Por isso me apaixonei por você escrita por Bels


Capítulo 3
Destino em ação


Notas iniciais do capítulo

Olá babys, boa leitura!
Não se esqueçam de comentar falando sobre o que estão achando, um beijão.



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Dois meses se passaram.

Eu, Lucas e Cami ficamos cada vez mais próximos, meus amigos mais íntimos de Cuiabá vieram algumas vezes me visitar aos finais de semana e feriado. Meus pais estavam cada vez mais carinhosos e presentes na minha vida. Minha roda de amigos tinha aumentado, minhas notas estavam melhores, minha rotina não estava estressante e monótona. E eu estou feliz. Sem motivos específicos. Somente por gostar da vida que levo e desejar cada dia mais exercer minha profissão. O Lucas estava ultimamente com baixa autoestima por estar numa fase difícil do namoro, a distância estava tendo um peso enorme na vida dele. E sim minha recaída por ele passou. Sua namorada eu ainda não tinha conhecido, infelizmente, morro de curiosidade para conhecê-la, ele destaca tanto as qualidades... Que os defeitos passam despercebidos. Isso é estranho. Pra mim, pelo menos. Quer dizer, mulheres perfeitas não existem. 

A semana foi extremamente corrida, muitos trabalhos, projetos e apresentações na faculdade e no serviço muitos contratos e relatórios para serem feitos. Milagrosamente a cidade estava com baixa temperatura e o clima seco. Hoje era sexta-feira, passei mal durante a madrugada e tomei antibiótico, passei a noite com febre, dor no corpo, dor de cabeça, inflamação na garganta e dor atrás dos olhos. O que mais me desesperava é que de manhã cedo eu tinha minha última apresentação da semana. Graças a Deus eu tinha estudado muito para essa apresentação então não iria passar tanto sufoco.

Apesar de não ter conseguido dormir consegui acordar cedo. Fiz um esforço do cão para tomar banho e me arrumar. A fraqueza tomava conta eu estava incapaz de ficar muito tempo em pé. Me vesti rapidamente sem nem pensar muito e me deitei novamente. Ainda deitada reli algumas coisas da apresentação para relembrar e fiquei rezando baixinho pra tudo aquilo passar, pelo menos durante a aula.

No entanto, azarada do jeito que sou, após tomar o café da manhã me deu ânsia de vomito e acabei vomitando tudo que havia comido. Ai ai, amo a imprevisibilidade da minha vida.
— Meu Deus, Sammy! O que está acontecendo com você? - Perguntou com a feição preocupada enquanto segurava meu cabelo e íamos até o vaso.
— Não sei. Sério, me desculpa amiga... - Vomitei de novo.
Cami pegou um pano de chão e começou a limpar o banheiro enquanto eu lavava minha boca na pia e aproveitei para escovar os dentes novamente.
— Sammy, você já está atrasada. Tem certeza que quer ir? -Perguntou Cami num tom de preocupação.
— Eu tenho que ir! Nem que for só pra fazer a apresentação. Converso com a professora para apresentar e ir embora. -Argumentei.
— Pede pra fazer outro dia e vamos no médico agora! -Orientou ela.
— Não, você sabe Cami, lá na faculdade é a maior burocracia para conseguir declarar atestado médico. Sem falar que já estou no meu limite de faltas... Justifiquei me sentindo frustrada por não haver outra opção a não ser fazer a apresentação, só assim ia conseguir passar de semestre.
— Ai Sammy, vou morrer de preocupação... - Disse ela passando as mãos em seu cabelo longo.
— É o único jeito. -Rebati sem a menor vontade de falar ou fazer qualquer esforço. 

Dessa vez Cami foi dirigindo pra faculdade e o caminho todo ficou questionando se ir era uma decisão correta a se fazer. Ela sabia ser mais irritante e preocupada do que minha mãe.
— Amiga, vou ficar com o carro porque depois da apresentação vou direto pra casa ficar de repouso. Ai você pega carona com alguém, tá? -Falei.
— Ok, sem problemas. Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, me ligue! Te amo! - Disse ela e me abraçou forte. Assim que descemos do carro sai o mais rápido que pude indo imediatamente para o meu bloco.

