Recomeço escrita por cantodestrelas


Capítulo 7
Invasão - Parte Final


Notas iniciais do capítulo

Oie!!! Lembram de mim? Pois é eu ainda vivo, e sei que eu sumi! E reconheço que fiquei muito tempo sem postar nada, por isso peço desculpas a vocês. E como forma de pedido de desculpas oficial eu escrevi dois capitulos em um só! Espero que gostem e comentem! um bj. Boa leitura e Allons-y! :*



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Kate estava ofegante, com um sorriso enorme no rosto, era engraçado e totalmente único sua forma de sorrir, era um sorriso torto, que se estendia apenas de um lado e não em dois como costumamos a ver; aquele sorriso me lembrava de algo, algo especial de mais pra mim que eu não poderia esquecer de forma alguma, porém me surpreendi em não lembrar. Algo de errado está acontecendo comigo e eu preciso lutar contra isso de todos os modos possíveis. Preciso desvendar os mistérios ao meu redor como faço todo santo dia, mas, parece que preciso me concertar primeiro.

–E então? Nós conseguimos?
Kate falou interrompendo minha linha de raciocínio com sua respiração ofegante e exagerada; será que isso tudo pode estar sendo de mais pra ela? Não acho que poderia levar isso como hipótese, ela se saiu muito bem nos últimos minutos de confronto, em alguns momentos até me lembrou das reações da Rose.
– Ainda não. Espere um instante... 3, 2, 1,0. Contei.

As luzes começaram a piscar, tudo ficou silencioso. Eu pude ver o rosto atemorizado do líder, como quem dizia “O que está acontecendo?”. Parecia uma cena de filme de terror, antes de alguma assombração aparecer. Todos nós nos calamos para ver o que iria acontecer (menos eu, pois já sabia). De repente ouve-se algo indesejado:

–AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
Duas fileiras horizontais enormes de Penovilyanos que rodeavam a nave gritaram horrivelmente, um grito doloroso, de pânico, conforme as luzes piscavam; e tudo se resumiu a essa cena: quando as luzes se apagavam nós víamos sombras com movimentos desesperados e faíscas que saíam dos fios, e quando se acendia novamente víamos seus rostos desesperados querendo arrancar esses fios para longe. Quando o grito telepático parou, todos que ocupavam tais fileiras, caíram em queda livre de seus acentos de conexão na lateral da nave até alcançarem o chão, sem realizarem movimento algum.

Kate também gritou com o susto. Tudo silenciou novamente, e Kate continuou gritando com os olhos fechados:
–AHHHHHHHH! Ah! Ah! O que É ISSO? Querem me matar de susto? Que escândalo é esse?
Ela se deparou com os corpos no chão.
–Ai! Gente! O que aconteceu? Continuou.

O líder estava com um olhar perdido, e cheio de fúria, poderia até sentir o cheiro de sua raiva. Eu até podia ver as suas córneas se balançarem de um lado para o outro até não poder alcançar os cantos de seus olhos, com seus punhos fechados. Ele queria processar o que acontecera, mas era nítido que mesmo sem saber, já provocava fúria dentro de si.

–VOCÊ OS MATOU!!!?? Como se atreve fazer tal desgraça? Eles eram meus súditos... Mas, não faz diferença, eu ainda tenho outros milhões de súditos!!! Esqueça Doutor tudo o que você fizer será em vão!
–Eu não os matei! Eles se auto sacrificaram! Colocaram a forca no pescoço! Eles queriam invadir a minha mente para descobrir como reverter esse vírus, mas o vírus tem um campo de bloqueio, e... Bem... Deu no que deu!
–Curto Circuito. Kate falou frustrada e completando-me.
Abaixei a cabeça me frustrando juntamente com a Kate. Ela franziu a testa e disse:
–Cara, que compaixão você tem né? Uma centena de súditos caiu morto aqui e pra você nem faz diferença? Ah é né! Já que tem milhões pra por no lugar. Mais é bom você saber que apenas os que amam o que fazem podem fazer isso! Isso quer dizer que os únicos que amavam a você Líder, se sacrificaram, pra ver se conseguiam seguir com o seu plano idiota!! E eles nem tem um reconhecimento na hora da morte do seu “Grande Ídolo”? É nessas palavras que nós vemos quem realmente é nosso amigo, Doutor.

