Recomeço escrita por cantodestrelas


Capítulo 1
A conselheira.


Notas iniciais do capítulo

Em breve virá o próximo capítulo, esperem que gostem e continuem lendo os demais capítulo seguintes :) Boa leitura.



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Eu estava andando na orla de uma praia qualquer, em 1992... Caminhando com as lágrimas escorrendo em meu rosto... até que apalpo o meu pescoço e encontro a chave original da Tardis, eu estava com tanta raiva de mim mesmo que peguei essa chave e lancei-a no mar com todas as minhas forças e jurei que nunca mais a daria pra mais ninguém, com um trauma de que isso não acontecesse de novo.
Fui à uma hospital e caminhei até a recepção e a moça muito simpática olhou pra mim e perguntou:

- Posso ajudar?
- Sim se puder enfiar uma agulha com um sonífero em minha veia que nunca mais eu acorde já tá de bom tamanho.
- Infelizmente não podemos fazer isso; até porque não temos tais recursos, mas se aceitar um conselho, ande pelos corredores e veja quantas pessoas necessitam de algo difícil de ter e as vezes nem conseguem, com certeza lhe fará melhor pelo simples fato de você ter o que elas dariam tudo pra conseguir.

Olhei pra ela e aceitei seu conselho... Continuei vagando pelos corredores e sentei numa cadeira que estava de frente pro berçário, e percebo que uma mulher que estava do meu lado olhava fixamente para o vidro que separava ela do berçário e o corredor, estava tão triste, tanto quanto eu... Ela me encarou profundamente e o olhar triste desapareceu e surgiu um olhar doce, ela me perguntou:

- O senhor está bem?
-Sim, estou, obrigado por se preocupar. Eu disse dando um sorriso para confortá-la.
- Não, essa resposta não me convenceu.
Eu olhei pra ela novamente tentando disfarçar o olhar triste.
-Se quiser compartilhar alguma coisa com uma estranha pra se sentir melhor eu estou aqui e não me importo de ouvir, não vou sair nem tão cedo daqui, talvez eu possa ajuda-lo.
- Tem certeza que quer me ouvir?
- Claro, pode dizer o que te atormenta!

Eu me senti meio incomodado em dizer o que eu sentia, mas ela tinha um olhar tão doce e acolhedor quase como um olhar de uma avó que sempre sabe como desfazer uma burrada, então eu senti como se ela fosse me ajudar, não custava nada.

-É que não sou acostumado a desabafar... Então...
- Leve o tempo que quiser, quando estiver preparado pra dizer você começa tá?
-Na verdade eu estou triste por uma coisa que se repetiu por duas vezes, então vai ser um desabafo em dose dupla!
-Então é melhor começar de agora não acha?
-Okay, então, a primeira vez que isso aconteceu foi com uma garota, chamada Rose, ela era tão doce quanto à senhora, e a conheci numa fábrica de manequins e eu salvei a vida dela, no mesmo dia eu a chamei pra vir comigo e ela aceitou deixou a família o namorado pra vir, então nós viajamos por vários lugares e isso foi tão bom, o tempo que passamos juntos, vivemos tantas aventuras incontáveis, ela viu eu mudar de... Bem, de estilo e ela não se incomodou, pelo contrário ela queria mais... Até que um dia, numa tentativa de salvar algumas pessoas, poucas, talvez os habitantes do planeta terra, ela se foi...

