O Retorno das Trevas escrita por GG


Capítulo 1
01. Embarque


Notas iniciais do capítulo

É o primeiro ano de Isabelle na Academia de Magia Beauxbatons e ela mal conseguia esperar pelo momento em que porá os pés naquela escola maravilhosa. Mas ela nem pode imaginar que segredos, amizades e muitas aventuras a esperam no castelo-escola. Como por exemplo O Retorno das Trevas por meio da maligna Dama de Copas, uma bruxa que jura trazer de volta o Lord das Trevas e dar procedência a tudo que ele fez e tentou fazer.

Acompanhe as aventuras da Srta. Isabelle Everheart!



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Embarque

Capítulo 01

Paris, França.

A Estação de Beauxbatons ficava em Paris.

Muitos pensavam ser loucura ter uma estação com o nome da academia de magia mas poucos conseguiam calar-se antes de escutarem tudo a respeito dela. Encontrava-se em um dos bairros da conhecida Paris e aos olhos de trouxas não passava de ruínas de uma antiga estação ferroviária que supostamente havia falido em meados de 1800, ou então não era nem mesmo notada pelos trouxas.

Já aos olhos bruxos era uma linda estação destinada aos alunos e funcionários da Academia Beauxbatons, que localizava-se em alguma ilha misteriosa de Cannes, França. E Isabelle Everheart praticamente saltitava no caminho até a plataforma de embarque destinada aos alunos de primeiro ano naquela escola francesa maravilhosa.

— Não se esqueça de tudo que conversamos. — advertiu sua tia e guardiã legal, era a pessoa que possuía sua guarda desde que Comensais da Morte mataram seus pais, anos atrás. Ao contrário do que muitos pensam, os capangas de Voldemort também agiram na França e vários outros países fora da Grã-Bretanha. E pior, ainda continuavam agindo, mesmo sem o próprio para 'guia-los'

— Está bem, tia Beatrice. — garantiu a menina com um sorriso radiante no rosto. Como toda criança francesa e bruxa, ela esperara a vida inteira por aquele grande dia, o dia em que finalmente iria para a escola de seus sonhos e poderia se tornar uma verdadeira bruxa.

— Não esqueça....das cartas, não deixe de escrevê-las! — exclamou a bruxa tristonha, odiava ter que deixá-la partir. Passara os últimos anos cuidando da menina como se fosse uma mãe já que a irmã e cunhado tinham falecido e era a primeira vez que realmente se separavam.

— Pode deixar, tia. — disse a menina com um sorriso maroto e alterou a cor dos cabelos, antes loiros e agora ruivos como o fogo crepitante de uma lareira. A jovem Isabelle tinha o dom da Metamoformagia, ou seja, ela era uma Metamorfomaga e era adorava aquilo de poder mudar a aparência sempre que quisesse.

Isabelle, não abuse das suas habilidades. — disse a tia soando séria porém sorrindo larga e abertamente para a menina que ria alto. — Além do mais, prefiro você ao natural. Loira.

— Ah, tia, deixe que eu me divirta no meu primeiro dia em Beauxbatons. — brinca a menina alegremente.

O relógio soa as onze badaladas anunciando que é a hora de partida do Trem Azul de Beauxbatons. Era um trem todo azul com aparência refinada e moderna, depois as crianças desembarcariam numa plataforma invisível aos olhos dos trouxas e iriam embarcar em....bem, só lendo para descobrir.

— Está na hora. — murmura tia Beatrice mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa, ela puxa a sobrinha e abraça-a e lhe dá vários beijos no rosto. — Não esqueças, querida. Eu te amo.

— Também te amo, tia. — declarou a loira-agora-ruiva enquanto puxava o malão e se afastava.

Caminhou na direção de uma das portas de embarque da locomotiva e logo um homem sorridente veio ajudá-la com as bagagens, a menina agradeceu e embarcou puxando apressadamente o malão até encontrar uma cabine vazia.

