Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 33
O jantar de desafio.




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Brian porém, nada fazia, continuou olhando as duas se espancando, sorridente, porém Letícia estava acabando com Juliana.

- ME AJUDAAAAAAAAAAAAA! – A jovem berrava, às lagrimas.

- EI! – Brian, agarrava Letícia pela cintura, separando-a de Juliana. – Você está louca? Para com isso!!

- Meu jasmim? Você está bem? – Gerard se aproximava.

- NÃO, DEIXA EU DAR SÓ MAIS UM TAPINHA NELA... – Dizia Letícia irritada, tentando se soltar de Brian.

Brian, porém ainda segurava a cintura da jovem com mais força, inconscientemente, se aproveitando da situação.

- SEGURA ELA SYN! – Juliana choramingava em um canto do banheiro. – ELA É UMA MONSTRA!

- ME SOLTA! – Letícia ainda tentava se soltar do rapaz.

- Vai parar? – Brian dizia em seus ouvidos.

- Vou, eu já estou bem. – Letícia respirava fundo, se soltando do rapaz.

- O QUE É ISSO? Homens não podem entrar no banheiro feminino! – O segurança do shopping de repente, entrou no banheiro.

- Então você devia sair. – Brian dava uma risadinha sem graça.

 

- EIIII NÃO EMPURRA! – Juliana berrava, com os cabelos armados e molhados.

- Legal, vocês duas fizeram nós sermos expulsos do shopping! – Brian resmungava.

Letícia simplesmente deu de ombros, penteou os cabelos com os dedos, ajeitou a roupa e continuou de cabeça erguida e com classe.

- Que emocionante! – Dizia Gerard. – Nunca me expulsaram de nada!

- Estamos sendo má influencia para ele. – Dizia Brian.

Letícia simplesmente deu uma ele risada, enquanto Juliana tremia, toda ensopada, sem sapato e com os cabelos bagunçados.

- Isso não vai ficar assim, Letícia! – Ameaçava.

- Ótimo, que lindo... – Dizia Brian empurrando Juliana para o banco de trás do carro. – Vou te levar para casa.

Juliana simplesmente cruzava os braços, fechando a cara e entrando no carro.

- Também ir banco de trás? – Gerard perguntava.

- CLARO NÉ?! – Dizia Brian num tom óbvio. – ENTRA AÍ!

Letícia, porém, nada disse, apenas se sentou no banco do passageiro, colocando o cinto.

- Boa menina, já aprendeu a usar o cinto sem eu mandar... – Dizia Brian, com um leve sorriso.

Letícia simplesmente virou a cara, séria.

No carro, todos ficavam em silencio, apenas Brian cantarolava suas músicas, despreocupado.

- Já está em casa, Juliana.

- Tchau! – Dizia a jovem irritada, saindo do carro e batendo a porta. – Obrigada.

- É, ela ficou brava. – Brian murmurava.

- Por que brigar? – Perguntava Gerard do banco de trás. – Você está bem meu jasmim?

- É lógico que ela está bem, Geraldão! – Dizia Brian sorridente. – Até parece que não conhece a Letícia... Ela já está acostumada com isso.

- Você conhecer muito bem ela. – Gerard resmungava.

- Mas é claro. – Dizia Brian.

- Eu conhecer melhor!

- Se conhecesse, calaria essa boca. – Brian debatia.

- Aleluia alguém percebeu. – Letícia finalmente dizia algo.

Gerard simplesmente fechava a cara, encostando-se contra o banco, mantendo silencio.

Chegando novamente ao prédio, Letícia ainda mantinha silencio, assim como Brian e Gerard.

- Fica boa. – Dizia Gerard.

- Gerard, eu estou bem.

Brian simplesmente estendeu um sorriso maldoso para Gerard.

- Eu avisei. – disse.

- Gerard, pode ir entrando, eu preciso conversar com o Syn. – dizia Letícia.

- Mas seu pai estiver lá? – Dizia Gerard.

- Meu pai não se importa em ter te dado banho! – Dizia a jovem, empurrando Gerard sutilmente para dentro do apartamento.

Brian de repente começou a gargalhar.

