Por isso me apaixonei por você escrita por Bels


Capítulo 13
Sábado a noite tudo pode acontecer


Notas iniciais do capítulo

Olá babys, quero agradecer as lindezas que comentaram, fico extremamente grata.
Galerinha que ainda não comentou sintam-se tocados aí.
Espero que gostem, boa leitura, até mais.



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Fomos pra festa ouvindo uma das minhas bandas favoritas: The Killers. Cantei - meu cantar está mais para uma gritaria sem fim - o caminho inteiro igual uma louca. E pior que meu inglês arranhado era só minha voz extremamente irritante (reconheço)! Reclamaram de mim o caminho todo, mas nem me importei, o recalque bate e volta.

Encontramos Camila na porta e com ela estavam meus amigos Vitor e Gabriel, que saudade daqueles feiosos. Estávamos todas lindas, mas mais linda que nós só a decoração da festa! Fiquei vislumbrada, era tudo muito perfeito. Mas, pouparei detalhes.

Dançávamos ao ritmo de "Panda - Desiigner" com uma batida irada que o DJ tava tocando. A propósito, esse aí me fez curtir música eletrônica como nunca aconteceu antes na minha vida. Toda vez que vou pra algum lugar e toca eletrônica fico entediada num canto com o "tuts tuts tuts tuts" esperando que o DJ fique com dó de mim e toque outros tipos de músicas. Teve festas que eu ia trocar uma palavrinha com eles pedindo pra que tocassem qualquer outra coisa - rock, reggae, um dance animadinho, hip hop, rap, qualquer coisa! - e muitas vezes era sem sucesso. Sem falar que nunca sei como dançar, fico toda desajeitada numa tentativa fail de acompanhar o ritmo, por ficar muito empolgada com as batidas. No entanto, me imaginei em Hollywood, como uma super dançarina sexy sem ser vulgar e dancei como se eu estivesse participando de um clipe, me sentindo super diva, maravilhosa, linda, gostosa, toda deslumbrante, chique e fyna.

Eis que uma assombração me aparece. Não. Não. Não. Não. Não é possível. Repeti mil vezes pra mim mesma. E naquele momento a música já não me empolgava mais e não passava de um zumbido ao fundo. Fiquei sem chão. Me senti estúpida e me puni por isso. Ele estava ali. Sim, meu ex namorado. Oh meu Deus! Não o vejo tem o que? Anos? Ai aquele loiro do olho azul estúpido! Ele não muda nunca! Estava com um grupo de garotos e abraçava duas meninas. As reconheci. Já foram amigas dele quando namorou comigo. Quais eram os nomes dela mesmo? Vitória e Barbara. Elas nunca foram com a minha cara, nem tem como esquecer. E os amigos dele? Continuavam os mesmos. Os mesmos imbecis de sempre. Me recompus e chamei as meninas de lado pra contar a minha falta de sorte.
— Você precisa rezar mais, você anda com muita falta de sorte, vôte menina! - Bia disse assustada com as mão sobre meu ombro me consolando.
— Que que eu faço? Não vou conseguir fugir dele pra sempre. E por favor, não me deixem sozinhas. Principalmente se ele vir falar comigo. - Pedi.
— Se for possível, aja como se ele não existisse e a presença dele fosse repugnante. - Cami disse na forma mais natural possível. Essa ai tem ódio no coração, desejo de vingança. Assenti e voltei a dançar. Só que dessa vez sem tanta animação, fiquei tensa. E brava comigo mesma.

Eu achei que tinha superado tudo. Pra mim ele nem tinha mais importância nenhuma. Eu estava tipo "Puff, quem é Guilherme?". Mas é fácil fazer isso quando se esta quilômetros de distância da pessoa. Ali, quando o vi, me veio todo o sufoco que já passei com ele à tona e pronto, ferrou. Estragou minha noite.

Tive que fazer um trabalho psicológico pesado dizendo pra mim mesma que superei sim e que a presença dele não significa absolutamente nada. Não paguei caríssimo pra estar aqui e não aproveitar a festa por causa de um passado que já foi, já passou e que não me acrescentou em nada. Sai do banheiro me sentindo melhor, me sentindo ótima na verdade, ufa, tudo passou. Estou em paz novamente. VAZA assombração.

