Hastryn: Ascensão escrita por Dreamy Boy


Capítulo 8
Uma História


Notas iniciais do capítulo

Idades:
Lothar = 33 anos (21 quando Charlotte nasceu)
Charlotte = 12 anos
Katherine e Evelyn = 15 anos
Elliot = 13 anos.
Peter = 19 anos.
Jane = 17 anos.

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"Sem as lendas e as histórias mitológicas, não haveria nada que pudesse trazer razão a nossas vidas e experiências cotidianas."
— Elliot Trannyth



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Elliot

Os dias de viagem pareciam ser extremamente longos.

Ao invés de seguir caminho pelas estradas normais, Peter decidiu que iriam pelas colinas e florestas. Seria mais difícil, mas evitaria que o rei e seus soldados tivessem chance de encontrá-los àquela altura. Mesmo assim, tomariam cuidado, percorrendo áreas que não fossem habitadas por criaturas selvagens e famintas. O rapaz conhecia muito bem aquelas áreas, provavelmente mais do que os próprios capangas de Lothar.

Elliot sentia dores nos pés de tanto andar. Suas botas eram resistentes o suficiente para suportar terra, lama e a vida no campo em geral, no entanto, era necessário um tempo para o garoto se adaptar ao ritmo, pois nunca havia percorrido uma trajetória tão grande em tão pouco tempo.

Quando encontraram um riacho, pararam para lavar os rostos. Elliot observou o reflexo por um tempo, percebendo que os cabelos cacheados e castanhos claros cresciam muito rápido e precisavam ser cortados assim que fosse possível.

O frio era forte, chegando a provocar arrepios e deixar os pelos do garoto eriçados. Peter Howard lhe oferecera um manto quente e o menino o aceitou de bom grado. Sabia que o protetor estava dando o melhor de si para ajudá-lo.

Certo dia, ele foi acordado enquanto o céu ainda estava escuro. Sem conseguir entender o motivo, levou as mãos aos olhos, que ainda ardiam devido ao forte sono que o atacara naquela noite. Entretanto, despertou rapidamente ao compreender o que acontecia.

— Elliot! Levante-se, por favor! — Peter gritava enquanto o garoto não estava completamente atento ao redor. Quando abriu os olhos, reparou que o jovem estava preocupado e com muito medo de algo. Os cabelos negros estavam desarrumados e seu rosto, repleto de suor. No mesmo instante, deixou o cansaço para trás e ficou de pé. — Há lobos por perto! Precisamos ser ágeis e não podemos deixar que nos alcancem!

— Há lobos por aqui? Então... as lendas são reais?

— Todos dizem que não. Mas, nessas regiões, onde muitos se perdem e não conhecem a forma de voltar para seus respectivos lares e casas, há uma alcateia que ataca os viajantes. — Peter mostrou uma cicatriz no antebraço, que Elliot não havia notado antes. Ficou boquiaberto com o tamanho vertical da ferida, que ia da região do cotovelo até perto da mão. — Tome cuidado e não faça nenhum movimento brusco. Pegue seu arco e esteja preparado.

O rapaz estendeu a mão e o menino obedientemente apanhou o objeto, junto com uma aljava de flechas que foi presa ao corpo. Sorrateiramente, desceram a colina nevada sem chamar a atenção de nenhuma das feras. Ouviu-se um uivo distante, que fez os dois tremerem de medo da proximidade dos animais.

A floresta, subitamente, ficou em um assustador e aterrorizante silêncio, como se as criaturas fossem saltar de todos o lados das matas e cravar as garras afiadas em seus pescoços. Todavia, para alívio deles, nada disso chegou a acontecer e não passou de pensamentos negativos.

— Tenha calma. — Peter parou, olhando atentamente ao redor. Procurava se certificar de que não estavam indo na mesma direção das feras que poderiam vir. — Estão por perto. Repito: Não faça nenhum movimento brusco.

Os arbustos se mexeram. Em extrema rapidez, um filhote crescido de lobo, que provavelmente havia se perdido do restante da alcateia, cuja pelagem era escura e os olhos prateados, surgiu detrás das plantas e encarou os dois, andando em círculo ao redor deles. Para combatê-lo, Elliot ergueu o arco, pronto para a luta. Peter tinha sua espada em mãos, preparando-se para atacar no momento em que o lobo chegaria mais perto.

