Para meus amigos, meu coração escrita por Taichan


Capítulo 1
Preparações


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas da história, please.
A história vai ser curta, mas esse primeiro capítulo saiu um tanto grande, apesar de ser apenas as preparações e a vinda dos convidados, então o cortei. Boa leitura!



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Annabeth acordou subitamente. Era 24 de Dezembro, véspera de Natal.

O dia que ela aguardou por uma semana inteira. Hoje ela passaria o Natal na casa de seu namorado. Não era a primeira vez, é claro, mas desta vez ela não passaria com os tios e parentes de Percy. Ela passaria com os amigos, aqueles que ela não via há tempos.

Após trocar o pijama por um casaco e uma calça um tanto desbotada e rasgada, ela mergulhou no espelho para arrumar o cabelo. Eles sempre acordavam rebeldes, mas não era agora que demoraria tanto tempo para arrumá-lo. Puxou-os para trás e os amarrou. Lá fora, através da janela, uma imensidão de branco cobria casas e ruas. A neve caía fraca, mas talvez mais tarde aumentaria. Annabeth desejou que não, pois esperava que todos seus amigos pudessem ir à casa de Sally. Onde, naquele momento, ela estava.

Desceu as escadas do segundo andar. A casa era grande e confortável. Parou na sala, que possuía uma mesa de centro entre dois sofás e uma televisão no canto da parede, perto da janela. A casa era pintada de branco e o chão, de madeira polida. Enfeites de natal estavam espalhados por todos os lado da casa — Sally gostava de enfeites — e, em um canto da parede, perto da TV, estava a árvore de Natal, junto à lareira, com a estrela na ponta.

A cozinha ficava logo a frente, e lá estava Sally Jackson, de frente a pia e de costas para Annabeth. Pregar uma peça, dando um susto na sogra? Nem pensar. Não era seu estilo, apesar que aquilo era tentador. Fora ela que permitiu que Annabeth dormisse em sua casa por uma semana quando seu pai hesitou na decisão, apesar que olhou para seu filho e a nora maliciosamente. Annabeth corou e atravessou a passagem em forma de arco que dava à cozinha.

— Quer ajuda? — perguntou Annabeth.

Sally a olhou, sorridente, os olhos azuis gentis a cumprimentando. Os cabelos castanhos e encaracolados dela também estavam presos, para evitar que atrapalhassem nas preparações.

— Claro — ela disse, entregando alguns legumes para ela cortar e fazer maionese. — Percy saiu com Paul para comprar algumas coisas para a ceia. Logo chegarão.

Não demorou muito para eles entrarem empurrando a porta e tropeçando no tapete. Sally olhou para eles, aflita, pois a neve que caía lá fora os havia cobrido e agora deixavam cair no chão. Paul se sacudiu e mais neve caiu, já derretendo. Percy estava atrapalhado com o cabide de chapéus e casacos ao lado da porta, e Annabeth quase saiu do fogão, onde jogava os legumes em uma panela com água borbulhante, para ajudá-lo. Ele conseguiu sair sozinho e botou as sacolas na mesa, repetindo a mesma ação do padrasto. Sally, com sua gentileza, o disse:

— Quem vai limpar?

Eles olharam para baixo e viram no que haviam se metido. Se entreolharam, discutindo mentalmente para saírem daquela situação:

— Trouxemos o que pediu e precisamos nos trocar se não quiser que fiquemos doentes — respondeu Paul.


Não funcionou. Eles acabaram trocando de roupa e, quando voltaram, a neve já havia derretido e água estava parada ali como se dissesse "passe e escorregue", e foram obrigados a limpar. No final da tarde, a ceia estava pronta. Percy e Paul já estavam prontos quando Sally e Annabeth foram se arrumar. No final das contas, Annabeth não teve que lutar contra seus cabelos, pois quando molhado, seu encaracolado ficava pacífico e era mais fácil para arrumá-lo. Jogou-os por cima do ombro e passou uma sombra branca para combinar com o vestido de renda — apesar de não costumar usar maquiagem. O vestido tinha uma manga grande para evitar o frio, apesar que ia até os joelhos. Saiu do quarto e se encontrou com Sally no corredor. Ela estava divina. O vestido era longo, escondendo os pés, branco e com flores vermelhas. Apesar de tudo, estava com o cabelo amarrado e um batom vermelho. Quando viu Annabeth a olhando, perguntou:

— Como estou?