- COMO EU QUERIA VER ESSA CENA! – o rapaz se apoiava á parede.

Gerard simplesmente lhe fechou a cara.

- Não ter graça. – disse.

- Vai lá, Gerard.

- Por que eu devia deixar sozinha?

- Por que eu estou te pedindo! – Dizia a jovem, ficando novamente irritada.

Gerard simplesmente encarou a jovem, bravo, e entrou no apartamento.

- Vocês não combinam. – Dizia o rapaz.

- Que seja. – Letícia respirava fundo, encarando o rapaz. – Por que você fez isso?

- Trazer a Juliana?

- NÃO! – Letícia alterava a voz. – Por que você quis ir ao cinema, pagar pra todos? Eu vi nos seus olhos que você não estava bem... Por que fez isso?

Brian arregalou os olhos, desaprendendo a falar. Caminhou lentamente para trás, pensando em uma resposta rápida.

- Preciso mijar. – disse.

- PRECISA NADA! Você está fugindo... O que você queria? Me irritar?

- Bom, eu queria te irritar trazendo a Juliana pro ensaio. – Brian a encarava. – Queria que você visse com os próprios olhos que eu realmente não estava fazendo nada! Você ia ficar com aquela cara de ‘sabia que ele ia correr atrás dela’... Só queria te mostrar que você estava errada.

- Você acha que eu não acreditei em você?

- Você NÃO acreditou em mim! – Brian dizia num tom óbvio.

- Eu ACREDITEI! – Letícia garantia. – Não precisava ter feito isso para me provar NADA!

- Eu ia negar de ir ao shopping... – Brian dizia sério. – Mas você que quis aceitar... Depois eu pensei que seria uma oportunidade de passar um tempo ao seu lado.

- Mas Syn, estávamos com o Gerard e a Juliana...

- Não me importa. – Brian a olhava dentro dos olhos. – O que importava é que eu estava perto de você... Eu queria estar...

- Mas eu não gostei de te ver mal...

Brian de repente ficou em silencio, apenas olhando para a jovem, seus olhos foscos de repente ganharam um brilho triste, como se ele quisesse chorar.

- Por que você vai ficar me torturando assim? Você ficou andando com o Gerard, aceitou ir ao shopping comigo e a Juliana e mesmo assim me fala que não gostou de me ver mal?! Você não sabe a raiva que eu tenho de tudo isso, Letícia, você não sabe a raiva que eu tenho de você! E apesar de tudo, você ainda tentou me afetar.

- Eu pensei que você estava tentando fazer ciúmes...

- EU SEI O QUE VOCÊ PENSOU! – Brian de repente, berrava.

- Mas você fez isso exatamente por isso! Você sabia o que eu ia pensar, você sabia que ia me deixar mal, você sabia as atitudes que eu ia tomar... VOCÊ SABIA!

Brian simplesmente ficou encarando a jovem.

- É eu sabia... – Confessou. – Mas algo dentro de mim pensava que você tinha finalmente acreditado em mim.

- Se coloca no meu lugar...

- Não eu sei! Esquece, eu não vou fazer mais isso, está bem? Não vou mais procurar ficar perto de você a não ser para ensaiar... Eu não agüento mais, Letícia... Não consigo olhar pra ninguém, não me imagino junto de outra pessoa a não ser você... O QUE VOCÊ ESTÁ ESPERANDO PRA MANDAR ELE IR EMBORA?

- Syn...

- VOCÊ É UMA COVARDE! – Brian respirava fundo, freneticamente, tentando se conter, quando de repente, deu um muro contra a parede. – Eu preciso esquecer você!

- Eu só preciso de um tempo...

Brian, porém, nada disse. Notava-se o quanto ele estava cansado e o quanto tentava ser forte. Simplesmente virou-se de costas, entrando em seu apartamento, batendo a porta.

Letícia fechou os olhos ao som da porta se batendo, ficou por alguns instantes, parada, pensando no que devia fazer. Brian estava certo.

A jovem entrou em seu apartamento, vendo Gerard sentado no sofá, vendo televisão.

- O que você falar com ele? – Perguntou o rapaz, sem olhá-la diretamente.

- Conversar sobre a apresentação...

- Acho que não. – Gerard de repente a encarou de forma fria. – Ouvi vozes altas.

- Alteradas?

- Que seja. – Gerard resmungou.

- É que o Syn fica nervoso com essa história da apresentação.

- Quando você parar de mentir? – Gerard se ergueu do sofá, encarando a jovem. – Acha que eu não perceber jeito dele olhar? Que ele tocar em você?

- Gerard... Nós temos que conversar. – Letícia de repente, atropelava as palavras.

- Ah... – Gerard de repente abaixou a cabeça, se sentando no sofá. – Pode falar...

- Eu não posso...

De repente, alguém começou a bater á porta, freneticamente.

Letícia de repente se calou, indo até a porta, abrindo-a.

- SYN?! Que cara é essa?

Brian estava encostado na parece, com os olhos perdidos, e as mãos tremiam.

- Syn? – A jovem saía, fechando a porta. – Me desculpe pelo que eu fiz...

- Não foi você... – Disse o rapaz tranquilamente, fitando os olhos sobre a jovem. – Meu pai não quer que eu participe da batalha de bandas...

- O que? Por que não?

- Ele fala que isso não vai me trazer futuro, que eu não vou poder ganhar a vida com isso, que eu sou idiota, e eu estou de saco cheio de tudo isso... Eu não estou bem, Letícia.

A jovem o encarava, preocupada, ainda mais sabendo que estava incluída ao fato de Brian não estar bem.

Não havia nada que ela podia dizer. Simplesmente deixou seu coração tomar as atitudes.

O abraçou, colocando o rosto em seu peito e acariciando seus cabelos.

- Letícia... – Dizia o rapaz, surpreso. – O que você está fazendo?

- Desculpe Syn...

- Tudo bem... – Dizia o rapaz, retribuindo o abraço de mau jeito. – Eu não consigo pedir pra você se afastar por muito tempo.

- Eu não iria me afastar...

Brian de repente soltou a jovem.

- Não sei se realmente vamos nos apresentar, ele tirou meu carro, estamos fodidos.

- O QUE?!

- É... Eu vou lá avisar o James, vamos tentar arrumar outro jeito de ir...

- Tudo bem...

- Tem sempre alguém estragando tudo, não? – Brian simplesmente deu um leve sorriso no canto dos lábios, entrando no elevador.

Letícia simplesmente se manteve intacta em frente a porta.

Tinha tirado proveito daquele abraço que havia dado em Brian, tinha pegado seu celular.

Colocou então o celular do rapaz dentro do bolso, e entrou no apartamento.

- O que acontece? – Gerard perguntou assim que a viu entrando.

- O que? – perguntou Letícia, pensativa.

- Você conversar comigo...

- Agora não, Gerard. – dizia a jovem, indo até o quarto, quase que correndo.

Sentou em sua cama, e não pensou duas vezes. Começou a revirar o celular até encontrar aquilo que queria. Até que finalmente, encontrou.

 

- Pai, vou jantar fora. – Dizia Letícia, já produzida para sair.

- Como assim? O Gerard vai junto? – Perguntou Diego, encarando o rapaz.

- Jantar? – Gerard perguntou confuso. – Não saber nada.

- Não, eu vou sozinha... – Dizia a jovem. – Só estou avisando.

- Por que ir sozinha? Nem falar comigo hoje...

- Gerard, não insista, por favor. – Dizia a jovem. – Eu preciso resolver uma coisa, muito urgente, e eu tenho que fazer isso sozinha.

Diego e Gerard encaravam a jovem de modo confuso, mas não insistiram.

Letícia simplesmente saiu pela porta, atravessando o hall e batendo na porta de Brian.

Rapidamente alguns passos se aproximavam, e a porta se destrancou.

Laura, mãe de Brian, a abria, encarando a jovem com um sutil sorriso.

- Entre. – Dizia.

- O Syn sabe que eu vim? – perguntou.

- Não, eu não disse nada a ele, mas ele está no quarto, com aquela guitarra para variar. – Dizia Laura dando um leve riso. – Fique a vontade, pode ir lá...

