seu beijo está com gosto de terra. – Dizia Letícia se afastando.

- Estraga climas! – Brian resmungava se soltando da jovem.

- Ai... Vocês estão juntos? – James se aproximava, cruzando as mãos, estampando um sorriso bobo.

- AI QUE ROMANTICO! – Dizia Caio.

- FINALMENTEEEEEEEEEEEEEEEEE! – Ivan berrava.

- Gente, para. – Dizia Brian, sem graça. – Vocês estão tendo atitudes gays em publico.

- Ok. – Dizia James, se recompondo. – Vamos ao nosso camarim, lá tem um banheiro, eu tive que mentir que vocês estavam atrasados por que o Brian bebeu demais e a Letícia teve que fazer chá e logo vocês viriam...

- Obrigado. – Dizia Brian.

- Pelo menos vocês vão poder lavar essa cara... – Dizia Caio fitando os imundos.

Brian e Letícia caminhavam atrás dos amigos, enquanto todos presentes no evento os encaravam. Eles não se importavam muito com isso, estavam de mãos dadas, rindo da própria desgraça e ansiosos para tocar novamente.

Entraram em uma sala, cheia de instrumentos, contendo outras bandas.

- O banheiro está logo ali no fundo. – Dizia James.

Brian e Letícia saiam correndo para ver quem chegava primeiro ao banheiro.

- SAI SYN! PRIMEIRO A DAMAS! – Dizia Letícia tentando fechar as portas.

Brian obviamente era muito mais forte, além de muito maior, e por mais que Letícia fizesse toda a força, conseguir abrir a porta com tranqüilidade.

- Fraquinha. – O rapaz zombava à beira da pia, gargalhando da respiração ofegante da jovem depois de tanta força.

- Você que é muito bruto. – Letícia resmungava. – Vai, deixa eu usar a pia, to sentindo meu rosto ficar duro.

Brian de repente, arremessava uma boa quantidade de água na jovem.

- Ah é?! – Dizia Letícia se aproximando da pia e arremessando água no rapaz.

Os dois pareciam duas crianças felizes, empurravam um ao outro, riam, e mal conseguiam falar alguma coisa, já estavam todos ensopados, rindo da situação crítica da cada um.

- O QUE É ISSO?! – James se aproximava da porta. – DEIXA EU BRINCAR TAMBÉM!

- Ow! – Ivan se aproximava, empurrando James. – Vocês querem parar com essa macacada toda? Nós precisamos ensaiar! Vocês já chegaram atrasados e ainda ficam aí de brincadeira?

Brian rapidamente se afastava de Letícia, olhando como se não tivesse feito nada.

- Não precisa se estressar. – Letícia tentava se defender.

- É, foi ela que começou! – Brian apontava para a jovem.

- AH CLARO! – Letícia debatia, dando um chute na canela do rapaz.

- AII! Vem aqui que você vai ver só...

- EI EI EI! – Ivan gritava irritado. – Parem! Vocês parecem duas crianças, mas que saco! Eu sei que estão felizes por terem feito as pazes, mas agora já chega! A banda precisa de vocês.

Brian e Letícia se entreolharam, dando um leve sorriso, finalmente ficando quietos.

- Obrigado. – Dizia Ivan.

Todos rapidamente se organizavam perto dos instrumentos.

Não tiveram muito tempo para ensaiar, rapidamente já tinham que se preparar para a apresentação.

Era uma apresentação importante, tinham que se destacar para conseguir finalmente uma gravadora e o sonho tão obcecado de Brian seria finalmente realizado.

O rapaz estava realmente muito feliz, tinha feito as pazes com Letícia e estava diante de conseguir realizar seu sonho... O fato de estar com o cabelo bagunçado e as roupas sujas e encharcadas, não conseguiam diminuir a amplitude de seu sorriso.

Haviam passado duas vezes Gunslinger e Unholy Confessions. Agora o momento da tão importante atuação estava mais próximo, e os ‘Headshot’ pareciam ter dado conta da importância absurda que era aquele momento.

- “Headshot”... Já estão prontos para se apresentar?

Brian, Letícia, Caio, Ivan e James se entreolharam. Aquele era o momento. Mais uma vez teriam de provar que tudo o que faziam era o que realmente amavam.

