Um amor de outra vida escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 59
Nova Fase - Esclarecimentos.


Notas iniciais do capítulo

E ai? Se recuperaram da revelação do segredo da Katherine? Espero que sim, porque vim com um capítulo fofinho!
Boa Leitura!



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(Música do Capítulo)
"Quando você encontrar a outra metade da sua alma, você vai entender porque todos os outros amores deixaram você ir. Quando você encontrar a pessoa que realmente merece o seu coração, você vai entender porque as coisas não funcionaram com todos os outros."

— Rubem Alves.

Ponto de vista : Maggie Storm.

    Uma vez, ouvi dizer, que é um novo amor que faz com que amadureçamos, mas, não acho que seja uma total verdade; A perda dele, também faz com que cresçamos. Desde o dia que comecei a me interessar por caras, mergulhei fundo nisso, me dedicando a cada relação como se fosse a última, para no fim, não receber nada em troca. Em meio a isso, perdi o único cara que valia a pena e foi essa perca, que fez com que eu notasse, o quão idiota eu estava sendo. Assim, a garota que trocava de namorado toda semana, aprendeu a se valorizar, e amar a si mesma, acima de qualquer coisa.

       Eu tinha uma bela vida, é a realidade. Uma família incrível, que contava com um irmão maravilhoso, e amigos que valiam mais do que qualquer namoro. No fim, não perdi o Nick, só a história que eu poderia tido com ele, além de nossa amizade. Mas, em geral, ele continuava ali, me apoiando, confiando em mim, e me amando.

         Tinha também Lysandre, mas, por ele, eu só sentia uma curiosidade adolescente, o cara mais velho misterioso me atraia. Só que ele era noivo, e representava confusão. E eu não queria mais confusão em minha vida, estava pela primeira vez, em uma fase neutra, e preferia me manter assim.

         Por isso, naquela manhã, quando Lysandre me pediu para encontra-lo no café sabores, antes de ir para aula, estava decidida a não criar expectativas, e o surpreendente foi que eu consegui.    

  Meus cabelos soltos, com apenas a franja presa para trás com um grampo, se balançaram quando adentrei ao estabelecimento tão conhecido por mim. Lysandre já estava lá, em uma mesa dos fundos. Sorriu para mim, e foi retribuído.

        Ao chegar lá, o lance sobre expectativas fracassou, porque o sorriso dele desmanchou, e o mesmo adotou uma expressão hesitante. O fato das cadeiras serem acopladas a parede de trás, não permitiu que Lysandre fosse cavalheiro e a puxasse para mim, então sem o minimo gracejo sentei-me.

       Era incrível como pareciam séculos desde a última vez que nos vimos, mas, especificamente em nosso “encontro”. Havíamos combinado de sair mais vezes, mas, não aconteceu. Trocamos algumas mensagens e não passou disso. Mesmo, não sendo sobre minha vida, os últimos dias haviam sidos estranhos com tudo que aconteceu com Katherine e Edward. Eles eram aquele tipo de casal improvável que se torna incrível, fazendo você querer que eles fiquem juntos por toda a eternidade. E quando isso chegou ao fim, até eu não soube como reagir.

—Okay. É oficial, esse lugar é onde todos escolhem para dar péssimas noticias. — brinco, e ele suspira, voltando a sorrir.

—Por que acha que o que vou dizer será péssimo? — arqueia uma sobrancelha.

—Por essa expressão em seu rosto. — aponto para sua face brevemente e ele assente.

—Estou indo embora. Queria me despedir. — aquilo não soa impactante para mim, é claro que um dia ele iria, só que aquilo não me impede de ficar triste.

—É uma pena. — Comento sincera.

—É. Queria ter tido aqueles outros encontros. — concorda comigo.

—Para onde irá? — questiono curiosa.

—Realmente não sei. April entrará em férias, e ela decidirá nosso destino. — ele conta sem muita animação.

—Ela tem sorte por ter você. — afirmo sorrindo.

—Não mais do que o cara, que terá você. — devolve com gentileza.

—Foi muito bom conhecer você. — digo, pois foi importante para mim, a primeira vez que meu interesse por um cara, não acabou de um jeito ruim para mim.

     Ele pegou minha mãos, que estavam sob a mesa, e as entrelaçou as suas, sorri ainda mais pelo gesto, e tenho que admitir que até me emocionei um pouco. Era de longe um gesto muito bonito.