Sentou-se e suspirou enquanto observava a agitação do lado de fora. Vários jovens-bruxos despedindo-se de seus familiares e andando apressadamente para dentro do trem, com medo de perdê-lo. A menina limpava o suor das mãos, provocado pelo nervosismo intenso, na barra da saia quadriculada que usava.

Só passaria a utilizar os uniformes de Beauxbatons após a seleção de casas quando fosse selecionada para a sua casa, o uniforme seria transformado magicamente sob o corpo do estudante. Era tudo tão fabuloso para Isabelle.

Quando o trem finalmente partiu, viu-se admirando as paisagens solitariamente. Nunca tivera amigos, já tentara enturmar-se com as crianças que moravam na mesma rua que ela mas nunca funcionava, talvez por todas serem trouxas, e talvez por isso mesmo não tivessem absolutamente nada em comum.

Já estava mais que entediada quando ouviu batidas na porta da cabine, arrumou-se apressadamente.

— Pode entrar, por favor. — sussurrou timidamente.

Um jovem adentrou a cabine com um olhar tímido enquanto mordiscava o lábio inferior.

— O resto do trem está lotado. — resmungou o garoto de cabelos cacheados e castanhos, os óculos escorregavam pelo nariz oleoso e ele parecia envergonhado. — Eu poderia, por favor, juntar-me a você? Juro que fico calado, quieto, você nem vai me ouvir e...

— Claro que pode. — disse Isabelle cortando-lhe, ele pareceu assustado.

— Posso mesmo?

— Óbvio! — afirmou a garota enquanto abria um sorriso ansioso. — Eu sou Everheart, Isabelle Everheart.

— Simon McGrath. — murmurou o menino. — É um prazer conhecê-la.

Simon sentou ao lado de Isabelle, meio nervoso. Sempre fora um menino muito tímido, costumava interagir somente com a irmã mais velha e com a mãe, perdera o pai muito cedo. E, bem, não era boa ideia ficar na cabine da irmã e todas aquelas garotas irritantes, Meredith não se incomodaria com a presença do irmão, muito pelo contrário, mas ele não queria incomodá-la logo no primeiro dia.

— E aí?

— E aí o quê? — indagou Simon sem entender.

— Ah, bem.... — Isabelle não esperava uma resposta daquelas mas lutaria para fazer amizades e Simon era a primeira delas. — Ansioso?

— Sim. E você?

— Bastante ansiosa, é assim que estou. — murmurou a menina sentindo murchar como um balão de festa, o garoto parecia muito envergonhado para prolongar a conversa e parecia louco para que ela calasse a boca e isso era frustrante, realmente frustrante.

Mantiveram-se em silêncio então. Talvez ele preferisse aquilo, pensou Isabelle desapontadamente. Não seria ela que o irritaria então.

Parecia ter passado uma eternidade desde que Isabelle decidira calar-se, e foi quando ela ajeitou a barra da saia que todos no trem escutaram um grito que parecia ferir os ouvidos de todos os jovens bruxos.

— O que...o que foi isso? — indaga Simon assustado enquanto ajeita os óculos de lentes grossas ansiosamente.

— Eu não sei, mas pretendo descobrir. — declara Isabelle já saindo da cabine apressadamente, não iria aguentar-se de curiosidade, afinal aquilo poderia ser absolutamente qualquer coisa.

Teve que abrir caminho para passar pelos estudantes. O fato de ser um pouco abaixo da estatura normal para a idade ajudou-a a espremer-se em meio aos estudantes. Havia vários deles em volta de algo, ou alguém.

— O que aconteceu aqui? — perguntou uma menina com um olhar assustado, ela tinha cabelos ondulados com algumas trancinhas perdidas, os olhos cinzentos preenchidos pelo terror.

— Foi ela, veja só o braço da Sabrina! — exclamou uma outra menina de cabelos negros desoladamente, Isabelle logo olhou para o braço e lá jazia um ás de copa que parecia ter sido queimado na pele dela. Por Merlin!

— Ela quem? — perguntou um garoto que parecia ser um ou dois anos mais velho do que Isabelle.