E lá estavam eles, novamente, diante de um palco e uma platéia maior ainda. Letícia sentia seu coração saltar dentro de seu peito e suas mãos tremiam evidentemente enquanto segurava o microfone. Todos a olhavam curiosos, pareciam que ela e Brian haviam escapado de uma guerra.

Sem graça, com tanta atenção, esperaram o sinal de James com as baquetas, e finalmente estavam se apresentando.

Letícia cantava, tentando se concentrar ao máximo, Brian, James, Ivan, Caio... Todos estavam ali, naquela tensão prestes a explodir, precisavam se concentrar, precisavam que a música absorvesse todo aquele nervosismo e que o público entrasse naquela sincronia explosiva da guitarra, das vozes, da bateria, do baixo...

Gunslinger havia terminado, agora era a hora de explodir tudo, com Unholy Confessions. O nervosismo finalmente diminuía já que a música forte não dava espaço para isso, fizeram o máximo, cantavam ao máximo que lhes era permitido. Foram aplaudidos, e finalmente vangloriados.

- SERÁ COM CONSEGUIMOS?! – Letícia perguntava ainda trêmula logo que saíram do palco.

- Espero que sim, as bandas aqui estão em outro nível. – Dizia Brian se aproximando da jovem, lhe dando um abraço apertado.

- Agora é só esperar! – Dizia James. – Preciso beber.

- Bom, eu vou ver as outras apresentações. – Dizia Brian.

- Vou com você. – Letícia entrelaçava seus dedos nos de Brian e ambos caminhavam para o campo aberto e nublado. – Eu estava muito nervosa.

- Eu percebi...

- Sério? – Letícia se virava para o rapaz com uma feição de preocupação.

- Eu também estava, e muito... E preciso realmente de um banho. – Brian retirava a camisa.

- Syn! Coloca isso, está muito frio!

- Ah não dá. – O rapaz resmungava. – Eu nem estou sentindo frio.

Brian e Letícia, então, se sentaram à grama, um tanto distante de toda a euforia, e ficaram abraçados, assistindo.

- Com licença? – De repente ouviram uma voz feminina.

Letícia e Brian erguiam a cabeça, fitando uma jovem loira de olhos castanhos, sorrindo para eles.

- Pois não? – Dizia Brian.

- Eu me chamo Pamela, prazer. – Ela estendia a mão.

Brian e Letícia lhe estendiam a mão, cumprimentando-a.

- Eu até levantaria, mas eu estou muito sujo. – Brian comentava.

- Eu sou da gravadora “BMC”, vocês podem unir a banda de vocês no final do evento?

- Por quê?! – Perguntou Letícia, com um meio sorriso estampado nos lábios.

- Vocês vão saber. – Dizia a tal Pamela. – Bom, vou me unir aos outros jurados, me encontrem nesse mesmo local.

- Tudo bem. – Dizia Brian com um largo sorriso estampado nos lábios. – AI MEU DEUS! SERÁ QUE CONSEGUIMOS?!

- Não sei... – Dizia Letícia rindo consigo mesma.

- Apesar da nossa apresentação não ter ficado como eu gostaria, eu posso dizer que essa é a melhor viajem da minha vida. – Dizia o rapaz, se aproximando lentamente da jovem, olhando-a nos olhos. – Agora que eu tenho você de novo, nem se jogassem merda em mim eu ficaria bravo.

- Nossa, muito romântico. – Letícia ironizava, gargalhando.

Brian também começou a rir, puxando a jovem para junto de seu peito, ficaram ali por um tempo indeterminado. Afinal, quando estavam juntos, em silencio, apenas sentindo a respiração de cada um, não existia sensação de tempo, nem espaço. Eram só eles, e isso já bastava.

- ATENÇÃO! – Gritava o apresentador. – Tenho aqui em mãos, as cinco melhores bandas, que vão ser julgadas aqui na frente.

- Vamos nos aproximar. – Dizia Brian, ajudando Letícia a se erguer do chão e correndo para mais próximo do palco.

- Subam aqui, “The Anarchists”, “Diablo”, “Poisoned”, “Corrupt Silence” e “Headshot”

- SOMOS NÓS! – Berrava Brian, arrastando Letícia para o palco.

James, Caio e Ivã, também estavam com eles, tão nervosos quanto, se uniram, abraçando-se , esperando a vez dos jurados falarem.

- Brian, veste a camisa. – Letícia sussurrava.

