Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 28
Oportunidade.




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Os dias passaram muito rápido para a infelicidade de Brian, mas como ele mesmo havia dito, iria aproveitar ao lado de Letícia até o último segundo, até o momento em que o avião partisse.

Porém ele não foi o único a querer se despedir naquele momento no aeroporto.

- João? Bia? Mari? – Brian os estendia um sorriso, cumprimentando-os, porém logo seu sorriso se apagou. – Mateus? Juliana? – dizia com desprezo.

- Oi Syn. – Respondeu Juliana, com um sorriso, jogando os cabelos para trás.

Mateus simplesmente manteve silencio, fechando a cara.

Enquanto isso, João, Bianca e Juliana, cumprimentavam Brian normalmente.

- Letícia! – João de repente estendeu um sorriso para o além, e Letícia se aproximava junto de seus pais e Priscila.

Letícia estava com uma mochila presa nas costas, e vestida como sempre esteve, a sua marca registrada de uma simples calça jeans e uma camiseta de alguma banda, dessa vez, havia optado por ‘Sonata Arctica’. Brian olhava fixamente párea aquela cena, procurando registrá-la em sua mente, reparava em como aqueles cabelos avermelhados se moviam conforme ela andava, era como se fosse uma canção sublime entre a mistura da liberdade do vento e a paixão do fogo.

João correu para abraçá-la, segurando sua mochila.

- Preparada para ir? – Perguntava Mariana, sutilmente.

Letícia apenas fazia um leve gesto com a cabeça, confirmando a pergunta de modo desanimado.

Brian não se aproximou, apenas continuou a contemplar cada traço daquele rosto perfeitos, os lábios levemente carnudos, bem desenhados e avermelhados.

- Já está na hora de ir... – Dizia Letícia.

Brian arregalava os olhos sentindo uma forte pontada no peito. A frase literalmente o golpeava, sem piedade. Com violência, ele puxava a jovem para junto de seu peito, afagando seu rosto.

- Eu vou te esperar. – O jovem sussurrava em seus ouvidos, afastando seu rosto, e beijando-a intensamente, com desespero.

Letícia retribuía o beijo, apressada.

- Letícia! – Diego chamava a sua atenção. – O avião, filha.

- Syn, eu preciso ir... – Letícia tentava se afastar, porém Brian a abraçava ainda mais forte. – Por favor, não torne isso mais difícil do que já é...

- Nunca pensei que seria tão doloroso me despedir de você... – Brian soltava Letícia com os olhos vermelhos.

A jovem assim que o viu, abatido, pôs-se a chorar.

Mariana se aproximava de amiga, abraçando-a com força.

- Vou sentiu sua falta. – Disse.

- Também! – Letícia abraçava a amiga.

João também se uniu a aquele abraço, e logo em seguida, Bianca também foi abraçá-los.

- Gente, para de fazer isso comigo. – Letícia ainda chorava. – Eu amo vocês!

- Eu ficaria aqui plantado, te esperando... – Dizia João. – Eu sei que isso não muda nada mas... Eu te amo, muito.

- Filha, já está na hora. – Dizia Clarice, tristemente ao ver a filha naquele estado.

- Minhas manhãs serão tão tediosas sem aquele com pesado que você costuma ouvir quando acorda e eu costumava a ficar irritada... Vou sentir falta disso, a casa não será a mesma sem você... – Dizia Priscila, abraçando a irmã.

Juliana apenas encarava Letícia com um pequeno sorriso no canto dos lábios e acenando ao longe.

- Até logo. – Letícia soluçava.

João entregava a mochila da jovem para Brian, esboçando um leve sorriso no canto dos lábios do qual Brian retribuiu verdadeiramente.

Letícia, soluçando, caminhava ao lado de Brian, com a passagem em mãos, pronta para partir.

A jovem se virava para Brian, olhando-os nos olhos, retirando a mochila de suas mãos, como se o tempo havia-se paralisado.