Divina — respondeu Annabeth. Sally a agradeceu com um sorriso e caminharam pelo corredor até às escadas. Paul e Percy conversavam na sala, de pé, tomando um líquido branco. O sogro usava um terno preto; terno não parecia muito o estilo de Percy, então tirou o casaco preto e apenas deixou a camisa social, ainda enfiada sob as calças. Cheirou o champanhe e franziu o nariz, então, enfiou a mão no bolso da calça e jogou um pó azul no copo. Mexendo-o, o líquido branco e borbulhante tornou-se o mar.

Eles viraram-se para ver elas descendo. Sally caminhou até Paul e ele segurou suas mãos, deixando o champanhe de lado. Percy ficou boquiaberto olhando para a namorada, que teve que aproximar-se e o beijar para poder fechá-la:

— Como estou? — ela perguntou.

Ele mexeu o maxilar, procurando uma resposta que a agradasse, como se algo que ele dissesse iria ofendê-la. Mas não precisou pensar muito, porque alguém bateu na porta da sala. Sally a abriu, e o primeiro convidado apareceu: Jason Grace e Piper McLean. A amiga estava com uma jaqueta preta que Annabeth deduziu ser de Jason, apesar dele estar com um casaco branco. Ela tirou a jaqueta e o colocou no cabide. Agora estava com uma regata rosa sobre uma camisa de manga longa preta. Não estava com maquiagem, mas tinha sobre os cabelos castanhos uma toca, que também tirou para evitar sujar a casa. Após cumprimentar Paul e Sally, correu para abraçar Annabeth, ignorando Percy, que mexeu-se, desconfortável. Piper cheirava a doce flores.

Quando se afastou, ergueu a sacola com um presente para ela. Annabeth sentou-se no sofá ao lado da amiga e tirou o papel presente com cuidado. Um livro. Mas não era um simples livro. Era de arquitetura. Aquele que ela sempre quis.

— Oh, Piper, muito obrigada! — A abraçou. — Eu também tenho um presente para você.

Quando desceu do segundo andar, Sally e Paul estavam na cozinha e Percy já estava conversando no outro sofá com Jason. Esticou os braços para Piper e ela pegou a sacola. Não teve tanto cuidado quanto Annabeth para abri-lo, mas, ainda assim, não o rasgou. A blusa regata era preta com triângulos, círculos e linhas brancas, e os buracos do braços caiam pouco acima da cintura.

— Annabeth! — ela murmurou. — Quanta gentileza!

— E o meu? — perguntou Percy, indignado.

Annabeth trocou um olhar de aviso para Percy. Ele abaixou a cabeça, desapontado. Entre Jason e Percy ficou desconfortável, já que, para início de conversa, eles não haviam comprado presentes um para o outro, como grandes amigos.

A campainha tocou. Sally estugou os passos e abriu a porta. Um garoto pálido e um pouco mais alto que Sally entrou, os cabelos negros com fiascos de neve sobre. Os olhos castanhos estavam fundos e sombrios, as roupas, completamente pretas. Estremeceu quando Sally fechou a porta ao pedir para ele entrar. A olhou:

— Aqui está quente.

Ela não mudou a expressão gentil. Parecia conhecer muito bem os amigos de Percy.

— Sim, sim. Entre. Fiquei à vontade — ela caminhou para a cozinha.

Nico bateu a bota no tapete para tirar a neve e enganchou o casaco de aviador no cabide. Percy virou-se para trás e o chamou:

— Nico!

Nico deu o mínimo de um sorriso e caminhou até o sofá. Olhou em volta pela casa, o teto, paredes. Parecia ser a primeira vez em ver uma casa assim.

Apertou a mão de Jason ao sentar-se no braço do sofá, ao lado de Annabeth.

— Como vai, Nico? — perguntou Jason.

— Vou bem — respondeu, revirando o rosto.

Percy trocou olhares com Annabeth, que parecia preocupada.

— Você tem...

— Já superei, Percy. Estou bem. — os olhos dele abaixaram para seus joelhos. Dois meses atrás, sua irmã, Bianca, morrera com uma bala perdida. Desde então, Nico parecia ter se isolado.

Percy parecia querer protestar, mas Annabeth o olhou como se falasse "Não, Percy, ele não quer falar sobre isso", e como se completasse com "Vamos mudar de um assunto", Jason perguntou:

— E a escola, Annabeth? — era um assunto interessante para falar com ela, apesar que, a partir daí, o assunto não mudaria.

Ela começou a falar das notas, algo sobre professores e ideias, coisas que Percy não deu muita atenção. Até citar seu nome:

— Quê? — perguntou ele.

— Suas notas, Cabeça de Algas — ela virou o rosto para os convidados. — Eu tentava ajudá-lo com as notas, mas sempre dormia na hora.

Percy deu um sorriso falso, pois era sempre ele o alvo. Piper riu, voluntariando-se:

— Posso tentar ajudá-lo para o próximo ano. No colegial, os professores exigem mais dedicação.

A campainha tocou novamente. Percy levantou-se para atender, e Piper pegou a oportunidade para sentar-se ao lado de Jason. Ele a olhou, sorridente, e colocou a mão sobre a dela.

— Frank! — gritou Percy da porta, abrindo os braços para um abraço. O grandalhão entrou e o abraçou, dando leves tapas nas costas do amigo. Por que eles sempre fazer isso?, perguntou-se Annabeth.

Ele entrou, mas quando percebeu que os convidados estavam sem casacos, voltou-se para colocar o seu no cabide, até perceber que usava um casaco de lã. Logo entrou Hazel com as mãos cheias de sacolas e abraçou Percy com dificuldades. Atrás, Leo veio correndo antes de fecharem a porta:

— Cheguei! — gritou ele, enquanto Hazel encaminhava-se para o sofá e roubava o lugar que era de Piper. Ela tinha um arco azul na cabeça com um laço e vestia uma blusa azul e branca sob o suspensório rosa, que segurava uma saia até os joelhos da mesma cor.

— Presentes! — gritou Leo, olhando estupefato para a quantidade de sacolas que Hazel tinha nas mãos.

— Entregarei mais tarde, bobão — retrucou Hazel. Ela era uma amiga rica, na verdade. Pelo jeito, não esquecera de ninguém.

Leo encostou-se no sofá ao lado de Frank.

— Ahn... — disse Frank. Annabeth lembrou-se de quando Zhang era... Tinha uma estatura um pouco mais gordurosa que os outros, e por isso era alvo de piadas de Leo. Possivelmente, ainda se sentia desconfortável perto dele. — Hazel, deixe que eu guarde as sacolas.

Leo olhou enquanto o grandão caminhava para perto da árvore de natal e colocava as sacolas. Olhou para trás, para a ceia, e procurou algo com os olhos descontrolados. Quando achou, caminhou para a cozinha e pegou o pavê nas mãos, direcionando-os para Sally:

— É pavê ou pacomê?

Sally sorriu, mas todos os natais que passou com seus parentes tinha alguém que perguntasse isso. Nico sorriu, apesar de ter tentado se conter, e abaixou a cabeça.

— Cara, sério? — perguntou Frank.

— Não... Não entendi — disse Percy, de pé atrás de Annabeth.


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Notas finais do capítulo

Eu queria acabar os capítulos com um pensamento da Annabeth, mas realmente não deu...
Não se esqueçam de comentar o que acharam! Até a próxima!



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