Ao entrar na sala dei de cara com as meninas do meu grupo já se preparando para a apresentação. Não sabia se ficava aliviada ou com medo de ser esculachada por conta do atraso.
— Luiza. -A chamei num canto.
Luiza era a professora mais rígida e intolerante que eu havia tido até hoje, ela criticava todos os detalhes e tinha critérios para avaliar como postura, conhecimento do tema, criatividade e curiosidades. Mas apesar da critica desmedida, ela era uma professora incrível, muito divertida e explicava muito bem.
— Gostaria de pedir um favor. Ma-as -Gaguejei.- Primeiramente pedir desculpa pelo atraso. Passei mal à noite toda e hoje de manhã também não consegui chegar mais cedo. -Me justifiquei. 
— E porque você veio? Estou vendo que não está bem. -Disse ela reprovando minha atitude.
— Só gostaria de pedir para fazer a apresentação e ir embora. -Continuei.- Entrego o questionário na próxima aula.
— Não prefere ir embora e apresentar sua parte na semana que vem? - Perguntou ela com uma paciência e compreensão jamais vista por mim.
— Já estou aqui, estudei bastante pra apresentação, me sinto preparada.
— Tudo bem. Você que sabe. Pode ser assim. Boa sorte. -Colocou a mão sobre meu ombro e sorriu. Dei um sorriso fraco de volta e acenei para as meninas do meu grupo.

A empatia dela me confortou e me deixou mais tranquila para apresentar. Eu era a segunda a falar, na minha vez tentei ser clara e objetiva. Fiquei nervosa no começo, mas tudo fluiu naturalmente. Já estava angustiada de ficar de pé, contava os segundos para apresentação acabar logo para que eu pudesse sentar, pois estava me sentindo muito fraca.

Quando terminou a apresentação fomos liberados para um breve intervalo e aproveitei para sair e me refugiar na lanchonete. 
— Tá se sentindo bem? -Ítalo perguntou se sentando à mesa comigo.-
— Não. Vou embora já já. Tô esperando passar um pouco a tontura.
— Quer comer alguma coisa? -Perguntou ele.
— Não.
— Pelo menos bebe um suco, meu bem, pra não ficar com o estômago vazio. -Aconselhou ele.
— Estou com ânsia de vomito, hoje de manhã vomitei todo café da manha.
— Serio?...Será que... não está grávida?... - Insinuou ele dando aquele sorrisinho lindo que tem.
— Se você soubesse da minha vida sexual não sei se ia rir ou chorar. - Debochei e ele riu. -
— Depois com tempo eu faço questão de saber! - Disse ele rindo. - Mas tenta tomar um suco, eu compro pra você.
Ele foi comprar e trouxe para mim.
— Obrigada. -Agradeci ainda com meu sorriso fraco.
— Bom, vou subindo vai ter outra apresentação. -Avisou ele.
— Me passa depois o que rolou. Vou terminar o suco e ir pra casa. -Falei.
— Passo sim. Melhoras, se cuida Sammy! Cuidado quando for dirigir, vai devagar. -Disse ele de modo carinho e beijou minha testa.
— Tá bom.
Ele se foi e meu foco se voltou totalmente em terminar o suco sem vomitar. A operação foi um sucesso.

Fui caminhando para o estacionamento já me sentindo melhor. Contudo, um vento gelado me esperava lá fora, e isso não era bom. Só ia foder ainda mais com a situação. Infelizmente o carro estava bem distante do bloco, por conta do nosso atraso não conseguimos estacionar nas vagas mais próximas. O frio me deixou ainda mais fraca, me deu falta de ar e tontura, aos poucos minha visão ficava cada vez mais embaçada e de repente minha cabeça parecia pesar sei lá quantos quilos. Já havia começado a perder o equilíbrio e entrar em desespero. Faltava bem pouco para chegar até o meu carro, mesmo com tudo isso que estava sentindo  tentava acreditar que ia dar tudo certo por estar próximo. As chaves já estavam em minhas mãos me senti muito perto de tornar essa operação um sucesso, no que eu parei e movimentei rapidamente meu braço em direção do carro para destravar o alarme, senti minha visão embaçar de vez e não senti mais meu corpo.

