Por isso me apaixonei por você escrita por Bels


Capítulo 22
Entre as coisas mais lindas que eu conheci


Notas iniciais do capítulo

Não sei onde li que não pode dedicar o capítulo a algum leitor, mas dane-se! Esse vai pra todas as leitoras fiéis da minha fic s2 De verdade, vocês me dão o fôlego que eu preciso pra escrever.
Esse capítulo sera narrado pelo meu querido Vinicius. Um beijo, espero que gostem, não me deixem só viu!?



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Vinicius narrando.

Eu sei que não deveria ser tão grudento, carente e que não deveria ter ligado tanto para a Mimi. Mas o fato é que muitas vezes não sei guardar meus sentimentos, eles insistem em ser gritados. Não sou do tipo que amo calado, eu tenho o desejo de estar sempre dizendo para aquela pessoa o quanto ela faz diferença na minha vida. Pra você pode ser algo gay, falta de masculinidade, não sei, mas pra mim está mais pra valorizar quem anda do meu lado. Sabe o Marcos? Nunca passei um mês sem agradecer por aquele filho da puta ser meu amigo. Tenho poucos amigos de verdade, eu reconheço, muitos são amigos mas a gente chega a um certo ponto que não sabe até onde eles iriam por você. E então saber que em pouco tempo eu consegui amigas de verdade, que porra conseguem exibir uma beleza esplendida que vem de dentro pra fora... Me faz querer tê-las sempre por perto.

Sinceramente, já não sei se cabe em mim o sentimento, quanto mais eu conheço aquela garota, cujo o apelido quase passa a impressão que ela é meiguinha, mais tenho vontade de colocar pra fora o que sinto. Isso é uma droga, por que minha mãe me criou assim? Isso que dá ser o filho mais novo e há um tempo o do meio, fui designado pra ser criado de forma com que eu fosse sempre sincero com o que eu sinto. Por isso nunca enganei uma mulher e nem a usei. Todas as mulheres que já tive oportunidade de estar junto era por livre e espontânea vontade de "curtir o momento". Eu ainda não sei porque me meti nessa de ficar com tantas por aí, com a imensa ignorância de acreditar que aquilo que realmente era curtir a vida, pois é, que mané.

Mas, toda via, entretanto, é sempre tempo de recomeçar!... Minha ficha da vidinha de merda que eu estava levando só caiu quando meu avô faleceu. Eu e meu avô eramos inseparáveis, minha relação com ele era melhor do que a com meu pai. A morte dele foi a pior dor que a vida poderia me causar, no começo foi muito difícil, mas hoje em dia passou um pouco, estou melhor, obrigado. Precisei passar as férias inteiras sozinho refletindo, nada de aventuras, nada de surfar, ir pra balada, sair por aí conhecendo novas pessoas... Só eu, no meu canto, com meu violão, minha palheta, meu caderno, minha caneta e minhas anotações. Por muitas vezes depois daquele verão eu me peguei na pior, vivendo de passado, de lembranças, de tristeza, solidão... E ia pro bar beber, ninguém precisava saber da minha queda além de mim mesmo. Numa dessas saídas em busca de um refúgio da dor vi aquela morena num bar jogando sinuca. Jogando sinuca! Uma mulher naquela cidade jogando sinuca! Eu quase não acreditei no que vi. Meninas do interior não saem de casa pra ir pro bar (era um pub mas não deixa de ser um bar) beber (socialmente) com a melhor amiga e jogar sinuca. A primeira coisa que pensei foi: eu preciso conhecer essa mina! Fiquei observando-a por uma hora inteirinha, percebi que eu não era o único que tinha pensado isso e que todos ali queriam desfrutar aquelas duas novas integrantes da cidade. Qual é porra, eu estava bêbado, tinha chegado ali e começado a beber bem antes de elas chegarem, eu só queria esquecer do lixo que insistia em ter um espaço no meu coração e na minha mente pra me amedrontar.

E foi ali que eu levei meu primeiro e único fora, depois daquele dia nunca mais consegui chegar numa mina. Passei a deixar com que elas que chegassem em mim, isso mesmo, anota aí, me tornei um covarde. Ninguém nunca tinha sido tão duro comigo como a Samantha foi, ela me deu um impacto enorme e me senti frustrado de chegar a esse ponto de me tornar covarde. Ela foi MUITO clara ao dizer que não era pra eu nunca mais aparecer na frente dela! Quase chorei com o choque que ela me deu, porra, meu dia já estava uma merda, depois daquele fora... Fui pra casa com o rabo entre as pernas, me sentindo um coitado.

