Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 21
O ódio e o amor.




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- O que você sabe? – Perguntou Juliana, curiosa.

- Sente e observe. – Mateus sorriu no canto dos lábios.

- Eu vou com você.

- Não, você será beneficiada apenas com os resultados, não pode ir comigo.

- Ai... Quanto mistério! – Resmungou a garota.

Mateus foi se afastando, e piscou levemente para Juliana, que ficava parada, cruzando os dedos, e rindo consigo mesma.

O rapaz saía pelos corredores em busca de Letícia, porém não a encontrou sozinha, estava abraçada com Brian e ao mesmo tempo conversando com Bianca e Mariana. As duas garotas porém, não eram problema algum, mas era Brian que ficava junto da namorada sem nem ao menos deixá-la.

Mateus acenou para Letícia de longe e Brian o fuzilou com os olhos, apertando Letícia ainda mais em seus braços.

O rapaz estendeu um falso sorriso para Brian, e se afastou assim que ouviu o sinal para a aula.

Durante as aulas, ficava ainda mais evidente que Brian e Letícia de fato namoravam, principalmente o fato de Brian acariciar os cabelos e a mão da jovem.

- Juliana. – Mateus sussurrava.

- Não disse que ia acabar com aquilo? – Juliana apontava para Brian e Letícia, com repulsa.

- Sim, mas eu preciso da sua ajuda.

- Sempre.

Mateus deu uma leve risada e continuou.

- No intervalo eu preciso que você separe o Brian da Letícia, para que eu possa falar com ela, pode ser?

- É comigo mesmo...

Novamente o sinal tocava, anunciando o intervalo.

- SYN! – berrava Juliana se aproximando da mesa do rapaz.

- Oi Ju, tudo bom? – perguntou Brian, educadamente.

- Oi Ju – disse Letícia.

Juliana literalmente fechou a cara para Letícia, se inclinando na mesa de Brian deixando em evidencia o decote que usava.

Brian franziu o cenho, olhando para Letícia, confuso.

Letícia apenas ficava olhando a cena boquiaberta.

- Me explica essa matéria? – Juliana se aproximava mais do rapaz, que rapidamente se afastou, repulsivo.

Juliana, então, começou a tagarelar sobre suas dúvidas, e Mateus surgiu pegando nas mãos de Letícia, levando-a para fora da sala.

- O que foi isso? – perguntou Letícia, se soltando. – Posso saber o que você e a Juliana estão aprontando?

- Só pedi para a Juliana distrair o Brian, para que eu possa falar a sós com você. – Dizia Mateus, com sinceridade.

- O que você quer? – perguntou Letícia, impaciente.

- Olha, eu sei que você está toda feliz com o Brian, mas sinto dizer que ele está te enganando.

- Como é? – perguntou Letícia, erguendo uma das sobrancelhas.

- O Brian e eu fizemos uma aposta, se ele conseguisse ficar com você, eu teria que pagar cinqüenta reais para ele. Pode entregar o dinheiro por mim? Já que ele conseguiu ficar com você, não? – Mateus estendia uma nota de cinqüenta reais para a jovem.

Letícia ficou paralisada, sentindo o chão desaparecer debaixo de seus pés.

- Você SABE que o Brian seria capaz disso. – Reforçou Mateus.

A jovem sentiu seu coração acelerado, de forma assustadora, ficando extremamente séria, como se tivesse perdido todos os sentidos.

- Por que está me contando isso? – A jovem sussurrava, ainda sobre choque.

- O Brian não merece você, ele estava apostando desde o começo...

- Você é um bosta! – Dizia Letícia com frieza.

Mateus arregalou os olhos, como se não esperasse por isso.

- Me dá esse dinheiro aqui! – Letícia arrancava a nota das mãos de Mateus. – Pode deixar que eu entrego para ele... E você? DESAPARECE DA MINHA FRENTE! – berrou a jovem para Mateus.

- Eu não acredito que você vai ficar brava comi...

- Relaxa, você é insignificante demais para eu me preocupar com isso.

Mateus fechou o punho, irritado, e Letícia lhe deu as costas no momento em que Brian estava saindo da sala.

- O que foi? Ouvi você gri...

- Nada. – respondeu Letícia, ríspida.

- O que ele queria com você?

- Por que está tão curioso? – Letícia lhe deu um sorriso forçado.

- Não... – Respondeu Brian. – Só para saber mesmo...

- Sei... – Dizia Letícia, ainda ríspida.

- O que foi? – Brian a segurava pelo braço, forçando-a a olhá-lo.

- Por que está tão preocupado? – A jovem o fuzilava dentro dos olhos.

- Por que está tremendo, está ríspida e seu olhar mudou de repente.

- Você me conhece tão bem, não? – ironizava Letícia.

- Sim. – respondeu Brian, sem entender a indireta. - Não se preocupe comigo, Syn. – Por mais que Letícia sorrisse, sua voz ainda transmitia frieza.

Brian deu um meio sorriso para a jovem sentindo algo estranho dentro de si, a abraçou bem forte, sentindo um vazio dentro do peito, como se em breve fosse perdê-la.

No resto do dia, Brian se mostrava mais atencioso ainda, como se estivesse com peso na consciência, fazendo com que Letícia tivesse ainda mais certeza com o que Mateus dissera.

Letícia então, resolveu entrar no jogo de Brian, agia com ele, carinhosamente, como se nada tivesse acontecido.

Na saída, Mateus encarava Letícia, incrédulo. Como eles ainda poderiam estar juntos? A jovem confiava tanto assim em Brian, a ponto de não confiar nele?

- Eles ainda estão juntos, Mateus. – Resmungava Juliana, encarando o casal.

- Eu percebi. – respondeu Mateus, ríspido.

- Por quê?

- Juliana, não enche o saco. – resmungou o rapaz. – A Letícia ficou brava comigo.

- Sério?! – Juliana arregalava os olhos, irritada.

- Sim.

- Deixa que eu resolvo isso.

Juliana então, começou a caminhar, se afastando de Mateus, indo até Brian e Letícia.

- Syn? – perguntava ela, com a voz doce.

Letícia apenas encarou Juliana, ficando com o rosto rígido, como se estivesse sem respirar.

- Oi? – respondeu Brian, educadamente.

- Você pode ir em casa amanhã me ajudar a estudar?

- Er... eu acho melhor nã...

- Vai, Syn. – dizia Letícia. – Ajuda ela... Ela não consegue fazer nada sozinha mesmo... – A jovem falava séria, encarando Juliana.

- Mas...

- Ele vai. – Letícia o interrompia, mas uma vez.

- Ótimo. – Juliana dizia, sem nem ao menos olhar para Letícia.

Brian ficou com o rosto rígido, de olhos arregalados, transmitindo o seu medo de que havia algo muito errado.

Juliana ria sem graça, com a reação de Brian, se aproximando do rapaz, dando-lhe um beijo estalado no rosto. O rapaz, porém, ficou sem reação, focalizava o nada, pensativo, até Letícia finalmente chamar sua atenção.

- Oi? – perguntou ele, ainda desnorteado.

- Você ficou tão quieto de repente... Tem algo que queira me contar?

Brian ficou alguns segundos em silencio, pensativo.

- Não. – respondeu de voz baixa.

- Claro. – resmungou Letícia, num tom de irritação.

Brian se virou para a jovem, confuso, e então Letícia lhe estendia um sorriso obviamente forçado.

- Vamos, a Priscila chegou.

- Sim... – Dizia Brian, ainda pensativo.

Letícia se aproximava do carro da irmã, abrindo a porta do passageiro.

- Não vai sentar comigo no banco de trás?

- Não. – respondeu Letícia, com um sorriso.

O rapaz abaixou a cabeça e entrou no carro sem pronunciar uma palavra, apenas cumprimentou Priscila e ficou o resto do caminho em silencio, assim como Letícia, que estava com as mãos tremulas.

- O que você vai fazer agora? – perguntou Brian, segurando Letícia pelo braço, antes que a jovem entrasse no apartamento.

- Vou almoçar. – respondia a jovem, direta.

- Le, por que você está assim?

- Assim como?

- Brava.

- E eu tenho motivos para ficar brava?

- Não... – respondia Brian de imediato.

- Vou almoçar, e depois a gente se fala, está bem?

- Tudo bem, quando terminar, bate aqui na porta.

- Pode deixar. – respondeu a jovem com um meio sorriso, dando-lhe um beijo nos lábios, e assim que afastou, piscou para o rapaz e finalmente entrou em seu apartamento.

Brian também fez o mesmo, sentindo uma ansiedade anormal correr sobre seu peito. O rapaz entrou em seu apartamento, esquentando seu almoço no microondas, esperando sozinho que os minutos entediantes que se passavam, até Letícia finalmente aparecer.

De repente a campainha tocou, e Brian abriu a porta de imediato.

- Letícia?! – perguntou Brian, encarando a jovem, que apoiava um dos braços na lateral da porta, encarando o rapaz com um sorriso malicioso. – Tudo bem?

- Sh... – dizia a jovem se aproximando do rapaz, colocando o dedo indicador em seus lábios. Rapidamente Letícia empurrava Brian para trás, fazendo a porta bater contra a parede.

- O que foi isso? – perguntou o rapaz com um sorriso malicioso, enquanto Letícia o atacava passando a ponta da língua em seu pescoço.

- É bom você aproveitar enquanto ganhou a aposta. – Letícia sussurrava em seus ouvidos. – Se me levasse para a cama o valor dobrava?

O sorriso de Brian de repente se apagou, lentamente o jovem segurava o rosto da amada, olhando-a nos olhos.

- Letícia eu poss...

- EXPLICAR?! – perguntava a jovem, batendo a porta logo atrás das suas costas.

- Le...

- Toma o seu premio. – Letícia tirava a nota de cinqüenta reais do bolso, jogando-a no rosto de Brian. – Parabéns, ganhou uma boa grana pelo menos...

- Eu não quero esse dinheiro! Eu quero você... – Brian se aproximava da jovem, pronto para abraçá-la.

- NÃO ME TOQUE! – Letícia se esquivou rapidamente. – Está feliz por ver que consegue tudo aquilo que quer?

- Letícia! EU FUI IDIOTA! Depois que você disse que me amava, eu falei pro Mateus que não iria mais apostar...

- Pra começar você nem devia ter apostado NADA! É isso que eu sou para você? Uma aposta?!

- NÃO! – Dizia Brian de imediato. – Você é o amor da minha vida.

Brian se aproximava mais uma vez, tentando abraçara jovem.

- JÁ FALEI PARA VOCÊ NÃO ME TOCAR! – Letícia disparava o punho no rosto de Brian.

Brian recebia o soco sem reagir, e ainda olhava Letícia no fundo dos olhos.

- Me perdoa... Por favor... – pedia ele com a voz falha, e de repente, uma lágrima escapou de seus olhos. – Eu fui um idiota... Mas não posso me arrepender...

- Como é?!

- Foi isso que me fez perceber que eu sou louco por você... No começo, eu não tinha a mínima noção do que eu estava sentindo, por que NUNCA, eu posso te garantir que NUNCA nenhuma garota me fez sentir o que eu sinto por você, eu não posso respirar sem você... EU TE AMO!

- CALA A BOCA! – Letícia tampava os ouvidos com as mãos. – EU NÃO ACREDITO EM VOCÊ! VOCÊ ME DÁ NOJO! VOCÊ É DECEPCIONANTE!

- Mas eu já falei que eu fui um idiota! Me perdoa! Não faz isso comigo.

- Eu estava confiando em você... – os olhos de Letícia de repente, estavam vermelhos, segurando as lágrimas. – E você acaba de me provar que a idiota aqui sou eu.

- Letícia, me perdoa... Você foi a única garota que eu amei, amo e amarei na vida! Você precisa acreditar em mim!

- Mas eu não acredito. – A jovem esboçava um sorriso rígido.

- É verdade! – Brian andava alguns passos até Letícia, e a jovem se afastava. – Para com isso... Me perdoa!

- Quando eu te perguntei da aposta no shopping... Você mentiu para mim, não foi?

- Eu estava com medo de te perder...

- Você já perdeu, Brian. – dizia a jovem, com frieza.

- Não... – Brian se aproximava bruscamente da jovem, agarrando-a pela cintura. – Eu não vou perder a única garota que eu amei...

- ME SOLTA! – ameaçava.

- Você não me ama mais? – perguntou o rapaz, segurando o rosto da jovem com firmeza, deixando seus lábios próximos.

Letícia fechava os olhos, tentando se conter e regularizando sua respiração.

- Não. – respondia ela, sentindo as facadas no peito do que acabara de dizer.

- Isso não é verdade... - Lágrimas desabavam do rosto do rapaz. De repente, os joelhos de Brian batiam contra o chão, e ele segurava com firmeza as mãos da jovem. - Eu te amo, pequena...

- Não me chame mais assim... Eu não acredito em você, e estou pouco me importando com isso...

- Eu preciso de vo...

- Tchau. – Dizia a jovem se soltando de Brian. – Você é uma perda de tempo.

De repente Brian começou a soluçar, e Letícia corria dali como se estivesse fugindo do seu próprio inferno.

Assim que a porta se fechava como um estrondo ás suas costas, as lágrimas que então ela tanto segurava, despencavam entre soluços de dor e mágoa, chorava sem trégua, como o sangue violento de seu coração, como uma criança.

Rapidamente a jovem entrava em sua casa, indo até o quarto de música, ligando o rádio, colocando para tocar “Psychosocial” do Slipknot no último volume, e então, deitou no chão, fechando os olhos, desejando que tudo acabasse ali. Não tinha sentido sem Brian.

- LETÍCIA, ABAIXA ESSE SOM! – Berrava Priscila, do outro lado da porta.

Letícia, de má vontade abaixava o volume, voltando a se deitar, rígida, morta por dentro, trocava as músicas, até que finalmente chegou em ‘Here without you’. A música soava em seus ouvidos como milhares de facadas em seu peito, e as lágrimas incansáveis, ardiam em seu rosto, seu pulmão havia trancado, como se não quisesse respirar.

A música só fazia com que a jovem se lembrasse ainda mais de Brian, enquanto tocava a música, e cantava, se lembrava das estrelas, das frases, enquanto suas lágrimas ainda persistiam em passear pelo seu rosto.

Ela não podia continuar mais ali, precisava de alguém para desabafar. Correu para fora do quarto, indo até o banheiro, lavando o rosto que estavam com os olhos inchados e vermelhos, depois vestiu a velha blusa do Iron Maiden, vestindo a touca grande que escondia bem seu rosto, e finalmente saiu do apartamento.

Do apartamento de Brian, a jovem simplesmente podia ouvir um som abafado de guitarra, que gritava e chorava em um som afinado e melancólico. Letícia não suportava mais ficar ali, entrou no elevador, como que fugindo mais uma vez do inferno que estava vivendo naquele momento.

A jovem andava pelas ruas, de cabeça baixa, lentamente, segurando as lágrimas insistentes, enquanto as pessoas lhe encaravam. Letícia ficou um bom tempo caminhando, fraca, sem expressão, até finalmente chegar onde queria estar.

Leticia se aproximava da porta lentamente, tocando a campainha.

Em alguns instantes, ouviu-se o trinco da fechadura se abrindo, rapidamente.

- Letícia?! O QUE ACONTECEU COM VOCÊ?!

- João... – A voz da jovem saía falha.

Rapidamente o rapaz puxava a amiga, contra seu peito, afagando seu rosto, e acariciando levemente seus cabelos.

- Chora... – Sussurrava ele, em seus ouvidos, abraçando-a ainda mais forte. – Entra. – dizia ele, fechando a porta.

- Cadê a sua mãe?

- Está no trabalho... – João ainda a abraçava, sentando no sofá. – Quer me contar agora? Quer uma água?

- Você tinha razão sobre o Brian. – novamente Letícia chorava.

- O que ele fez? – perguntava João, acariciando os cabelos da amiga.

Letícia então começou a contar para o amigo o que havia acontecido, seus olhos ainda continuavam molhados, e os soluços ainda não pareciam o suficiente para aliviar a sua dor.

João então, abraçou a amiga com força, beijando seus cabelos.

- O Brian foi um idiota... Ele não devia ter apostado...

A jovem deitava no colo do amigo, chorando.

- Chora... É o que você está precisando agora... – João apenas acariciava os cabelos de Letícia com delicadeza. Até que ela finalmente conseguiu se acalmar.

- João... – Dizia ela se virando para o rapaz. – Posso te falar uma coisa?

- Claro meu amor... – Dizia ele, ainda acariciando os cabelos da jovem. – Digo... Le...

- Eu queria TANTO me apaixonar por você... – A jovem se erguia do colo do amigo, fitando o rapaz dentro dos olhos. – Seria tão mais fácil.

- E eu queria TANTO não te ver sofrendo assim agora. – Respondia o rapaz acariciando levemente o rosto da jovem.

- João... – Sussurrava a jovem. – Obrigada.

- Eu já disse, sua felicidade está acima de qualquer coisa. João e Letícia ficavam se olhando em silencio, tanto Letícia como João, sentiam seus músculos se relaxarem, a jovem se colocou tão próxima do amigo, que podia sentir sua respiração e se aproximou ainda mais, fechando os olhos...


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Notas finais do capítulo

Pessoal, nao me matem. HISHIAHISAHISHAISA


espero que gostem... apesar de... ;x

Nao esqueçam os reviews.

beeejos.