—Sabe, Maggie...Você estava certa, quando disse que eu gostava de você, pela sua ingenuidade, em ainda acreditar no amor verdadeiro. Mas, está errada, sobre isso ser ingenuidade, é esperança. E já que é provável que não nos veremos mais, quero te pedir algo. — comunica, me olhando intensamente.

—Pode falar. — permito.

—Nunca perca essa esperança, nem deixe que as pessoas as sua volta percam. Você é especial. — me elogia de um jeito profundo.

—Você também é...Com todo esse mistério. — digo.

—Só sou fechado. — fala dando de ombros.

—Quando as pessoas dizem que são fechadas, significa que elas tem um segredo. — comunico sorrindo com desdém.

—Você é realmente uma garota esperta. — afirma, sem dar mais detalhes. Ele nunca deixaria de ser um mistério, e para ser sincera, eu não queria desvenda-lo, aquele era seu charme.

—Uma garota esperta que você está deixando para trás. — acuso divertida.

—Quem sabe um dia, eu não volte, esteja livre, e consiga o coração dessa garota. — é galanteador.

        Não me deixo levar por aquelas brincadeiras, não mais. Me levanto, apertando minha bolsa nos ombros, e e encaro.

—Você disse “Um dia” — noto rindo.

—Sim, o que tem isso? — questiona confuso.

—Um dia é o que as pessoas dizem, quando querem dizer nunca. — nós dois rimos juntos dessa vez, e ele não se deu ao trabalho de levantar para me dar um abraço, e em geral não queria isso.

—Foi bom te conhecer, Maggie. — conta como se fosse um segredo. Talvez até fosse.

—Foi bom te conhecer, cara misterioso. — digo de volta, então lhe dou as costas, com um sorriso de alivio nos lábios. Por conseguir enfrentar um “término” sem desabar.

[...]

     O ponto de vista : Jasper Rileys.

Os primeiros meses sem Polly, foram um inferno completo, mas, mesmo sem que eu percebesse, acabei me acostumando com a ausência dela. Me focando mais na faculdade, e pensando em meu futuro como um todo, não em um projeto em que ela era o centro. Faltava alguns meses para eu me formar, e eu devia me focar só nisso.

         Estava saindo da minha primeira aula na faculdade, e indo até a cafeteria do outro lado do campus, quando me deparei com uma presença surpreendente no pátio. A estranha irônica, se encontrava sentada, em um dos bancos de madeira de lá e olhava para um ponto qualquer.

            Fui até lá, com um sorriso no rosto, mesmo sem entender o motivo, para tal coisa. Ela notou minha presença, e sorriu também, e pelos céus, aquele parecia ser o primeiro sorriso sincero que ela me enviou desde que me conheceu, e era tão lindo. Absolutamente lindo.

—Se meu ego fosse inflado, arriscaria dizer que está aqui por mim. —  comentei ainda sorridente, e em resposta a isso, ela revirou os olhos. Só que no fim, eu sabia, ela estava aqui por mim.

—Você está começando a ficar convencido...Isso é preocupante. — disse, quando me sentei ao seu lado. Olhei para ale, e desfiz o sorriso aos poucos.

—Você sumiu...Desde o incidente no elevador... — falo, fazendo uma careta.

—É, costumo sumir...É um hábito terrível, eu sei. — me conta, e parece que há um significado oculto ali.

—Queria poder fazer isso, ás vezes...Sumir, sabe...Dar um tempo de tudo. — admito, e ela dá um sorriso amargo.

—Vai por mim, não é tão libertador quanto parece...É vazio...Você não tem tempo de fixar raízes, e criar laços, nem em seu próprio lar. — disse baixo.

—Você não me disse de onde era. — noto, e ela ri.

—É por que não importa, Jasper...Minha obrigação com todas as pessoas, é só aparecer algumas vezes na vida delas, não posso me fazer importante...Porque, eu estou sempre indo embora. — seus olhos castanhos me encaram, e eu suspiro.

—Essa é uma dessas vezes? — indago, e ela assente.

—Sim...Tenho que ir...Tenho coisas as fazer...Coisas para resolver. — ela me diz.

—Sabe, apesar desse comportamento azedo, que só você tem...Foi um prazer te conhecer, garota irônica. — falo sorrindo.

—É...Até que não foi tão terrível te conhecer. — admite de volta, e se levanta, apertando a alça de sua bolsa, e dando a entender, que já iria.

      Olhei para ela, sorrindo, dessa vez um sorriso triste. Ela girou os calcanhares, com a intenção de  andar rumo, a um destino desconhecido. Engoli a seco, e ofeguei.

—April!. — chamei, e ela se virou, ficando ali parada, com os olhos levemente arregalados, e a boca entreaberta.

      O que eu fiz a seguir, foi uma daquelas coisas, que você faz, sabendo que é um erro, e que no fim, se transforma em um acerto. Um acerto brilhante, que marcará tudo em sua vida. O melhor acerto.

          Andei na direção dela, determinado de uma forma que nunca estive antes.

       Dane-se se ela tem um noivo. Dane-se se no fundo, eu ainda gosto da Polly.

     Tudo que importava no momento, era o que aquela resmungona fez comigo, desde a primeira vez que eu a vi; Ela me fez reagir. Com toda aquela fúria no olhar, e aquele sorriso contido, cheio de palavras não ditas.

                Agarrei seu rosto, com minhas duas mãos e a beijei. Achei que ela fosse me empurrar, ou algo do tipo, mas, ela apenas retribuiu, como se sua vida dependesse disso. Ela se entregou totalmente naquele beijo. Apreciando cada segundo dele, de uma forma intensa. Enquanto, eu tentava entender o que sentia naquele momento.

       Me separei dela, e ela abriu seus olhos — que estavam fechados por conta do nosso momento — e sorriu brevemente.

—Eu vim por você. — admite.

—Eu vou te ver de novo, garota irônica? — tenho que saber.

—Para o seu bem, tomara que não. — afirma, e após um longo selinho, ela me deixa.

            Não foi tão doloroso, como quando Polly me deixou, e isso não tinha nada a ver com o fato, de eu não ter uma história com ela, tão intensa quanto tive com a Polly. Não foi doloroso, porque eu sabia. April ainda seria muito importante em minha vida.

[...]

     Ponto de vista : Maggie Storm.

Ergui meus olhos, assim que cheguei ao corredor principal da escola, e sorri quando encontrei Nick encostado em um dos armários. Ele estava concentrado, lendo uma folha, que aparentava ser o roteiro da peça, e o óculos quase deslizava por seu nariz.

            Ele ficava lindo daquele jeito. Nicholas Adams, era lindo de todas as formas. Ele tinha a melhor alma. O melhor sorriso. Os melhores conselhos. O melhor abraço. O melhor e mais sincero perdão, e eu perdi isso. Porque estava ocupada demais, me focando em coisas — pessoas— que não me dariam um futuro.

              Como se fosse destino, ele desviou o olhar das folhas em suas mãos, e se virou para mim. Nick não me deu um daqueles sorrisos calorosos, mas, eu não precisava de um desses no momento para saber que ele estava feliz em me ver.

—Oi. — cumprimentou rapidamente, me olhando de forma tímida.

—Oi. — falei de volta, ficando de frente para ele.

—Tudo bem? Você parece preocupada. — ele não seria o Nick, se não notasse.

—Estou preocupada com você, na verdade...Sabe, por causa do término com a Jane. — comentei, e suspirei.

—Eu estou bem...Nós tínhamos que seguir caminhos diferentes...Só espero que ela não volte para a turma da Hillary. — desejou.

—Ela não vai. — afirmei. —Sei que nunca admiti...Talvez, agora seja até tarde demais para dizer...Mas, eu sei que a Jane é uma boa pessoa, e ela fez tudo o que podia para se redimir, do fato de que fez coisas terríveis com a Hillary...E em determinado momento, ela chegou a te merecer. — falo, e ele sorri brevemente.

—O amor não se trata de merecimento, Maggie...Se trata de riscos...De não ficar se perguntando como seria. — comenta sério.

      Antes que eu responda aquilo, vejo algo que me deixa sem palavras por alguns segundos. Edward e Katherine entraram nas escola de mãos dadas, dando a entender que se resolveram, e que os problemas se foram por hora, deixados de lado. Eles olharam para nós e sorriram ao mesmo tempo.

           Fitei Nick, e decidi que não precisava falar nada agora. Aquele momento não precisava de palavras. Todos estavam bem. Tudo estava se encaixando.

     Sem que eu esperasse, o Adams ergueu sua mão em direção a minha, e entrelaçou nossos dedos com carinho. Emocionada, eu continuei sorrindo.


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Notas finais do capítulo

Espero que entendam, que eu precisava "finalizar" de certa forma, a história desses personagens, na primeira temporada!
Comentem!



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