Fiz aquela caminhada básica da vitória, me sentindo uma super top model na passarela no desfile da Victoria's Srecret, indo até meus amigos que continuavam dançando no meio da pista. Eis que um braço me puxa. Não. Puta merda. Não pode ser ele. Cacara, só porque acabei de me recompor! Me virei toda assustada e já pensando em pegar meu celular para discar pro SAMU por estar prestes a ter um infarte. Mas aí era só o Vinicius panaca me olhando com cara de "Tá doida?".
— Não sabia que eu era tão feio assim. - Gargalhou.
— Você me assustou! Idiota. - Suspirei aliviada e ele sorriu.
— Desculpa, você sumiu e eu fiquei preocupado.
— Preocupado com o que? – Nisso ele ficou sem graça e não me respondeu.
— Ham...É que...Ham...
— Han? Não to te ouvindo. - Gritei e ele se aproximou.
— É que... As meninas me falaram. Que seu ex está aqui.
— Ah. - Pra quem mais elas falaram? Será que já divulgaram pro pessoal do blog da Gossip Girl? Porra, meninas bocudas.

Aqui na cidade tinha uma galerinha fofoqueira sem ter nada pra fazer que resolveu plagiar o seriado e falar mal da vida alheia anonimamente. Por isso a sátira.
—  Fui no banheiro só. - Esclareci.
— Tá tudo bem com você? - Me fitou.
— Uhum.
— Não parece. - Vinicius me analisou.
— Tô melhor! Só fiquei meio... Sei lá, apavorada. Faz tempo que eu não o via. Na verdade, muito tempo! Mas tá tudo bem.
— Ah sim... - Ele franziu a boca.- Vem dançar que você esquece desse otário. - Me olhou todo sorridente e passou um de seus braços pela minha cintura me levando até onde o pessoal estava.

Eis que surge a criatura do NADA na nossa frente. DO NADA. O ser surgiu ali, brotou do chão o retardado. E olha que eu estava olhando toda hora para os lados sendo cautelosa para não ter que esbarrar com ele por acaso. Ô vida amargurada!
— Samantha! - Ele disse alegre abrindo os braços. Ei querido, não vou te abraçar. Menos! E que animação é essa? Ele só pode estar bêbado.
— Oi! - Sabe quando você não tem vontade NENHUMA de sorrir? E sai uma coisa meio que tipo só uma amostra grátis de como são seus dentes? Eu devo ter ficado parecida com um cão rosnando.
— Como você tá? Nossa, tá ainda mais linda. - Ele ignorou a presença do Vinicius e o fato de eu não ter o abraçado.
— Obrigada. Ótima. Ham...Tchau, até mais.
— Não vai nem me apresentar seu novo namorado? - Perguntou ele fazendo com que eu e Vini nos olhássemos. Trocamos olhares e Vini deu de ombros esboçando um sorriso no rosto logo depois.
— E aí, Vinicius. –Deram um cumprimento de mão. – Você é?
— Guilherme, 'pô'! Eu e Sammy já namoramos.
INCONVENIENTE! INCONVENIENTE! É ISSO QUE VOCÊ É! 
— Ah. - Vinicius me olhou e depois voltou a olhar pro Guilherme. - Você.
Ele fez uma cara de superior e ele praticamente com o tom que falou, quis dizer 'Você = ela já me falou de você, grande bosta'. A-m-e-i. Vinicius, sério, estou te amando. Guilherme ficou com uma cara de cú! Trocou algumas palavras e saiu. Assim que ele virou as costas comecei a rir ho-rro-res.
— Não gosto desse cara. - Vini balançou a cabeça e apontou com o polegar pra direção onde Guilherme foi.
— Nem eu. - Disse em meio a gargalhadas.- Valeu pelo improviso.
— Achei que ia ficar brava. Mas não me aguentei, esse cara é um escroto.
— Valeu, sério! - O abracei e dei um beijo demorado em seu rosto.
— Tudo pra te fazer feliz. - Disse num tom sexy e rimos.- Agora que esse otário já vazou, vamos brindar.
— Brindar o que?
— Brindar sua sorte de ter se livrado desse mané! - Disse e foi no bar buscar bebidas. Fiquei rindo sozinha, depois contei para as meninas o que aconteceu.