- Moça, você precisa entrar no avião. – Dizia uma jovem.

- Eu vou te esperar! – Brian abraçava fortemente Letícia. – Não se esqueça! – Com desespero a jovem chorava, distribuindo beijos por cada traço do rosto de Brian.

- Ela precisa ir, Brian! – Mateus empurrava Brian, abraçando Letícia. – Vou sentir saudades de você, minha linda.

- SOLTA ELA SEU FILHO DA PUTA! – Brian reagia de imediato, pegando Mateus pelo pescoço, e jogando-o contra o chão.

- SYN! – Letícia exclamava assustada. – NÃO FAZ ISSO! POR FAVOR!

- CALMA SYN! – Diego corria na direção de Brian, o segurando, antes que ele avançasse para espancar Mateus.

- Vem! FRANGOTE! – Mateus o provocava.

- PAREM OS DOIS! – Dizia Diego, irritado.

Brian respirava fundo, tentando acalmar a cólera que se distribuía por toda sua corrente sanguínea. Espancar Mateus já não era o suficiente.

- Moça, o avião...

Letícia olhava mais uma vez para Brian, e então se virava de costas, caminhando apressada para o avião e ao mesmo tempo espiando por cima dos ombros.

Brian estava se cabeça baixa, enquanto Juliana o abraçava e acariciava seus cabelos. João também estava sendo consolado por Bianca, Mateus não estava mais lá, Mariana abraçava Clarice, que também era abraçada por Priscila e Diego as abraçava.

Porém a cena de Brian e Juliana foi a que se congelou em sua mente.

Rapidamente, a jovem já estava dentro do avião, procurando sua poltrona, se sentando perto da janela, colocando fones de ouvidos. Estava tocando “Dear God”. Sem perceber e de olhos fechados a jovem cantava a música como se a mesma se fundisse com seu sofrimento. Aquela música a entendia,cabia a ela, também... “I miss you again. Oh No! Once again...”

De repente, Letícia sentiu alguém a cutucando pelos ombros.

Rapidamente a jovem retirou os fones de ouvido, se deparando com um rapaz alto, forte, de cabelos escuros e espetados, tinha a pele muito branca e olhos amarelados.

- Des...culpa. – Dizia ele com um sotaque estranho e lentamente. - ... se eu atrapalar você. Posso sentar-me?

- Me sentar. – Letícia o corrigia, parecendo de imediato um tanto que grosseira. – Desculpe. – A jovem soltava uma risada sem graça, percebendo o fora e retirando sua mochila que estava em cima do assento.

- Você cantar muito boa sabia? – Dizia o jovem, sorridente. – Ser boa sentar ao sua lado.

 

No dia seguinte, Brian acordava com a cabeça pesada, rolava pela sua cama, ainda sentindo a forte presença do perfume de Letícia entre seus lençóis. A saga de ficar seis meses longe de sua amada, estava apenas começando.

Colocou então uma roupa qualquer para ir ao colégio, não tinha por que ser fútil e se arrumar, não tinha nem mesmo motivos para se arrumar, o colégio passou a ser apenas um colégio, agora.

- Filho, não vai tomar café? – Laura se aproximava de Brian.

- Desde quando você se importa com isso? – retrucou o rapaz.

Laura baixou a cabeça, se sentando á mesa.

- Eu sei que não tenho sido muito presente, mas tente ser compreensivo, eu preciso trabalhar, vida de pessoas dependem de mim e do seu pai.

- Ótimo. – Dizia ele.

- Fiquei sabendo que a filha do Diego foi para Londres... Quando ela volta?

Brian engoliu seco, encarando a mãe, se sentando ao seu lado.

- Daqui seis meses. – murmurou de cabeça baixa.

- Você gosta dela não é? – Dizia Laura com um pequeno sorriso, abraçando o filho. – Quando você menos esperar ela já estará de volta.