Quando abri meus olhos, me dei conta de que estava dentro de um carro. É, um carro, e aparentemente era o meu carro. Como mesmo vim parar aqui? Não me lembro de ter conseguido entrar dentro dele. Aliás, o que que aconteceu??? Eu mal conseguia me mexer, não tinha forças, por isso me mantive do jeito que estava tentando aos poucos despertar. Consegui perceber que à poucos metros uma voz masculina e familiar falava desesperadamente, sozinho. Deveria estar ao telefone.

"Ela desmaiou. Acho que estava indo embora, avistei ela de longe por acaso. Virei um segundo pra procurar meu carro e quando olhei de novo ela caiu dura no chão, desmaiou. Que susto do caralho, mano! Puta merda! O que eu faço? Eu chamo alguém? Falo com alguém do ambulatório? Ah, sério? Entendi. Mas e aquela amiga dela? Puts, tudo bem. De boa, eu sei onde é, relaxa. Me avisa quando você sair da prova, demorou? Que isso, brother, suave. Abraço." Em seguida alguém abriu a porta do carro e se agachou para me ver.
— Oi Samantha, meu nome é Vinicius. - Disse ele num tom de voz que mais me parecia que estava nervosoo. - É... Eu vou te levar pra casa, tá? Tá tudo certo e prometo que vai ficar tudo bem.
Me tranquilizou enquanto entrava no lado do motorista e ajustava o banco, colocou o cinto de segurança e ligou o carro sem dificuldade. Apenas assenti ainda me sentindo fraca e tonta com os olhos já fechados por conta da exaustão. Não consegui questionar absolutamente nada.

Dado um tempo, Vinicius me acordou com sua voz dizendo que havíamos chegado. E então os questionamentos vieram, por que ele estava ali??? Não tinha como relutar sua presença, mas era o que eu queria no fundo do meu coração. Aquele cara não me parecia confiável. Mas no momento eu estava vulnerável e sem dúvidas precisava de ajuda, mesmo que fosse a dele.
— Sammy, cadê sua chave de casa? - Perguntou aflito olhando através dos compartimentos do carro.
Apontei para minha bolsa e ele se prontificou a procurar. Confesso que ao lembrar que ali tinha absorvente e coisas pessoais entrei em pânico, mas novamente, eu não tinha como relutar nada, deixei ele procurar.
Cara, tanto homem naquela faculdade e justo ele aparece pra me ajudar? Justo esse babaquinha? Que merda é essa? Só quero que esse dia acabe de uma vez!
— Bolso de fora. - Disse à ele rapidamente assim que me recordei e ele sorriu aliviado.

O babaquinha tirou a chave da ignição colocando-a em minha bolsa e pôs minha bolsa em seu braço. Arrodeou, abriu minha porta (hum, então ele sabe ser gentil?) e falou que iria me carregar até o elevador para que eu não fizesse esforço já que estava muito fraca. Não sei como ele sabia meu andar e meu apartamento, sendo que em momento algum eu disse onde eu morava, nem nada. Caramba! Que porra é essa? Como ele sabe? Stalker?

Ao chegarmos no meu apartamento ele finalmente me desceu do colo e me embalou com um de seus braços enquanto abria a porta. Assim que abriu me joguei no sofá desejando que o dia terminasse logo e tudo que eu estava sentido passasse. Fiquei observando Vinicius fechar a porta, tranca-la e deixar minha bolsa em cima da mesa com o maior cuidado.

 Estava debruçada de frio no sofá e Vinicius logo se sentou a minha frente me questionando se eu estava com frio.
— Onde posso pegar algo pra você se cobrir? -Perguntou enquanto observava o apartamento.- 
— Segundo quarto à esquerda, pega o que está em cima da cama mesmo. Fazendo favor.
Ele foi às pressas e quando voltou, me cobriu e colocou um travesseiro embaixo da minha cabeça.
— Muito obrigada! - Me aconcheguei e ele se sentou ao meu lado. De modo inesperado ele colocou a mão em minha testa e depois alisou meu pescoço ficando perplexo. Perplexa estava eu com o atrevimento dele de me tocar sem pedir permissão.
— Caraca Samantha, tu tá queimando de febre! - Disse ele extremamente preocupado e tenso.