Finalmente pude voltar a aproveitar a festa! Fiquei dançando com Vitor e Bia, e passando os olhos pra tudo que é canto procurando Camila. A avistei no bar conversando com Gabriel. Ih... Vai dar treta! Esses dois já tiveram um affair uns tempo atrás, é uma história de idas e vindas!

Há uns anos atrás eles se conheceram num show sertanejo, ele pediu pra dançar com ela - ele dança bem pra caramba, ganhou ela de primeira - e no fim acabaram ficando - descobrimos depois que nesse dia ele estava acompanhado e que deu uma "fugidinha" da garota, ri como se não houvesse amanhã da ousadia dele -. Passou-se um tempo depois e Cami e eu começamos a admirar um cara que todas as noites ia nadar no clube onde malhávamos juntas. A gente sempre ficava próxima da piscina tentando ver quem era e ficava fantasiando com quem o cara se parecia. Até que de repente ele começou a malhar também, e finalmente podemos ver o rosto dele e o achamos ele muito bonito, Camila tinha a impressão que o conhecia de algum lugar, mas não tinha ideia de onde. E aí um dia desses fomos num bar e por coincidência do destino ele passou na nossa mesa pra cumprimentar um amigo que estava conosco - O Vitor, ele é meu vizinho- . E foi aí que Camila finalmente se lembrou quem o cara era! Gabriel! O cara que ela ficou no show! Tipo, só ai! Meu Deus, eu zombei dela o resto do mês! Ela não lembrava de jeito nenhum, sabia que conhecia ele de algum lugar mas nem se tocava de onde. Repentinamente de ali em diante nos tornamos amigos, e de repente eles começaram a flertar um com o outro. Acabaram ficando por um tempo, e quando tudo tava começando a se ajeitar ela passou no vestibular e teve que ir embora. Triste fim. Ele não quis compromisso, nem ela, e então voltamos a estaca zero, amizade. Voltamos a ser os amigos bobões de sempre. Fim.

— Pra você. - Me entregou uma taça e eu comecei a rir. Não, ele não estava fazendo isso. Ele segurava uma garrafa de Chandon na mão, juro que ri muito. Eu esperava um drink qualquer, uma dose de alguma coisa, não isso. Garoto surpreendente!
— Você é épico! - Gritei.
Ele chamou o restante do pessoal e estourou a champanhe. Brindamos à amizade e a liberdade chamando atenção da festa inteira.
— Cacete, aquele moleque não para de olhar pra você! - Vini disse incomodado com os olhos grudados atrás de mim, no Guilherme.
— Ai caramba, que saco. - Disse de saco cheio.
— Será que ele não acreditou? - Perguntou Vini. 
— Será? Não sei. - Respondi dando de ombros.
— Vamos provar pra ele que é real. - Sugeriu Vini me pegando de surpresa.
— Que? Não! Não viaja! Não vou beijar você! - Disse desesperada.
— Ei, calma aí. Eu sei que é demais pra você beijar essa delícia aqui. - Apontou pra ele mesmo. - Mas, momento nenhum falei de beijo.
— Estúpido. - Falei revirando os olhos. - Qual a sua ideia?
— Uma ilusão de ótica. - Ele sorriu maléfico. Esse moleque tem cada ideia...
— Como assim?
— Vou explicar melhor. - Me puxou e fomos em outra direção onde Guilherme não pudesse nos ver.- Eu vou te beijar aqui. -Ele apontou no meu canto da boca.- De longe vai parecer que tô te beijando. É só fingirmos bem e ficarmos no ângulo certo.
— De onde você tirou essa ideia?
— Férias na casa da minha vó. - Ele riu. - Assisti muito filme de comédia romântica, minha vó adora.
— Tá explicado! - Falei rindo.
— E aí, topa?
— Não sei. -Disse nervosa. É demais pra mim eu acho.– Ai que saco. Poderia ser o Vitor comigo, seria mais fácil fingir um beijo. E também o Guilherme iria acreditar mais, ele sempre teve ciúmes do Vitinho. - Comentei pensativa. 
— É, poderia, mas, no momento quem estava com você era eu. -Fiz cara feia e ele ficou bravo. - Valeu por me desprezar assim, sua ingrata. E por que com ele seria mais fácil?
— Sei lá. - Dei de ombros.- Conheço ele a mais tempo e... Nós demos um selinho uma vez. - Fiz careta.- Foi sem querer, mas isso provou nossa amizade, não significou nada.
— Hum. Mas agora, o que você tem agora, é somente o Vini aqui. Se conforme.
— Tá. Não tem escolha né.
— Porra Samantha, é tão ruim assim a ideia de me beijar? Olha, posso te garantir que ninguém nunca reclamou.
— Ha ha ha - Falei irônica. - Não é ruim. É constrangedor.
— Tudo bem. - Assentiu.
— Não sei. Vou pensar.
— Não vou faltar respeito com você, Samantha, se é isso que você acha.
— Eu sei que não. - Menti. Eu não tinha ideia do que esperar dele. Fiquei aliviada quando ele disse isso.
— Mentirosa. Mas você que sabe. - Disse ele e depois tomou todo o resto de champanhe da taça.