- Parece que está tão longe... –Brian encostava a cabeça nos ombros da mãe. – E eu sinto sua falta também... Ainda mais agora...

- Fala sério Brian! – Brian, o pai, de repente surgiu na sala, ajeitando a gravata e encarando o filho com sarcasmo. – Vai chorar por causa de mulher? Fica com outra enquanto ela não volta pra afogar as mágoas.

- Cala a boca. – Brian debatia de imediato, se erguendo. –Tchau mãe, está impossível ficar nessa casa.

- Tchau meu amor, eu tento voltar no almoço pra ficar um pouco com você.

- Eu sei que você não vai voltar. – Brian debatia, dando um beijo no rosto da meã, e saindo pela porta sem nem ao menos se despedir de seu pai.

 

- BOM DIA! – exclamava Juliana, com um largo sorriso, correndo até Brian e o abraçando.

O rapaz porém não se moveu, apenas arqueou as sobrancelhas sem entender a atitude completamente amigável de Juliana.

- Posso saber por que toda essa animação? – Brian empurrava Juliana sutilmente para que ela o soltasse.

- Por que eu não estaria animada? – Debateu Juliana.

- Tudo bem. – respondeu Brian, sem animo, lhe dando ás costas.

- Você não pretende ficar assim por seis meses, né?

- E se eu quisesse? – Brian se virava, irritado. – Te incomoda?

- Desculpa, Syn. – Juliana fazia um bico. – Eu só não quero te ver mal.

- Tudo bem. – Respondia Brian com um sorriso leve e desanimado nos lábios. – Eu quem deveria pedir desculpas por descontar em você, é que vai ser tão difícil sem ela.

- Qualquer coisa eu estou aqui... Está bem? – Juliana estendia um sorriso, acariciando levemente o rosto de Brian.

Brian hesitou rapidamente, recuando alguns passos.

- Obrigado. – Respondeu ríspido.

Juliana esboçou um sorriso sem graça, e assim que Brian lhe deu ás costas, fechou a cara, sentindo seu peito vazio. Brian estava um chato!

- JULIANA!

A jovem se virava assustada, encarando Mateus.

- O QUE FOI?!

- Levou um fora do Brian foi? – Mateus zombava.

- Cala a boca! – Juliana fitava Brian de longe, que de cabeça baixa conversava com Mariana. – Ele está assim agora pois a partida da Letícia é recente. Você sabe que eu não vou dar sossego a ele... Seis meses é muito temos, vamos ver até onde ele agüenta.

- Se você conseguir eu te dou um BEIJO! – Exclamava Mateus.

- Cuidado para não se apaixonar. – Dizia Juliana, seguido por uma piscadela.

- Cala a boca. – Retrucava Mateus. – Você SABE quem eu quero.

 

-Você acha que ela vai me esperar? – Perguntava Brian a Mariana.

- Ela disse que te esperaria? – Perguntava a moça.

- Bom... – Brian erguia a cabeça, pensativo. – Na verdade, eu quem disse que a esperaria.

- Então por que insiste tanto nisso? Quer mudar de idéia?

- NÃO! – Brian disse de imediato. – Jamais.

- Então pare de ficar pensando nisso, assim o tempo passa mais rápido, poxa. – Dizia Mariana com um leve sorriso. – E então vocês finalmente vão poder ficar juntos.

- Isso é o que eu mais quero. – Brian estendia um largo sorriso.

O primeiro mês havia passado. Para Brian tudo continuava na mesma, se distraía pouco, e se aproximou um pouco de João. Era uma aproximação estranha e tímida, mas estava muito melhor do que a situação entre Brian e Mateus.

O segundo mês fora o mais complicado, o desgaste pelo qual Brian era submetido, era doloroso demais, porém ao menos ele tinha uma ótima válvula de escape. A banda.

- Já viu quantas pessoas viram o vídeo de “Dear God”? – Perguntava James, animado.

- O que? – Perguntava Brian, distraído com um solo que estava compondo para uma nova música.

- A apresentação que fizemos no aniversário da Letícia! – Exclamava James. – Muitos estão comentando...

- Ah... – Dizia Brian sem animo.

- PORRA! – Dizia James, arrancando a guitarra das mãos de Brian. – Você não percebe? É A NOSSA CHANCE!

- Não vamos seguir adiante com a banda até a Letícia voltar... – Retrucava Brian, ainda sério.

- Mas...

- Ela é nossa vocalista, James.

- Mas enquanto ela não volta...

- NÃO! – Dizia Brian, irritado. – Eu QUERO que ela faça parte de todas as nossas vitórias, e se é pra banda crescer, que seja com a Letícia AQUI!

- Tudo bem. – Dizia James, vencido. – Mas sai dessa fossa, cara. Faz dois meses que você está assim...

- Eu sei. – Brian dizia ríspido. – Mas você não sabe como é acordar e saber que não vai vê-la aqui, que não vai ter ninguém pra você tirar do sério, pra ver sorrir, pra concordar com as suas opiniões sobre música, pra querer ver ‘Poderoso Chefão’ com você...

- Syn, ela não morreu, você vai vê-la de novo!

- É, eu sei... Não vejo a hora disso acontecer.

Mas um mês de passou, e Brian já estava se sentindo melhor, afinal havia passado metade do tempo para esperar Letícia, e ele continuava ainda a cada dia mais pensando na jovem, e seguia sozinho.

- BOM DIA! – Juliana como sempre, toda manhã cumprimentava Brian com a mesma animação e o mesmo abraço apertado.

- Bom dia... – Brian pela primeira vez retribuiu o sorriso e o abraço.

- NOSSA! – Juliana dizia perplexa. – Que milagre foi esse? – A jovem o soltava, olhando-o com um sorriso.

- Falta só a metade. – Dizia Brian, sorridente. – Já agüentei os três primeiros meses.

- Ah. – Dizia Juliana, irritada, revirando os olhos. – Pelo menos sua depressão passou um pouco.

- É. – Responde Brian com um sorriso, se virando de costas e se afastando.

Juliana irritada, fuzilava Brian que se afastava tranquilamente, quando de repente Mateus passou por ela, irritado.

- Bom dia pra você também. – ironizou a jovem.

- Não tem nada de bom... – O tempo está passando e até agora nada de você conseguir algo com o Brian.

- Como é?! – Juliana o encarava, irritada.

- Logo a Letícia volta!

- MATEUS! Eu estou tentando, seu idiota!

- Você não tem capacidade pra conquistar o Brian, essa é a verdade. – Mateus encarava Juliana com os olhos vermelhos. – Ele nunca vai deixar a Letícia pra ficar com você.

Juliana, irritada, cravava as unhas contra a palma da mão.

- Espere e verá! – Dizia a jovem irritada, andando na direção de Mateus, deixando seus rostos muito próximos. – Quando a Letícia terminou com você, eu o fiz esquecê-la muito facilmente, lembra? – Juliana colocava as mãos por trás da nuca de Mateus, colocando seus lábios muito próximos com os dele. – Foi muito fácil...

- Cala a boca! – Debatia Mateus, se afastando.

Juliana então, começou a gargalhar.

- É tão triste admitir que a Letícia te deu um fora? Ou é por que você teme que o Brian seja muito mais interessante que você? A Letícia que nunca vai deixá-lo pra ficar com você, gato.

Bruscamente, Mateus agarrava os braços de Juliana, jogando-a contra a grade.

- Agora você me irritou! – Mateus agarrava os braços de Juliana, novamente. – Fique sabendo que a Letícia é MUITO melhor que você.

- ME SOLTA! Você está obcecado por ela! – Juliana berrava, amedrontada.

- E você é uma INÚTIL!