— A Dama de Copas.

+++

— Você não acha isso estranho? — interrogou Isabelle enquanto colocava as mãos no colo. Após o ataque no trem da escola uns alunos mais velhos contiveram os outros, alegando serem monitores, e fizeram todos voltarem para as suas cabines e respectivos assentos, que tudo seria posto a limpo quando chegasse a Beauxbatons. Sabrina Sparks fora tratada por uma menina que recebera autorização para executar feitiços para melhorar seu estado de saúde, ela estava delirando!

— Acho, mas todos já imaginavam que haveria outro ataque. — alegou Simon enquanto encarava o cabelo de Isabelle que agora estava naturalmente loiro, ele apertou os olhos. — Você não é ruiva?

— Ah, depende do dia. — sorriu a menina deixando-o mais confuso ainda. — É que tenho o dom da Metamorfomagia, você sabe...

— Entendi, entendi. — sussurrou o garoto impressionado, conhecer um Metamorfomago era algo único na vida.

— Mas voltando ao assunto principal..... — disse Isabelle. — Eu não sabia da existência dessa tal "Dama de Copas".

— Como assim? Você não lê "O Mensageiro" não?! — espantou-se Simon, todos os bruxos descentes liam o jornal bruxo-francês, era tão conhecido na França quanto o Profeta Diário na Grã-Bretanha.

— Infelizmente, não. — a menina deu de ombros. — Tia Beatrice não gosta muito de envolver-se com coisas bruxas, ela é bruxa mas não gosta muito de meter-se nisso... Nós moramos em Paris, na Paris trouxa, quero dizer.

— Uau! — exclamou Simon.

— Conte-me, então. — pediu a menina ansiosamente.

— Posso fazer melhor. — disse o menino puxando algo do malão dele mesmo, puxou O Mensageiro mais recente e entregou para a menina. — Posso lhe mostrar.

Isabelle não teve nem que dar-se ao trabalho de procurar algo por ali, uma notícia sobre A Dama de Copas estava estampada na primeira página. Correu os olhos por ali e leu sem pressa.

"Mundo bruxo abalado, novo perigo a nossa espreita.

Já se passou bem mais de uma década desde a última vez que o mundo Bruxo precisou preocupar-se com algum tipo de ameaça urgente. Mas parece que não teremos sossego tão cedo! Uma nova 'vilã' surge, dando continuidade aos trabalhos de Voldemort, seguindo sua ideologia e prometendo trazê-lo de volta a vida, de alguma maneira.

Ela intitula-se Dama de Copas e percorre toda a Europa causando estragos inestimáveis. Recentemente a Dama de Copas e seus lacaios, muitos dos antigos Comensais da Morte, intitulados de Ás de Copas, invadiram o banco Gringotts, a unidade da França, matando dezenas de duendes e causando dor as suas respectivas famílias. Poucas semanas antes foram registradas três mortes de nascidos-trouxas na região da Grã-Bretanha, todas as vítimas marcadas pelo Ás de Copas que simboliza a própria Dama de Copas, uma bruxa cuja qual não foi especificamente identificada.

O medo só se propaga, Aurores profissionais prometem dar fim ao caso o quanto antes."

— Bem, parece realmente grave. — disse Isabelle entregando de volta O Mensageiro para Simon.

— E é. — murmura o menino parecendo finalmente interessado em conversar. — Os meus pais são Aurores e disseram que não há nada que dê pistas suficientes para encontrá-la, mas não podem notificar isso a toda a população. Imagine o pânico que isso causaria!

— Inestimável. — concorda a menina com um aceno de cabeça.

— Olhe pra fora! — pede Simon pondo-se de joelhos no assento da janela, os olhos azuis ansiosos tentando encarar o distante. — Eu acho que nós chegamos!

E Isabelle sentiu toda a preocupação esvair-se de si quase que automaticamente, estava quase lá, quase no lugar com o qual sonhara toda a vida.

Em Beauxbatons.


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