Vinicius se levantou e foi até o banheiro, voltando de lá com a toalhinha de rosto e a colocou sobre minha testa. Estava úmida, por isso gemi com o pano frio sobre minha pele quente, foi um choque, ele percebeu e se desculpou.
— Você tomou algum remédio? - Perguntou.
— Tomei antibiótico hoje cedo.
Disse enquanto apertava o edredom contra mim para conter o frio, que me fazia tremer. Após a minha resposta Vinicius tirou o celular do bolso e discou um número. Ele foi para o outro canto da sala e iniciou uma conversa.
"Oi mãe. Sim. Na verdade, uma amiga passou mal na faculdade, desmaiou no estacionamento, acredita? Acabei de trazer ela pra casa dela. Ah, então, ela está com febre, acredito que esteja bem alta, também está com dor de garganta, dor de cabeça... A senhora tem um tempo aí? Ah! Poxa vida mãe... Ela disse que tomou antibiótico. Ok. Samantha, mãe. Sim. Ah, não enche! (Riu) A senhora sabe que não. Ok então. Beijos, te amo."
Desde quando somos amigos? Te amo? Sério? Muitas informações para serem digeridas que dizem bastante sobre ele. Eu olho pra ele e não consigo imaginar que ele fosse esses caras que são carinhosos com a mãe.
— Que meigo! -Comentei de forma impulsiva, não consegui me segurar e abri um sorriso. Primeiro sorriso verdadeiro do dia foi pra ele? Que doideira.
— Ah! É costume... - Ele riu e colocou uma das mãos no rosto em sinal de vergonha. - Minha mãe é medica, ela me disse que o hospital está cheio e que é pra eu cuidar de você e observar se você está melhorando. 
Sério universo? Me colocou um desconhecido pra cuidar de mim? Que fase
— Não precisa ficar se não quiser e não puder. -Comentei e a minha voz mal saiu por causa da garganta inflamada. O que fazia com que meu discurso fosse ainda menos levado a sério e ele ficasse com dó de mim. Odeio que sintam dó, especialmente de mim. 
— Eu vim aqui por um favor. O Lucas que me pediu... - Pausou. Agora tudo faz mais sentido. Ata. Entendi. — Mas relaxa eu quero e vou cuidar de você. Agora tenho um compromisso com o seu bem estar. 
— Tudo bem... - Falei ainda estranhando todo o contexto desse encontro esquisito que tivemos. Espero que ele tenha percebido minha cara de poucos amigos e de desconfiança. Porque real não confio nele.
— Se você não melhorar te levo para o hospital. Mas espero que não seja necessário. - Disse ele agora mais tranquilo e relaxado.
Sorri em resposta e mudei de posição no sofá me deitando de lado.
— Você quer alguma coisa? Tá com fome? - Perguntou.
— Meu estômago está rejeitando comida. Vomitei todo o café da manhã. - Disse a ele que automaticamente fez cara de nojo. Foi engraçado.- Consegui somente tomar um suco na faculdade. -Senti vontade de rir, mas fiquei quieta, deixei pra rir apenas por dentro.- Quero apenas um copo de água se não for pedir muito.

Eu estava com muita dificuldade de engolir, estava com dor, e minha garganta estava muito seca, e como se não bastasse a umidade baixa não estava ajudando. É muita energia ruim para um dia só.
— Obrigada. -Disse assim que ele me entregou o copo para que eu bebesse e tomei toda a água.- Oh.Meu.Deus, acabei de me tocar. - Tive um insight.- Preciso avisar o Sr. Filinto que estou passando mal e falar que vou chegar atrasada! - Disse me levantando mesmo com as dores no corpo e a porra toda. Se eu perdesse meu emprego por negligência minha estava mais do que ferrada.
— O que? Não! Pode se deitar! - Me empurrou com certa delicadeza me fazendo deitar de volta.- Eu falo com o Lucas e resolvo tudo.
— Não, não, eu falo com o Sr.Filinto, que tipo de - Coloquei a mão na garganta.- Aí tá doendo! - Fiz bico e me cobri de volta. - que tipo de colaboradora eu sou?
— Ei, confia em mim, pode ficar tranquila. - Ele acariciou meus cabelos e ficou me olhando nos olhos por longos segundos. E eu retribui o olhar. Por quê caralhos eu fiz isso? Que porra é essa? Por que meu corpo tá reagindo a um simples olhar de um cara babaquinha que eu não confio e não conheço? Fazia um tempo que eu não era olhada daquela forma.
— Você tá confortável aqui? - Perguntou tirando rapidamente a mão sobre meu cabelo e ficando imediatamente sem graça com o clima que estava rolando.- Será que é melhor que eu te leve pra cama? Você quer?