- EI! – Brian surgia se aproximando de Juliana com passos largos. – É assim que você trata uma mulher?

- Cala a boca! – Mateus debatia. – Você não tem moral alguma para me dizer como se deve tratar uma mulher.

Brian simplesmente se aproximou, arrancando Juliana das mãos de Mateus.

- Vamos.

- Seu filho da puta! Não se meta! – Dizia Mateus.

- Quer me xingar? – Brian se virava bruscamente para Mateus, encarando aqueles olhos raivosos. – Me xinga! Quer me socar? Soca bem aqui... – Brian estendia o rosto, apontando para a própria bochecha. – Mas depois, fora do colégio, é melhor você andar com guarda costas!

Mateus, porém, nada disso, apenas encarava Brian de cara fechada.

- Ótimo... – Dizia Brian com um sorriso descarado. – Vamos Juliana.

Juliana encarava Mateus de relance, e com um sorriso maldoso abraçava Brian fortemente.

- Por que Mateus estava brigando com você?

- Eu não sei... – Juliana começou a choramingar. – Ele está mal com o fato da Letícia ter ido embora, e eu só perguntei se ele não achava que ela teria conhecido outras pessoas lá...

- Eu não acho. – Disse Brian de imediato.

- Você também não vai brigar comigo, né? Eu só dei minha opinião, afinal a Letícia é muito linda e desperta facilmente o interesse de outros homens, e ela nunca foi presa a um homem só, ela nunca gostou disso...

Brian engoliu seco, ficando alguns segundos, pensativo.

- E ele ficou bravo com você por causa disso? – Perguntava Brian afastando os pensamentos irritantes.

- É! – garantia Juliana. – Ele ficou louco! Morri de medo... – Juliana afagava o próprio rosto no peito de Brian.

- Está tudo bem agora. – Brian afastava Juliana lhe esboçando um leve sorriso.

Juliana se afastou um tanto decepcionada, porém não tirou os olhos de Brian, sentindo seu coração saltar com a loucura de querer abraçá-lo e de tê-lo ali mesmo.

- Syn..

- Oi?

- Vamos sair hoje depois da aula?

Brian abria os lábios, pronto para responder.

- Como amigos! – Juliana completava, o interrompendo. – Só queria que você se distraísse um pouco, você nunca mais saiu com ninguém desde que a Letícia se foi.

- Ah Juliana, acho melhor...

- Por favor! – A jovem insistia. – Eu também preciso me distrair, estou estudando muito para o vestibular.

Brian assentiu por alguns instantes.

- Está bem... Aonde vamos?

- Shopping? – Perguntou a jovem, insegura.

- Ta. – Brian revirava os olhos.

- Obrigada. – Juliana se virava de costas, caminhando até a sala de aula com um largo sorriso estampado nos lábios. Brian já estava melhor, era uma grande oportunidade.

As aulas finalmente chegaram ao fim e Juliana rapidamente guardava o material, se posicionando ao lado de Brian, que ainda terminava suas próprias anotações.

- Está com pressa? – Brian dizia sem nem ao menos olhar para a jovem.

- Não... – Juliana dava uma risada sem graça. – É que... Nós nunca fomos ao shopping antes...

- Ah. – Dizia Brian, ríspido, guardando rapidamente o material e colocando a mochila nas costas. – Vamos?

Juliana, sorridente, afirmou com a cabeça, caminhando alegre, e com o coração saltando e as mãos soadas. Agora Brian estava ali com ela.

Brian caminhava pelas ruas ao lado de Juliana como se estivesse sozinho. Olhava para os lados e a única coisa que quebrava aquele silencio constrangedor eram os passos estabanados de Juliana para acompanhar o rapaz.

- Estou andando muito rápido? – perguntou.

- Não. – Juliana mentia, com um pequeno sorriso, agilizando os passos. – Está tudo bem? Se você não queria ter...

- Não, tudo bem. – Brian a interrompia. – Desculpe, vou melhorar.

Juliana sorria, abraçando Brian pelas costas.

Chegando ao shopping foram diretamente ao cinema ver os filmes que estavam disponíveis.

- NOSSA! Já estreou “Os guerreiros morto-vivos”! – Brian pela primeira vez mostrava algum tipo de animação por estar ali.

- O que é isso?

- Um filme sobre ‘zumbis’, eu e a Letícia quando namorávamos queríamos muito ver esse filme... – Brian sorria, olhando para o cartaz.

Juliana sentiu uma pontada afiada e nervosa dentro do peito, que passava por todo seu corpo, teve que respirar profundamente para se conter e não dizer naquele momento tudo aquilo que sentia. O que Letícia tinha de tão especial?!

- Prefiro ver “A paixão eterna” – Debateu a jovem, irritada.

- Eu não vou ver filme de romance se não eu vou acabar dormindo! Quero ver ‘guerreiros morto-vivos’.

- Ah, por favor, Syn... – Juliana se pendurava nos braços de Brian, lhe fazendo um bico. – Vamos Ver paixão eterna, vai...

Brian revirava os olhos apesar de ter plena certeza de que estava sendo um porre.

- Está bem. – Dizia ele, por fim. – Eu vejo esse negocio meloso aí.

Juliana saltitava, indo até a bilheteria, puxando Brian pelas mãos.

O rapaz comprou ingressos apenas para si, deixando Juliana comprar o dela próprio.

Entraram na sala de cinema, escolhendo um lugar no centro da sala, não era tão longe, mas também não era tão próximo, era um bom lugar.

- Ainda acho que guerreiros morto-vivos era melhor. – Brian resmungava, lotando as mãos de pipoca com manteiga.

- Para! Filme de zumbi é tão nojento! Nada melhor do que um romance pra acalmar... EI! – Juliana de repente, estava sendo bombardeada por pipocas amanteigadas. – Que nojo! Para com isso Syn, vai deixar meu cabelo oleoso!

Brian revirava os olhos, parando de lançar pipocas.

- Como você é sem graça.

Juliana jogava uma pipoca em Brian, com um sorriso leve.

- Ah, você pode né?

- Seu cabelo não é cumprido... Está bem, é, mas mesmo assim...

Brian apenas dava uma risada que parecia um tanto forçada e rapidamente ficou sério.

As luzes se apagavam e a primeira coisa que Juliana fez, foi pousar a cabeça em seu ombro. Brian porém, nada fez, manteve os braços rígidos como se não tivesse o mínimo interesse por aquele ato de Juliana.

- Já viu o trailer desse filme? – perguntou Juliana.

- Não. – respondeu Brian naturalmente. – Sobre o que fala?

- Fala de um casal que foi assassinado na lua de mel, e daí eles reencarnam como outras pessoas e se apaixonam de novo.

- Ai, para to quase vomitando. – Brian zombava.

- É fofinho. – Dizia Juliana, passando os braços por dentro dos de Brian, sentindo-os. – Você é muito forte, sabia?

Brian arqueava as sobrancelhas, encarando Juliana.

- Obrigado, eu acho.

O filme finalmente havia começado, todos estavam em silencio e Brian olhava para a tela de cinema com desinteresse, e odiava o fato de ter Juliana ali pendurada em seu braço.

As cenas se passavam e quando Brian menos esperava, já estava dando piscadelas, até sentir alguém acariciando seus cabelos.

- Letícia? – perguntou desnorteado.

- Não bobinho, sou eu, Juliana. – Dizia a jovem um tanto irritada, porém ainda sim, beijou-lhe o centro da testa. – Acorda, o filme já acabou e você me deixou sozinha para vê-lo.

- Nossa, me desculpe. – Dizia Brian afastando Juliana. – Para com isso. – resmungou, se levantando da poltrona.

- Desculpe, só queria que você esquecesse um pouco as coisas...