- Ah, eu não sei se essa é uma boa idéia...

- Vai... Vai logo... – Laura empurrava Letícia sutilmente para o corredor.

Letícia não sabia o porquê, mas suas mãos tremiam, e suas pernas mal a obedeciam. Lentamente ela ia se aproximando do quarto de Brian, e aos poucos o som abafado de sua guitarra ia ficando mais alto. Timidamente, a jovem simplesmente bateu à porta.

- Pode entrar, mãe! – Dizia o rapaz.

Letícia simplesmente abriu a porta, e Brian estava sentado em cima da cama, com sua guitarra nas mãos.

- Mãe, o que você... Letícia? – Brian se virou para ela, confuso.

- Oi Syn... – Dizia a jovem com um leve sorriso, entrando timidamente no quarto do rapaz.

- O que você está fazendo aqui? – Perguntou intrigado.

- Vim te trazer isso... – Letícia mexia nos bolsos da calça, retirando um celular.

- NOSSA! Onde você achou? Procurei essa porra em todo o lugar e não encontrei... Devo ter deixado cair...

- Pois é... – Letícia mentia descaradamente, dando uma leve risada.

- Obrigado. – Dizia o rapaz. – É só isso?

Letícia simplesmente revirou os olhos, se sentando à beira da cama, encarando o jovem.

- Você está melhor? – Perguntou, o encarando seriamente.

Brian colocou a guitarra sobre a cama, encarando a jovem com desconfiança.

- Acho que sim, logo meu pai chega, daí vai ser um saco...

- Ele vai demorar muito?

- Por que você quer saber? – Brian franzia o cenho.

- Nada demais, curiosidade. – Letícia apenas lhe dava um meio sorriso.

Brian simplesmente ficou encarando a jovem de modo confuso, sem entender o que ela poderia estar fazendo ali. DO NADA!

De repente, Laura apareceu por entre a porta.

- Logo o jantar estará pronto. – Anunciava.

- Tudo bem... – Dizia Brian.

- Gosta de lasanha, não é Letícia?

- O que? Ela vai jantar aqui? – Brian perguntava confuso, sem saber de fato o que estava acontecendo.

- Vai sim. – Dizia a mãe do rapaz. – Quisemos te fazer uma surpresa. – Laura simplesmente deu uma risada, se retirando do quarto.

- O que mais eu não estou sabendo? – Brian resmungava.

- Você verá. – Letícia disse, apenas.

Brian apenas deu um leve sorriso, se conformando com a idéia.

- Quero só ver. – resmungou.

O silencio de repente engoliu o quarto.

Letícia ficava apenas balançando as pernas pequenas de um lado para o outro, enquanto Brian mantinha seu olhar em um ponto fixo, respirando fundo.

- E o Gerard? – Brian perguntou de repente.

- O que tem ele? – Letícia arregalou os olhos.

- Oras, você vem na casa do cara que te ama do nada, e ainda tem namorado... – O rapaz resmungava de cabeça baixa.

- Syn, para com isso... Para de ficar jogando isso na minha cara por favor...

- Oi meu amor... – Dizia Laura. – Como foi hoje?

- Foi tudo bem... – Dizia Brian, o pai.

- Meu pai chegou. – Syn resmungava, revirando os olhos. – Vontade de vomitar...

- Calma... – Dizia Letícia. – Não precisa falar assim...

Brian simplesmente fechou a cara, se erguendo da cama.

- Vamos jantar... – disse.

Letícia simplesmente se levantou da cama, seguindo o rapaz.

- Odeio comer com gente que eu não gosto. – Syn resmungou.

- Quer que eu...

- IDIOTA! Eu não to falando de você.

Letícia simplesmente arregalou os olhos, de fechou os lábios com as mãos, caminhando junto de Brian até a sala.

- Olha só, temos visita... – Brian comemorava, cumprimentando Letícia, e logo em seguida, seu filho. – Por que está com essa cara, rapaz?

Syn apenas deu um sorriso forçado, puxando uma cadeira para Letícia.