Assim que ele fez sua última pergunta sobre me levar pra cama não me contive. Minha mente viajou longe com os pensamentos perversos, foi muito automático a safadeza que se acendeu ali. Levantei a sobrancelha esquerda encarando-o por conta do duplo sentido da pergunta dele e no mesmo instante ele se abalou ficando sem graça, tentei abafar o riso mas não tive sucesso, acabei gargalhando.
— Você apelou ein! - Baixou a cabeça envergonhado e riu de si mesmo.
— Não Vinicius. Não quero que você me leve pra cama, obrigada. -Respondi dando risada.
— Quer que eu te ajude a chegar até a sua cama? - Vinicius reformulou sua pergunta. - Melhor assim né?
— Muito melhor. -Sorri- É, pode ser, meu corpo tá muito dolorido e eu preciso descansar.
— Ok.
Ele me pegou no colo novamente com edredom e tudo e com jeitinho foi me levando até o meu quarto.
— Você disse que ia me ajudar e não me carregar. Pode me colocar no chão. Posso me locomover sozinha. - Disse irritada com a cena desnecessária que ele estava fazendo.
— Não vou discutir com você. - Ele me colocou na cama e logo depois me cobriu.
— Hum... - Suspirei enquanto revirava os olhos. - Obrigada.
— Posso te fazer uma pergunta? - Perguntou enquanto se sentava do outro lado da cama.-
— Faça. -Dei de ombros.
— Você...Sei lá... É grilada comigo? -Perguntou ele nervoso. - Por... bom, acho que você sabe.
— Então, já que você perguntou... Sim. Te acho um idiota. -Falei com a arrogância que ele merecia e instantaneamente ele arregalou os olhos.E depois ele sorriu. Oi? O que eu disse foi direto e reto, pa pum, é isso e pronto. E ele me vem e me dá respostas contraditórias. Espanto e alegria? Oi? O que isso significa?
— Nossa...  - Disse ele surpreso. Como ele conseguia ser charmoso fazendo caras e bocas aleatórias? - Você é mesmo sincera. Bom, de qualquer forma, obrigado por literalmente ter me dado um tapa na cara.
— Se preferir eu entendo se quiser ir embora. — Sugeri te
— Nem mesmo doente você fica vulnerável ein! - Disse desaprovando minha atitude. - Não vou te deixar aqui sozinha, isso é fora de cogitação. Relaxa aí cara, eu sou do bem.
— Hum. Você que sabe. Mas eu realmente te acho um idiota. Hoje, por mais incrível que pareça você me surpreendeu. Um pouco.
— Me desculpa por aquele dia. - Disse cabisbaixo.
Ele está me pedindo desculpas? Sério? Como assim?
— Tá. Ok. - Falei confusa com o pedido de desculpas de Vinicius.

Resolvi descansar um pouco após o inesperado pedido de desculpas, me cobri toda, fechei os olhos e fiquei na tentativa de conseguir dormir com aquele babaca me observando.
— Me desculpa de verdade. Ninguém poderia imaginar essa situação. Espero que eu não esteja sendo invasivo, ou qualquer outra coisa, porque só quero te ajudar mesmo.