E aí depois de um tempo descubro que o veadinho do Lucas virou amigo dela, colei nele pra saber mais informações da garota nova, vivia perguntando sobre ela pra ele e só conseguia me encantar. Apesar do fora bem dado, eu nutria a cada dia mais uma paixão secreta por aquela garota, eu vivia a observando já que éramos do mesmo bloco. E eu até entendo o fora, agi de forma nada a ver, quando bebo demais e tô na fossa, faço uma merda atrás da outra.

Falando em uma merda atrás da outra... Me meti numa bela de uma emboscada. Pra quê que inventei de ir pra Búzios? Pra quê? Moleque burro! As quatro minas do quarto ao lado ficaram no nosso pé o dia todo. Elas fisgaram meu primo João e Bruno, irmão do Marquinhos sem esforço. Mas e eu e meu parça? Como que ficamos na história? Me esquivar foi o maior desafio que tive que passar na vida! E cara, falar pra tu, já passei por muita coisa! Eu fui tão claro quando disse "Olha, me desculpa, mas não quero nada com você! Tô de rolo com uma garota..." mas aquela paulista chata não me deixou em paz. Ok, a mina não era chata, mas já estava ficando de tanto ficar na porra do meu pé.

Qual é, eu não podia ficar com outra garota, eu tô em outra, sou um homem agora. Não vou cair na pilha de cometer o mesmo erro do passado. Foi um fracasso ver que todos os meus esforços durante o dia foram em vão...

Quando já estava indo dormir, eis que aquela mina brota dentro do meu quarto. E adivinha como ela foi parar ali? O escroto do João facilitou tudo! Deu a chave dele pra ela e ali estava a garota. Nunca senti tanto desprezo na vida! A mina estava de roupa íntima me esperando. Ha, ela se deu mal pensando que essa última carta na manga ia dar certo. Às pressas mandei ela se vestir e surtei mandando ela parar de me atazanar. Quase fui grosseiro mandando ela vazar, mas depois me dei conta que a mina não tinha culpa, e sim o traíra do João. No fim de tudo ela chorou e se desculpou, falando que não entendia o que tinha de errado com ela pra eu não deseja-la. E aí falei aquela velha frase chata/clichê que todos dizem quando querem acabar com algum relacionamento "O problema não é você, sou eu!", na boa eu ri por dentro na hora. Nunca pensei que fosse dizer isso um dia, ainda mais pra dar um fora numa mina que nem fiquei. Cada coisa que tenho que passar, puta merda...

Mal consegui dormir durante a noite com aquela mina ali do lado, passei em claro pensando em como iria lidar com isso. Ignoro esse fato ou eu conto pra Mimi? Poderia contar dando risada, dizendo o quanto essas garotas de hoje em dia perderam seu valor etc. Mas eu não tinha ideia de como ela iria reagir, ainda mais ela do jeito que é, certinha, cheia de regras. Tô ferrado! Minhas chances vão de 0 para -1 se ela não acreditar em mim.

Depois que fomos no aeroporto buscá-las aproveitei pra descansar tudo que não dormi durante a noite. E claro, pra fugir da Mimi também, ainda não tinha decidido como falar isso. A razão me dizia pra não contar, até porque não significou nada, não aconteceu nada. Mas meu coração é sincero demais, desgraça, enchia o saco pra ao menos fazer um comentário breve sobre aquilo.

Evitei a baby o dia todo, na espera que me decidisse de uma vez por todas sobre o que dizer. E a decisão ficou ainda mais apertada quando Camila descobriu. Marcos é tão estúpido e juvenil! Por que ele não apagou a merda da foto?? E por que ele tinha que me meter na história? A Camila falou que era pra eu falar com a Mimi e ela podia jurar que eu estava mentindo, que eu era o cara que desde antes ela achava que eu era (um babaca) e que eu era ridículo por não falar a verdade. Sabemos que essa pessoa da qual estamos lidando é barraqueira, e sim, ela é bem cruel quando quer. Porra, fiquei arrasado com as coisas que ela disse! Depois agiu como se nada tivesse acontecido e nós também.