A jovem se sentava, com um pequeno sorriso nos lábios, tentando disfarçar seu nervosismo por estar ali.

Syn se mantinha de cara fechada, encarando o pai de má vontade.

Laura então, colocou a suculenta lasanha por cima da mesa para que todos se servissem.

Novamente,tudo havia ficado silencioso, exceto pelo barulho dos talheres batendo contra a porcelana dos pratos.

- Senhor Hanner? – Letícia de repente, começou a falar.

- Sim? – Perguntava o homem, ainda concentrado na comida.

- Você vai à batalha de bandas? – A jovem gaguejava por alguns instantes, e suas mãos de repente começaram a tremer.

Syn, simplesmente deu um pisão nos pés da jovem.

- AI! – Disse Letícia, assustada, não esperando por aquilo.

Brian, ergueu o pescoço, encarando Letícia e Syn.

- Até onde eu sei, não haverá mais batalha de banda alguma, pelo menos não para o Brian. – dizia o pai.

Letícia engolia seco, sem saber o que fazer.

- Acho que você devia conversar... – Dizia Laura, olhando para Letícia com um leve sorriso no canto dos lábios.

- Sabe, acho que temos muitas chances de vencer esse desafio... – Letícia tentava mais uma vez, mesmo com Syn beliscando suas coxas freneticamente. – O Syn manda muito bem na guitarra, ele definitivamente tem muito talento...

- Talento? – Brian olhava com deboche. – Isso é só uma fase, uma perda de tempo, atrasa os estudos...

- Não atrasa não! – Letícia debatia. – O Syn está sempre estudando, inclusive eu que estou tão envolvida na banda quanto ele... É só você ver as notas que ele tira... Claro, se o senhor participasse mais da vida dele, saberia...

- Pai, a Letícia bebeu...

- Não! Ele precisa saber... – Letícia interrompia Syn. – Duvido que alguém teve coragem de dizer isso à ele... Senhor, com todo o respeito, você saberia o quanto Syn tem talento se participasse mais da vida dele, se visse o como ele segura aquela guitarra com paixão... Não há necessidade de tudo isso, nós merecemos pelo menos tentar... O Syn ama o que ele faz, e ele merece uma oportunidade de mostrar isso para as outras pessoas...

Brian simplesmente respirou fundo, encarando Letícia com frieza.

- Quando uma pessoa tem um sonho... – Letícia ainda continuava a argumentar. – Vale a pena ir atrás dele, independente de qual for... E é ainda mais importante ver a sua família te apoiando... Por favor, não tire isso dele.

Syn simplesmente ficou boquiaberto. Jamais iria pensar que Letícia teria coragem de enfrentar seu pai.

- O senhor bem que podia assistir...

- Não é hora de falar sobre essas coisas... – Brian interrompia a jovem. – Estamos jantando.

- Tudo bem, se o senhor prefere ignorar um assunto que se trata do seu filho... – Letícia cutucava mais uma vez.

Brian respirou fundo irritado.

Syn ainda se mantinha boquiaberto para aquela cena.

O silencio novamente predominou a mesa, porém Laura estava com um sorriso disfarçado por entre seus lábios. Ninguém sabia o que estava acontecendo de fato.

Letícia simplesmente sentia seu coração acelerado, suas mãos soavam. Aquela era sua última tentativa. Não sabia mais o que poderia fazer para ajudar Syn.

O jantar finalmente havia terminado, Letícia ajudou Laura a tirar a mesa, e lavar a louça.

- Acha que funcionou? – Perguntou a jovem, sussurrando.

- Não sei, pode ser que sim... – Laura dizia sorridente. – Brian tem sempre algo para dizer, e você o deixou quietinho, pode ser raiva, ou ele viu que você estava certa.

- Ah, que ótimo, mais um Brian com raiva de mim...

- Meu filho não está com raiva de você. – Dizia Laura. – Mas ele ficou muito magoado sim... Mas depois disso que você fez por ele... Adorei você ter me ligado, é bom ter uma companhia feminina no jantar.

Letícia apenas dava um leve sorriso, distraída com a louça que secava.

- Espero que dê tudo certo. – Dizia Laura.