O monstro se aproximou e o jovem levantou a lâmina em gesto defensivo, mas a pata a repeliu e a tirou de suas mãos sem dificuldade. O lobo pulou sobre Peter, que usava os braços e pernas para se defender e manter os dentes enormes longe de seu rosto. No entanto, o animal era muito grande e era impossível contê-lo sozinho. Elliot gritava e observava a cena estupefato, sem reação. Nunca lutara com algo daquele tamanho antes.

Lembrando-se das práticas de tiro ao alvo realizadas nos bosques da a cada dia mais distante Arroway, sentiu-se no dever de exercer o que tinha aprendido. Com esse objetivo, mirou no pescoço do lobo e lançou a primeira das flechas, que não acertou o alvo.

Suspirou, sem perder a determinação.

Na segunda tentativa, a ponta atingiu em raspão, o necessário para que a fera urrasse de dor e deixasse Peter em paz por alguns segundos. Tempo suficiente para que Elliot conseguisse salvar seu amigo, apanhando a espada que se encontrava largada sobre o solo coberto de neve.

O lobo, furioso, correu em sua direção.

De início, Elliot tentou fugir, mas viu que não seria capaz disso. A rapidez do animal era imensa e o obrigou a escolher entre morrer fugindo ou tentar resistir lutando. Brandiu a arma, aguardando a oportunidade perfeita.

Tudo aconteceu de forma extremamente ligeira. A criatura se aproximou, pronta para atacar, mas a ponta da lâmina foi cravada em seu peito e atravessou o corpo peludo. Esquivando-se do grande jato vermelho que coloriu o branco da neve, Elliot perdeu o equilíbrio e tombou para o lado. Peter, com as mãos completamente sujas de sangue, conseguiu retirar a espada do lobo e terminou de abatê-lo, poupando-o do sofrimento e da agonia de morrer lentamente.

Elliot respirava alto, ofegante. Mesmo com o frio intenso, seu corpo foi tomado por um grande calor causado pelo nervosismo em luta. Suava muito, umedecendo as vestimentas. Olhava para o cadáver, sem acreditar ter sido capaz de derrotar aquela fera. Estava habituado a caçar coelhos, esquilos e criaturas menores. Nada tão grande.

Peter estendeu a mão, ainda suja, para puxá-lo.

— Você foi corajoso demais! — Parecia aliviado por ainda estar vivo e terem escapado daquele problema. — Poderia ter simplesmente fugido e me deixado para trás, mas preferiu ficar e salvar minha vida!

— É o que fazemos pelos amigos.

Ele se comoveu. Seus olhos brilharam, mas não chegaram a lacrimejar.

— Precisamos ir... Não podemos perder mais tempo do que já perdemos, pois será melhor encontrar algum abrigo nos próximos dias para que passemos algumas noites, sem nos preocuparmos com ameaças.

— Para onde estamos indo?

— O local mais próximo que conheço é uma aldeia em que fui hospedado anteriormente. Se seguirmos reto, chegaremos em áreas próximas às da cidade de Yedria, que se situa próxima aos portos situados ao lado da Grande Ponte, que interliga os dois continentes. Nessa aldeia, há uma hospedagem em que os anfitriões são meus amigos. Pessoas extremamente generosas com os que frequentam o bar e são de absoluta confiança. Certamente estaremos bem escondidos lá.

— Espero. — Elliot sabia que, quando assuntos monetários estavam envolvidos, praticamente ninguém em Hastryn era de absoluta confiança, mas guardou a opinião para si mesmo.

— Não seja tão pessimista, moleque! — Peter disse, demonstrando falsa indignação, dando um soco fraco no ombro do menino, que se esforçou para segurar o riso. — Faça silêncio e me siga, apenas. Vamos sair daqui antes que os outros lobos nos encontrem. Tivemos sorte de ter sido apenas um filhote.

Ele tinha razão.

Com o arco em mãos, Elliot se preparou para lançar mais flechas caso houvesse outra batalha. Ao som de uivos distantes, ambos atravessaram as matas e imploraram em silêncio aos deuses para que não fossem caçados, até que finalmente o som parou e o silêncio retornou.

...

Os rastros não foram encontrados pelos lobos, que permaneceram em suas matas e caçando presas menores que serviriam como fonte de alimentação.

Elliot e Peter, depois de muita caminhada, pararam ao descobrir a existência de uma caverna no meio da floresta, onde ficaram descansando por algumas horas. Como o local externo estava congelado, pegaram lenha e montaram uma fogueira no interior da caverna. Ali, cozinharam um pouco de carne de esquilos e coelhos que caçaram pelos arredores.

— Essa região é perigosa demais. — Elliot falou, finalmente expondo o que se passava em sua mente, enquanto devorava com vontade o alimento. — Por que seguimos por ela?

— A verdade é que as matas nunca serão seguras, mas não existe outra passagem para o caminho do sul sem despistarmos Lothar. Além do fato de que nenhum viajante comum costuma atravessar esses caminhos, correríamos perigo caso fossem estendidos cartazes de procura. Por isso, devemos evitar encontros indesejados com outras pessoas que possam nos entregar em troca de recompensas altíssimas.

— Entendo...

Ficaram em silêncio por um longo tempo, terminando a refeição e deitando sobre o chão gelado na tentativa de recuperar um pouco das energias para viajarem mais. Peter passou a noite acordado e fazendo a vigia, conforme fora combinado. Era um por dia, para que o outro pudesse dormir e estar pronto para a patrulha seguinte.

Entretanto, Elliot acordou durante a madrugada e não conseguiu mais dormir. Ficou encarando o amigo, que olhava atentamente para a fogueira, como se estivesse sendo hipnotizado pelas labaredas dançantes que os aqueciam e os faziam esquecer um pouco das preocupações que os atormentavam.

— Peter, gostaria de pedir algo.

— Pode falar...

— Como tem sido nosso costume em algumas das noites que descansamos, teria como me contar mais uma história que você conheça? Senti falta disso ontem. Adorei aquela sobre viagens acontecidas antes de você trabalhar para Gregory.

Foram relatos de períodos nos quais Peter Howard enfrentou bichos perigosos e alguns quase o mataram, provocando machucados fortes e trazendo marcas de uma grande sobrevivência espalhadas pelo corpo inteiro. Era, definitivamente, um guerreiro exemplar. Elliot desejava ser alguém assim.

— Certamente que sim, aproveitando que hoje ambos estamos acordados. Estava esperando que me pedisse isso em algum momento. — confessou, sorrindo. — Bem, nos próximos dias passaremos por matas próximas às Terras Desérticas de Durwin. Conhece algo sobre essas terras?

— Um pouco. — Elliot respondeu, relembrando do que fora dito a seus ouvidos. — Gregory conhecia essa história e escreveu relatos sobre, mas não cheguei a ter tempo de ler. Somente me recordo desse nome e de ter escutado coisas sobre o assunto.

— Durwin nem sempre foi um deserto, criança. Há séculos, de acordo com relatos feitos por historiadores e escritores responsáveis por passar os conhecimentos da época para futuras gerações, foi uma civilização onde as pessoas praticavam o uso de magia.

— Magia? — Arrepiado, fez a pergunta em alto som, sem controlar a voz. Ficou ainda mais interessado do que antes, deixando o cansaço para trás, com o intuito de prestar atenção em todos os detalhes.

— Sim! — Peter, conforme falava, arregalava os olhos ou passava segundos em silêncio, interpretando a história como se fosse o narrador de um livro. — A governante do reino mágico de Durwin era a poderosa Alyssa. Os habitantes viviam como se morassem em um território independente, sem seguir as regras estabelecidas pelos homens em Hastryn e interferir nos conflitos dos reinos norte e sul. O nível da magia era diferente de acordo com as funções e cargos de cada habitante. Apesar de envelhecerem normalmente, aqueles que possuíam os maiores níveis hierárquicos conseguiam manter a aparência jovial e bela como se a juventude nunca passasse.

— Incrível! — Estava apaixonado, desejando saber mais e mais sobre aquele povo. Mais dúvidas surgiram e o menino não as deixaria em branco. — Como nunca ouvi falar dessas pessoas? O que aconteceu com elas? Ainda existem?

— O governante de Arroway e Rei do Norte na época era Gilius Wildshade, antepassado de Lothar. O homem considerava a população de Alyssa uma ameaça para o futuro, e realmente era, pois crescia bastante e o fazia acreditar que um dia poderiam dominar todo o continente. — O rapaz fez uma pausa, respirando fundo e retomando o ritmo. — Gilius reuniu exércitos e cercou aquelas terras, iniciando uma batalha mortal. Durante esse conflito, aconteceu uma inexplicável confusão que acabou com a vida de todos os que se encontravam presentes no território, inclusive o rei. Hoje, o deserto é considerado amaldiçoado.

— Não foram revelados os motivos que causaram a explosão?

— Existem teorias afirmando que os invasores possam ter sido os responsáveis ou até mesmo que os próprios moradores de Durwin tenham feito isso. Todas levam ao mesmo caminho: a extinção da população mágica. Após o conflito, não houve indícios de habilidades mágicas em outros hastrynianos, sendo impossível confirmar a verdade sobre essa grande lenda.

Elliot sempre acreditava nas lendas. Sentia-se diferente daqueles que as menosprezavam e se recusavam a compreender a verdadeira linha do tempo dos fatos passados. Desejava que um dia soubesse tudo sobre cada reino e cidade do continente e suas respectivas culturas. Futuramente, pesquisaria mais a fundo sobre Alyssa e sua civilização.

— As religiões costumam alegar que a prática de magia era algo impuro, que corrompia a alma do ser humano e a conduzia até o mundo das sombras após a morte. Acredito que tudo é uma questão de crença e interpretação, de modo que aqueles que a usassem para o mal fossem os verdadeiros portadores de almas sombrias.

— Mundos após a morte... Tenho muita vontade de conhecer mais sobre estes, — Nos templos religiosos de Arroway, eram feitas constantes explicações sobre as divindades do mundo de Grimwerd e Elliot não sabia muito sobre, pois não costumava frequentá-los. — mas acredito que deva ficar para outra ocasião.

Precisava refletir sobre os fatos revelados naquela noite. Não fazia ideia sobre a existência de um povo tão diferente, com uma cultura tão distinta. Perguntava-se como teria sido viver naqueles tempos, nos quais a escravidão ainda existia, e em que posição estaria.

...

Deixaram a caverna na manhã seguinte. Andaram por uma trilha estreita, atravessando um desfiladeiro constituído de rochas íngremes e precipícios que pareciam não ter fim. Atravessaram uma ponte de madeira que não tinha nenhuma segurança e desceram por uma ladeira, chegando a um rio congelado. Tomaram os devidos cuidados para não pisarem em superfícies rachadas e correrem o risco de caírem em grandes fendas de rios e lagos frios. Elliot estava tranquilo pelo fato de não terem mais sido atacados por animais selvagens. Os lobos realmente haviam ficado para trás, graças aos deuses.

O frio fazia seus pés queimarem e se locomoverem com dificuldade, pois a neve acumulada no solo era muita. Peter aparentava estar acostumado com aquela rotina difícil, pois não demonstrava ter tantos problemas. Respirando fundo, Elliot não quis atrapalhar o mais velho e o seguiu em silêncio.

Tiveram a sorte de não encontrar inimigos durante o percurso.

...

Em meio a uma planície nevada e desabitada, era possível avistar um alto cercado que delimitava uma aldeia. A mesma aldeia em que Peter, durante a ida, afirmou que ficariam durante algumas noites. Seus portões estavam abertos, como se as pessoas dali estivessem realmente aguardando a chegada dos dois.

Visto de dentro, o local não parecia ser tão pequeno. Eram ao todo três largas ruas, repletas de casebres semelhantes aos dos Trannyth em Arroway, além de pequenos bares, lojas e estábulos. Elliot sorriu ao ver uma garotinha atrapalhada perseguir um gato e tropeçar sem se machucar. Ela se levantou com precisão e tornou a correr atrás do felino, que conseguiu escapar por um pequeno buraco na madeira escura.

— Parece que alguém finalmente criou coragem e apareceu. — disse alguém. Era a voz de uma moça, que tinha os olhos brilhando ao encarar Peter. No entanto, estava sendo rude e grosseira, demonstrando que os dois tiveram um passado complicado. A jovem chegou perto e se agachou para falar com Elliot. Era bela, com longos cabelos negros e olhos cuja tonicidade variava entre o verde e o amarelo, semelhantes aos do gato que acabara de fugir. A pele era morena. — Quem é esse adorável rapazinho?

— Prometi a você nas cartas que voltaria assim que pudesse! — exclamou Peter, tristonho. — Não é justo que fique com raiva de mim desta maneira. Quanto a ele, estou em uma missão para protegê-lo. Como estão as coisas por aqui?

— Normais, como o habitual. Nada acontece de interessante... — A moça cruzou os braços, levemente irritada. — Temos somente os problemas de sempre com moradia e o comércio, durante o inverno. Queremos que a primavera chegue logo, pois é uma das melhores épocas para a produção. — Encerrando o assunto, ela se abaixou e se virou para Elliot, sorridente. — A propósito, querido, meu nome é Jane. Seja bem-vindo!

Jane os guiou por uma fileira de casas e adentrou um estabelecimento bastante movimentado. No interior da taverna, vários homens sentavam e bebiam, discutindo sobre os mais variados assuntos que envolviam a realeza, bordéis e famílias. Elliot sentiu um súbito medo de ser caçado e ali e trazido de volta a Lothar, mas procurou não demonstrar essa fraqueza diante de Peter, Jane e daqueles desconhecidos. Agiria normalmente e faria de tudo para que não fosse reconhecido.

Jane continuava a falar.

— Após o início do inverno, papai ficou muito doente. Está de cama e agora sou obrigada a cuidar dos negócios do bar sozinha. É horrível! Existem muitos bárbaros que não me respeitam e tendem a fazer propostas nojentas. Depois que recebem um soco no rosto, desistem e vão embora.

Peter segurou suas mãos.

— Isso não acontecerá para sempre, eu prometo! Esses homens não terão coragem de falar essas asneiras na minha frente, pois sabem que perderão a própria língua.

— Houve um dia que quase fui morta, mas um garotinho observou a cena e chamou o pai para me proteger e tirar a vida do bandido. Abençoada seja a vida daquela família.

Elliot sentia um clima de tensão entre os dois, percebendo que o elo entre os dois era romântico. Concluiu ser algo que o casal deveria resolver sozinho, sem sua interferência, decidindo permanecer em silêncio e fingir que nada estava acontecendo.

— Você ainda terá uma vida digna. Os dias se tornarão melhores!

— Não sei como ainda sou capaz de acreditar em suas palavras. — Jane bufou. — Bem, chega de discussões por hoje, já que o garoto não tem culpa de nossos desentendimentos. A propósito, qual seu nome, meu doce?

— Elliot. Prazer em conhecê-la.

— Deve estar muito cansado, não é? Vou providenciar um banho e um quarto para que se sinta à vontade. Se houver alguma coisa que precisar durante a estadia, mande me chamar.

Foi o melhor banho que tomara em muito tempo e o jantar havia sido maravilhoso. Embora o local fosse simples, tinha boas condições de higiene e alimentação. Jane era uma anfitriã maravilhosa, que gostava das coisas organizadas e bem preparadas, sem ver a necessidade de atender os clientes de forma grosseira ou desimportante. Extremamente gentil.

Quando Elliot foi dormir, ajoelhou-se diante da cama e fez uma oração aos deuses, agradecendo mais uma vez por terem protegido sua vida e a do amigo. Pediu para que os pais e o bebê que estava para nascer fossem protegidos e, por último, que Peter e Jane resolvessem todos os problemas existentes entre eles e fossem felizes juntos.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Estão gostando do personagem? O que preciso melhorar?
Para vocês, qual será o desenrolar da história dele?
São muitas perguntas cujas resposta são necessárias! =3