O dia foi um lixo... Lixo ainda é pouco. O foda era ter que manter o sorriso no rosto, já que era o dia da morena. Devia ser férias alegres, um ano novo cheio de recomeços, novas certezas, novos acontecimentos... E parece que tem sempre algo pra acontecer e ficar cada vez pior. Porra meu! Depois do descontrole do ciúmes do Marcos (ele é muito ciumento) de beijar a Camila e levar um baita de um empurrão as coisas foram ficando cada vez mais estranhas. Lucas e Bia ficaram! Sortudo! Ela o beijou! Que dia que vou ter a sorte da Samantha me beijar? Cara, nunca, nem nas minhas maiores fantasias com ela.

No fim de tudo, fomos para a caminhada da vergonha, fomos embora apé pela orla. Eu estava tomando coragem pra contar, não sei porque estava tão nervoso, deve ser porque algo estava em risco. Minhas chances! Mas tava na hora, já adiei demais. Quando estávamos quase chegando a puxei e contei. O olhar de decepção foi de cortar o coração, eu estava tão nervoso, que contei em partes, nem consegui falar tudo que tinha planejado, apenas falei o que me veio em mente no momento. Queria ter dito o sufoco que foi e porque realmente neguei ficar com aquela garota.

Pra falar a verdade, eu passei o dia todo afastado por um outro motivo também, que ainda não citei. Estava tentando processar o fato de eu estar apaixonado pela Samantha. Pois é. Logo, eu, assim, de repente, apaixonado. Como deve ser ouvir isso em voz alta? Aqui dentro de mim é um pouco assustador. Gostar dela tudo bem, mas apaixonado? É um grande passo... Grande passo como o que eu dei ontem, de recusar, não só por não querer cometer o erro do passado, mas porque queria um futuro, quem sabe, com a Mimi. Bendito seja o dia em que eu conseguir aquela mina pra mim! Eu sei que vai demorar mas... Tem problema não, quanto mais difícil pra vir, mais difícil pra ir embora. Não é mesmo?

No dia seguinte acordei cedo e fui surfar com Marcos, o moleque tava triste pra cacete, deu dó.
— Me dá um pouco da sua sorte, brother. - Ele disse após voltarmos do mar.
— Sorte que nada. Não se esquece que antes do empurrão de ontem tu conseguiu um beijo! - Tentei animá-lo.
— Cara... - Ele me olhou triste. - Tava faltando isso aqui - Ele mostrou com a mão. - pra gente ficar junto. E aí aquela paulista aparece e estraga tudo.
— Brother, já foi. Tenta falar com ela de novo, de preferência até hoje à tarde. Passar a virada do ano com ela com raiva de você vai ser foda.
— Ela não vai acreditar em mim nunca nessa vida. Já to aceitando isso. - Reclamou ele.
— Cara, se até a Samantha acreditou em mim, com certeza Cami vai mudar de ideia. A Mimi é muito mais desconfiada com essas coisas, ela já foi muito mais enganada do que a Camila.
— Mesmo assim. - Ele fincou a prancha na areia e depois se deitou.- Quem diria... Ainda não creio que tô numa situação dessas. Porra, se eu pelo menos tivesse feito alguma coisa que fosse, eu entenderia, mas pela primeira vez na vida eu não fiz NADA! E olha a situação que eu tô.
— Tá pagando o preço agora né cara.
— O mundo judiou de mim ontem. Me senti maltratado. - Falou ele sendo dramático e eu achei graça de vê-lo assim. 
— Para com essa onda de depressão cara! Age! Faz alguma coisa! - O incentivei.
— Tô tentando porra! - Retrucou ele.

Durante a tarde eu Mimi, Guga e Vitoria ficamos ali em frente mesmo de casa enquanto o resto foi dar um role na praia. A parte onde estávamos era quase vazia, o point era mais pra frente, tinha que caminhar um pouco, nada muito longe. Fui tentar ensinar a Mimi a surfar, foi uma comédia, ela é toda estabanada e muito foda pra se equilibrar, ela deu umas belas afogadas. Enquanto isso, em algum lugar, Marcos estava conversando com Camila.
— Tô quase desistindo! - Disse ela saindo do mar.- É muito difícil!
— Você vai conseguir, relaxa, só o primeiro dia. - Falei na tentativa de estimulá-la.
— Para de iludir ela cara! - Guga disse rindo. - Todo mundo sabe que isso não vai acontecer.
— Desmotivador você ein! Para! - Vitoria disse brava pra Guga.
— Conheço minha irmã o suficiente, apenas isso.
— Se conhecesse saberia que não há nada que eu não consiga! -Mimi foi até ele e deu um tapa na cabeça dele.- Vitoria, tenho que te dizer uma coisa. Desculpa te fazer ver a realidade, mas esse cara aqui - Ela apontou pro Guga.- é um saco pra conviver, extremamente pessimista.
— Tá desculpada, porque infelizmente eu já percebi isso. Valeu Sammy. Mas o aviso foi em vão, agora já foi, somos amigos mesmo.