- Ah, é mesmo. – Dizia o rapaz.

O jure já começava a bombardear as bandas com críticas e elogios, todos estavam muito nervosos e quase não se ouvia um único sussurro conforme as bandas eram julgadas.

- Headshot... Nome interessante. – Dizia um dos jurados. – Vocês estavam bastante nervosos não é?

Letícia simplesmente apertava ainda mais seus dedos contra os de Brian.

- E o que aconteceu com vocês dois? Estão todos sujos...

- É...

- Nós caímos. – Dizia Letícia interrompendo Brian.

- Entendo... Bom, as técnicas são muito boas, mas acredito que se sairiam melhores se não estivessem nervosos, e vestidos decentemente... O som de vocês é muito pesado, e por hora não é bem isso que estamos procurando... Vocês já têm certa experiência, precisamos lapidar uma nova banda.

- Precisam de um bonequinho pra controlar. – Ivan debatia, sussurrando.

- Nós, do júri decidimos ficar com...

Letícia sentia seu coração saltar, o júri não havia sido muito bom com eles. Os “Headshot’ estavam ali, abraçados, o máximo que poderiam.

- Vamos ficar com os “The Anarchists”.

Aquilo havia sido um golpe. Brian simplesmente baixou a cabeça, largando-se dos amigos, e se retirando do palco.

Os “The Anarchists”, comemoravam, cantavam, e aproveitavam-se da vitória.

- SYN! SYN! – Letícia corria atrás do rapaz, acompanhada por James, Caio e Ivan.

- Agora não... – Brian resmungava. – Eu queria tanto isso e falhei... Logo agora que meu pai e eu...

- SYN! A PAMELA! – Letícia gritava. – Ela pediu pra nos encontrar lá atrás!

- Que Pamela? – Perguntava James.

- Ela é de uma gravadora! É nossa chance! Perdemos o concurso, mas talvez ela tenha gostado da gente! Animo Syn! – Letícia lhe dava leves tapas nas costas. – Não está nada perdido!

- Vamos. – Dizia Brian tentando estabilizar a respiração.

Os “Headshots” passaram a correr. A correr literalmente atrás de um sonho.

Chegaram ao ponto mais alto do gramado, e Pamela, estava acompanhada por um rapaz alto, com barba, de óculos escuros, vestido com uma jaqueta de couro.

- Aí estão os “Headshots” – Dizia Pamela, sorridente. – Pessoal, esse é o Fernando, produtor da gravadora.

- Olá, prazer. – Diziam todos em coro, respirando fundo.

- Bom, eu queria dizer que a nossa gravadora está muito interessada em vocês. – Pamela estendia um largo sorriso. – Entendo o nervosismo de vocês, e mesmo assim achei que foram muito bem... Estejam na gravadora, semana que vem para um teste... Queremos assinar um contrato.

- SÉRIO?! – Perguntava Brian, surpreso. – Assim do nada?

- Não é do nada. – Pamela gargalhava. – Gostamos do desempenho de vocês, tirando alguns detalhes, vocês foram os finalistas! Merecem uma chance, e eu quero dar essa chance à vocês!

- NOSSA! OBRIGADO! – Dizia Brian, rindo.

- Aqui está meu cartão. – Pamela estendia o cartão para Brian. – Esperamos por vocês. – A garota simplesmente lhe dava uma piscadela, e saía, deixando o cartão com o rapaz.

- CONSEGUIMOS! – James berrava, já abrindo uma garrafa de vodka.

- Que horror James, você bota garrafas, agora?! – Perguntava Caio.

- Eu disse, minha pequena... – Brian segurava o rosto de Letícia, olhando-a nos olhos. – Essa é a melhor viajem da minha vida... Quero aproveitar isso muito mais com você...

- E por que não? – Dizia Letícia, lhe estendendo um sorriso malicioso. – Temos que tirar um atraso de mais de seis meses.

- E esse lugar me parece tão divertido...

- Pessoal! – Dizia Brian, interrompendo por um momento a confraternização.

- O que foi? – Perguntava James.

- Vocês se importariam voltar de ônibus?

- O QUE?! – Perguntavam todos em coro.

- Eu e a Letícia não vamos voltar para São Paulo tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Ae pessoal! Postando mais um capítulo. Espero que gostem, mandem reviews *-*

beeejos (: