Charlie e Lola escrita por Júlia Conto, Ana C Pory


Capítulo 3
Capítulo 3 - Parte I


Notas iniciais do capítulo

~Ana
EU JURO, JURO, JURO, JURO, JURO, que dessa vez a culpa foi da Giulia. Tá, talvez eu tenha esquecido durante uns dois meses de postar, mas sobre isso de escrever foi dela, viu? Taquem pedra nela. E antes tarde do que nunca... #sóseiculparosoutros
Mas, anyway, tirando esse grande atraso, vamos às novidades o/
Esse capítulo ficará dividido em dois, e ainda assim ficou grande. Por outro lado, isso é ótimo, porque podemos programar o próximo capítulo (parte 2) e não ficar enrolando pra postar pra vocês.
Próximo capítulo, sexta-feira que vem, 21/08 :*



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Charlie

Soltei uma gargalhada enquanto abria o zíper da mala. Sarah batia nela desesperadamente, e de tão entupida de roupas que ela estava quase não conseguia abrir. Quando o fecho finalmente cedeu, voou roupa para todos os lados, e uma foi direto no meu rosto.

Eu estava rindo e provavelmente com uma careta muito engraçada quando Sarah tirou a camiseta vermelha do meu rosto. Ela se jogou na cama, apertando a barriga de tanto rir. Me joguei do lado, rindo ainda mais.

— Como você consegue enfiar tanta coisa numa mala, Sarah? — disse, rolando pela cama.

— Também não sei — ela sorriu, mas amarelou ao pronunciar a próxima fase. — Mudar de país é meio difícil, Charlie — e tocou meu nariz.

— Eu que o diga! — falei, e nós dois nos sentamos ao lado da mala. As roupas estavam prensadas e amarrotadas, alguns vestidos no chão e uma camiseta social minha estava, não sei como, pendurada no ventilador. — Isso deveria ser contra as leis da Física, sério.

— Talvez seja — Sarah sugeriu, sorrindo e começando a tirar as coisas de dentro da mala.

Me pus ao seu lado e tirei o que parecia ser uma calça. Só parecia mesmo, porque estava tão dobrada que era mais um estojo que qualquer coisa. Ainda sorríamos quando meu braço atingiu uma coisa dura, e eu soube que não era o fundo da mala, que era grande. De repente, puxei, e saiu um livro de lá.

— Ué, cabe alguma coisa aqui além de roupa? — zombei, e ela jogou um sutiã na minha direção. Peguei ele no ar e joguei para os travesseiros. — Tá bom, tá bom, se quer dar uma de jogadora saiba que a seleção inglesa de futebol é ótima, minha querida.

— Vai sonhando — Sarah retrucou, e tirou mais algumas coisas que com certeza não eram roupa de dentro da mala. Alguns outros livros, um fone de ouvido por volta de um plástico e um pedaço de pano surrado que ela jurou que não sabia porque estava lá. Mas eu vi que enfiou ele debaixo do travesseiro. Ela ainda dorme com o cobertorzinho.

Virei-me para pegar duas camisetas minhas que estavam no chão e Sarah já tinha feito metade do trabalho. Me surpreendi com sua rapidez, mas ela apenas revirou os olhos e disse que eu era lerdo, e beijei sua bochecha estalado. Escutando seu riso, fui até a antiga cama de Lola recolher algumas coisas, e lá estava um álbum de foto. Deixei-o cair no chão sem querer, recolhi enquanto praguejava e algumas fotos se soltaram.

Peguei uma foto que havia caído um pouco mais longe, e nela vi uma garotinha no colo do pai. Presumi que a mulher ao lado fosse a mãe, que segurava a mão dela, come se tivesse medo que o homem por algum descuido a deixasse cair. Eles sorriam bobos para ela, que mostrava a língua. Devia ter uns cinco anos. Ela era a mistura dos dois: os olhos eram tão verdes quanto os do pai, e o cabelo tinha cachos pequenos castanhos, como o da mãe.

Era uma foto linda. Recolhi as outras e a deixei numa mão separada, mostrando-a para Sarah.

— São seus pais? Você nunca me contou direito deles — falei, e ela se virou alarmada para mim. Tentou parecer relaxada, mas desviou o assunto.

— São, sim. Não achei que tivesse importância. Aliás, sua camisa está faltando um botão — ela disse, franzindo o cenho quando tentou ajeitar os botões de uma camisa social minha.

— Ora, são meus sogros. Vamos lá, Sarah. Por favor — supliquei, fazendo a minha melhor cara de cachorro abandonado no fim da rua.

— Charlie, se choro adiantasse, defunto já tinha ressuscitado. Esses aí, então, estariam vivíssimos — Sarah retruca, pegando a foto da minha mãe, colocando-a no álbum e ajeitando tudo, para depois colocar debaixo da cama. — Pronto, resolvido. Vamos continuar?

Me senti meio mal pela pergunta, é claro. Mas eu achava que depois de tanto tempo juntos, ela me contaria alguma coisa. Pelo jeito, era algo muito pessoal mesmo... algo que se escondia do próprio namorado. Os pais dela morreram. Senti um pedaço do meu coração saindo e se perdendo num universo imaginário, como Lola costumava imaginar que era para onde iria quando se perdesse.

— Sarah... Desculpa, amor. Não foi minha intenção. É que você realmente nunca citou eles nem nada. Morreram há quanto tempo? — inquiri. Com certeza poderiam nomear-me de insensível. Se uma sensação estranha já se apoderava de mim nem os conhecendo, imagina o coração da garotinha da foto.

Destroçado.

— O tempo suficiente para eu superar. Passou, já foi.

Um silêncio constrangedor tomou conta do local, e nosso trabalho com as roupas avançou mais do que nunca. Mal nos tocávamos; eu possivelmente também tentaria me distanciar depois do jeito que agi. Caramba, Charlie. Como você é otário.

— Ei! — Sarah exclamou, como se nada tivesse acontecido. — Essa era Lola? — ela se debruçou na cama, caiu, se arrastou e conseguiu chegar até o final, onde um ano antes de ir embora eu havia pendurado um mural de fotos.

— Aquela dos cabelos loiros cheios? Sim. Ela estava se fantasiando de Sol — confirmei, sorrindo. — Aquele lá foi o desenho dela um dia que estava me atrasando o tempo inteiro para ir para a escola — apontei para um — e este de um dia quando ela queria atrasar a hora de dormir. Encheu a folha com animais e disse que precisava alimentar todos eles com biscoitos antes de dormir. — Vi o sorriso de Sarah, e então acrescentei: — Cara, eu amava aqueles biscoitos. Muito bons.

— Por que não tentamos fazer alguns? — ela murmurou, depois repetindo em voz alta e sorrindo. — É, seria ótimo — e então pegou a última calça minha, dobrou-a rapidamente. — Terminamos e estou com fome. Vamos fazer biscoitos! — sentenciou ela, me puxando porta afora.

Lola

Acordei naquela quinta-feira com meu celular berrando uma música da Hayley Williams, chamada Ignorance. Vi a foto de uma mulher loira com olhos azuis turquesa e uma garotinha muito parecida com ela, só que com olhos castanhos, ao seu lado. Essa foto era antiga. Minha favorita, eu confesso. No identificador estava escrito “Magda Sonner/ Super mãe”.

Ao atender, ainda sonolenta, ouvi a voz firme de minha mãe, seguida por gritos de crianças no fundo. Ela é professora de uma escolinha local. Sempre incentivou minha imaginação. E meu desejo de ajudar as pessoas, apesar de tudo.

— Lola Faith Sonner, você estava dormindo até agora? — berrou mamãe para que eu conseguisse a escutar. Além de tudo, tinha me chamado por meu nome completo. Ou seja: posso estar encrencada por ela ter descoberto uma foto de Sarah em um dos desfiles coberta por dardos atrás da minha porta.

— São oito horas. Hoje não tem aula, esqueceu? É dia de aspirantes a novos alunos irem conhecer o campus — falei, dando um suspiro ao lembrar de Oxford, e de tudo. Minha vida de criança estava acabando. E isso era estranhamente ruim.

Durante toda minha vida quis ser mais velha e fazer as coisas por mim, e hoje, tudo que quero é me jogar no sofá e ver desenho, como eu fazia com três anos. A vida é irônica.

— Ah, é. E a faculdade? As cartas de admissão para a faculdade do Canadá serão enviadas na segunda. Ansiosa? — perguntou, e pude sentir a tensão em sua voz estridente. Eu queria dizer que de qualquer jeito eu iria para uma faculdade e que não tinha razão para isso, mas a verdade é que eu tinha medo de só ter Oxford com uma opção.

Eu tinha tirado uma boa nota e mamãe precisaria pagar só 50% do valor real, o que ainda era um absurdo de caro. Mas ela e meu pai haviam guardado dinheiro a vida inteira para aquilo.

— Oh, você nem tem ideia — menti, preocupada que ela perceba, mas por sorte parece estar tão ocupada no trabalho que nem notou. Suspirei aliviada. — Por que a ilustre ligação?

— Uma mãe não pode ligar para dizer que ama a filha? — indagou ela, e nós rimos juntas. — Sabe aquela sua prima? Aquela com nome de número?

— Seven? — perguntei, deitada na cama, empurrando a parede com os pés, enrolada em um edredom cor-de-rosa com estampa de raposa. Foxie estava largada no canto da cama.

— Essa mesmo. O pai dela deu uma mega festa quando ela fez dezoito anos! Com fantasias, cobertura da MTV e máscaras. O que me fez pensar: por que minha filha não vai ter isso?

— Porque a sua filha não chama Seven, e não é rica, e além de tudo, não tem dinheiro para essa coisa toda? — perguntei, ironicamente, vendo outra chamada de Soren começar a fazer meu telefone apitar. Apertei o botão ignorar.

— Aí que está, meu amorzinho! Se você for realmente para a Universidade do Canadá, vai sobrar muito do dinheiro que nós temos guardado — falou mamãe, ansiosa pelo meu padecer. Eu simplesmente sentei direito na cama, respirando devagar. — Então, por que não fazer uma festa de princesa para a nossa princesinha? Você nem fez festa de 16 anos mesmo, amor!

— Ah, não sei. Meu plano para meu aniversário era só comer umas pizzas, chamar o Marten, o Soren, e... Eu queria o colar que era da minha vó. Ela deu para você quando você fez dezoito, e o certo seria o passar para mim, não? — perguntei. Era verdade. Aquele tal colar era algo com que eu vinha sonhando há anos. O pingente eram três pérolas juntinhas, uma com a outra, e era super simples. Ao mesmo tempo tinha um significado enorme.

— Lola Faith Sonner, quantas vezes eu preciso te explicar que aquele colar sumiu? - falou minha mãe, falando meu nome inteiro mais uma vez. Segunda vez hoje. Uau, novo recorde. — Ele ficou perdido quando viajamos para a Flórida a três anos. Não tenho como achar em um passe de mágica. Não tenho nem como o encontrar, na verdade — mamãe finalizou, se irritando um pouco.

— Eu sei. Eu sei. Era só um comentário amargurado sobre o fato de você ter perdido uma joia da família, qual eu poderia muito bem passar para minha filha, e ela para a filha dela, e assim por diante — falei, me debruçando no pequeno cômodo, repleta de desenhos.

Desenhar é uma paixão antiga minha. Há quem diga que eu sou quase tão boa quanto Charlie, mas não é algo que eu vá querer como profissão.

Eu faço pelo simples motivo: é algo que eu gosto.

Principalmente animais. Tigres, onças, raposas. Oh, amo muito desenhar raposas. Peixes, ursos... Qualquer animal que eu já tenha visto, nem que seja em fotos.

— Lola, pare com isso. Já sei o que você está tentando fazer! Está desviando ao assunto do foco principal! — berrou mamãe, mais alto do que deveria, e eu tive que afastar o celular da orelha. — Digamos que eu já agendei o buffet, e a decoração da sua festa. Você simplesmente precisa estar lá, e tudo será perfeito! — indagou mamãe, como se estivesse falando com uma garota de cinco anos.

— Você está planejando minha festa as escondidas com minhas economias para a faculdade à quanto tempo? – perguntei, irritada. Eu sempre quis uma festa de princesa. Eu sempre fui daquelas garotas que sonham em fazer 16, se vestirem igual a Cinderela. Mas no momento, é algo inalcançável. O custo de uma festa dessas é altíssimo!

— Unh...Uns cinco meses.

— Meu Deus, mãe... cinco meses! Como conseguiu esconder isso de mim? Não consigo acreditar! — disse eu, deslizando as mãos sobre o rosto.

— Olha, hoje você vai comprar um vestido. Bem bufante e bonito! Que chame atenção! — falou mamãe, me deixando embasbacada com a rapidez que aquela conversa avançava. — E mande a conta para o escritório de seu pai!

— Não acho que seja uma boa idei... — mas ela me interrompeu. — Já agendei uma visita naquela loja no shopping às 11h. Agora anda. Tem uns brownies na geladeira, e um pouco de leite rosa. Amo você — e desligou.

Acho que não sei o que senti naquele momento. Fiquei embasbacada, nervosa, chocada, e até feliz.

Mesmo assim, o dinheiro seria um problema. Desci e comi meu café da manhã apressadamente, enquanto pensava sobre o que tinha conversado.

Mas quer saber? Eu vou para a Universidade do Canadá mesmo. Não vai ter problema. Senti meu celular vibrar novamente, mas não era Soren.

— Lolinha do meu coração! — exclamou Marten ao eu atender. — Sua mãe me convocou a te levar no shopping hoje. Que história é essa, garota?

— Bem longa — bufei, tentando dar um jeito nos cachos volumosos de meu cabelo, com o telefone apoiado no ombro. — Vem me buscar? Juro que te conto no caminho. – perguntei.

— Ah, já estou aqui em baixo. Vê se não demora para descer — falou Marten, me fazendo rir.

— Como sabia que eu ia aceitar ir as comprar com você, bobinho? — perguntei, passando um batom cor de rosa, e endireitando meu vestido florido no corpo.

— Hello! Você é Lola Sonner e eu sou Harper Lowe. Nunca perdemos uma oportunidade de ir às compras. Hoje não ia ser diferente! Agora desce, antes que o cara do carro de trás venha me dar uma prensa. O que, convenhamos, não seria nada mal — disse, rindo e desligando.

Vesti minha capa de chuva cor de rosa, e desci as escadas do prédio.

— Se você não andar mais rápido, Marten, teremos sérios problemas! — disse. Sem brincadeira, o carro de Marten estava quase parando. É nessas horas que eu daria tudo para ter um carro.

— Não sou eu, Lolinha! — falou Marten, acelerando o máximo que podia, mas seu carro continuava andando devagar. Eu bufei, olhando a chuva lá fora. — Vou parar ver o que é.

— NEM OUSE, HARPER MATHEWS LOWE — berrei para ele, com um tom autoritário, o encarando feio. A chuva estava muito forte para isso. — Está chovendo.

— Lola, se eu não descer, vamos parar o trânsito mais ainda! — falou Marten, e eu peguei meu celular na bolsa — Vai ligar para o guincho?

— Não! Melhor! — exclamei, digitando os números, e vendo a foto de um garoto de cabelos castanhos, e olhos tímidos de mais ou menos uns quatro anos. — Soren! Ele tem um carro, e... pode te ajudar a colocar no acostamento, porque duvido que você tenha força suficiente, e se tivesse, vontade de usar.

— Aonde vamos, então? — falou Soren, animado. Seus olhos encontraram os meus pelo retrovisor, mas por algum motivo ele desviou o olhar. Levou as mãos ao volante, logo após ligar o carro.

— Shopping — falei, esticando as pernas no banco traseiro. Marten, ao ver minha ação, se virou para frente e ficou em silêncio por um segundo. — Preciso comprar um vestido para meu aniversário... Minha mãe mudou os planos para minha festa.

— Mudou os planos? O que pode ser melhor que ir no cinema com a minha pessoa e depois comer pizza? — brincou Soren, com os olhos fixos no caminho. Ambos demos risadinhas.

Mas antes de o carro começar a andar, Marten falou:

— LOLINHA DO CÉU, PODE TROCAR DE LUGAR COMIGO? É QUE EU TENHO UM PAVOR IRREPARÁVEL E HORROROSO DE BANCOS DA FRENTE! — berrou ele, se segurando na porta.

— Mas ué... Você não estava dirigindo? — perguntou Soren, com um sorriso brincalhão, como se esperasse Marten dizer “foi uma pegadinha”.

Então Marten olhou para mim, e deu uma piscadinha. E me lembrei de sua promessa.

— Ahhhh, mas é que o Marten, angh, tem tanto apresso por dirigir, que por algum motivo, consegue deixar isso de lado – menti descaradamente.

— Mas eu já te vi no banco da frente no carro do Marv umas mil vezes! — disse Soren, ainda sem acreditar. Meus olhos encontraram os de Marten, e eu mordi o lábio, formulando uma mentira melhor.

— É COMPLETAMENTE DIFERENTE. EU SÓ CONSIGO SENTAR NO BANCO DA FRENTE QUANDO A PESSOA QUE DIRIGE PARECE COMIGO, ASSIM EU FINJO QUE SOU EU DIRIGINDO E CONSIGO ME CONTROLAR! — falou Marten, e eu segurei a risada por um segundo, tentando manter a cara séria. Ele era o melhor ator de todos!

— De onde surgiu esse medo? – Soren também estava a ponto de rir, mas sei que ele só riria se fosse piada. Ele não é do tipo que ri de você por causa das suas dificuldades.

— Marten diz que tem medo de... unh...unh... que o motorista pare para comprar frozen iogurt em um local que é proibido estacionar, e peça para ele ficar esperando no carro, e então um caminhão bata no carro e arranque a parte da frente. — Gente, vou ganhar um Oscar. Eu com certeza podia ter inventado algo melhor! Mas isso que acontece quando estou nervosa, não raciocino direito.

— Oh... Juro que não vou parar para comprar frozen iogurt, Marten — falou Soren, batucando os dedos no volante.

— Meu tio Bob morreu assim! E essa história toda me ensinou a não confiar nos motoristas! Exijo que a Lola troque de lugar comigo! — falou Marten, e eu ri, um pouquinho, quando a minha vontade era gargalhar tudo que eu deixei de rir na minha vida inteira.

— Anh, por mim tudo bem! — falei, pegando minha bolsa no chão, pronta para trocar de lugar.

— Claro, não tem problema — disse Soren, e após trocarmos de lugar, ele deu partida.

— QUER SABER? E SE A PARTE DE TRÁS FOR ARRANCADA PELO CAMINHÃO? É MELHOR EU NEM IR! — falou Marten, descendo do carro na hora, sem que eu conseguisse o puxar de volta a tempo — SOREN, SEJA O CAVALHEIRO QUE SUA MÃE (OU A MÃE DA LOLA) TE CRIOU PARA SER, E A AJUDE COM O VESTIDO!


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