Amigos, beleza Vitoria. Algo me diz que Guga tá vivenciando a mesma situação que eu, porra, preciso compartilhar esse sofrimento com ele depois. Ele não vai me dedurar, pelo menos eu espero. O moleque é gente boa.

À noite foi uma loucura! Nunca vi aquelas mulheres tão eufóricas, todas! Tanto as mães quanto as filhas, tudo por causa de: roupa. Me arrumei em dez minutos cara e elas levaram uma eternidade. Tínhamos decidido jantar num restaurante, depois comprar bebidas e ver a queima de fogos na praia. Minha mãe mandou meu pai encher meu saco pra me fazer trocar de roupa, "Veste uma camisa" não obrigada, com esse calor? Tá pedindo demais! Vinte anos na cara e minha mãe quer controlar o que eu visto ou deixo de vestir? Porra irmão que fase, fala sério!

Marcos comentou comigo que Camila havia se desculpado por desconfiar de tudo que ele disse, mas que o que aconteceu ou deixou de acontecer não importava mais, que eles seriam apenas amigos. Coitado, ficou tão desapontado o cara...

Apesar das horas esperando as mulheres daquela casa, a demora valeu muito a pena. Estavam todas lindas!
— Minha filha! - Tio Carlos a olhou surpreso. - Você ta linda mas... Que decote é esse? - Falou a última frase baixo enquanto se aproximava dela.
— O vestido não é lindo papai? - Ela deu um giro com um sorriso estampado no rosto. Entendo meu sogro, aquilo estava demais. Demais de grande o decote. Mas, quem sou eu pra falar alguma coisa? Puf, quem que não gosta do que vê? Só o pai dela, claro.
— Eu falei pra ela Tio. - Camila disse com autoridade.
— Ah por favor, me deixem. Eu tenho esse vestido há um tempão e nunca uso. Estamos na praia! Praia! Única ocasião na vida que vou poder usar. - É verdade.
Tudo bem... Você tá linda!

Fomos jantar já era quase onze da noite, foi difícil encontrar uma mesa pra caber todos, a família tá muito grande.
— E aí Bia, o que me diz sobre hoje? - Perguntei.
— Você senhor Vinicius, pode manter todo mundo acordado até a porra do sol raiar que hoje a noite vai ser massa! - Respondeu ela animada.
— Será que tu aguenta?
— Garanto que sim!
— Ahhh, mas aguenta sim! - Lucas olhou pra ela e mordeu o lábio. Hummmm, o moleque tá pra frente mesmo!
— Ha-ha-ha. Me esquece Lucas. Você foi só por uma noite e nada mais. - Bia disse rindo.
— Uma noite? Não. Duas noites, e nada mais! - Ele sorriu.
— Você é minha nova cunha? -Lu, irmã de Lucas interrompeu a conversa toda alegre. Crianças e suas taras por quererem que o irmão namore.
— Não. Mas com certeza, sou sua amiga Lu. Somos suas melhores amigas, eu, você, Sammy e Cami. - Mudou de assunto.

Depois de comer, nosso pais continuaram no restaurante e nós fomos comprar as bebidas no bar mais próximo. Faltava dez minutos pra meia noite, corremos pra praia pra vermos a queima de fogos, falaram que aqui é foda a queimação de fogos. A praia estava LOTADA! Lotada mesmo! Procuramos ficar numa parte onde não tinha tantas pessoas, estava tendo música ao vivo num palco ali na praia.

Quando deu meia noite, o céu ficou lindo com o show pirotécnico, abracei meus pais e depois o restante. Por último... Ela. Estava de tirar o fôlego, se eu pudesse poderia passar a noite toda a admirando.
— Feliz ano novo feioso! - Ela me abraçou forte e a abracei na cintura fazendo com que ela tirasse os pés do chão.
— Feliz ano novo, preparada pra um ano inteirinho do meu lado?
— Preparada eu nunca tô pra nada... Seja o que Deus quiser... - A beijei no rosto e depois todos brindamos.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por quem acompanha!
Bom, esse capítulo era pra ser sobre o ano novo já, mas achei que devia colocar um pouquinho de como o Vinicius se sente em relação a tudo e o lado dele da história HEheheh Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo, um beijão bem grande pra vocês lindezas.