-Meus pêsames...
-Não, ela não morreu, ela esta bem, ela se foi de mim, e nunca mais eu ou outras pessoas vai poder ver ela, só a família dela e outro eu...
-Como assim? Um irmão gêmeo?
-Bem, quase isso... Mas, é triste saber que ela se esforçou tanto, e foi obrigada a se isolar só pra salvar pessoas esnobes.
-Nossa. Ela foi muito corajosa, você deve se orgulhar dela.
-Muito, ela amava salvar as pessoas, onde quer que nós fossemos... Mas isso se repetiu, dessa vez com uma garota chamada Martha, eu a conheci em um hospital como esse, e na mesma noite ela veio comigo, mas dessa vez foi diferente, depois de um tempo ela que quis ficar, ela achava que a família dela corria perigo, e eu fui obrigado a concordar, mas , é difícil deixar assim, por que sem querer, e sem perceber eu acabo criando um vinculo e não quero que elas voltem; não me importo de ficar sozinho mas, elas dão sentido no que eu faço, e são por elas que eu faço o que faço, muitas vezes elas me motivam pra eu não desistir, e elas me fazem lembrar o verdadeiro motivo porque continuo, mas elas nem sabe que grande parte de eu continuar são por elas...
- Você meu caro, tem um coração grande, antigo, que guarda valores, e desacostumado a viajar sozinho... Certo?
- Certo.
-E como você sabe quem vai com você? Por quê?
-Bem, eu nunca sei o porquê, eu só sei quem.
Ela abriu um grande sorriso (o primeiro da noite) olhou pra mim e disse:
-Sabe o que eu faria se fosse você?
- O quê?
-Eu seguiria em frente, e continuaria o que quer que seja que você faz, e honraria todas às vezes os nomes dessas garotas, elas foram tão importantes para a humanidade, não deveriam ser esquecidas, e também quando seu coração pedisse, ou achar que deveria, ache outra dessas, não é obrigado elas terem o mesmo fim, um dia você achará uma diferente, e quando isso acontecer, protege-a para que ela dure muito tempo com você, tá bom? Você pode se certificar que se um dia você proteger alguém, esse alguém pode durar pra sempre se depender de você?
- Sim, claro, mas infelizmente não depende só de mim!
-Então faça isso acontecer! Dê a essa pessoa os melhores dias da vida dela, pra que por ela nunca mais ela saia de perto de você, entendeu?
-sim.
-Ajudei?
-Bastante!
-Então, missão cumprida!
-Mas, e você?
-Eu o quê?
-Bem, você já me ajudou, agora eu tenho que ajudar você!
-Mas, o que eu preciso é bem mais que um conselho!
-E o que seria?
-De alguém que encontre a cura pra que minha filha sobreviva.
-E o que ela tem?
-Bem, nem eu sei direito, mas pelo o que os médicos me disseram, que até agora é um caso impossível.
-E onde ela está?
- Ali dentro! (ela apontou pro berçário)
-Não!
-Ela só tem uma semana que nasceu e ainda não saiu daqui.
eu me levantei fui até o vidro, pra que ela me indicasse quem poderia ser.
-É aquela ali!
Eu olhei pra ela, uma menina tão bonita com os cabelos negros, e ela era tão branquinha, ela parecia perfeita, tinha os mesmos olhos da mãe, quando eu olhei pra mãe ao meu lado de novo, ela estava chorando.
-Qual é a doença dela?
-É uma doença rara, eu não sei o nome, é interna, ela nasceu com células do sistema nervoso faltando, e como o sistema nervoso é que controla tudo do nosso corpo ela tem pouco tempo de vida, caso se não nascer essas células até que esse prazo acabe.
-Não se preocupe.
-Como assim não se preocupe? Ela é minha filha! Ela não pode morrer! Eu não vou desistir até que isso a consume.
-Eu darei um jeito!
-Como? Eu já procurei em vários lugares, mas, não tem cura ainda, sabe o que o médico me mandou fazer? Mandou-me rezar pela alma dela, pois é a única coisa que me restava fazer!
-Ele está errado!
-Mas ele é doutor!
-Ah é? Eu também sou! Espere-me aqui e quando eu voltar eu salvarei a sua filha!
-O que pode salvar ela?
-Eu não sei, mas eu prometo, pela minha vida, que não mais que amanhã, a senhora sairá desse hospital com ela, tá me entendendo?
-Sim.
-Você acredita que isso possa acontecer?
-Com cada fibra do meu corpo!
-Então não saia daqui até eu voltar!
Eu saí apressadamente e fui correndo até a Tardis. E fiquei lá parado sem saber o que fazer.
-Eu não devia ter prometido uma coisa que sei que não posso cumprir! Como sou estúpido!
Parabéns Doutor você é um burro!!!
Eu pensei bastante até fazer alguma coisa...
-Só há uma coisa que eu possa fazer!

Cheguei ao hospital o mais rápido que pude e quando cheguei lá ela estava dormindo. Eu a acordei, ela voou em cima de mim e disse desesperada:
-E então? Você trouxe o que ela precisa?
-Bem, sim, mas, eu não sei se vai funcionar!
- Então por que você me prometeu?
-Porque só vai funcionar se você acreditar! Okay?
-Tá, tá, então, o que é?
-Bem, você só precisa me levar dentro do berçário ou ao um local privado, desde que só esteja eu, você e o bebê. Entendeu?
-Sim, bem, não podemos entrar no berçário, mas, daqui a alguns minutos eu amamentarei ela la no quarto de visitas. Você espera?
-Sim, mas ninguém pode saber que eu estou lá tá bom? Ou, se alguém perguntar, sei lá, invente alguma coisa!
- Tá.
Eu sentei do lado dela e depois de cinco minutos a enfermeira veio até ela e disse:
-Chegou a hora de alimentá-la!
-Ah, tá bom.

Ela foi andando até o quarto com a enfermeira e eu esperei dois minutos antes de ir até lá, então quando ela saiu eu entrei.
-Está bem, eu tive que achar isso, dentro do mar.
Ela me olhou meia surpresa, com um olhar meio desconfiado. Eu fiz um sinal com cabeça e ela me mostrou o bebê.
-Essa é a chave original da Tardis e na minha vida toda eu fiquei com ela, sabe as minhas companheiras?
-Sim.
-Nem a elas eu dei, mas, antes de vir pra cá e você me dizer aquelas coisas, eu a joguei no mar com raiva, mas agora eu tive que busca-las pra dar a alguém que precisa muito mais do que eu.

Eu coloquei a chave no pescoço do bebê e ficou do tamanho perfeito.

-Agora, só prometa pra mim que você não deixará ninguém tirar essa chave do pescoço dela.
-Eu prometo, pela minha vida.
-Agora só a deixe descansar, e acredite no poder que essa chave tem, ela abre a caixa mais importante que esse e outros possa existir, entendeu.
-Entendi. Obrigada.
- Não tem de quê, eu prometi não prometi?
-Sim, espero que um dia o senhor possa achar uma garota que não o deixe como você estava.
-Obrigada pelo conselho.
-Não precisa agradecer, muito mais você fez por mim.

Eu fui andando aliviado e quando eu olhei pro relógio era 23:56, caminhei até a Tardis e entrei e sai para qualquer lugar ou qualquer planeta exatamente à meia-noite.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo.