Rose Weasley andava apressada pelos corredores de Hogwarts. A garota acabara de lembrar que estava atrasada para a aula de Transfiguração e sabia muito bem que a professora e também diretora Minerva McGonagall não tolerava atrasos.

Rose nunca se atrasava para uma aula. Sempre gostava de ser pontual. Mas o fato é que a garota acabou perdendo a hora na biblioteca estudando para o NOM's que prestaria a alguns meses.

De repente, Rose tombou em alguém. Esse alguém era ninguém menos que Scorpius Malfoy, garoto o qual Rose Weasley odiava desde seu primeiro dia em Hogwarts.

— Tenha cuidado por onde anda, Weasley – o menino reclamou com rispidez.

— Foi mal! Estou atrasada – ela respondeu, já mudando de direção.

— Uau! Isso é inédito! Rose Weasley atrasada pra uma aula! Acho que precisa ser publicado no Profeta Diário – zombou Scorpius.

— Não enche, Malfoy! – Rose falou irritada e lhe deu as costas.

Quando chegou à classe de Transfiguração, encontrou o que esperava. Uma Minerva McGonagall irritadíssima por ter sido interrompida pelo atraso da jovem.

— Srta. Weasley! Que surpresa ser a senhorita a estar atrasada para minha aula

— Desculpe, Profª. McGonagall. Eu perdi o horário. Eu estava na biblioteca e...

— Está bem, está bem! Cinco pontos serão descontados da Grifinória pelo seu atraso. Sente-se, Srta. Weasley.

Rose obedeceu, envergonhada. Nunca fizera sua Casa perder um ponto sequer. Muito pelo contrário, sempre fora a melhor da classe, conseguindo muitos pontos.

A garota sentou-se ao lado do seu primo, Alvo Potter.

— Ei, por que você chegou atrasada? Não me diga que estava na biblioteca estudando para os NOM's?

Rose assentiu de cabeça baixa.

— Por Merlin, Rose! Estamos em dezembro! Os NOM's só acontecerão em junho! Acho que você está exagerando – exclamou Alvo.

Rose não conseguia encarar o primo. Ele estava com um pouco de razão, mas Rose sendo filha de Hermione Weasley nunca deixava os estudos para as vésperas, preferindo sempre começar com muito tempo de antecedência.

Rose prestou atenção na aula e, assim que terminou, saiu da sala, ainda de cabeça baixa.

— Ah, qual é, Rose! Se atrasar é normal, não é a pior coisa do mundo! – Alvo consolou com intenção de melhorar o humor da prima.

— É. Acho que você tem razão – concordou Rose, ainda cabisbaixa.

— E aí, como foi o primeiro dia de atraso da Weasley? – perguntou uma voz desdenhosa atrás deles. E Rose sabia muito bem a quem essa voz pertencia.

— O que você quer, Malfoy? Por que não para de encher? – ela falou, irritada.

— Calma, Weasley, só estava curioso. E aliás não vim falar com você. Vim falar com meu amigo – Scorpius disse apontando para Alvo.

Rose bufou e saiu andando. Odiava o fato de ele e do primo serem tão amigos. Aliás, melhores amigos, apesar de Scorpius estar na Sonserina e Alvo na Grifinória. Os dois eram amigos desde o primeiro dia em Hogwarts.

Chegou ao Salão Principal e sentou-se ao lado da sua prima e melhor amiga, Lílian Luna Potter, na mesa da Grifinória.

— O que foi? Por que você está assim tão irritada? – Lílian perguntou.

— É o Malfoy que me deixa assim! – respondeu Rose, vermelha de raiva.

— O que você tem contra o Scorpius? Sério, nunca entendi esse seu ódio por ele – Lílian falou displicente. Ela também era amiga de Scorpius.

— Eu acho que você nunca vai entender! Você adora o Malfoy! – Rose disse.

— Ele é uma boa pessoa, Rose. E aliás, foi ele quem me ensinou a voar, lembra? – Lílian argumentou.

Rose revirou os olhos. É claro que ela lembrava. Foi ainda no primeiro ano de Lílian em Hogwarts. Ela estava ansiosa para poder jogar Quadribol, mas não podia porque era muito nova para entrar para o time. Então Scorpius, gentilmente, sugeriu que eles treinassem um pouco durante a noite, escondidos, na vassoura do menino. A partir daí, os dois tornaram-se amigos.

A hora do almoço passou com rapidez e Rose se despediu de Lílian, seguindo para a sua aula seguinte: Poções com a Sonserina.

Encontrou Alvo e Scorpius já na porta da sala do Prof. Horácio Slughorn. A garota sorriu para o primo e lançou um olhar gelado a Scorpius, que retribuiu.

— Aaah! Scorp! Amor, você sumiu! – exclamou Andie Goyle se atirando ao pescoço do menino.

— Ah, bem, estive conversando um pouco com Al. Aah, sabe... Quadribol – explicou, um pouco desconcertado.

— Mas agora você vai ficar comigo, né? Vamos sentar juntos agora na aula e depois vamos ir pra algum corredor namorar, né? – pediu Goyle, ansiosa.

— Ah, claro – Scorpius respondeu, incerto.

O Prof. Slughorn apareceu e mandou que os alunos entrassem.

Quando a aula acabou, antes que Scorpius pudesse sair da sala, o professor o chamou:

— Sr. Malfoy, será que poderia vir aqui um instantinho?

Scorpius assentiu e caminhou até a escrivaninha do professor.

— Algum problema, professor? – perguntou o garoto, apreensivo.

— Creio que sim, sr. Malfoy. As suas notas na minha matéria não andam nada bem. E receio que, se continuar assim, não terá bons resultados nos N.O.M's. Então sugiro que procure ajuda enquanto pode.

Scorpius assentiu e saiu da sala. Foi com Goyle ao Salão Principal ainda pensativo. Se não conseguisse um NOMs em Poções, não conseguiria atingir sua maior ambição... Precisava fazer alguma coisa. Precisava de ajuda. Mas quem poderia ajudá-lo? De repente, seu olhar pairou sobre a mesa da Grifinória e teve uma ideia.

— Andie, acho que não vai dar pra ficarmos juntos hoje. Tenho que fazer uma coisa importante. Desculpe – Scorpius falou para Goyle e saiu do Salão Principal, deixando a garota emburrada.

Ele esperou fora do aposento até que a pessoa quem ele esperava saiu. Foi em direção a ela:

— Ei, Weasley! Será que posso falar com você? – perguntou.

— O que você quer, Malfoy? Não tenho tempo pra idiotices. – Rose respondeu, ríspida.

— É, que, bem... – ele começou.

— Fala logo Malfoy! Ou vou desistir de te ouvir.

— É que eu queria saber se você poderia me ajudar – murmurou Scorpius tão baixo e rápido que até mesmo ele teve dificuldade de ouvir.

— O quê? – perguntou Rose.

— Eu queria saber se você poderia me ajudar – falou, desta vez com tom normal.

Rose o encarou por alguns segundos e deu uma risada sarcástica.

— Qual é a piada, Malfoy?

— Não tem nenhuma piada, Weasley! – Scorpius irritou-se. – Estou falando sério!

— Você? Scorpius Malfoy pedindo minha ajuda? – a garota perguntou, desconfiada.

— É que eu não estou muito bem em Poções. E penso também que não estou tão diferente em Transfiguração e Herbologia. Então eu pensei que você sendo a mais inteligente da escola poderia ajudar.

Rose corou ligeiramente quando Scorpius acrescentou essa última parte. Mas, por sorte, o garoto não percebera. Retomou sua postura inicial e disse:

— Está bem. Vou ajudá-lo. Mas com uma condição. Sem brincadeirinhas sem graça, Malfoy. E você vai concordar com o dia, a hora e com qualquer coisa que eu estipular sobre o estudo. Ok?

Sem saída, Scorpius assentiu.

Rose sorriu e virou as costas, andando em direção à Torre da Grifinória. Scorpius tomou o caminho em direção as masmorras da Sonserina. Ambos pensando nessa nova aproximação. Será que daria certo?