- Apesar deu não ter assistido ao filme, a idéia é interessante. – dizia o rapaz. – Como se uma pessoa já estivesse pré destinada a você.

- E isso é bom? – perguntava Juliana andando ao lado do rapaz.

- Sim... – Brian sorria, olhando para o além. – Como se você olhasse para uma pessoa e ficasse completamente presa a ela.

- Você já sentiu isso? – Juliana perguntava séria.

- Já. – dizia Brian diretamente. – Você sabe muito bem disso.

- Não acho que ela corresponda... – Dizia a jovem, ríspida. – Me acompanha até em casa?

- Sim acompanho. – dizia Brian, confuso. – O que foi ein? Acha mesmo que a Letícia encontrou outra pessoa?

- Vai saber, não?

- Ah... – Brian respirava fundo, sentindo seu peito de repente vazio, e caminhava pelas ruas, silenciosamente.

- Desculpe, mas eu tenho que ser verdadeira com você, eu gosto de você, não quero que sofra.

- Talvez eu mereça, eu fiz a Letícia sofrer...

- Não, ninguém merece sofrer. – Juliana lhe dava um sorriso.

- Obrigado. – Dizia o rapaz já em frente a casa de Juliana. – Está em casa.

- Ah, para de ficar com essa cara... Quer entrar? Você me trouxe até aqui o mínimo que eu posso fazer é te oferecer uma água.

- Ah... Eu acho melhor...

- Syn, por favor! Para de ficar sofrendo assim por causa da Letícia, você precisa viver sua vida.

Brian respirou fundo, levemente irritado com aquela conversa toda. Pensava constantemente em Letícia, queria vê-la logo, aquela saudade crava em seu peito, feria profundamente como uma adaga de prata cortando sua pele e atingindo seu peito. Estava apaixonado. O que deveria fazer além de aceitar e rezar para que tudo desse certo?

- Está bem. – disse vencido. – Aceito a água então.

Juliana estendeu um sorriso, abrindo a porta e estendendo as mãos para que Brian entrasse.

- Onde estão seus pais? – perguntou Brian.

- Trabalhando... Entre e fique a vontade... – Dizia a moça caminhando até a cozinha, sendo seguida por Brian.

Juliana então se aproximou da geladeira, abrindo-a, empinando seus dotes para que ficassem bem visíveis.

Brian arregalou os olhos para a cena, sem desviar o olhar, olhava boquiaberto para a jovem, até finalmente perceber o que estava fazendo.

- Tem torta de chocolate, aceita?

- Ahn, er... Aceito. – respondeu ele, desnorteado.

Juliana retirou uma bela torta de chocolate de dentro da mesa, pegando um prato pequeno e um garfo de sobremesa, colocou-os em frente de Brian.

- Desculpe. – Dizia Juliana, derribando um pouco de torta na calça de Brian. – Deixe-me limpar. – Dizia pegando um guardanapo e acariciando as coxas do rapaz.

- Não, tudo bem. – Brian tentava afastá-la. – Pare com isso, não se preocupe.

- Não, deixe-me limpar. – Dizia Juliana, se colocando a frente do rapaz, e aproximando seu rosto com o dele.

- Juliana... – Brian afastava a cadeira, tentando pegar o guardanapo das mãos de Juliana.

- O que foi? Estou te deixando sem graça é? – Juliana se aproximava de Brian com um sorriso maldoso. – Eu sei que você sente algo por mim, nem que seja só atração física, você sabe muito bem o que eu quero com você e mesmo assim entrou aqui na minha casa sem meus pais estarem... Eu não sou idiota, Syn.

- O que?! – Brian perguntava incrédulo.

- Para de resistir... A Letícia está longe, ela não precisa ficar sabendo de nada.


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Notas finais do capítulo

Gente, to de ferias HISHIAHISAHISAHISHAISA

Mandem reviews, ok? Espero que gostem do cap.


beeejos