Eu sabia que eles não poderiam reverter esse vírus, não porque eu tinha feito, mas porque era a verdade. Não consegui ver aquela cena. Culpei-me pela morte daqueles súditos, como sempre faço quando alguém morre. Isso é um sentimento horrível. Mas, mesmo não sendo totalmente a minha culpa, porque eles sabiam que não podia reverter isso, eu me culpava.
Tenho que fazer algo! Persisti.

–Bem, eu farei algo. Ouça a minha proposta líder. Se vocês perdoarem essa dívida inexistente que vocês têm comigo, e pararem de pensar em destruir o planeta... Eu posso levar vocês para Skaro, o antigo planeta de um povo que foi extinto e está vazio!

–E se eles não aceitarem? Kate questionou.
–Bem, então serei obrigado a levarem eles para o espaço, trancar todos os compartimentos da nave, até alguém pensar em como reverter o vírus, ou adivinhar a senha, ou morrer de fome. Sem chances de sobrevivência. Estariam presos numa nave sem controles disponíveis, em órbita e sem comida. E então? O que vai ser? Invadir a Terra, ou uma nova casa e dívida paga?

Houve um silêncio, pois o líder estava pensando no que poderia escolher. Seu olhar estava pacífico, pela primeira vez, e pensativo... Por um momento achei que ele aceitaria... Até que ele ergueu a sua cabeça novamente com mais fúria do que antes e gritou:

–“A TERRA VAI QUEIMARRRRRRR!”

Todos os Penovilyanos gritaram declarando apoio à decisão do líder.

Eu observei a decisão de todos, eles gritando, Kate balançando a cabeça negativamente e frustrada, mas, infelizmente eles escolheram aquilo; respirei fundo em meio aquela gritaria toda, e disse:

–Chance desperdiçada. É uma pena vocês terem um líder tão orgulhoso! -

Comandei na minha mente que todas as portas se fechassem, começando por fora, ouvimos aqueles aços pesados se esbarrarem no chão de todas as portas, até chegar onde estávamos. Olhei pra Kate, a puxei, e baixinho, como se quisesse contar um segredo eu disse:
– Ouça... Eu preciso que você faça algo.
–Certo.
– Eu estarei aqui nesta sala, mas vai ser o mesmo que não estar, porque eu vou levar essa nave até um lugar no espaço.
–Então... Nós vamos pro espaço?? –Ela falou dando pulinhos de animação-.
–Você está ouvindo o que estou dizendo?
–Sim, sim, sim, claro, desculpe, pode continuar.
–Como eu dizia, essa nave está sob meu total controle, e por isso pra eu ter que levar ela, eu vou precisar me desligar aqui por um minuto e me concentrar em leva-la.
–Só? Um minuto? Tá certo.
–Não se anime tanto, podem acontecer mais coisas em um minuto que você nem imagina!
–Okay, então, só passando os comandos... Você fica parado aí no canto, e eu vou te vigiar para que nada aconteça com você e depois nós sairmos daqui.
–Isso... Ah! E fique com isto! –coloquei a chave sônica em sua mão- Caso alguém tente algo contra nós... Bem, você já sabe o que fazer.
–Claro.

Me concentrei no caminho que eu já conhecia; um caminho entre buracos negros, e correntes de prisão orbitais, entre vários obstáculos e “lendas” (caminhos esse que já conhecia, pois eu iria ao mesmo com bastante frequência, e consequentemente um dos meus lugares favoritos, pois ninguém em toda história poderia ir lá, bem... exceto eu).
Levei-os lá, com o pensamento de que eles não poderiam sair e eu poderia visita-los sempre que eu pudesse. A nave chegou ao local exatamente no tempo que eu estimei a Kate. Virei-me novamente a ela, e então me deparei com o líder sendo sustentado por dois súditos que o seguravam em seus braços, e o mesmo sem uma mão. Kate estava com a espada do líder na mão e gritou:

–E então? Mais alguém quer ir a algum lugar? Ninguém respondeu, pois estavam atemorizados. – Foi o que eu pensei! Continuou euforicamente.

Kate estava de costas para mim, parecia uma guerreira medieval, segurando uma espada com dois punhos, ofegante, com seus cabelos no rosto. Eu cheguei perto dela, como ela estava de costas, falei em seu ouvido, quase em sua nuca:

–Chegamos!
Ela virou-se euforicamente assustada e deu um chute em um impulso; acabou pegando na dobra de minhas pernas. Cai ajoelhado feito um delinquente que não sabe se defender. Levantei o olhar e me deparei com a ponta da espada quase se encostando a minha boca. Engoli seco assustado. Ela estava com um olhar de vingança, mas se deu conta que era eu e disse desesperada:

–Ai meu Deus! Doutor! Me desculpe . E-Eu pensava que...

Ela ainda estava trêmula, quando tentava me levantar e continuar se explicando.

–Eu pensava que era um deles! Ai meu Deus!

–Calma! Ri sem graça.
–Claro que não! Eu podia ter te matado!
–Calma! A culpa foi minha! Eu que te assustei!
–Não! Como posso ficar calma! Um deles queria avançar em você! Ele ia te partir ao meio! Eu cortei a mão dele, Doutor! Me desculpe!
–Então...? Falei apontando pro líder, tentando associar o que ela tinha acabado de dizer.

Ela balançou a cabeça afirmando, com um olhar arrependido.

–Obrigada. Agradeci.
–Certo. Ah! E não me assuste assim novamente!
–Claro.

Kate ajeitou a lapela do meu sobretudo, deu uma limpadinha em meus ombros e disse:

–Então, você ia anunciar algo, quando eu te interrompi... Não quer terminar?
–Claro.

Ergui minha voz, e anunciei:

–Meus queridos amigos... Chegamos ao nosso destino. E é com grande infelicidade que vos anuncio, que a partir desse momento, este salão será vossa casa. Á direita, ainda há comida na despensa, não viveria em paz se eu mesmo soubesse que deixei vocês morrerem de fome e sede. Eu lhes dei uma chance, e ainda sim a desperdiçaram. Não queria que fosse assim. Tudo poderia ter ficado bem. A Terra em paz e o povo de Penovilya em Skaro, mas infelizmente não foi como planejei. Então... Tudo o que me resta a desejar é que tenha uma boa estadia.

O líder estava ainda sem reação, parecia estar em choque. Sai daquela sala arrastando Kate pelo braço, e fechei a porta encarando o líder pela a última vez.

–Ahhh. Doutor?
–Sim?
–Estamos presos?
–Quê?
–Estamos presos!
–É o quê garota?
–Você nos trancou! Quer dizer, estamos no espaço, sem ter como voltar pra casa!
–Bem, isso não é verdade!
–Então, como vamos chegar à Terra novamente? Flutuando?
–Acompanhe-me por favor.

Ela acompanhou-me até outra sala não tão distante dali.

–Aqui está!
–O quê?
–Nossa carona de volta pra casa! Falei irradiante.

A porta se abriu. E lá estava ela. A Tardis, conectada por grandes tubos que sugavam sua energia.

– Ah! Você não sabe o quanto senti saudades!

Fui em direção a Tardis, e comecei a me pendurar pelos cantos para conseguir tirar todos os tubos. Estava um pouco concentrado. De repente olho pra porta e me deparo com Kate boquiaberta.

–O que foi?
–NÃO BRINCA!!
–Não estou entendo!
–Como você fez isso?
–Fiz o quê?
–Como... Você a transformou?
–Quê?
–Quer dizer, como você a fez aumentar de tamanho?
–Mas, ela esta da mesma forma que sempre foi!
–Mais você me deu ela! Como ela foi parar aí! Peraí! Ela começou a vasculhar a bolsa. –Ela ainda tá aqui!

Depois de alguns segundos eu me toquei que ela falava da miniatura que eu tinha lhe dado.

–Ah! Agora entendi. Desculpe não lhe apresentar ela formalmente. Essa a Tardis. Minha “nave”. Posso lhe dizer que ela é mais que isso. Ela é a minha companheira.