Ah, quer saber? Que se dane o Guilherme, ele me fez sofrer todos esses anos, sendo que eu nunca fiz nada pra ele! Tá na hora de eu sentir um saborzinho da vitória. Ele já ficou com tantas garotas na minha frente e eu nunca dei o troco, hoje ele vai sentir na pele o que é ver a pessoa que você gosta com a boca na botija.
— Tá, tudo bem, eu topo. - Disse por fim.
— Então, se prepara que o moleque tá por perto. - Disse ele disfarçadamente.
— Ai meu Deus. - Falei desesperada.- Não funciono sob pressão. -Fiquei aflita e ele abriu um sorriso.
— Você não vai precisar fazer nada, deixa comigo e meus dotes de atuação.

Passou-se alguns minutos e ele me olhou com um sorriso divertido no rosto, me concentrei naquele sorriso e ele me puxou pela cintura. Não foi uma simples puxada, foi A PEGADA. Credo. Não esperava isso. Não mesmo. Me mantive calma mas era impossível não sentir nada com aquelas mãos firmes. Sou hu-ma-na. Não fico com alguém tem um tempão. Um cara me puxando assim é de mexer com minhas estruturas psíquicas e físicas. Ok, não dá, não consigo fazer isso.
— Acho que não consigo fazer isso. - Me desesperei mas ele não me deu ouvidos. Agarrou firmemente sua mão em minha nuca e eu tentei não sentir nada.
— Não abusa, Vinicius! 
— O que? Ah, faz parte da dramatização. - Ele sorriu. Panaca.- Ele não vai acreditar se eu simplesmente te beijar, vai perceber que estamos fingindo.
— Você só quer mostrar que tem pegada. Só não sei pra quem, se é pra mim ou pra ele.
— Shiii! - Me mandou ficar calada e se aproximou do meu rosto levando seus lábios no canto da minha boca. Coloquei uma de minhas mãos sobre seu ombro e a outra em suas costas prendendo minha respiração e fechei os olhos para parecer que estávamos beijando. Depois rapidamente beijou o outro canto da minha boca roçando os lábios ali e meu coração pulava feito um louco, eu já estava começando a achar que ia morrer. Já chega Vinicius, vai me matar assim! Soltei o ar desesperada e belisquei ele nas costas fazendo com que ele desaproximasse sorrindo.
— Morreu? Foi ruim? - Perguntou.
— Morri!
— Ele ficou puto! Mas...
— Mas o que?
— Hum...
— Diz logo Vinicius.
— Ele beijou outra garota. -Ficou me olhando preocupado e se sentindo culpado.
— Ah. - Dei de ombros. - Não importa. Pelo jeito afetou ele. Não vai ser a primeira nem a última vez que vejo ele beijando alguém.

Voltamos pra onde o pessoal estava e as meninas estavam com um ponto de interrogação sem saber o que tinha acabado de acontecer. Elas realmente acreditaram que fiquei com ele. Inocentes. Expliquei e voltamos a curtir a festa.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo vai ser narrado pelo Vinicius, uhu! Um beijão.