Permaneci de olhos fechados e fiquei me perguntando como ele tinha se ficado tão próximo, em questão de... Acho que nem de horas! Que merda era essa? De playboyzinho a menino dócil? Isso está um tanto quanto estranho. E como podemos perceber eu tenho muita dificuldade em lidar com coisas novas, principalmente percepções nova. Alô terapeuta, vem ver isso aqui.
— Vinicius? - O chamei após me lembrar que tinha que tomar o remédio nos horários certos. Dane-se, vou pedir ajuda para ele, já estou na merda mesmo... Vou me lambuzar.-
— Diz. - Respondeu ele me olhando atentamente.
— Você pode me fazer um favor? - Perguntei.
— Quantos quiser! - Disse ele com seu sorriso de canto de boa. Ele tem covinhas. Já comentei? São convinhas bem sutis mas são fofas. 
— Hum... - O olhei com olhar desconfiado pela simpatia exagerada dele. - Você pode me lembrar de que tenho que tomar o remédio ao meio dia?
— Posso sim. - Disse ele todo disposto.
— Se você estiver aqui ainda, claro. - Falei me lembrando que o que eu disse anteriormente era quase um mandato de que ele ficasse comigo, não queria que ele se sentisse obrigado a cuidar de mim até o meio dia.
— Meio dia né? - Perguntou enquanto pegava o celular e mexia ignorando o que eu havia dito anteriormente. - Já marquei aqui para despertar. - Me olhou e fez aquilo de novo, de ficar me olhando nos olhos por longos segundos. Por quê caralhos ele faz isso?
— Você pode parar com isso? - Apontei para seus olhos.
— O que? - Perguntou chacoalhando a cabeça, como se tivesse afastando algum pensamento.
— Isso. Que você faz. Com o os olhos. Para. - Falei já aborrecida.
— Han? O que eu faço com os olhos? - Gargalhou. - Tá tendo alucinação, Samantha? - Levantei as sobrancelhas e fiquei o olhando com a feição séria. 
— Me desculpa. Sério, não tô fazendo nada com meus olhos. - Ele se justificou. - E quanto a eu permanecer aqui... Estarei aqui sim. Se você quiser e deixar, quero ficar aqui te fazendo companhia. Sei que a sua amiga tem aula o dia todo. - 
— Sim, mas por qual motivo você ficaria? Sei lá, a gente mal se conhece... É estranho demais pra mim.
— Qual é! Te salvei! Deveria ser grata à mim. E não ficar falando que me acha um idiota e me atacando. - Brincou.- Além de gratidão, pensa comigo, é sempre bom ter alguém que te quer o bem por perto.
— Ah Vinicius, me poupe viu...Você não perdoa ninguém. Nem o meu estado de saúde. - Revirei os olhos. Mania chata que tenho de ficar fazendo isso, uma hora dessas um vento bate e fico com o olho virado pra sempre. Deus num deixa isso acontecer, por favor.
— O que? - Ele riu, mas em instantes ficou sério. - Você acha que estou dando em cima de você? Ou o que?
— Acho sim!
— Não, não, me desculpa, não estou dando em cima de você. - Vinicius disse se explicando. - Tanto que te pedi desculpa pelo o que eu já fiz no passado. Passado não, foi sei lá, uns tempos atrás. - Continuou ele meio confuso. - Estou aqui na paz mesmo, querendo te ajudar. -Ele foi falando mais rápido do que consigo acompanhar. Será que ele é do tipo que quando fica nervoso sai falando sem parar? - Dá pra parar de me julgar???? - Vinicius reclamou parecendo um pouco impaciente.
— Ok, certo... - Falei após um suspiro. - Obrigada. Obrigada por não ter ignorado o fato de eu estar jogada no chão. Obrigada. -Disse de cabeça baixa pois não queria admitir isso olhando pra ele e claro, ele me olhava como se se divertisse com cada palavrinha que eu falei. - Mas não fez mais que sua obrigação viu? - Disse em tom de brincadeira e ele riu. O olhei por alguns segundos e resolvi dar um voto de confiança. - Ok, você conseguiu, já confio em você. Sou trouxa, confio fácil nas pessoas.
— Você ainda não está acreditando em mim... - Mordeu a pontinha do lábio. - Mas saiba que você pode, tá?
— Tá bom. Tá bom. - Disse de saco cheio. - Isso aqui deve ser um dos meus sonhos lúcidos. Tudo muito irreal. - Me virei e fechei os olhos sendo abatida por uma porrada de sono pesado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, continuem acompanhando. Curtiram o novo personagem, Vinicius? Ele ainda vai dar muito o que falar... Beijão, até o próximo capítulo.



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