Ela se aproximou, vagarosamente, e contornava a Tardis lentamente enquanto eu continuava.

–Bem, quando tudo termina, e todos vão embora, só sobra eu e ela. Você gostou?

Ela demorou mais alguns segundos para demonstrar reação e no final ela apenas disse:

–Ual!

Ela terminou o seu giro, e retirou o último tubo. Se direcionou à porta e disse:

–Posso?
–Á vontade.

As portas se abriram e pude ver minha antiga Tardis de sempre, com seus controles e sua básica luz verde. Mas, pra Kate tudo era novo. E pude ver sua expressão impressionada com aquilo. Ela disse surpreendida:

–Não esperava que o lado de fora fosse menor! Ela falou comentando a imensidão que a Tardis era por dentro.

–Bem... Geralmente as pessoas só dizem que é maior por dentro. Falei retirando meu sobretudo e pendurando num “ cabide improvisado” que na verdade era parte da decoração.
–Mas, aí é que tá! Não me encaixo nos “geralmentes”, entendeu?
–Estou quase ciente disso!

Ela apreciava tudo, seu olhar estava perdido na decoração, nos controles, nas luzes e etc.

–Então... Vamos pra casa!
–É!

Liguei os motores, e a Tardis deu seu solavanco de sempre. Vi Kate se desiquilibrar um pouco e se segurar na cadeira de estofado bege que era presa no chão. Ela abriu seu sorriso e continuou maravilhada durante o percurso.

–Chegamos!
–Dessa vez sem susto!
–Pois é!

Ali estávamos no vale imenso e verde de onde parei.

– Obrigada Doutor!
–Você salva a minha e vem me agradecer? Pelo o quê exatamente?
–Por estar lá! Se você não estivesse, o que poderia ter acontecido com todos nós?
–Não é assim!
–Mas, é verdade! Eu já estaria morta, e eles invadiriam esta cidade e...
–Não gosto de pensar no pior!
–Desculpe... Você tem razão! O que importa é que estamos bem, agora, e todos estão a salvo.
–Isso.
–Mas... Obrigada por ter dado a noite mais emocionante da minha vida.
–Não tem de quê.

Ficamos em silêncio um pouco, pude ouvir o som dos grilos cricrilando por perto.

–Então... Meu carro está ali. Até mais.
–Já?
–É! Tenho que voltar antes que minha mãe perceba que não estou em casa!
–Bem... O que posso dizer? ... Você foi incrível Kate Fields.
–Não mais do que você.

Ela deu um abraço apertado em mim, talvez para se certificar de que aquilo tudo não passasse de um sonho; aproveitei e certifiquei-me também.
– Até mais Doutor!
– Adeus Kate!

Ela seguia seu caminho até o carro. E fiquei pensando, na pergunta na qual tinha me atormentado o trajeto inteiro “ Chamo ela ou não?” Por um momento lembrei-me daquela mulher no hospital em suas palavras, como em um flash-back:

–“Quando seu coração pedisse, ou achar que deveria, ache outra dessas, não é obrigado elas terem o mesmo fim, um dia você achará uma diferente, e quando isso acontecer, protege-a para que ela dure muito tempo com você”.
Que diferença fazia, não teria nada a perder. Foi o bastante.

–Kate! Gritei.
–Oi! Ela parou no meio do caminho e se aproximou aos poucos.
–Bem... Eu estava pensando se...
–Se...
–Você gostaria de vir comigo. Essas palavras saíram como um peso em minha boca.
–Defina esse vir.
–Bem, conhecer novos mundos, novos povos, ideias e etc. Viajar entre nebulosas e histórias. O que acha?
–É perfeito!
–Isso é um sim?
– E o que mais poderia ser? É claro que eu quero!

~♥~








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Notas finais do capítulo

Perdoem-me caso tiver algum erro, pois não revisei. Quero agradecer a todos que me acompanham! Um beijo especial a Srtª Who, a The Doctor que me acompanham desde o começo, e a Micheli e Rubi, sejam bem-vindas suas divas!



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