Com Amor não se Brinca escrita por Bubees
- João! – gritava Letícia, correndo atrás do rapaz.
- Não Letícia, por favor. – Dizia João, girando para a amiga. – Você não tem que me explicar nada.
- Não faz assim...
- Não. – Dizia João, a interrompendo de cabeça baixa. – Seja feliz mesmo que com ele.
- Não era pra você ter descoberto assim...
- Eu sei... – A voz de João ia se diminuindo. – Eu vou ficar bem...
- Por favor, conversa comigo. – Letícia se aproximava rapaz.
- Não tem o que conversar, sua felicidade é mais importante do que a minha. – Respondia João, erguendo a cabeça, fitando a jovem nos olhos. – Sempre foi assim e sempre vai ser. – O rapaz estendia um sorriso meigo. – Sua felicidade acima de tudo.
- João... – Letícia de aproximou do amigo, abraçando-o. – Assim você acaba comigo...
- Ei! Já foi assim das outras vezes, a diferença é que agora você sabe o que eu sinto.
- Não sei se isso foi bom...
- Mas agora você está com o Brian, não é? – Dizia João com uma certa raiva na voz.
- Eu não sei se ainda posso confiar nele...
- Letícia, se ele te fizer algo, eu acabo com ele...
- Eu não vou fazer nada. – De repente a voz de Brian surgia por trás das costas de Letícia, com firmeza.
João então, o encarou com frieza.
- Eu sempre vou estar do lado dela, não se esqueça disso, Brian.
- Pode ficar. – Brian deu um sorriso descarado.
- Já vi que não vamos mais ao shopping... Não tem mais necessidade. – Disse João com um meio sorriso. – Depois nos falamos, Le, não se preocupe comigo está bem? Eu te apoio em tudo.
- Obrigada João. – Letícia lhe estendia um sorriso, o abraçando.
João piscava para a moça, se virando e caminhando entre os corredores vazios.
- Letícia, eu...
- Não começa. – resmungou a jovem.
- Mas eu não ia reclamar de nada. – Brian fazia um bico.
- Ah, desculpa.
Brian deu uma leve risada, e logo voltou a ficar sério.
- Acha mesmo que podemos dar certo sem você confiar em mim? – Disse Brian de imediato.
- Você ouviu, não foi? -
Sim, ouvi.
- Syn, me desculpe. – Disse a jovem, fitando-o tristemente. Brian lhe esboçou um sorriso descarado, se aproximando bruscamente da jovem, colocando a mão em seu bolso de trás, pegando o celular.
- EI! – Resmungou a jovem. – Invasor!
Brian soltou uma risada alta, abrindo o celular e em seguida, pegando o seu próprio.
- O que você está fazendo? – A jovem se aproximava, ficando na ponta dos pés, tentando ver o que Brian fazia.
O rapaz simplesmente erguia mais o celular no alto, deixando ambos os celulares longe do alcance de visão da jovem. Letícia saltitava tentando ver algo, porém era inútil.
- Pronto. – Brian lhe estendia o celular. – Coloquei uma musica que me faz pensar MUITO em você.
- Qual? – perguntou ela.
- Você vai descobrir, nem perca seu tempo tentando encontrar a música no celular, sério.
- Chato. – resmungou.
- Chata é você.
- Não, você. – Debatia Letícia.
Letícia começou a revirar o celular tentando encontrar a bendita música.
- Não está na pasta de músicas, tolinha... – Brian lhe piscava.
Letícia o encarou, fazendo um bico, e então guardou o celular.
- Nossa, preciso ir. – dizia a jovem. – Atrasei demais, minha mãe vai ficar louca.
- Está melhor, minha anãzinha? – Brian dava ênfase em ‘anãzinha’.
- Estou, seu...
Antes mesmo que a jovem pudesse retribuir o ‘anãzinha’, Brian agarrou-a pela cintura, beijando seus lábios, e então se afastou apenas alguns centímetros, encarando a garota atenciosamente.
- Está bem mesmo?
- SIM! – Garantia, Letícia. – Foi até melhor João descobrir, melhor ainda é ele ter me apoiado.
- O apoio dele é tão importante assim pra você?
- Demais. – Respondia Letícia com sinceridade. – Mas eu fico triste por ele.
Brian apenas ficava em silencio, observando Letícia falar.
- Agora eu preciso mesmo ir.
- Tudo bem. – Brian dava um leve sorriso, pensativo, puxando a jovem para um abraço apertado e assim que se afastou, a beijou nos lábios.
Letícia então, saiu do colégio. O carro de sua irmã era praticamente o único que estava estacionado, á sua espera. Rapidamente, Letícia correu até o carro.
- Pri, me perdoa pela demora...
- Tudo bem. – Priscila deu uma risada leve.
- Tudo bem?! – Perguntou Letícia, incrédula. – Você está bem? Não vai dizer que eu cansei sua beleza, como sempre? – A jovem colocava as mãos na testa da irmã.
- Ai Letícia, me larga! Eu estou de bom humor, só isso...
- Mas eu atrasei muito...
- Ah, dane-se. – Resmungava Priscila com um sorriso malicioso.
Chegando até sua casa, a jovem não tinha muito o que fazer além de comer e iniciar suas lições.
Assim que Letícia terminou o que tinha que fazer, o céu já havia escurecido, e as suas estrelas tão ambicionadas e ofuscantes exibiam seu brilho pela escuridão. Como todas as noites, a jovem se aproximava da janela de seu quarto, e através de seu telescópio, admirava o céu sem limites, transmitindo as imagens para o seu computador, e buscando constelações, nomes de estrelas, astros e o infinito.
Letícia estava completamente distraída com o infinito, quando de repente, começou a ouvir um som abafado de longe, denominado pelo som de uma guitarra lenta, até que a voz firme, começou a cantar. A jovem se levantou, perseguindo o som, quando finalmente conseguiu identificar partes da música: “I'm here without you baby, I think about you baby and I dream about you all the time...” . O coração de Letícia, de repente disparou, afinal, a música penetrava em seus ouvidos de forma emocionante e delicada em seus ouvidos. Ela seguia o som, até perceber que o som vinha de seu celular, que vibrava em cima da escrivaninha, com ‘Here without you” do 3 Doors Down, como um despertador, e uma mensagem escrita embaixo: “Olhe para a janela.”
As mãos da jovem tremiam e lentamente ela caminhava até a janela, olhando para as ruas, e Brian em meio delas, olhando para o alto, sorridente, segurando um violão, preso nos ombros.
- SYN?! – Letícia o olhava, pasma, sem reação.
Rapidamente, a jovem se afastou, penteando os cabelos vermelhos com a ponta dos dedos e correu para calçar um chinelo. Pensou até em trocar o shorts e a camiseta larga do Guns n’ Roses, que vestia, porém estava toa ansiosa que desceu as escadas, apenas calçando os chinelos.
- SYN?! – Perguntava ela, ofegante, chegando até Brian.
Brian, então, começou a escorregar os dedos pelas cordas. - I’m here WITH YOU baby… AND you're still on my lonely mind I think about you baby and I dream about you all the time I'm here with you baby, And tonight, there's only you and me ....yeah. – Brian cantava com um sorriso charmoso no cantos dos lábios.
- Syn? Por que isso? – perguntava a jovem, com a voz falha.
- Quer que eu te conquiste, não? – Perguntou Brian, se aproximando lentamente de Letícia, que estava ofegante.
Letícia arregalou os olhos, incrédula, engoliu seco, sentindo as borboletas caminharem pela sua barriga.
- Quer ou não? – Brian ainda insistia na pergunta.
- Vamos ver o que você tem aí. – Respondia Letícia, mordendo o lábio inferior.
Brian esboçou um sorriso satisfeito, se aproximando mais ainda de Letícia, sentindo sua respiração e percebendo a pele de seu braço levemente arrepiada, e então, o rapaz sutilmente tocava seus dedos em seu rosto, empurrando os cabelos avermelhados da jovem para trás da orelha.
- Olha... – dizia o rapaz, com um sorriso infantil, pegando a maleta do violão, retirando de dentro dela, outra caixa.
- O que é?
Brian abriu a caixa retirando dele um telescópio embalado em plástico bolha, e o tripé.
- Comprei hoje. – dizia o rapaz, empolgado. – Vai ter que me ensinar a mexer...
- Mas eu já tenho um telescópio...
- Esse é NOSSO! Para vermos nossas estrelas, e o nosso mundo através dele...
- Syn...
- Me ajuda?
- Sim. – dizia Letícia, inexpressiva, como se estivesse assustada. – Lá... Lá... no quintal. – gaguejava.
O rapaz guardou então o violão, pendurando a maleta em suas costas.
- Como descobriu onde fica a casa da minha mãe?
- Liguei para a Priscila e ela me passou o endereço...
- Mas que filha da mãe... – Ria Letícia.
Brian esboçou um sorriso estridente.
O quintal da casa da mãe de Letícia era bem grande, formado por um jardim que havia uma mesa redonda, branca e quatro cadeiras, as flores transmitiam um perfume que simplesmente deixava o clima ainda mais romântico em meio ao céu estrelado.
Letícia então, começou a montar o telescópio com a ajuda de Brian.
De vez enquando via sombras de duas cabeças espiando na janela – Clarice e Priscila -, porém a jovem não se importava, o momentos que estava vivendo naquele instante, era o mais importante.
- Pronto. – dizia a jovem.
- Posso ver? – perguntou Brian, com um sorriso infantil.
- Mas é claro que pode. – respondia Letícia, docemente.
- NOSSA! – Dizia Brian espantado. – Como é lindo!
- Maravilhoso... Eu não me canso de olhar...
Brian, então, se afastou do telescópio, tocando os lábios nos ouvidos de Letícia.
- E eu não me canso de olhar você. – Sussurrava, seguindo com um beijo sutil, na ponta de sua orelha.
Letícia se sentiu arrepiar e olhava séria para Brian, com a respiração completamente irregular, sentindo seu corpo relaxar cada terminação nervosa que nele existia, olhando a forma que Brian a olhava, intensamente.
- Sim. – dizia ela, com a voz falha.
- Sim o que? – perguntou Brian, confuso.
- Eu aceito ser a sua namorada Brian Elwin Haner Júnior!
- O QUE?! – Brian ficava boquiaberto, olhando a jovem surpreso, sorrindo de orelha a orelha.
- Eu a...
Antes mesmo que Letícia pudesse terminar a frase, Brian a agarrava pela cintura, erguendo a jovem do chão.
Letícia começou a gargalhar, pendurando seus braços em volta do pescoço do rapaz, cobrindo-o de beijos.
- Você agora não me escapa. – sussurrava o rapaz.
Ambos ficaram um bom tempo olhando juntos para o as estrelas, se beijando e se acariciando como dois jovens namorados apaixonados.
- Melhor eu ir. Já são dez horas da noite e amanhã tem aula...
- Amanhã será a prova de fogo. – bufava, Letícia.
- Vai ser tão sacrificante assim andar comigo de mãos dadas em público?
- Um pouco. – Letícia dava uma risada sem graça.
Brian apenas deu uma risada alta e a abraçou.
- Até amanhã, pequena. – Brian sussurrava em seus ouvidos.
- Até amanhã, Syn.
- BOM DIA! – dizia Letícia animada, descendo as escadas praticamente que correndo, já pronta para o café da manhã.
- Nunca vi você animada desse jeito. – Dizia Clarice, analisando a filha. – Pode largando esses chicletes aí mocinha, tem sorte de eu não ter jogado fora.
- Ta, você não vai estragar meu dia hoje, ok? – Letícia mostrava a língua para a mãe, porém, disfarçadamente abria um buraco no pacote de chicletes, furtando alguns.
- Tudo isso é por causa do bonitão, é? – Clarice colocava os braços por cima da mesa, fitando a filha com certa malicia.
- Não é não. – debatia Letícia de imediato.
Priscila então, finalmente desceu as escadas, já preparada para ir á faculdade.
- Tão lindos vocês dois... – comentava a jovem.
- Eu vi que vocês duas estavam me espiando. – dizia Letícia, cruzando os braços.
- A mãe que estava curiosa pra ver...
- E você também não, né? – Clarice se divertia.
-Vamos logo Priscila. – Letícia começava a apressar a irmã.
- Está tão ansiosa assim é? – Zombava Priscila.
- Não, é que eu tenho que tirar umas dúvidas de alguns exercícios que eu não consegui fazer...
Priscila de repente começou a gargalhar.
- Vou fingir que acredito e você finge que me engana está bem?
Letícia ria alto, já segurando suas coisas e esperando a irmã logo na porta.
- VAMOS! – resmungava.
- Deixa eu ir logo, ela nunca ficou tão animada para ir ao colégio, tenho que aproveitar. – Comentava Priscila, para a mãe.
No caminho para o colégio, Letícia se estremecia, ansiosa pelo que lhe aguardava.
Assim que chegou ao colégio, se despediu da irmã, e foi até Brian, que lhe esperava logo em frente ao portão.
- Bom Dia! – Dizia ele sorridente.
- Oi Syn. – Dizia Letícia sentindo suas bochechas esquentarem.
Brian lhe deu um beijo nos lábios, que a jovem mal retribuiu de tão nervosa que estava.
O rapaz então, entrelaçou seus dedos com os dela, e então eles finalmente entravam no colégio, pela primeira vez como namorados oficiais. Obviamente que também não deixavam de reparar nos milhares de olhares que se dirigiam surpresos a eles.
João passava por eles, olhando Letícia com um meio sorriso tristonho, e então, simplesmente acenou de longe.
- Já vai começar. – resmungava Letícia.
Juliana, é claro, também os viu, ficando indignada, passou a sentir tanta raiva de Letícia, que mal conseguia respirar, tremia de ódio, sentindo seu coração vazio.
- SAI DA MINHA FRENTE! – Berrava Juliana, tentando entrar na sua sala, empurrando Mateus.
- NOSSA GAROTA O QUE FOI? – resmungava Mateus, irritado com o empurrão.
- Por que não vai ver a sua amada Letícia de mãozinha dada com o BRIAN?!
- O QUE?! Você está zoando...
- NÃO! – Berrava Juliana. – Eu SABIA! Eles viviam andando juntos, fingindo que se odiavam... MAS SEMPRE ESTAVAM JUNTOS! Ela nem se quer me contou... EU! A AMIGA DELA! TRAIDORA!!
- Você está falando sério? – Mateus encarava Juliana, tão cheio de ódio como ela.
- LÓGICO!
Mateus de repente, disparou os punhos contra a parede, ficou alguns instantes em silencio, recompondo a respiração louca e irregular, até que de repente, como um louco, começou a gargalhar.
- Não se preocupe, gata, eu sei de uma coisa que vai fazer esse namoro terminar hoje mesmo.
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Pessoal! Espero que gostem do capítulo novo.
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hsiahisahisahisa
beeejos.