- Bom vou ir me despedir do Syn, acho melhor já ir...

- Se quiser, pode ficar... Podemos ver um filme, seu pai não vai se importar...

- Mas acho que o Syn vai. – Letícia debateu.

- Eu acho que você dois precisam se resolver logo, isso sim... O Syn mudou muito graças à você...

Letícia simplesmente sentia seu rosto esquentar. Como a mãe de Brian não poderia sentir raiva dela, depois de ter feito seu filho sofrer?

A jovem, então, saiu da cozinha, indo até a sala onde Brian e Syn, estavam vendo televisão. Era uma cena estranha, cada um estava sentando ao lado oposto do sofá, sem interagir, como se vissem à TV sozinhos.

- Já estou indo. – Dizia a jovem.

Syn se virou para a moça, erguendo do sofá.

- Eu te acompanho.

- Não tem necessidade. – dizia.

- Mas eu faço questão.

Brian também se ergueu, simplesmente se despedindo da jovem com um abraço.

Letícia então caminhou até a porta sendo seguida por Syn, quando de repente o rapaz a empurrou para fora, fechando a porta.

- O que foi isso? – perguntou.

- Eu quando te abracei de tarde, peguei seu celular, liguei pra sua mãe e ela me chamou para jantar...

- O que?! – Brian perguntava confuso. – Por que você fez isso?

- Porque não era justo, Syn. – A jovem o encarava, indignada. – Seu pai mal participa da sua vida e só sabe reclamar, eu tinha que fazer alguma coisa, mas acho que foi tudo em vão.

- Também acho. – Brian disse de repente, sério. – Mas obrigado por te tentado... Mas ao mesmo tempo eu fico com raiva, sabe?

- Raiva? Você acha que seu pai vai ficar brigando com você por causa disso?

- Não, sua besta! – Brian resmungava. – Eu nunca pensei que alguém fosse capaz de desafiar meu pai por conta disso... Nunca MESMO! E de repente, quem é a única pessoa que tem coragem de desafiá-lo? Você! – Brian se virava de costas, encostando-se a parede. – Isso só me faz te amar cada vez mais, e mais, e mais... Eu to de saco cheio de sentir isso por você... Se eu pudesse sentir ódio, eu juro que sentiria...

- Syn, não fala uma coisa dessas...

- Pare de fazer as coisas por mim. – Brian resmungava, se virando bruscamente para a jovem. – Eu preciso te esquecer pequena, já está na cara que nós nunca vamos dar certo...

- Syn, custa você me dar um tempo?!

- Quando tempo você ainda vai querer, Letícia?! Mas que merda! Eu nunca me apaixonei por ninguém e fui me apaixonar logo por você?! Obrigado, sinceramente muito obrigado... Mas eu não posso evitar...

- SYN! – Letícia de repente, sentiu seu peito explodir. Era uma explosão de um sentimento estranho. Estava naqueles olhos negros do rapaz, evidentemente, ele sofria, sofria até mais do que ela.

Letícia não pode se conter, agarrou-lhe a nuca, lhe dando um beijo nos lábios.

Brian, porém, manteve os lábios rígidos, segurando a jovem pelo braço, afastando-se dela.

- Para com isso. – resmungou. – Você só pode me odiar MUITO para fazer uma coisa dessas... Vá pra casa, Letícia.

Letícia ficou boquiaberta, não esperava aquela atitude do rapaz.

- Eu...

- AI PARA DE FALAR! – Brian dizia irritado. – Eu não to agüentando mais.

O rapaz simplesmente virou-se de costas, abrindo a porta de seu apartamento, batendo-a com força.

Ele estava com tanta raiva, era óbvio.

O coração de Letícia estava vazio, ou cheio demais de culpa que ela nem se quer podia suportar. Simplesmente ficou ali, parada, no escuro, literalmente.


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Notas finais do capítulo

Pessoal... dessa vez eu demorei pq... minhas aulas já voltaram ¬¬'

HISAHISHAIHSAIHSIA

foda neam? Mas enfim, espero que gostem do novo cap, e nao esqueçam os reviews, por favor.


beeejos